sábado, 8 de julho de 2023

Liberdade; o que é?


"Se vós permanecerdes na Minha Palavra, verdadeiramente sereis Meus discípulos; conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” Jo 8;31 e 32

A liberdade, não raro, é compreendida de modo superficial, quando não, incompreendida. Ouvintes do Salvador estavam privados da devida noção: “... nunca servimos ninguém; como dizes Tu: Sereis livres?” v 33

Eram romanos os governantes locais; em seu orgulho nacionalista sentiam-se livres; talvez, num conceito meramente religioso, de liberdade.

Serviam aos Césares, pagavam tributos a eles; portanto, em seus devaneios estavam presos a uma mentira. Se, César condescendia com a liberdade religiosa, seguia o fato que impunha seu domínio sobre os conquistados. A liberdade proposta pelo Senhor, excluía essa idosa senhora, a mentira, também; “... todo aquele que comete pecado é servo do pecado.” v 34

Aludindo ao falso conceito, O Senhor disse: “Se, pois, O Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres.” v 36
Por que, “verdadeiramente”? Porque o ser humano capitulou a uma falsa promessa de liberdade, quando da queda. Autonomia em relação ao Criador, proposta pelo inimigo, invés de liberdade acabou em servidão nas garras do pecado.

Paulo o definiu como um feitor poderoso que força sua vítima; “Ora, se faço o que não quero, já o não faço eu, mas o pecado que habita em mim.” Rom 7;20 Um conflito íntimo onde um “não querer” capitula ao poder do pecado.

Muitos filósofos gastaram massa cinzenta tentando definir a liberdade; a maioria não foi a lugar nenhum. Um pequeno do Senhor, Gandhi, que não pretendeu ser expoente de nada foi quem chegou mais longe: “A prisão não são as grades, a liberdade não é a rua; existem homens presos na rua e livres na prisão. É uma questão de consciência.”

Paulo também pôs a consciência como leme na nossa navegação pelos mares da vida; “Conservando fé e boa consciência, a qual alguns, rejeitando, fizeram naufrágio na fé.” I Tim 1;19 Mas, aqui estaria falando de fé, não de liberdade. Acaso O Senhor não condicionou à permanência em Sua Palavra, o que requer fé, o conhecimento da verdadeira liberdade?

A ideia vulgar é poder fazer o que se quiser. Será que é isso mesmo? Não é adágio comum ao vulgo, que a liberdade de um, termina onde começa a do outro? Se eles próprios admitem que a liberdade tem limites e reponsabilidade, parece que, o homem deveras livre, é o que melhor consegue transitar dentro desses limites.

Não só evitando males ao semelhante, mas também a si mesmo. Quando O Salvador ordenou: “Ame ao teu próximo como a ti mesmo”, tomou o amor-próprio como ponto de partida, como referencial do afeto devido ao nosso igual.

Uma “liberdade” que faça danos ao amor-próprio, seria a verdadeira? Por exemplo: Acreditando que liberdade signifique fazer o que quiser, se alguém quiser consumir drogas pesadas, depois acabar dependente dessas coisas, não se há de concluir, necessariamente, que o tal, no presumido uso da liberdade rumou para uma prisão?

Assim, parece que nossa liberdade não é um bem absoluto. Antes, faculta irmos aonde quisermos, falarmos o que desejarmos, bem como, fazermos o que intentarmos, sem que nenhuma dessas escolhas, “acenda uma luz no painel da consciência”; pois, nele, os limites de nossa liberdade foram gravados pelo Projetista Original.

Como um vírus de computador pode pôr a perder todo o sistema, uma consciência culpada também tende a abalar uma alma em sua totalidade. Os “apedrejadores” da adúltera, registrados em João, largaram suas pedras, quando desafiados a julgarem-se, antes; perceberam que não aplicavam contra si o juízo perfeccionista dirigido ao semelhante.

Devemos agir de modo que, a reciprocidade nos faça bem, invés de nos incomodar. “Portanto, tudo o que quereis que os homens vos façam, fazei-lhes também, porque esta é a lei e os profetas.” Mat 7;12

Num sentido absoluto, nem O Altíssimo possui total liberdade, por limites que resolveu estabelecer para Si mesmo; “Se formos infiéis, Ele permanece fiel; não pode negar a si mesmo.” II Tim 2;13 “Disse-me o Senhor: Viste bem; porque Eu velo sobre Minha Palavra para cumpri-la” Jr 1;12

Assim como a paz não é uma causa, antes, um derivado, “O efeito da justiça será a paz.” Is 32;17 também a liberdade se verifica numa consciência em repouso, de quem cortou vínculos com a mentira, e exonerou por santa causa, as menores nuances de desonestidade intelectual.

“Não alcançamos a liberdade buscando a liberdade, mas sim a verdade. A liberdade não é um fim, mas uma consequência.” Leon Tolstoi

“O Espírito do Senhor Deus está sobre Mim; porque O Senhor Me ungiu, para pregar boas novas aos mansos; enviou-me a restaurar os contritos de coração, proclamar liberdade aos cativos e abertura de prisão aos presos;” Is 61;1

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