A diferença entre justificação e salvação; embora essa seja consequência daquela, (seremos salvos porque fomos justificados) ocorrem em tempos distintos. Justificação é sermos declarados justos perante Deus; isso se dá na conversão, quando, a Justiça de Cristo é imputada a nós; nossos muitos pecados são removidos e passamos à honrosa condição de filhos de Deus.
Embora o renascido tenha “genes” de salvo, não é ainda, no sentido pleno, pois, a salvação se manifestará plenamente no dia da Ira, quando O Santo decidir separar o joio do trigo. “Eles serão meus, diz o Senhor dos Exércitos; naquele dia serão para mim jóias; poupá-los-ei, como um homem poupa seu filho, que o serve. Então voltareis e vereis a diferença entre justo e ímpio; entre o que serve a Deus, e o que não serve.” Mal 3;17 e 18
“Porque se nós, sendo inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho, muito mais, tendo sido já reconciliados seremos salvos pela sua vida.” Rom 5;10
“Então voltareis e vereis a diferença entre o justo e o ímpio...” esse “voltar” não significa retornar a uma condição pretérita, antes, voltar o olhar e ver o juízo dos ímpios. Se, por ocasião do juízo de Sodoma e Gomorra a ordem para Ló e família foi que não olhassem para trás, antes, fugissem depressa, agora, O Senhor permite que os salvos olhem pro juízo para melhor avaliarem a grandeza do que lhes foi dado.
Se, para contemplar o cenário preciso olhar para trás, necessariamente trata-se de um lugar do qual já saí. Senão, estarei no meio dele, para qualquer lugar que eu olhar terei a perspectiva da Ira, inclusive, sobre mim. Assim como há distinção entre justificação e salvação, há outra enorme entre ver o juízo e dele participar.
Alguns nos questionam: “Como podes ter certeza de salvação”? Para tais, chega a ser presunção, dado que, somos pecadores. Contudo, para quem conhece ao Salvador a pergunta seria outra: Como poderia ter dúvidas? Se, mesmo falhando, eventualmente, o pecado nos desconforta como antes não fazia; não mais vivemos em servidão a ele; fomos libertos do medo da morte; a paz de Cristo acalma nossas consciências...
Embora a salvação traga consequências externas é antes de tudo, de foro íntimo; quem é salvo sabe e porta-se de modo que outros possam saber também; “Se dissermos que temos comunhão com ele, e andarmos em trevas, mentimos; não praticamos a verdade. Mas, se andarmos na luz, como ele na luz está temos comunhão uns com os outros e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo pecado.” I João 1;6 e 7
Uma vez purificados somos capacitados a agir de modo que agrade a Deus e testifique aos homens; “Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas.” Ef 2;10 “Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte; nem se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas, no velador; dá luz a todos que estão na casa. Assim resplandeça vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas boas obras e glorifiquem vosso Pai, que está nos céus.” Mat 5;14 a 16
O fato de o mundo ver nossa luz não significa que se sentirá iluminado, que vai gostar, nos aplaudir. Antes, quanto mais perto estivermos de Cristo, mais nos aproximaremos da rejeição que Ele sofreu.
Ele denunciou que a Luz veio, mas, os homens amaram mais as trevas para permanecer da maldade; assim, um cristão em cuja presença e ensinos o mundo sente-se confortável é uma fraude. Um hipócrita buscando justificação humana porque não tem a de Cristo. Quem já possui a “Pérola de grande valor” não gasta tempo nem esforços atrás de bijuterias.
Se, o mundo incomoda-se com a luz do salvo, também esse está no “estrangeiro”, desconfortável, aflito com tanta sujeira, inversão de valores, como Ló em Sodoma. “Porque este justo, habitando entre eles, afligia todos os dias sua alma justa, vendo e ouvindo sobre suas obras injustas.” II Ped 2;8
Assim, um aspecto mais que identifica um salvo é que não sente-se em casa na sujeira, pois, foi feito ovelha, não, porco.
Em suma, salvação demanda justificação, porque Deus ama a justiça e odeia o pecado. Como nossas “justiças” não passam de obras mortas, urge que recebamos a de Cristo; “Vinde a mim... tomai meu jugo... aprendei de mim...” Disse.
De uma resposta favorável a esse convite depende se seremos expectadores ou protagonistas no dia da ira. Escapa por tua vida!!