sábado, 30 de setembro de 2017

Os salvos e o dia da ira

“Logo muito mais agora, tendo sido justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira.” Rom 5;9

A diferença entre justificação e salvação; embora essa seja consequência daquela, (seremos salvos porque fomos justificados) ocorrem em tempos distintos. Justificação é sermos declarados justos perante Deus; isso se dá na conversão, quando, a Justiça de Cristo é imputada a nós; nossos muitos pecados são removidos e passamos à honrosa condição de filhos de Deus.

Embora o renascido tenha “genes” de salvo, não é ainda, no sentido pleno, pois, a salvação se manifestará plenamente no dia da Ira, quando O Santo decidir separar o joio do trigo. “Eles serão meus, diz o Senhor dos Exércitos; naquele dia serão para mim jóias; poupá-los-ei, como um homem poupa seu filho, que o serve. Então voltareis e vereis a diferença entre justo e ímpio; entre o que serve a Deus, e o que não serve.” Mal 3;17 e 18

“Porque se nós, sendo inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho, muito mais, tendo sido já reconciliados seremos salvos pela sua vida.” Rom 5;10

“Então voltareis e vereis a diferença entre o justo e o ímpio...” esse “voltar” não significa retornar a uma condição pretérita, antes, voltar o olhar e ver o juízo dos ímpios. Se, por ocasião do juízo de Sodoma e Gomorra a ordem para Ló e família foi que não olhassem para trás, antes, fugissem depressa, agora, O Senhor permite que os salvos olhem pro juízo para melhor avaliarem a grandeza do que lhes foi dado.

Se, para contemplar o cenário preciso olhar para trás, necessariamente trata-se de um lugar do qual já saí. Senão, estarei no meio dele, para qualquer lugar que eu olhar terei a perspectiva da Ira, inclusive, sobre mim. Assim como há distinção entre justificação e salvação, há outra enorme entre ver o juízo e dele participar.

Alguns nos questionam: “Como podes ter certeza de salvação”? Para tais, chega a ser presunção, dado que, somos pecadores. Contudo, para quem conhece ao Salvador a pergunta seria outra: Como poderia ter dúvidas? Se, mesmo falhando, eventualmente, o pecado nos desconforta como antes não fazia; não mais vivemos em servidão a ele; fomos libertos do medo da morte; a paz de Cristo acalma nossas consciências...

Embora a salvação traga consequências externas é antes de tudo, de foro íntimo; quem é salvo sabe e porta-se de modo que outros possam saber também; “Se dissermos que temos comunhão com ele, e andarmos em trevas, mentimos; não praticamos a verdade. Mas, se andarmos na luz, como ele na luz está temos comunhão uns com os outros e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo pecado.” I João 1;6 e 7

Uma vez purificados somos capacitados a agir de modo que agrade a Deus e testifique aos homens; “Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas.” Ef 2;10 “Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte; nem se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas, no velador; dá luz a todos que estão na casa. Assim resplandeça vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas boas obras e glorifiquem vosso Pai, que está nos céus.” Mat 5;14 a 16

O fato de o mundo ver nossa luz não significa que se sentirá iluminado, que vai gostar, nos aplaudir. Antes, quanto mais perto estivermos de Cristo, mais nos aproximaremos da rejeição que Ele sofreu.

Ele denunciou que a Luz veio, mas, os homens amaram mais as trevas para permanecer da maldade; assim, um cristão em cuja presença e ensinos o mundo sente-se confortável é uma fraude. Um hipócrita buscando justificação humana porque não tem a de Cristo. Quem já possui a “Pérola de grande valor” não gasta tempo nem esforços atrás de bijuterias.

Se, o mundo incomoda-se com a luz do salvo, também esse está no “estrangeiro”, desconfortável, aflito com tanta sujeira, inversão de valores, como Ló em Sodoma. “Porque este justo, habitando entre eles, afligia todos os dias sua alma justa, vendo e ouvindo sobre suas obras injustas.” II Ped 2;8

Assim, um aspecto mais que identifica um salvo é que não sente-se em casa na sujeira, pois, foi feito ovelha, não, porco.

Em suma, salvação demanda justificação, porque Deus ama a justiça e odeia o pecado. Como nossas “justiças” não passam de obras mortas, urge que recebamos a de Cristo; “Vinde a mim... tomai meu jugo... aprendei de mim...” Disse. 

De uma resposta favorável a esse convite depende se seremos expectadores ou protagonistas no dia da ira. Escapa por tua vida!!

sexta-feira, 29 de setembro de 2017

Marxismo Cultural x Fé

“Que os mortos hão de ressuscitar também o mostrou Moisés junto da sarça, quando chamou ao Senhor, Deus de Abraão, de Isaque e Jacó. Ora, Deus não é Deus de mortos, mas, de vivos; porque para ele vivem todos.” Luc 20;37 e 38

Os oponentes de Jesus tiveram que reconhecer que era um argumento imbatível; pleno de lógica. Se, muito após Abraão Isaque e Jacó terem morrido, O Eterno apresentou-se como sendo O Deus deles, de duas uma: Ou, era Deus de mortos, ou, havia mesmo ressurreição e aqueles estavam vivos. Desse modo, curvaram-se à força do argumento. “Respondendo alguns dos escribas, disseram: Mestre, disseste bem.” V 39

Bons tempos aqueles em que a honestidade intelectual fazia concessões aos oponentes em nome de um bem maior que o triunfo no debate, a busca pela verdade. Para filósofos, mormente, Aristóteles, mas, desde os dias de Sócrates, um argumento seria válido se não fosse contraditório, fizesse sentido, tivesse lógica.

Logos é uma expressão grega que significa palavra, verbo, sentido. Assim, quando certa afirmação soa sem sentido, sem logos, diz-se que não tem lógica, sendo, portanto, indigna de um pleito filosófico.

Nessa raia, pois, a filosofia grega e a moral cristã andam de mãos dadas.

Acontece que, em nossos dias, a Lógica já não é tão lógica assim. Para esquerdistas propagadores de “Revolução Gramsciana”, o marxismo cultural, essas coisas, Deus, família, verdade, lógica, são valores burgueses, ferramentas de dominação de um “sistema opressor” e devem ser combatidas. Enquanto essa superestrutura não for minada e o povo imbecilizado por completo, jamais será manipulado o suficiente para fazer a sonhada revolução.

Em nossa ingenuidade honesta de pensar que trilho e trem têm algo em comum, digo, de tentarmos argumentar com um deles com nossa lógica aristotélica, sempre nos damos mal. Para eles, o trem pode ser anfíbio, andar pelos campos, voar...

Sua propaganda os faz defensores dos pobres, progressistas, oponentes dos ricos, etc. Na prática, aliam-se a banqueiros, empreiteiras, empresários; a única coisa que combatem deveras, são os valores da ética e da moral cristãs. Seu papel é destruir, rebatizado de desconstruir.

Ora, se colocam como defensores dos homossexuais, ok; depois, tecem louvores a Che Guevara que os fuzilava. Aí, a gente que é refém da lógica pensa: Afinal, são a favor ou contra os gays? Depois, criam a “Lei da Palmada” para proteger crianças da “violência dos pais”, então tá. Em seguida, promovem exposições de “Arte” pornográfica para infantes, onde até, apalparem genitálias adultas as crianças são ensinadas; nosso senso lógico dá outro nó; eles querem proteger ou, perverter às crianças?

Mais; são contra a redução da maioridade penal, um assassino de 17 anos ainda é mal formado psicologicamente para responder por seus atos; em seguida defendem que uma criança de doze, ou menos, pode decidir sozinha sobre eventual cirurgia de mudança de sexo; de novo, nossa lógica embaralha: como uma criança de doze está madura e um jovem de dezessete está “verde”?

Acontece que, do ponto de vista deles estão sendo muito lógicos. Eles estão em guerra contra nossos valores e os querem destruir; destruição não demanda regras. Por exemplo, se quero matar uma cobra, tanto faz se uso um facão, um porrete, uma pedra, um osso... qualquer coisa serve desde que mate. Assim, como não acreditam em valores como, verdade, Deus, Família, coerência, lógica, etc. qualquer tipo de argumento serve, por contraditório que seja.

Se, faz mal para nós cristãos, então é bom para “La revolución”.

Aliás tem muita gente que se diz esquerdista e cristão ao mesmo tempo, sem perceber que está no meio de coisas excludentes. Ou, é mau cristão e não peleja deveras pelo que diz acreditar, ou, mau esquerdista fazendo essas “concessões burguesas” de, verdade e fé.

Gente sincera que olha a coisa apenas em seu quintal; conhece pessoas de esquerda em quem vota e defende-as; mas, nem percebe que num escopo maior está em jogo algo que se levado a efeito como pretendem, se voltará contra ela.

Esquerda não é uma opção política, é uma escolha moral; não aceita o jogo democrático, o poder deve ser, necessariamente, deles. Para eles pouco importa que a população venezuelana esteja sendo assassinada, passando fome; quem manda lá é um “companheiro”, portanto, “está certo”.

Não estou dizendo que todos os esquerdistas são desonestos; mas, muitos são mal informados sobre os alvos de seus líderes.

Nem advogo que todos os auto-proclamados cristãos o sejam de fato; mas, quem deseja ser um, deveras, comece acordando para o discernimento de estar sendo atacado, e defenda-se com as armas da justiça e da verdade; pare de ser indolente como se estivesse morto, pois, como vimos acima, Deus não é Deus de mortos.

quinta-feira, 28 de setembro de 2017

Deus Está Ultrapassado?

"Levanta-te! Vai à grande cidade de Nínive, e prega contra ela a mensagem que te digo.” Jon 3;2

Um recall no ministério de Jonas; depois de hospedado por três noites no “Baleia’s Resort” arrependeu-se de sua fuga e se dispôs a pregar. O Senhor, invés de acrescer algo novo ao sabor dos acontecimentos mandou pregar a mesma mensagem; era a segunda chance para o profeta, não, segunda opinião de Deus.

Deixando por ora o arauto de Nínive olhemos para esse aspecto, a constância Divina em Suas decisões.

Platão dizia que os filósofos eram o meio termo entre sábio e ignorante. Esse – dizia - não filosofa porque sente-se seguro na ignorância; aquele, o sábio, não o faz porque não precisa. Sendo a filosofia uma busca pela sabedoria, quem já a possui não carece. Nesse molde apenas O Criador se encaixa.

Nós somos uma mescla de verdade e mentira, erros e acertos; opiniões que adiante carecemos refazer; pois, os fatos mostram que estavam erradas. Voltar atrás, muitas vezes é saudável; mostra evolução no processo de crescimento psicológico e espiritual.

Certa vez o rei moabita Balaque requisitou os serviços espirituais de Balaão. Ofereceu-lhe grandes somas para que fizesse suas mandingas; amaldiçoasse ao povo hebreu. Ele orou ao Senhor e a resposta foi que não tentasse aquilo, pois, tratava-se de um povo sob a proteção Divina.

Mas, estimulado pelo aumento do “cachê” insistiu uma e duas noites mais, tentando fazer o Senhor mudar de ideia e permitir uma amaldiçoadazinha básica em troca de tão vultosa oferta.

Vendo a teimosia do mercenário O Eterno disse: Vai. Mas, no caminho teve o espantoso episódio da mula recusando-se a ir; depois falando com ele, até que, enfim, o ganancioso suicida viu o Anjo do Senhor com espada nas mãos.

Assim acontece conosco quando desobedecemos. Fazemos-nos piores que os animais, marchamos por interesses doentios ao encontro da morte. O supra-sumo da ironia: Um que era profeta, portanto, apto a falar por Deus aos homens, sendo protegido por um “profeta” quadrúpede.

O Misericordioso Senhor o deixou ir, mas, não para anunciar uma segunda opinião; Dissera que aquele era um povo bendito, assim, só o poderia abençoar. “Deus não é homem para que minta; nem, filho do homem, para que se arrependa; porventura diria e não o faria? Ou falaria, e não o confirmaria? Eis que recebi mandado de abençoar; pois ele tem abençoado; eu não posso revogar.” Núm 23;19 e 20

O Eterno É a Sabedoria; portanto, Suas decisões não carecem emendas. Se, faz alguns arranjos temporais como o sacerdócio levítico, o faz para nos ensinar e suprir nossa incapacidade de entender plenamente o mundo espiritual; então, Sua revelação progressiva, mediante tipos proféticos, ou, “sombras dos bens futuros” se alinha com nossa incapacidade, não, com um aperfeiçoamento de quem É Perfeito.

“Jesus Cristo é o mesmo; ontem, hoje e eternamente.” Heb 13;8 “Toda a boa dádiva todo o dom perfeito vem do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação.” Tg 1;17

Judas diz que Balaão amou o prêmio da injustiça; Ora, qualquer que faz o mesmo, opõe-se à Palavra de Deus anda por caminho semelhante; igualmente se perde no final. Acharmos que a Palavra está obsoleta, precisa ser modernizada, reinterpretada à luz da sociedade atual equivale a nivelar Deus conosco; estaria Ele, como nós, aprendendo.

Porém, Ele pretende certa diferença: “Porque meus pensamentos não são os vossos, nem, vossos caminhos os meus, diz o Senhor. Porque assim como os céus são mais altos do que a terra, são os meus caminhos mais altos que os vossos, e, meus pensamentos mais altos do que os vossos.” Is 55;8 e 9

Logo, os “teólogos liberais” que pretendem uma teologia “inclusiva” contrariando À Palavra dada não estão “aperfeiçoado” Deus; antes, blasfemando atribuindo-lhE estatura humana. “Onde tu estavas quando eu fundava a Terra”? Perguntou a Jó. A mesma questão cabe a esses.

Ontem deparei com posts imbecis dizendo que estamos voltando à Idade Média, porque o STF permitiu o ensino religioso confessional nos colégios, mesmo que, facultativo. Para esses “modernistas” ensinar A Palavra de Deus é coisa da Idade das Trevas.

Contudo, expor “arte” que promove zoofilia, homossexualismo, pedofilia, aí é um neo-iluminismo cultural. Se, O Santo fosse “aperfeiçoado” aos moldes desses tornar-se-ia igual ao diabo.

Jonas reconsiderou sua rebeldia, voltou atrás, salvou-se e a todos que lhe deram ouvidos.

Arrependimento, contudo, numa geração que se orgulha de dizer: “Só me arrependo do que não fiz” parece distante, infelizmente. Não foi a mula, mas, o mais sábio dos homens que falou desse tempo: “Há uma geração que é pura aos seus próprios olhos, mas, nunca foi lavada da sua imundícia.” Prov 30;12

quarta-feira, 27 de setembro de 2017

Comunismo; o Câncer do Progresso

“Não seguirás a multidão para fazeres o mal; numa demanda não falarás tomando parte com a maioria para torcer o direito. Nem, ao pobre favorecerás na sua demanda.” Êx 23;2 e 3

Temos nesse breve apanhado alguns problemas com as diretrizes Divinas, e os governos humanos. A maioria não tem, necessariamente, razão; nem, ser pobre é uma espécie de mérito, ou, atenuante em direção à qual se pode entortar o direito.

Se, é vero que o Senhor denuncia como culpados aos exploradores do suor alheio, também é que, Ele prescreve o direito à propriedade; o socorro devido aos pobres sempre será iniciativa pessoal de quem ouve Ao Senhor, nunca, um sistema político que, a pretexto de justiça social cometa injustiças contra posses alheias.

Por um lado é certo que a Igreja iniciante teve seu momento, “comunista”: “Era um o coração e a alma da multidão dos que criam; ninguém dizia que coisa alguma do que possuía era sua própria, mas, todas as coisas eram comuns.” Atos 4;32

Porém, essa postura não derivara de tentarem criar um sistema que perdurasse por séculos; antes, tratava-se de uma empolgação pontual, pois, pensavam que Cristo voltaria ainda nos seus dias.

Frustrada essa expectativa estavam em vias de apostatar da fé quando uma epístola lhes foi endereçada; “Porque também vos compadecestes das minhas prisões, com alegria permitistes o espólio dos vossos bens, sabendo que em vós mesmos tendes nos céus uma possessão melhor e permanente. Não rejeiteis vossa confiança que tem grande e avultado galardão.” Heb 10;34 e 35

Nas demais epístolas, sobretudo, II aos Coríntios, encontramos Paulo fazendo coletas na Acaia, Macedônia, para socorrer aos “Irmãos pobres da Judeia”. Aquele fervor inicial onde abriram mão até dos bens, acabou se revelando danoso, fazendo-os pobres; pois, uma coisa é sermos solícitos, socorrermos aos necessitados segundo nossas posses; outra, sermos imprudentes, darmos irresponsavelmente tudo para a igreja; depois, nos tornarmos um peso que a comunidade deve levar; algo assim nunca foi plano Divino. Portanto, a pretensão de um “comunismo cristão” é falaciosa.

Ademais, os mentores do comunismo eram mais que ateus, eram ateístas; Marx dizia que a “Religião é o ópio do povo”; ou seja: Uma droga.

Alguns fazem distinção entre Engels, Marx, Trotski, etc, como se fossem mesmo relevantes; ora, que importa se ruanos, alazãos, tordilhos, gateados, quando, são todos cavalos?

Na verdade, de qualquer corrente que seja o comunismo nunca passou de uma coisa bela nos livros, que a realidade insiste em negar. Na hora das palavras grita-se pró Cuba, Venezuela, e chamam as ditaduras de lá de democracia. Mas, na hora do turismo, dos intercâmbios escolares, ou, até morar no estrangeiro, aí pensam sempre nos malditos impérios capitalistas.

Gente rica como Chico Buarque, Caetano Veloso, José de Abreu, Wagner Moura, pra falar só de artistas, são todos “socialistas”, contudo, alguém já viu unzinho só “comunizando” seus bens? Não.

Repartir o alheio é muito fácil; mas, dar exemplo com os próprios bens, que, os faria idôneos, coerentes, isso eles não conseguem. Temos aí mais uma discrepância com os ensinos de Cristo que diz que devemos tratar ao próximo como gostaríamos de ser tratados. Assim, servindo hipocrisia engajada ao próximo o que deveríamos colher?

Conheci e convivi com muitos “socialistas” que vociferavam contra a “exploração opressora” dos patrões, até se tornarem também, empregadores; aí, seus discursos silenciaram.

Se há salários injustos, e há, devemos lutar para que isso seja corrigido. Porém, ensinar desde o colégio que a sociedade é uma eterna luta de classes, de oprimidos e opressores é canalhice, fomento de mais miséria ainda. Pobres, remediados e ricos coexistem, são interdependentes; de uma relação harmônica entre eles, um produzindo, outro empregando, depende o progresso da sociedade, a riqueza da nação.

Ora, se abolirmos os patrões, restará ao Estado esse papel; teríamos que estatizar todos os meios de produção, e, nossa experiência mostra que, quanto mais Estado, mais corrupção. Estatais geralmente prestam serviço de péssima qualidade, uma vez que não é a produtividade que preserva seus empregos, mas, a estabilidade; quase nunca se fiscaliza nada; o resultado, serviços pífios, empobrecimento.

Então, o dia que “socialistas” começarem dividindo o seu, e forem, por razões de turismo, cultura, prioritariamente passear em países comunistas invés de tirarem selfies na Disney, ou morar em Paris, aí, começarei a respeitar suas ideias. Enquanto for apenas esse amontoado de hipocrisia, de teoria bonita e prática corrupta poupem meus ouvidos.

Aristóteles muito antes do comunismo existir, já o combatia, pois, dizia: “A pior forma de desigualdade é considerar iguais, aos que são diferentes.”

E Margareth Thatcher foi precisa ao diagnosticar o fim da coisa: “O problema do comunismo, - disse – é que um dia o dinheiro dos outros acaba.”

terça-feira, 26 de setembro de 2017

A Ingratidão dos Fracos

“O copeiro-mor, porém, não se lembrou de José, antes, se esqueceu dele.” Gên 40;23
Dois serviçais da Corte de Faraó que estiveram presos junto com José sonharam algo que o hebreu interpretou para ambos; depois, rogou ao de final feliz, que se lembrasse dele, uma vez saído da prisão, pois, José estava preso sem culpa.

Porém, livre e restituído ao seu posto, o copeiro real esqueceu por completo daquele que o ajudara em suas angústias. Pagou o bem com o mal; invés de reconhecimento, ingratidão.

Jesus ensinou que mais ama quem mais reconhece o valor do bem, recebido; sua gratidão o coloca sempre em “rota de colisão” com o perdão Divino. “Por isso te digo que seus muitos pecados lhe são perdoados, porque muito amou; mas, aquele a quem pouco é perdoado pouco ama.’ Luc 7;47 Isso sobre uma pecadora que lhe beijava os pés, enquanto seu anfitrião fariseu, sequer, o ósculo dera.

Noutra parte ensinou sobre a gratidão a Deus por termos sido perdoados, salvos, como elemento a nos constranger a perdoar aos que falham conosco também. “...Servo malvado, perdoei-te toda aquela dívida, porque me suplicaste. Não devias tu, igualmente, ter compaixão do teu companheiro, como tive misericórdia de ti? Indignado, o seu senhor o entregou aos atormentadores, até que pagasse tudo que devia. Assim vos fará, também, meu Pai celestial, se do coração não perdoardes, cada um a seu irmão, suas ofensas.” Mat 18;32 a 35

Sábios orientais ensinam que devemos escrever as ofensas recebidas na areia; os benefícios, na rocha. Contudo, muitas vezes fazemos o contrário. Ruminamos nossas mágoas indefinidamente, enquanto esquecemos nossos benfeitores. Ora, mágoa é um câncer que só faz mal a quem possui; muitas vezes o alvo de nosso ódio, sequer tem conhecimento dele.

Então, o perdão, além de desfazer uma das obras favoritas do Inimigo, o ódio, ainda propicia saúde ao seu agente. Como ele é um fruto da gratidão que devemos Ao Salvador, chegamos a uma conclusão necessária que a gratidão é medicinal às nossas almas.

Seu lado oposto, porém, esteriliza os corações que poderiam florir em gestos de bondade. “O coração ingrato assemelha-se ao deserto que sorve com avidez a água do céu e não produz coisa alguma.” Muslah-Al-Din Saadi

Usando essa mesma figura a Epístola aos Hebreus demandou melhores frutos daqueles que deveriam ser gratos ao Senhor pelo Inefável Resgate; “Porque a terra que embebe a chuva, que muitas vezes cai sobre ela, e produz erva proveitosa para aqueles por quem é lavrada, recebe a bênção de Deus; mas, se produz espinhos e abrolhos é reprovada, perto está da maldição; seu fim é ser queimada. Porém, de vós, ó amados, esperamos coisas melhores, coisas que acompanham a salvação...” Heb 6;7 a 9

Assim, um cristão ingrato é uma impossibilidade; como um quadrado redondo. A ingratidão é filha do egoísmo, de um que se ocupa de si mesmo acima de tudo; ora, a premissa inicial do cristianismo, é: “Negue a si mesmo”.

Pois, se, para efeito de ingresso as boas obras nada valem, é pela fé no Senhor que Redimiu, uma vez inseridos no Corpo de Cristo, eventual deserto de boas obras matará de sede a fé.

Por isso, na oração ensinada pelo Senhor, somos instados a pedir perdão a Ele, na mesma proporção que nos atrevemos a perdoar; “perdoa nossas faltas assim como perdoamos...”

A rigor, a gratidão é um “revide,” portanto, uma dívida; e somos chamados a amar, que é algo muito mais sublime que uma troca de afeições. 

Amar é correr riscos expor-se à ingratidão; dar-se sem esperar recompensas, senão, de Deus. “Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam; orai pelos que vos maltratam e vos perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus; porque faz que seu sol se levante sobre maus e bons, e a chuva desça sobre justos e injustos. Pois, se amardes os que vos amam, que galardão tereis? Não fazem os publicanos também o mesmo?” Mat 5;44 a 46

Deus avivou a memória do copeiro ingrato, no tempo oportuno; e, aquele que tinha sido uma decepção para José tornou-se instrumento nas mãos do Eterno, quando Ele quis exaltar Seu Servo. Então, deixemos nossas ingratidões sofridas nas mãos Dele; Seja caso de vingança com o injusto, ou, recompensa ao injustiçado, no Seu tempo, fará justiça, “O Juiz de toda Terra” como disse Abraão.

A vileza e a ingratidão estão sempre dispostas
A vitimarem as pessoas mais bondosas
Por isso é que ser bondoso neste mundo
Não é para os fracos, é para os fortes!”
Augusto Branco

E nós podemos sempre ser gratos, mesmo sofrendo ingratidões; pois, Cristo nos fortalece.

segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Cruzado de Direita

“Não fique em cima do muro nas questões Políticas. Vá para a Direita ou para a Esquerda. Defenda os ricos ou defenda os menos favorecidos.” Saulo Dias dos Santos

Essa loquacidade fácil e frívola, que não resiste a um embate intelectual contra dois neurônios tem sido a máxima usada pela esquerda.

Ou, sou um “coxinha”, defensor dos ricos, ou, um cara esclarecido, politizado alinhado aos pobres. Eles, claro, são libertários anti-imperialistas, progressistas.

Pois bem, estamos nos estertores do quarto mandato esquerdista, 16 anos seguidos; Temer que o conclui era vice deles; qual a situação dos mais pobres como resultado? 14 milhões de desempregados, energia e gasolina cada vez mais caras, inflação, Risco Brasil no teto, rombo impagável na previdência, BNDS, Caixa, Petrobrás, Fundos de Pensão... Melhorou??

Os banqueiros e empreiteiras foram reduzidos em seus lucros para melhor distribuição de renda? Não. Estão cada dia mais ricos. Então começo rejeitando-os, não por que sou contra os pobres, mas, porque detesto mentira, engano, empulhação.

Porém, o lado econômico empalidece se os olharmos pelo aspecto dos valores; aborto, descriminação das drogas, direitos humanos aos bandidos antes, que, às famílias de policiais, ideologia de gênero, achincalhe dos símbolos cristãos, promoção do homossexualismo como na famigerada exposição do Santander; aliás, não deveriam estar combatendo ao imperialismo econômico do quarto maior banco do mundo, invés de estar de mãos dadas? Esperar coerência deles é o mesmo que esperar um vampiro doar sangue.

Agora, Campinas aprovou o projeto “Escola Sem partido” a fúria da minoria esquerdista era quase incontrolável no ambiente legislativo. Palavras de ordem como “Nazista, Fascista, reacionários, alienados” empurrões e quase partindo para as vias de fato, porque, a vontade majoritária prevaleceu.

Essa é a “democracia” que eles conhecem. As pessoas “livres” para concordar com eles, senão, baixam o nível. Como na China, Cuba, Coréia do Norte, Venezuela; um partido só, e quem discordar tem o direito de ser assassinado. Aí, sou contra a esquerda porque sou a favor da liberdade de credo, consciência, escolha, sexual, sem nenhuma imposição de partido, nada tendo a ver com defender ricos, mas, defender valores.

Eles não sabem jogar o jogo político com as regras da democracia, alternância de poder. Ninguém, exceto eles sabe governar, ou, tem alguma contribuição a dar pelo país. As mesmas reformas, trabalhista e previdenciária defendidas quando eram governo, agora, dizem que são ilegítimas. Ora, podem ser discutidas, alteradas, emendadas, mas, são necessárias, sobretudo, pelos rombos que eles mesmos fizeram.

Escolas públicas são mantidas com nossos impostos, e, se a imensa maioria é pela liberdade de consciência, como pagaria ainda sabendo que elas, invés da salutar difusão de conhecimento estão sendo usadas para doutrinação ideológica, para formar zumbis partidários, não, cidadãos?

Sendo os liberais, ampla maioria, geram mais recursos; portanto, não teriam também direito de ensinar o anti comunismo nas escolas, uma vez que assim pensam, e estão pagando? Seria uma questão de justiça. Como ficariam as cabeças dos alunos?

Assim, não sou contra a esquerda por ser rico, nem amigo de ricos; mas, por prezar ainda os valores como, justiça, que eles desconhecem.

Mas, eles são contra o imperialismo, são libertários; é mesmo? Contra o imperialismo liberal; mas, o que era a extinta União Soviética senão, um império comunista? Qual o sonho do Foro de São Paulo, senão, comunizar todos os países da América Latina formando a sonhada “Pátria Grande” um império pra se opor aos Estados Unidos?

São anti-imperialistas se o império não for deles; seu alvo, poder; inclusão social é só uma música bonita para ninar incautos.

Sou contra a esquerda também, pois, pela deslavada hipocrisia, sem-vergonhice obscena que marca sua caminhada.

O liberalismo capitalista tem seus problemas, injustiças, corrupção, exploração... Mas, o empreendedorismo e a meritocracia vigente ensejam o enriquecimento das nações, que melhora a vida para ricos e pobres, vide, EUA, Canadá, Austrália, Alemanha, Suécia, Dinamarca, etc.

Tem qualidades como, alternância de poder, democracia verdadeira, liberdade de consciência, de crença, respeito ao direito de propriedade, Estado mínimo que por si só diminui a corrupção, valorização da polícia, etc.

São coisas basilares, não abdicamos delas para resolver os problemas, antes, na vigência desses valores e instituições que os males podem e deve ser combatidos.

Alguns mal informados chegam a fazer Cristo um comunista porque mandou termos cuidado dos pobres, socorrê-los. Mandou fazermos isso com nossos bens, não com alheios como o comunismo pretende.

Quem quiser fazer isso à vontade. Agora ficar à beira da piscina tomando uísque importado enquanto filosofa sobre dividir a renda alheia é coisa de canalhas.

São tão desapegados os “defensores dos pobres” mas, seus líderes enriquecem com a velocidade da luz; seus passos insistem em negar suas palavras; contudo, o alienado sou eu, claro!

A Rapidez Lenta

“...eu irei como guia pouco a pouco, conforme o passo do gado que vai adiante de mim...” Gên 33;14

O temido encontro de Jacó com Esaú, onde os desejos de vingança desse tinham arrefecido já; encarou seu irmão em paz e o convidou para que fosse com ele, ao que o pastor demonstrou cuidado em não forçar a marcha do rebanho, dizendo que seguiria no ritmo do gado.

Embora tivessem a mesma idade, eram gêmeos, não é difícil imaginar que havia acentuadas diferenças físicas entre o pastor, de lenta locomoção e um caçador e guerreiro como Esaú acostumado a mover-se com agilidade. Seria como comparar um atleta com um executivo; óbvio que suas marchas eram diferentes.

Esaú liderava quatrocentos guerreiros; Jacó, rebanhos, mulheres e crianças.

Essa diferença figura, de certa forma, as discrepâncias entre nossos anseios e a realidade. Os sonhos são atléticos, “marombados,” velozes como Esaú; porém, a realidade é soturna, monótona, anda no passo de um gado moroso como a marcha de Jacó.

Contudo, na jornada espiritual não conta pontos quem chega primeiro; antes, quem atinge o alvo no tempo de Deus.


Nossas almas, malgrado, a promessa de vida eterna atuam como se tivessem pouco tempo; o anseio por felicidade, broto de uma raiz emocional, suplanta, não raro, a submissão ao processo necessário para nosso aperfeiçoamento, a escolha racional.

Noutras palavras: Não queremos nos preparar para as bênçãos; ansiamos que elas estejam preparadas para nós.

Pedro ensina que, “O Senhor não retarda Sua Promessa, ainda que muitos a têm por tardia”; assim, o mesmo fenômeno é visto de modo diferente por perspectivas diferentes. Para os discípulos era urgente que O Senhor fosse em socorro a Lázaro que estava enfermo; para Ele faltavam quatro dias ainda. Ante a visão humana, se ele morresse já era; para O Salvador era desejável que assim fosse; queria revelar O Poder de Deus sobre a morte.

Então, quando O Santo nos nega o “lógico” não o faz por ter deixado de nos amar; tem coisas melhores reservadas, para se manifestarem no devido tempo. “Porque eu bem sei os pensamentos que tenho a vosso respeito, diz o Senhor; pensamentos de paz, não, de mal; para vos dar o fim que esperais. Então me invocareis, ireis, orareis a mim e vos ouvirei. Buscar-me-eis, e me achareis, quando me buscardes com todo vosso coração.” Jr 29;11 a 13

A coisa certa no tempo errado pode deixar de ser certa também. Imaginemos um remédio forte, tarja preta, que, deva ser tomado um comprimido por dia durante uma semana e o paciente resolva tomá-los todos de uma vez apressando o “tratamento”; o risco é morrer de overdose.

Assim, o Senhor me dar bens, antes de implantar em meu ser a devida têmpera para resistir aos riscos que o mau uso deles me traria; pode me fazer mais mal que bem, tal bênção. A Palavra é categórica: “A bênção do Senhor enriquece e não traz consigo dores.” Prov 10;22 “Por isso, o Senhor esperará, para ter misericórdia de vós; Ele se levantará para se compadecer de vós, porque o Senhor é um Deus de equidade; bem-aventurados todos os que nele esperam.” Is 30;18

Embora essas citações tenham lá seus liames contextuais, são nuances do trato de Deus com o homem; como Ele não muda, parece lícito e necessário relacionar isso a nós também.

Zacarias e Isabel, mesmo justos e honrados eram avançados em idade e sem filhos, coisa que na cultura hebraica era tido por opróbrio, vergonha, quando não, maldição. Entretanto, no tempo do Eterno lhes coube a honra de gerar o maior de todos os profetas, João Batista.

Quantas vezes seus corações frágeis como os nossos foram tentados a duvidar da Bondade Divina? Afinal, desejavam algo lícito, normal, um filho; contudo, seu desejo secava no deserto do tempo.

Porém, para O Senhor que tira água da rocha, fazer rios no deserto é coisa fácil. “Então os coxos saltarão como cervos, e a língua dos mudos cantará; porque águas arrebentarão no deserto e ribeiros no ermo. A terra seca se tornará em lagos, a terra sedenta em mananciais de águas; nas habitações em que jaziam os chacais haverá erva com canas e juncos.” Is 35;6 e 7

Então, invés de nossas orações serem meras reivindicações tentando abreviar o tempo de Deus, sejam, antes, pedidos de sabedoria para melhor haurirmos as lições que necessitamos nessa escola. Quanto mais rápido crescermos, mais nos aproximaremos dos bens que O Senhor reservou para nossos dias de adultos.

Um coração cordato, submisso, andando “no passo do gado” chega antes ao Objetivo Divino pra nós, a Estatura de Cristo, o “Manso e Humilde”. O Bom Pastor não busca por atletas, mas, ovelhas.