quarta-feira, 31 de julho de 2024

Maduro e a fraude


“As palavras dos ímpios são ciladas para derramar sangue, mas a boca dos retos os livrará.” Prov 12;6

Alguém disse com propriedade, que a hipocrisia é uma homenagem que o vício faz, à virtude. Toda a cilada carece de alguma aparência de normalidade; quiçá, uma “isca” que atraia a pretendida vítima.

Assim, as palavras dos ímpios precisam parecer retas, se, desejam que tenham eficácia na arte de enganar. O capeta não aparece com chifres, rabo e tridente; se disfarça em anjo de luz.

Os mais cretinos dos biltres, servos dele, no reino das palavras usam “falas virtuosas”, malgrado, no teatro das ações, incorram nos mais perversos dos vícios. Acaso o ditador fraudulento da vez, Nicolás Maduro, não fala em defender à democracia, os direitos do povo, a justiça e o escambau?

Todos os distúrbios que ocorrem pelos inconformados com a vergonhosa fraude, são por culpa de “la oposicóin”; ele quer a paz, tranquilidade. O canalha comete a maior das violências, surrupia a liberdade de escolha de milhões de pessoas; feito isso, recolhe as garras de Wolverine, e se faz de vítima, defensor da paz??

Ora, num ato falho ou, “sincericídio”, ele mesmo disse outro dia, que se não fosse vencedor nas eleições, haveria “um banho de sangre.”

Informado sobre os apontes das pesquisas, “fazia campanha” dando do que possui, ameaças; buscava votos via intimidação. Não funcionou. Aquele povo, sofrendo pela opressão e miséria do chavismo há mais de duas décadas, está cansado, para seguir tolerando mais do mesmo. Assim, por uma diferença avassaladora, escolheram ao candidato da oposição.

Em nenhuma arena, mais que, na política, as palavras bonitas são usadas para camuflagem de caracteres feios, atitudes indignas; gente sem valor, se traja com vestes furtadas da moralidade.

Tivemos coisas nebulosas nos Estados Unidos; muitos mortos inclusive “votaram” no Biden; a eleição foi burlada, pois, precisavam se livrar do “fascista” Trump. Ah, o outro lado da moeda; assim como palavras belas são usadas como verniz para que bosta pareça ouro, as feias são jogadas contra desafetos, mesmo sem menor nexo com a realidade; sem que a maioria, sequer saiba direito o que significam. Assim, quem o sistema teme é “nazista, fascista, homofóbico, racista...” etc.

Nossas “eleições” todos sabemos como foram; “Eleição não se ganha; se toma”, dissera o Ministro Barroso; tomaram. Os votos foram “contados” no escuro, por um sujeito que tem tanta confiabilidade, quanto, os cabelos da sua cabeça.

Até o Vaticano padeceu dessa “democracia”, onde fortes correntes “progressistas”, “renunciaram” ao Papa conservador, Bento XVI, para colocar o Chico comunista no lugar.

Homens se esforçam para dominar aos outros, usam meios espúrios, fraudes, porque não se atrevem a dominar a si mesmos. Segundo Salomão, isso não resulta em bênção. “Tudo isto vi quando apliquei meu coração a toda a obra que se faz debaixo do sol; tempo há em que um homem tem domínio sobre outro homem, para desgraça sua.” Ecl 8;9

Para Platão, o risco de os homens bons evitarem a política era serem governados pelos maus. Infelizmente, é o que mais acontece. Para Sócrates, os bons deveriam ser forçados a governar, mesmo contra suas vontades.

Todavia, quando surge um patriota, defensor de valores, mais que interesses, como foram Trump e Bolsonaro, esses albinos enlouquecem o sistema, acostumado com bichos de pelagens normais, os venais e corruptos, apenas. Presto dão um jeito “democrático” de fazer insidiosa campanha de difamação, pela mídia; não bastando essa, domesticam a “contagem” dos votos, injetam o “tranquilizante” da fraude, para que as presas da verdade, e as garras da vontade majoritária da fera, não lhes façam dano.

A maioria cola. Porém, quando é gritante e visível demais, como foi na Venezuela, para manter as aparências “democráticas" não reconhecem à fraude alheia, porque foi mal feita.

Infelizmente esses párias, como aquele que ascendeu ao poder Maduro, e hoje está podre, derramam sangue inocente, de gente que só quer liberdade de escolha; e essa, respeitada. 

Como na Olimpíada, atletas não podem fazer nenhuma manifestação de cunho religioso; mas a organização pode tripudiar da fé alheia. Exemplos da justiça dos homens, num mundo gerido pelo maligno.

Isaías viu uma situação mui semelhante à atual: “... o direito se tornou atrás, a justiça se pôs de longe; porque a verdade anda tropeçando pelas ruas; equidade não pode entrar. Sim, a verdade desfalece, quem se desvia do mal arrisca-se a ser despojado; O Senhor viu, e pareceu mal aos Seus olhos que não houvesse justiça.” Is 5;14 e 15

Quando esses tiranos assassinos discursam, em “defesa da justiça” pelo verniz aquele, acabam encontrando a condenação, que, no Juízo, ouvirão dos próprios lábios. “Porque por tuas palavras serás justificado, e por tuas palavras serás condenado.” Mat 12;37

terça-feira, 30 de julho de 2024

Os apóstatas


“Porque a terra que embebe a chuva, que muitas vezes cai sobre ela, e produz erva proveitosa para aqueles por quem é lavrada, recebe a bênção de Deus; mas a que produz espinhos e abrolhos, é reprovada, perto está da maldição; seu fim é ser queimada.” Heb 6;7 e 8

Pessoas que, tendo crido foram enriquecidas com dos espirituais, para o exercício do ministério; invés de frutificarem para O Senhor, caíram. “É impossível que os que já uma vez foram iluminados, provaram o dom celestial, se fizeram participantes do Espírito Santo, provaram a boa Palavra de Deus, as virtudes do século futuro e recaíram, sejam outra vez renovados para arrependimento; pois assim, quanto a eles, de novo crucificam o Filho de Deus, O expõem ao vitupério.” Vs 4 a 6

O texto não se refere a alguém que, tendo crido por um tempo, depois se desviou do caminho, como se, não tivesse mais perdão para o tal, em caso de arrependimento. Antes, aos que, depois de crer receberam uma porção especial de luz espiritual, “foram iluminados”, capacitados a dar frutos excelentes. Porém, em dado momento se desviaram do caminho; invés de produzir os frutos anelados pelo Senhor, deram espinhos.

Conhecemos muitos casos, infelizmente, de gente que recebeu dons preciosos, foi bênção combatendo pela verdade; decorrido algum tempo, mudou o rumo de tal maneira, que o ministério atual pode ser combatido, refutado, rebuscando as mensagens do mesmo ministro, em dias pretéritos. Os ensinos dele, de ontem, combatem os que esposa agora.

Clássico caso de uma árvore que um dia deu frutos, agora produz espinhos.

Seduções modernistas, como se A Palavra fosse biodegradável, as pressões mundanas de gente “boa” que não tolera à verdade como é, encontrando a fraqueza onde deveria estar a vigilância, vão ganhando terreno; o iluminado ministro, descuidado, cede terreno, e por não ser uma queda abrupta, mas, uma derrocada tênue, pouco a pouco, continua ministrando; não mais empunhando a Espada do Espírito, antes, torna-se um porta-voz dos sofismas da oposição.

Paulo fez uma pergunta que caberia a esses apóstatas também: “Corríeis bem; quem vos impediu, para que não obedeçais à verdade?” Gál 5;7

Eventualmente, deparo com vídeos de ministros com os quais aprendi, e constato entristecido, que hoje, talvez meus mestres careçam observar seus alunos; não ir além do que está escrito, nem acrescentar nada À Palavra de Deus. “Toda a Palavra de Deus é pura; escudo é para os que confiam Nele. Nada acrescentes às Suas palavras, para que não te repreenda e sejas achado mentiroso.” Prov 30;5 e 6

Esses “cresceram” tanto, que citações simplórias como essa, os faz rir; têm-na na ponta da língua, bem como, os sofismas com os quais as ressignificam, segundo “nova luz” que receberam.

Paulo advertiu: “Mas temo que, assim como a serpente enganou Eva com sua astúcia, assim também sejam de alguma sorte corrompidos vossos sentidos, e se apartem da simplicidade que há em Cristo.” II Cor 11;3

Uma coisa pode passar despercebida precisa ser dita. A “Monotonia” de Deus tem a ver com Sua Perfeição e Integridade; “Jesus Cristo É O Mesmo; ontem, hoje e eternamente.” Heb 13;8 “Porque Eu, O Senhor, não mudo; por isso vós, ó filhos de Jacó, não sois consumidos.” Ml 3;6 etc.

A sofreguidão demandando por novidades, modernismos, deriva do vazio espiritual, que, quanto mais movimentados forem os vasos, menos identificarão o lapso de Deus; por isso, o príncipe do mundo os faz correr após sombras.

Modernizantes aplaudem aos “homens à frente do seu tempo”, a higidez espiritual requer gente que, por ter recebido a vida eterna, não sofra pelos arroubos efêmeros, antes persevere fiel à Integridade Divina. “Assim diz o Senhor: Ponde-vos nos caminhos, e vede, perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho, e andai por ele; achareis descanso para vossas almas; mas eles dizem: Não andaremos.” Jr 6;16

Daniel anteviu a correria tecnológica; “... muitos correrão de uma parte para outra, e o conhecimento se multiplicará.” Dm 12;4 A inteligência artificial será o instrumento da dominação do Anticristo; “Foi-lhe concedido que desse espírito à imagem da besta, para que também a imagem da besta falasse, e fizesse que fossem mortos todos os que não adorassem a imagem da besta.” Apoc 13;15

Portanto, embora usamos melhoramentos que a ciência possibilita, nas questões espirituais, a excelência reside na fidelidade, não, na modernização.

Enfim, esses que tropeçam tendo perdido noção do certo e do errado, como se arrependeriam se, estão convencidos que o cristianismo precisa mudar, não eles? Os que foram combatentes contra o pecado, agora lutam contra igrejas. O objetivo contra o qual alguém luta, evidencia o quê, o incomoda; esse incômodo deixa ver a qual senhor eles servem.

segunda-feira, 29 de julho de 2024

O Pão dos Céus

 

“Cessou o Maná no dia seguinte, depois que comeram do fruto da terra, os filhos de Israel não tiveram mais maná; porém, no mesmo ano comeram dos frutos da terra de Canaã.” Js 5;12

O povo fora alimentado milagrosamente no deserto, durante 40 anos; Maná, nome que deram ao alimento que caía todas as noites para o sustento deles. Talvez, daí a inspiração do salmista; “O homem comeu o pão dos anjos; Ele lhes mandou comida a fartar.” Sal 78;25 Porém, uma vez ingressando em Canaã, aquela “fonte” secou.

Não havia mais necessidade de os Céus proverem, o que a própria terra podia produzir, o alimento. Então, “comeram do fruto da terra...”

Milagres se processam numa interferência sobrenatural na esfera natural, quanto ao “método”; quando à necessidade, geralmente atuam, onde seu resultado não pode ser obtido pelo caminho natural.

Jesus multiplicou pães e peixes; coisas que podem ser obtidas pelos meios naturais. Certo. Porém, no lugar e nas circunstâncias que fez, não. Apenas pelo milagre poderia alimentar a tantos, de modo imediato, em local desértico.

Fazer O Senhor, um transplante de órgãos, mudando o coração ímpio, pela persuasão do Seu Espírito e Palavra, transformando num coração piedoso, é o maior dos milagres. Pois, tende a natureza humana pervertida, após a queda, a enfrentar às coisas fora de si, e manter o apego doentio aos vícios que escolheu. Isso resulta em condenação, mesmo assim, acontece aos montes. “A condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas que a luz, porque suas obras eram más.” Jo 3;19

Conversão é milagre. Sem o bendito concurso do Espírito Santo, não vemos nem entramos nos lugares de salvação. “... Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o Reino de Deus... aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar...” Jo 3;3 e 5

Quem nivela as coisas espirituais, com as da alma, como escolhas políticas e esportivas não sabe o que está falando. Embora, pertencer a Cristo nos constranja a abraçar certos valores, que podem ser contemplados na esfera política também.

Que cada um pode escolher o que aprouver, é pacífico. Porém, as consequências são necessárias, não, arbitrárias como as escolhas. A Palavra de Deus é categórica: “... tudo o que o homem semear, isso ceifará. Porque o que semeia na sua carne, da carne ceifará a corrupção; mas o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará a vida eterna.” Gl 6;7 e 8

Embora as escolhas possam parecer diversas, a rigor, no que atina à essência, as opções são duais. Agiremos segundo a carne, ou segundo O Espírito, não obstantes os muitos desdobramentos possíveis.

Esperar obter pelos meios naturais, aquilo que é sobrenatural, é estúpido e contraproducente, como seria, esperar pelos frutos da terra, onde a aridez desértica não os permitia. Então, era o caso do Maná. Deixar de laborar quando em terra fértil, em demanda do pão, seria a sagração da omissão, esperando que os céus tragam o que nós podemos buscar.

Dependemos de um milagre para sermos salvos, recebermos o Pão dos Céus; “... Moisés não vos deu o pão do céu; mas Meu Pai vos dá o verdadeiro Pão do Céu. Porque o Pão de Deus é aquele que desce do Céu e dá vida ao mundo.” Jo 6;32 e 33

Nossa participação requer que não resistamos quando, nos sentirmos constrangidos pelo Espírito Santo, a rever nossos caminhos nos arrependermos deles, para, doravante aprendermos de Cristo. Sem essa participação, ficaremos alheios ao milagre. “Portanto, como diz o Espírito Santo: Se ouvirdes hoje a Sua voz, não endureçais vossos corações, como na provocação, no dia da tentação no deserto.” Heb 3;7 e 8

Espiritualmente, sem Cristo estamos no deserto. O Salvador, por Sua bondade faz cair perto de nós o Maná da Sua Palavra. Recolher a necessária porção e dela nos alimentarmos, é escolha de cada um.

Podemos nos ocultar nas carapaças do amor às trevas, rotuladas por uma religiosidade qualquer, como uma tartaruga ante o predador; ou, recebermos À Palavra do Senhor, atendendo ao Seu Chamado. “Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o Meu jugo, e aprendei de Mim, que sou manso e humilde de coração; encontrareis descanso para vossas almas.” Mat 11;28 e 29

O primeiro passo pra ser salvo é reconhecer que, sem Cristo estamos perdidos; o segundo, entender que Ele não é mero rótulo, antes uma pessoa laborando pela nossa transformação, segundo Sua Palavra. “... se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas passaram e tudo se fez novo.” II Cor 5;17

Vestes nupciais


“Como saiu do ventre de sua mãe, assim nu tornará, indo-se como veio; nada tomará do seu trabalho, que possa levar na sua mão.” Ecl 5;15

Ninguém levará bens materiais consigo ao partir. Embora não seja sepultado nu; na verdade muitos pobres recebem na morte, roupas que não podiam usar, enquanto vivos.

Como aquilo respeita ao corpo, permanece o fato de que a alma ingressa na eternidade, nua. Em geral, embora aconselhe a diligência das formigas quanto ao trabalho, para não sermos vitimados pela fome, A Palavra de Deus ensina a priorizarmos as coisas espirituais, dada sua relevância eterna.

Tendo O Senhor multiplicado o pão para muitos, uma multidão acercou-se Dele querendo mais, Ele advertiu: “Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela que permanece para a vida eterna, a qual o Filho do homem vos dará; porque a Este o Pai, Deus, O selou.” Jo 6;27

Com outras palavras ensinou a prioridade que nos convém: “Buscai primeiro o Reino de Deus, e sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.” Mat 6;33 antes dissera: “Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e ferrugem tudo consomem; onde os ladrões minam e roubam; mas ajuntai tesouros no céu, onde nem traça nem ferrugem consomem; onde os ladrões não minam nem roubam.” Mat 6;19 e 20

É lugar comum, que os valores estão invertidos. Porém, muitos incorrem nesse erro sem perceber. Não raro, nos incomodamos com a inversão de valores, imediata, nas coisas atinentes a essa vida; “Ai dos que ao mal chamam bem, e ao bem, mal; que fazem das trevas luz, da luz, trevas; fazem do amargo doce, e do doce, amargo!” Is 5;20

Porém, quando priorizamos às coisas materiais, em prejuízo das espirituais, também estamos agindo na contramão do que professamos. Paulo advertiu: “Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens.” I Cor 15;19 uma vez que, devemos desapegar das riquezas, e suportar as aflições necessárias, visando o porvir.

Escrevendo a Timóteo, exortou-o, para que se aplicasse à devida “malhação” esperando o devir; “... exercita a ti mesmo em piedade; porque o exercício corporal para pouco aproveita, mas a piedade para tudo é proveitosa, tendo a promessa da vida presente e da que há de vir.” I Tim 4;7 e 8

Vamos ingressar à eternidade, “nus”, referente aos bens materiais. Mas podemos adquirir um tesouro lá, não, das riquezas possíveis até aos ímpios.

O que sabemos do futuro, deveria influir no nosso presente, se, levamos isso a sério.
A José, interpretando um sonho do Faraó foram mostrados os próximos catorze anos. Sete de fartura, outros sete de fome. Agiu à luz do que vira. Aconselhou que se fizessem grandes depósitos nos dias de bonança, para suprimento nos dias de carência. O que, uma vez feito, preservou-lhes a vida.

Sabendo que o fogo da Ira Divina se voltará contra todas as obras da impiedade, Pedro argumentou: “Havendo, pois, de perecer todas estas coisas, que pessoas vos convém ser em santo trato, e piedade, aguardando, e apressando-vos para a vinda do dia de Deus, em que os céus, em fogo se desfarão, elementos ardendo, se fundirão?” II Ped 3;11 e 12

O apóstolo mesclou a resposta junto com sua pergunta. Devemos ter sentido de urgência espiritual, vivendo em santo trato e piedade, para sermos livres do fogo ardente que virá.

Mediante Isaías, O Eterno dissera: “Por que gastais o dinheiro naquilo que não é pão? O produto do vosso trabalho naquilo que não pode satisfazer? Ouvi-me atentamente, e comei o que é bom, vossa alma se deleite com a gordura.” Is 55;2

Certa ambição por melhorar de vida é saudável, e todos a temos. O problema é o amor ao dinheiro, o trato idólatra do metal, quando, invés de um meio, para muitos, se torna um fim. Nesse caso, a pessoa o coloca no lugar de Cristo, excluindo da sua vida ao Salvador. “Nenhum servo pode servir dois senhores; porque, ou há de odiar um e amar o outro; há de chegar a um e desprezar o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom.” Luc 16;13

Enfim, se no prisma material iremos todos nus ao porvir, no espiritual somos desafiados a usar vestes nobres; “Porque todos quantos fostes batizados em Cristo já vos revestistes de Cristo.” Gál 3;27

Em Apocalipse encontramos os salvos em vestes de gala; “Foi-lhe dado (à igreja) que se vestisse de linho fino, puro e resplandecente; porque o linho fino são as justiças dos santos.” Apoc 19;8

Dessas vestes, pois, devemos ser zelosos. “Em todo o tempo sejam alvas as tuas roupas, e nunca falte o óleo sobre a tua cabeça.” Ecl 9;8

domingo, 28 de julho de 2024

A glória do servo


“Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a Palavra da verdade.” II Tim 2;15

Timóteo deveria investir tempo e estudos na preparação, de modo tal, a ser aprovado pelo próprio Senhor.

Nada mais coerente. De alguém que se dedica a determinado labor, o que se espera é que entenda daquilo, domine o trabalho que escolheu. Igualmente o obreiro; também é um trabalho; e não respeita a ganhar o pão, estritamente; antes, a ser um representante de Cristo, na busca por almas para a salvação. Por isso, precisa passar pelo “RH” celeste. “Porque não é aprovado quem a si mesmo louva, mas aquele a quem O Senhor louva.” II Cor 10;18

Suponhamos que eu me atreva a posar de eletricista; que ligue determinada carga num fio inadequado para a mesma. Meu erro faria dano a uma casa; mas, poderia ser reparado com ajuda de um especialista.

Porém, se ousasse nas coisas que respeitam à vida espiritual, à salvação, sem o devido conhecimento; almas que recebessem meus “cuidados” poderiam partir fiados apenas neles, que não estavam de acordo com a Doutrina de Cristo. Como se consertaria isso, uma vez que as vidas “tratadas” pelos meus métodos já partiram? Por isso, a seriedade maior, no trato das coisas espirituais, em relação às ordinárias.

Entretanto, quanto mais séria a ocupação, desgraçadamente, parece que menos preparados estão os que se atrevem a elas. Aprender alguns cacoetes e assumir grandes responsabilidades nessa área é temerário.

A facilidade de acesso, sempre esteve atrelada aos caminhos falsos. “... Qualquer que vem consagrar-se com um novilho e sete carneiros logo se faz sacerdote daqueles que não são deuses.” II Cron 13;9

Qualquer um, estúpido e ousado o bastante para profanar ao Santo Nome de Deus, circula por todos os lugares, entregando as coisas que, supostamente, “Deus lhes mostra”. Sempre auspiciosas promessas, portentosos ministérios, e graciosas portas abertas, para pessoas que ainda carecem desesperadamente de correção, para aprender viver em santificação.

Eventualmente, um fato grave está prestes a acontecer nos ministérios que incensam a esses “profetas”; quando acontece, pega todos de surpresa. O que diz A Palavra? “Certamente O Senhor Deus não fará coisa alguma, sem ter revelado Seu segredo aos Seus servos, os profetas.” Am 3;7

Por que não foram usados para prevenir antes que tal estrago acontecesse? Porque não são profetas. Seus olhos cobiçosos são embaçados pela película dos interesses rasos, e ineptos para ver na dimensão espiritual. Deus não Se revela a farsantes; “O segredo do Senhor é com aqueles que O temem; Ele lhes mostrará Sua Aliança.” Sal 25;14

Se, o preparo, a edificação se mostram indispensáveis aos obreiros, mesmo para perseverarmos na fé, sem sermos vítimas desses salafrários espirituais, carecemos aprendizado também.

Depois de arrolar os meios usados pelo Senhor, Apóstolos, Profetas, evangelistas, pastores e doutores, Paulo colocou o “teto” ao crescimento que devemos buscar; devemos crescer, “Até que todos cheguemos à unidade da fé, ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da Estatura Completa de Cristo.” Ef 4;13

Também expôs o objetivo: “Para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em redor por todo vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente.” V 14

O Eterno chamou “coisas loucas”, é certo, mas chamou-as para que abraçassem à vida, com as condições que foram propostas; “E a vida eterna é esta: que conheçam, a Ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a Quem enviaste.” Jo 17;3

Logo, conhecimento na esfera espiritual é indispensável, aos obreiros, para que façam de modo probo, à Obra do Senhor; e necessário a todos os cristãos, para que não sejam desviados da sã Doutrina, pela astúcia dos fraudulentos infiltrados.

Desde dias antigos, esses servos do maligno semeiam a cizânia no seio do povo de Deus. “Porque se introduziram alguns, que já antes estavam escritos para este mesmo juízo, homens ímpios, que convertem em dissolução a graça de Deus, negam a Deus, Único Dominador e Senhor nosso, Jesus Cristo.” Jd v;4

Enfim, se seu “cristianismo” respeita a decorar alguns chavões, e pedir orações a alguém mais preparado, quando numa situação difícil, você não é cristão.

A glória de um servo não é usar rótulos portentosos; antes, ter uma relação íntima com O Senhor, conhecendo-o, e aos valores que Ele aprova. “Não se glorie o sábio na sua sabedoria, nem o forte na sua força; não se glorie o rico nas suas riquezas, mas quem se gloriar, glorie-se nisto: em Me entender e conhecer, que Sou O Senhor, que faço beneficência, juízo e justiça na terra; porque destas coisas Me agrado, diz O Senhor.” Jr 9;23 e 24

sábado, 27 de julho de 2024

Os jogos LGBTs


“Como quereis que os homens vos façam, da mesma maneira lhes fazei, também.” Luc 6;31

A isonomia, a igualdade, tão cantada em prosa e verso, e espezinhada ao sabor das conveniências, por gente sem honra.

Não que haja uma igualdade absoluta, onde, pessoas careçam abandonar o que são, apenas visando encaixar em determinado molde, a pretexto de alcançá-la.

Aristóteles se impõe: “A pior forma de desigualdade – disse – é considerar iguais, aos que são diferentes.”

A igualdade saudável atina aos direitos e deveres da cidadania, sem mensurar o que cada um é, ou representa para a sociedade na qual está inserido.

O professor, o comerciante, o lixeiro, o construtor, todos são iguais no que tange à cidadania; porém, socialmente, cada um desempenha seu distinto papel.

Ontem por ocasião da cerimônia de abertura dos jogos olímpicos em Paris, o lema da revolução francesa, “Liberdade Igualdade e Fraternidade” foi posto.

Porém, tivemos que lidar com as conveniências cínicas, dos que enfatizam e defendem algo, quando tal defesa lhes interessa, e presto mudam de lado, se, o interesse muda.

A fraternidade pode ser entendida em dois aspectos. O espiritual e o humano. No caso espiritual, apenas os que professam crer na mesma doutrina se entendem irmãos espirituais. No caso da fraternidade humana, basta respeitar as diferenças do semelhante, em seus credos, valores, regras comuns de convívio, e ela se estabelecerá.

Os jogos olímpicos visam isso; integração, interatividade, malgrado as diferenças, congregando povos de distintas culturas numa competição com regras iguais.

A cerimônia de abertura deveria ser um “Bem-vindo” a todos os povos, sem nenhum tipo de suscetibilidades à prova, mas, não foi assim. A lacração do chamado movimento “Woke”, que a pretexto de diversidade e inclusão se dá ao direito de espezinhar aos diferentes, deixou evidente que a fraternidade não compareceu ao evento.

Muito menos, a igualdade. Um surfista brasileiro que pintou suas pranchas com imagens do “Cristo Redentor” foi proibido pelo Comitê Olímpico, de manifestar essa “Intolerância religiosa”; teve que repintar seu material, para poder competir. 

No entanto, os “fraternos” organizadores, blasfemaram do quadro da “Santa Ceia” um símbolo que muitos cristãos veneram. Fizeram uma encenação ridícula, com travestis e drag queens, uma criança até, em crasso desrespeito. Aí, invés de intolerância blasfema, tratava-se de “liberdade de expressão, diversidade.”

Assim, um cristão não pode manifestar sua fé, pintando um símbolo em seu material esportivo; mas, eles os anticristãos, podem ridicularizar da fé alheia, em nome da “liberdade”.

Pois, também a liberdade acabou nos esgotos de Paris. O que deveria ser uma festa esportiva multicultural, ostentando nuances de 206 nações, foi reduzida a uma pífia lacração LGBT, esses que criticam a tudo e a todos, mas, não aceitam ser criticados.

Uma das características dos homens dos últimos dias, segundo Paulo, seriam os hipócritas, farsantes; atuariam, “Tendo aparência de piedade, mas negando sua eficácia.” II Tim 3;5

Esses, fizeram lema dos três valores; “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”, sem respeitar a nenhum.

Nós respeitamos isso, sem tocar trombeta. Pregamos o Evangelho, sem forçar ninguém a crer; o fazemos a toda criatura; nenhum ser, por errado que esteja, deixa de ser alvo do amor de Cristo que chama para redimir.

Quanto à fraternidade, não somos tão “inclusivos” uma vez que A Palavra só considera filhos de Deus, os que nascem de novo em Cristo. Os demais são criaturas de Deus. Assumimos essa distinção bem da verdade. Isso não nos faz melhores, nem constrange a desprezar ninguém.

Como fomos alvos da graça redentora, desejamos que todos sejam.

Não se trata de liberdade se ser gays; isso todos têm. Usam, os ativistas dentro disso, como uma força política para atacar ao cristianismo que odeiam. Por que não fazem isso contra os Islâmicos, que em muitos lugares matam aos gays? Porque a resposta desses não seria tolerante como a nossa; vide, o que os radicais islâmicos fizeram contra o jornal Charlie Hebdo, há algum tempo.

O mundo é essa bosta mesmo, sob o domínio do falso deus que o rege; o ódio dele contra nós, embora incomode, é um recibo assinado, em duas vias, de que não pertencemos a ele. O Salvador disse que seria assim. “Dei-lhes Tua Palavra, e o mundo os odiou, porque não são do mundo, assim como Eu não sou do mundo.” Jo 17;14

Pouco me interessam os jogos LGBTs em curso. Todas as medalhas do mundo não valem um dia com Cristo; e nos está proposta uma vida.

Quem precisa alugar rótulos bonitos para defesa das suas práticas, de modo oblíquo já as reconhece como feias. Não precisamos nada além dos fatos; bem sabemos onde terminam as lacrações da mentira. “Porque nada podemos contra a verdade, senão, pela verdade.” II Cor 13;8

O Espírito Olímpico


“Por que se amotinam os gentios, os povos imaginam coisas vãs? Os reis da terra se levantam, governos consultam juntamente contra O Senhor e contra Seu Ungido, dizendo: Rompamos Suas ataduras, sacudamos de nós Suas cordas.” Sal 2;1 a 3

Alguns analisam à festa de abertura dos jogos olímpicos, em busca de mensagens subliminares de orientação maligna.

Ora, aquela festa celebra à sagração do motim, da ruptura da humanidade com O Criador.

A tão celebrada “Chama Olímpica” que traria seu espírito para “abençoar” os jogos, deriva da versão mitológica da queda do homem. O fogo que “Prometeu” teria furtado aos deuses e dado aos humanos; uma paráfrase relendo a tentação do Éden, onde a serpente prometeu divindade se o homem agisse em autonomia ao Criador, embora, o resultado fosse a morte.

A Grécia, onde tudo começou recebe a honraria de ser a primeira delegação a desfilar. Os Helenos foram o berço da filosofia, meio pelo qual, o homem entenderia e explicaria o mundo por si mesmo. Malgrado, os esforços de tantos, nunca foi a lugar nenhum.

O Conhecimento na esfera espiritual depende de revelação, não de reflexão. “... ninguém conhece o Filho, senão Pai; e ninguém conhece O Pai, senão O Filho, e aquele a quem O Filho O quiser revelar.” Mat 11;27

Foi aos filósofos, os Estoicos, adeptos do ascetismo, e Epicureus, cultores do prazer, que Paulo disse, em plena Colina de Marte: “Mas Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância, anuncia agora a todos os homens, em todo o lugar, que se arrependam.” Atos 17;30

A ignorância em apreço era a tentativa de se honrar ao Eterno, cultuando imagens. Mesmo os filósofos faziam aquilo. Não importa quão desenvolvidos sejamos os intelectos; para as coisas espirituais, carecemos beber de Cristo, não, da filosofia. “Mas aquele que beber da água que Eu lhe der nunca terá sede, porque a água que Eu lhe der se fará nele uma fonte que salte para a vida eterna.” Jo 4;14

Então, as Olimpíadas, no aspecto espiritual, são uma celebração das crenças mitológicas forjadas na Grécia, com seus muitos deuses imortais, titãs, eivados de vícios, como ciúme, violências, mentiras, desejos carnais, bem aos moldes pecaminosos, humanos.

A ideia de um Deus que se deixasse sacrificar por amor aos humanos para salvá-los, não descia aos paladares filosóficos deles. Paulo pontuou: “Porque a palavra da cruz é loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos, é o poder de Deus... Cristo crucificado é escândalo para os judeus, loucura para os gregos.” I Cor 1;18 e 23

Para humilhação dos supostos sábios, Paulo ironizou; “Porque a loucura de Deus é mais sábia do que os homens; a fraqueza de Deus é mais forte do que os homens.” Vs 25

No prisma esportivo, a Olimpíada é mera disputa humanista; no espiritual, tem as espúrias origens que vimos. Certo narrador que transmitia a abertura dos jogos disse: “Aqui está o que a humanidade tem de melhor.” Na arte de competir, uns contra os outros, certamente.

Porém, Cristo nos chama a “competirmos” conosco mesmos, resistindo às últimas consequências, a ideia de pecar; “Ainda não resististes até ao sangue, combatendo contra o pecado.” Heb 12;4

Não vem buscar aos melhores; chama aos ruins, desafia a que se arrependam e mudem de vida segundo Seus Ensinos. Aos que assim fazem, em Sua Vinda, dará mais que uma medalha de ouro, uma coroa. “Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; não somente a mim, mas a todos os que amarem Sua vinda.” II Tim 4;8

A Palavra de Deus, nada tem contra esportes, exercícios físicos; porém, aos que se deixam guiar por ela, enfatiza a excelência dos exercícios espirituais, pelo alcance que têm; “... exercita a ti mesmo em piedade; porque o exercício corporal para pouco aproveita, mas a piedade para tudo é proveitosa, tendo a promessa da vida presente e da que há de vir.” I Tim 4;7 e 8

Carecemos a maturidade que a Palavra Viva dá, para entendermos a futilidade das honras efêmeras, ante às eternas. “O mantimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm os sentidos exercitados para discernir tanto o bem quanto o mal.” Heb 5;14

Enfim, não há mensagens subliminares nos jogos olímpicos. São a celebração do motim contra “O Piloto” do planeta e Suas Leis.

Vimos a maior parte do percurso da chama que simboliza o Espírito Olímpico feito por alguém usando máscara. Aquele que está arrastando a humanidade à perdição, se pretende benfeitor; usa máscaras como “integração, inclusão, diversidade...” com as quais mantém viva a chama da rebeldia dos amotinados.

sexta-feira, 26 de julho de 2024

Verdes pastos


“Para que, no tempo que vos resta na carne, não vivais mais segundo as concupiscências dos homens, mas segundo a vontade de Deus.” I Ped 4;2

Nascermos de novo em Cristo, significa que, a vida espiritual perdida foi regenerada em nós que cremos. Entretanto, a natureza carnal inda pulsa, desejando as mesmas coisas que ansiava antes.

Tolher desejos adversos a Deus e Sua vontade, é o papel da obediência, a cruz que devemos tomar diuturnamente. Essas inclinações perversas não mudam; a carne segue sua rebeldia natural, embora, em espírito possamos agora, em Cristo, escolher novos rumos. “Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem pode ser.” Rom 8;7

A conversão implica levarmos a vontade Divina às últimas consequências; no caso de Cristo, foi a cruz. No nosso, devemos, como Ele, deixar nossas vontades naturais, de lado. Pois, mesmo vivendo ainda, para efeitos das más inclinações é como se tivéssemos morrido. “Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na Sua morte?” Rom 6;3

“Morrer” Nele é indispensável, para que sejamos capacitados ao novo viver. “De sorte que fomos sepultados com Ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos em novidade de vida.” Rom 6;4

Sabedor das más inclinações carnais, aos que creem Nele, O Senhor “turbina” para que possam agir de um modo diferente. “Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no Seu Nome;” Jo 1;12

O risco de cairmos, espreita, porque a natureza carnal inda palpita. Seria estúpido presumir que, porque recebemos vida espiritual, estaríamos vacinados contra todos os desejos impuros. A vida espiritual “apenas” colocou em nós um poder que a natureza não tinha, de escolher agir segundo Deus. Concorre O Bendito Espírito Santo, tentando nos persuadir às melhores escolhas.

Quando formos glorificados, estaremos livres desse aguilhão dos desejos carnais. “Assim também a ressurreição dentre os mortos. Semeia-se o corpo em corrupção; ressuscitará em incorrupção. Semeia-se em ignomínia, ressuscitará em glória. Semeia-se em fraqueza, ressuscitará com vigor.” I Cor 15;42 e 43

O arbítrio humano oscila entre as demandas naturais, perversas, e as diretrizes do Espírito. Escolhas numa ou noutra direção, terão consequências. “... Andai em Espírito, e não cumprireis a concupiscência da carne.” Gl 5;16 Aconselhou Paulo. Pois, “O que semeia na sua carne, da carne ceifará a corrupção; mas o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará a vida eterna.” Gl 6;8

Assim, o arbítrio humano não é tão livre como poderia insinuar a expressão, “livre arbítrio.” É livre no sentido que a escolha é estritamente dele; não foi delegada a terceiros. Porém, só há duas possibilidades de escolha, ambas, servis. Escolhemos segundo a carne do pecado, que age em consórcio com Satanás, e nos fazemos servos dele; ou, segundo o espírito, iluminado e capacitado pelo Espírito Santo, preservando a condição de servos de Deus.

Independente de nossas presunções, profissões de fé, escolhas ideológicas, filosóficas, a diretriz que obedecermos identificará a quem pertencemos. “Não sabeis vós que a quem vos apresentardes por servos para lhe obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis, ou do pecado para a morte, ou da obediência para a justiça?” Rom 6;16

Quanto mais espiritual alguém for, tanto mais, tende a ser rejeitado, nos lugares acostumados à dieta carnívora. Os verdes pastos e as águas tranquilas não apetecem aos que não são ovelhas. Esses ambientes são redis de falsos profetas, pastores mercenários.

Muitos confundem movimento com direção Divina, e barulho, com unção. Se uma diligência passar pela pradaria, poeira subirá, gafanhotos, lagartos, cobras se moverão. Assim um “profeta” que dá uns gritos revela isso, aquilo, em ambientes incautos, faz grande movimento; que proveito traz?

Às vezes, a Voz Divina não está nesse espetaculoso espalhafato, como aprendeu Elias. “um grande e forte vento que fendia os montes e quebrava as penhas diante do Senhor; porém o Senhor não estava no vento; depois do vento um terremoto; também o Senhor não estava no terremoto; depois do terremoto um fogo; porém também o Senhor não estava no fogo; depois do fogo, uma voz mansa e delicada.” I Rs 19;11 e 12

Aquele que peleja contra as inclinações más que identifica na própria carne, e em Cristo as vence, é feito apto a ajudar outros sem carecer teatralidade. Por isso, Paulo desejou que exercessem autoridade espiritual, apenas os que se exercitassem na obediência, disciplina, primeiro; “Estando prontos para vingar toda a desobediência, quando for cumprida, vossa obediência.” II Cor 10;6

Logo, o tempo que nos resta na carne, devemos viver sob o governo do Espírito.

quinta-feira, 25 de julho de 2024

Esse perdedor, o amor


“Aprenda a dar valor às pessoas certas, cuide de quem cuida de você.”

Dentre as muitas frases que cruzam na minha janela, deparei com esta. Não entro no mérito, nas razões de quem aconselha assim; é direito dele (a) pensar e se expressar como aprouver.

O problema é que, em geral, conselhos assim vertem de “cristãos”; nesse caso, uma análise dos ensinos de Cristo, para ver se há harmonia, é necessária.

A perspectiva de um relacionamento baseado no mérito, “sou bom para quem é bom comigo”; mercantil, só faço boas coisas para quem retribui, não combina com a Doutrina do Salvador. Pois, essa, se baseia no amor, que é um “perdedor contumaz” porque se dá, mesmo a quem não merece. “O amor é sofredor, benigno; não é invejoso; não trata com leviandade, não se ensoberbece. Não se porta com indecência, não busca seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; não folga com a injustiça, mas com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.” I Cor 13;4 a 7

Imaginemos que, Deus, O Criador, agisse assim; sendo bom apenas, para quem fosse bom para com Ele; Sua bondade perderia a razão de ser. “Desviaram-se todos, juntamente se fizeram imundos: não há quem faça o bem, não há sequer um.” Sal 14;3

Bondade não é moeda de troca; antes, atributo do amor, que, apenas sendo o que é, pode constranger quem é diferente e fazer esse repensar. Paulo ensina: “Portanto, se teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas de fogo sobre sua cabeça. Não te deixes vencer pelo mal, mas vence o mal com o bem.” Rom 12;20 e 21

O Salvador ensinou coisas semelhantes, uma vez que o “comércio de bondades” até os maus fazem. “... Amai vossos inimigos, bendizei aos que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam; orai pelos que vos maltratam e perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus; porque faz que Seu sol se levante sobre maus e bons, e a chuva desça sobre justos e injustos. Pois, se amardes os que vos amam, que galardão tereis? Não fazem os publicanos o mesmo? Se saudardes unicamente os vossos irmãos, que fazeis de mais? Não fazem os publicanos também assim? Sede vós pois, perfeitos, como É Perfeito o vosso Pai que está nos Céus.” Mat 5;44 a 48

Antes, dissera: “Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no Reino dos Céus.” Mat 5;20

O amor não é um investimento, em busca de resultados; antes, é o resultado de nossa submissão a Cristo, que nos ensina a “perdermos” como Ele, para que, quiçá, constrangidos pela bendita presença, as pessoas alvo, possam ganhar.

O verbo que melhor expressa o amor é dar; não, receber, como vulgarmente se deseja; vejamos: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira, que ‘deu’ Seu Filho Unigênito, para que todo aquele que Nele crê não pereça, mas tenha vida eterna.” Jo 3;16 “Ninguém tem maior amor do que este; ‘dar’ sua vida pelos seus amigos.” Jo 15;13

Bondade se aprende. Todos os ensinos e exemplos bíblicos visam que aprendamos isso, para que nossa vida, enfim, deixe de ser vã e comece a fazer sentido. “Sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que por tradição recebestes dos vossos pais.” I Ped 1;18

Assim, todas as pessoas, por más que sejam, são as pessoas certas para que sejamos bons com elas; pois, nossa bondade é um atributo de Cristo em nós, não, uma medalha para condecorar eventuais “méritos” delas.

Não significa que seja uma virtude fácil de desenvolver, de praticar. Só um hipócrita pretenderia defender isso. Em geral, os maus nos desafiam, exasperam; nem sempre conseguimos tratá-los com bondade. Porém, meu alvo não é posar de bom; antes, reverberar com honestidade, o que Cristo ensinou.

O que é o perdão, cerne da Doutrina do Salvador, senão, agirmos em bondade para com quem, eventualmente, foi mau para conosco?

Enfim, as razões para amar devem ser encontradas em nossas próprias almas, a despeito dos méritos dos que nos rodeiam. Quando o mérito entra em cena, quem atua é a justiça, não, o amor. O Eterno atribui aos arrependidos, os Méritos de Cristo para salvá-los, mesmo eles não merecendo; a Divina Razão, é o amor.

Se Cristo está em nós, isso fará uma diferença notória, pois, “... não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte;” Mat 5;14 Embora, deseje também ser correspondido, antes, o amor carece se fazer conhecido.

quarta-feira, 24 de julho de 2024

O saber atrapalha?


“Sem parábolas nunca lhes falava; porém, tudo declarava em particular aos Seus discípulos.” Mc 4;34

Por que O Senhor apresentava Sua Doutrina, sob a “película” das parábolas? Diria alguém, que as parábolas servem para facilitar o entendimento; O Mestre usava-as, para esse fim. Há um quê de verdade nisso, mas, não explica devidamente.

Com o avanço civilizatório, meios requintados ao alcance de todos os que desejarem conhecimento, o apreço muda. Naqueles dias, de cultura pouco desenvolvida entre o povo comum, as parábolas “escureciam” o entendimento; tanto é assim, que depois de contá-las em público, carecia, O Salvador, explicá-las em particular aos discípulos.

Esses, malgrado a ignorância, criam no Senhor, na Sua Pessoa; achavam-no, digno de confiança, de tal modo, que mesmo não compreendendo o que Ele dizia, entendiam que Ele era verdadeiro, confiável.

Primeiro a fé, depois o entendimento. A Ordem que O Próprio Senhor estabeleceu. “Visto como na sabedoria de Deus o mundo não O conheceu pela Sua Sabedoria, aprouve a Ele salvar os crentes pela loucura da pregação.” I Cor 1;21

Mera adesão intelectual, sem honrar ao Senhor, demonstrando fé, não interessa ao Salvador. Por isso, “dificulta” ao intelecto, para ser, primeiro, recebido pelo coração. “A vós é dado saber os mistérios do Reino de Deus, mas aos que estão de fora todas estas coisas se dizem por parábolas, para que, vendo, vejam, e não percebam; ouvindo, ouçam, e não entendam; para que não se convertam, e lhes sejam perdoados os pecados.” Mc 4;11 e 12

Quer dizer que existe uns que Deus não quer perdoar e salvar? Não. Existe um método que escolheu para salvar e por esse, a fé, busca a todos. “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, (nem do intelecto) para que ninguém se glorie;” Ef 2;8 e 9

Assim, “as coisas loucas” em sua simplicidade levam vantagem às sábias. “Porque, vede, irmãos, vossa vocação, que não são muitos os sábios segundo a carne, nem muitos poderosos, ou, nobres que são chamados. Mas Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir às fortes; escolheu as coisas vis deste mundo, as desprezíveis, as que não são para aniquilar as que são;” I Cor 1;26 a 28

Não significa que, os de intelecto privilegiado estejam fora do Divino propósito. Basta que desçam do pedestal de pretensão, e abracem à loucura de crer entre os humildes; serão festivamente aceitos como os demais o foram. “Porque Cristo enviou-me, não para batizar, mas para evangelizar; não em sabedoria de palavras, para que a cruz de Cristo se não faça vã. Porque a palavra da cruz é loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos, é o Poder de Deus. Porque está escrito: Destruirei a sabedoria dos sábios, aniquilarei a inteligência dos inteligentes.” I Cor 17 a 19

Não se conclua, contudo, que O Criador É refratário ao conhecimento. Nos capacitou para esse e deseja que o adquiramos. Apenas, condicionou-o, a estar sob a cruz, vista como é; O Poder de Deus para salvar, não como loucura pela “resistência filosófica” à violência, dos que não se importam de fazer violência à verdade.

Há duas nuances distintas de saber; uma, segundo o mundo que se opõe ao Eterno; outra, que mesmo sem muitas letras, enxerga as veredas da vida e abraça-as. “... falamos Sabedoria de Deus, oculta em mistério, a qual Deus ordenou antes dos séculos para nossa glória; a qual nenhum dos príncipes deste mundo conheceu; porque, se conhecessem, nunca crucificariam ao Senhor da Glória.” I Cor 2;7 e 8

Os simplórios seguiam ao Salvador, mesmo sem entender cabalmente Seus ensinos; mas, inquirindo-o Ele explicava em particular. Igualmente, devemos desejar e buscar entendimento das coisas que Deus preparou para nós. Não por um diploma, um título, algo fútil a ser emoldurado numa parede; antes, porque nossa vida espiritual depende disso. “A vida eterna é esta: que conheçam, a Ti só, por Único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste.” Jo 17;3

O perigo de alguém se tornar intelectualmente brilhante, sem o concurso de uma fé sadia, é afogar-se na própria suficiência, como Narciso fascinado com seu reflexo.

O Mais sábio de todos os homens foi Salomão. Entretanto, cometeu uma série de erros, que um cristão mediano não cometeria. Ele versou sobre a futilidade do saber, divorciado de Deus. “Porque na muita sabedoria há muito enfado; o que aumenta em conhecimento, aumenta em dor.” Ecl 1;18

Busquemos conhecimento; mas, do tipo que alimenta nossas almas. “Por que gastais o dinheiro naquilo que não é pão...” Is 55;2

terça-feira, 23 de julho de 2024

O ouro e as riquezas


“Como se escureceu o ouro! Como se mudou o ouro puro e bom! Como estão espalhadas as pedras do santuário sobre cada rua!” Lam 4;1

Seria o ouro degradável? O mencionado acima, parece que, ao passar dos dias perdeu sua cor, pureza. Entretanto, trata-se de uma metáfora, que o verso seguinte esclarece: “Os preciosos filhos de Sião, avaliados a puro ouro, como são agora reputados por vasos de barro, obra das mãos do oleiro!” v 2

Jeremias estava deplorando o empobrecimento moral, espiritual do povo, que, pela desobediência caíra em cativeiro, usando o ouro como figura. Aludiu à ruína do templo também; “... como estão espalhadas as pedras do santuário...” tal pobreza tinha teor espiritual na origem.

Muitas coisas preciosas, avaliamos melhor quando ausentes. Mesmo simples como água e energia elétrica em nossas casas, quando nos faltam, percebemos melhor a importância que têm.

Então, a comunhão com Deus, ou, pelo menos o templo ainda intacto, o santuário acessível a espera que o povo se arrependesse e buscasse concerto, deixara de existir. O tempo de oportunidades dera espaço para outro, o do juízo.

Os invasores babilônios saquearam e queimaram o local de culto dos judeus, o que O Senhor advertira à exaustão, mediante Jeremias, que aconteceria, se não houvesse arrependimento, mudança de vida.

Invés de diluir a degeneração sobre abstrações, como se faz muito, atualmente, “os tempos são outros” dizem, quando, deveriam reconhecer que os humanos são outros, muito piores que os de antanho, nos quesitos, valor, honra, vergonha na cara; Jeremias foi direto; o “ouro” degenerara, os “filhos de Sião”.

Voltando ao valor melhor apreciado após a perda de algo valioso, assim é a comunhão com Deus. Tendo, e deixando de regar diuturnamente, pode parecer “rotina”, algo que, quiçá, passe despercebido ao mais desatento; esse descuido é perigoso, pode colocar a perder, o que deveria ser mantido com zelo.

Pois, perca-se a mesma, de modo a nem mais se atrever a orar, ao peso de eventuais descaminhos, e então veremos em letras garrafais, o quanto ela vale. Como ao filho pródigo, pareceu cansativo, sem graça, ser coproprietário de uma fazenda; tempos depois, se dispunha a ser mero empregado nela.

Tende o homem a ser fiel nas carências, mais que na abundância. Assim, quando fartam os bens, pode faltar noção da Fonte que os deu, O Senhor. Ignorando isso, o canhoto soltou seus cachorros contra Jó, e passou vergonha; pois, o patriarca era fiel na riqueza, coisa mais difícil que, na privação.

Atrevo-me a dizer que, os melhores dias de Davi, foram aqueles nos quais foi fugitivo da perseguição de Saul, errante pelas cavernas, entre proscritos e filisteus; malgrado, fosse ungido para ser rei, no devido tempo. Duas vezes teve aquele que o procurava para matar, em suas mãos, e o poupou, pelo temor do Senhor; mostrando alta dose de nobreza espiritual.

Invés de olhar Batseba nua do alto do palácio, como fez desafortunadamente, quando reinou, olhava para Deus com anseio, das cavernas onde se escondia. “Assim como o cervo brama pelas correntes das águas, suspira minha alma por ti, ó Deus! A minha alma tem sede de Deus, do Deus Vivo; quando entrarei e me apresentarei ante a Face de Deus?” Sal 42;1 e 2

Conhecendo nossa índole, e o perigo de que joguemos diamantes com fundas, se nos forem dados, O Senhor nos mantém em situações humildes, para que nelas preservemos as coisas que têm mais valor, as eternas.

Se, O Criador pode “ostentar” com verdade a posse dos metais valiosos, “Minha é a prata, meu é o ouro, disse O Senhor dos Exércitos.” Ag 2;8 De nós espera que busquemos, prioritariamente, coisas que valem ainda mais; “Aceitai Minha correção, e não a prata; o conhecimento, mais do que o ouro fino escolhido. Porque melhor é a sabedoria que os rubis; tudo o que mais se deseja não se pode comparar com ela.” Prov 8;10 e 11

Naqueles dias, Jeremias escrevia seus lamentos quando era tarde demais; seus avisos foram ignorados e o povo acabou cativo. Nós inda estamos em tempo de mudar de vida, caso recebamos com a devida seriedade as exortações Divinas, mediante os expositores da Sua Palavra. “De sorte que somos embaixadores da parte de Cristo, como se Deus por nós rogasse. Rogamos, pois, da parte de Cristo, que vos reconcilieis com Deus.” II Cor 5;20

Virá tempo em que a longanimidade Divina sairá de cena; então será tarde; “Porque clamei e recusastes; estendi Minha mão e não houve quem desse atenção... Então clamarão a Mim, mas não responderei; de madrugada Me buscarão, porém não acharão.” Prov 1;24 e 28

“Buscai ao Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto.” Is 55;8

segunda-feira, 22 de julho de 2024

Profetas


“Pelejarão contra ti, mas não prevalecerão; porque Eu Sou contigo, diz O Senhor, para te livrar.” Jr 1;19

O que Jeremias tinha, que atraía a fúria alheia, de modo a pelejarem contra ele? Fora escolhido por Deus para ser profeta.

Tanto quanto, mais perto alguém estiver do Senhor, maior será a tendência de ser rejeitado, perseguido, por uma razão simples: O mundo é inimigo de Deus; embora usando O Nome Dele eventualmente, gosta do rótulo e despreza a essência.

Quem vive e ensina a verdade, causa desconforto aos que preferem outro caminho; acaso não foi esse o motivo, pelo qual, O Salvador foi morto?

Ele É a encarnação da Palavra de Deus; “O Verbo Se fez carne, e habitou entre nós; vimos Sua Glória, como a Glória do Unigênito do Pai, cheio de graça e verdade.” Jo 1;14

Já nos dias de Jeremias, fora manifesta a mesma índole que expuseram os coevos do Salvador. “... A Palavra do Senhor é para eles coisa vergonhosa, não gostam dela.” Jr 6;10

Assim, esperável que os religiosos, sobretudo, também não gostassem Dele. O Senhor expôs os motivos dos que O rejeitavam: “... a luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas que a luz, porque suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz; não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas.” Jo 3;19 e 20

Como um profeta idôneo é porta-voz do Eterno, inevitável que sofra ataques, rejeições, oposições de toda sorte.

Os “profetas” que rápido caem nas graças da galera, logram isso porque não estão a serviço do Todo Poderoso. Quem estiver, necessariamente sofrerá as mesmas rejeições que Ele sofre.

Quando O Senhor chamou Jeremias, deixou claro que ele seria um “desmancha-prazeres” dos que se compraziam em pecar; todos eles, se voltariam contra o servo do Senhor. “Tu, pois, cinge teus lombos, levanta-te, e dize-lhes tudo quanto Eu te mandar; não te espantes diante deles, para que Eu não te envergonhe diante deles. Porque, eis que hoje te ponho por cidade forte, por coluna de ferro, muros de bronze, contra toda terra, contra os reis de Judá, contra seus príncipes, seus sacerdotes e o povo da terra.” Jr 1;17 e 18

Um profeta veraz fala A Palavra do Senhor, a despeito do quê, ou, a quem contrarie; a maioria dos que se ouve por aí, não passam de pretensos adivinhadores; totalmente alienados da Palavra da Vida, que nenhum proveito trazem, ao Reino dos Céus.

Dos farsantes daqueles dias, O Senhor disse: “Não mandei esses profetas, contudo, foram correndo; não lhes falei, mas eles profetizaram. Porém, se estivessem no Meu conselho, então teriam feito Meu povo ouvir Minhas Palavras; o teriam feito voltar do seu mau caminho e da maldade das suas ações.” Jr 23;21 e 22

Se naquele tempo havia um consórcio entre otários e vigaristas, entre farsantes e gente que desejava ser enganada, atualmente a coisa piorou; dos de então, foi dito: “Coisa espantosa e horrenda se anda fazendo na terra. Os profetas profetizam falsamente, os sacerdotes dominam pelas mãos deles, e o meu povo assim o deseja; que fareis ao fim disto?” Jr 5;30 e 31

Atualmente, quanto mais bíblico for o pregador, mais rápido será deixado de lado, em prol dos farsantes entregadores de promessas mentirosas, por falta de intimidade com Deus e com Sua Palavra. O povo ainda deseja assim.

Faz lembrar antiga canção, onde uma estrofe dizia: “Mente pra mim, mas diz coisas bonitas.” Malgrado, certo verniz poético de quem foi vitimado por uma paixão e pretende expor isso, no prisma filosófico e espiritual, mentira é sempre mentira; algo que faz dano; oriunda do capeta, para prejuízo de quem, nela acreditar.

Os “pregadores do amor” por incapazes de lidar com a justiça, envernizam mentiras com o açúcar das conveniências que bem conhecem nas suas vítimas. Quisera, fossem meros inúteis a fazer peso sobre a terra; porém, como estão a serviço do “Pai da mentira”, fazem estrago, desencaminhando da verdade, pessoas que poderiam se arrepender e mudar, se fossem confrontadas por ela.

Urge entendermos de uma vez por todas que, quem ministra visando aceitação, buscando agradar às pessoas, não pode agradar a Deus. “Porque, persuado eu agora a homens ou a Deus? ou procuro agradar a homens? Se estivesse ainda agradando aos homens, não seria servo de Cristo.” Gál 1;10

Portanto, quem está ciente de que foi chamado para o ministério da Palavra, aprenda colocar aplausos e vaias no mesmo balaio; o das coisas inúteis. Peleje pela verdade; deixe os levantes da oposição, por conta do Eterno. “Pelejarão contra ti, mas não prevalecerão; porque Eu Sou contigo, diz O Senhor, para te livrar.”

Está escrito


“... apliquei estas coisas, por semelhança, a mim e Apolo, por amor de vós; para que em nós aprendais a não ir além do que está escrito, não vos ensoberbecendo a favor de um, contra outro.” I Cor 4;6

Poderíamos evocar coisas inerentes à Divindade “apenas”, como argumentos para não se ir além do que está escrito; inerrância, autoridade, soberania, sabedoria, perfeição... e seriam razões sobejas para nos mantermos no nosso “quadrado”. 

Entretanto, concorrem vícios humanos que também devem ser combatidos.

Se, excedendo às Escrituras, as pessoas se ensoberbecem em favor de uns, contra outros, temos soberba e parcialidade, desaconselhando também, essa temerária atitude.

A incapacidade humana para julgar retamente, campeia; certa vez Davi julgou a si mesmo e se condenou à morte, pensando que o réu era um estranho; quando o seu pecado foi apresentado pelo profeta Natã, de modo indireto, sem o rei perceber que se tratava dele mesmo. Nossa noção de justiça é boa contra os outros, não contra nós, pela parcialidade.

Daí, nossa total dependência da Palavra Divina, para aferição de todos os caminhos. É necessário aos Olhos da Divina justiça, que sejamos tratados, e tratemos com isonomia. Quem pretende equiparar às próprias inclinações, com A Palavra de Deus, incorre em soberba.

Assisti trechos de uma entrevista, onde um influencer homossexual defendia sua própria salvação, baseado no que sentia em seu coração. “Sei que, o que está escrito lá (na Bíblia) é verdade, mas, não leio, por respeito ao Senhor, por saber que não combina com a verdade da minha alma”. Disse. Defendeu que mesmo agido de modo contrário ao prescrito na Palavra, baseado naquilo que ele sente, estaria salvo.

Sempre que, deixamos A Palavra de lado, e colocamos nosso desejar, sentir, saber, em lugar dela, gostando ou não, estamos trocando-a pelo conselho do diabo. Sim, foi ele que disse ao primeiro casal, que, desobedecendo seriam como Deus, e poderiam decidir por eles mesmos, acerca do bem e do mal.

Ora, quando alguém peca, em pecados sexuais sobretudo, o faz porque recebeu forte estímulo do próprio coração, que desejou aquilo. Sendo o coração humano o aferidor, os pecados se “dissolvem”, submergem nas areias movediças do prazer, patrocinados pela “legitimação” dos desejos. Nesse caso, estaria certo o satanista que disse: “Faz o que tu queres, pois, é tudo da lei!”

Que é o “Negue a si mesmo”, senão, um freio nesses desejos que se opõem à vontade de Deus?

O não ir além do escrito é um limite muito importante; porém, não encerra o assunto; não devemos ficar aquém do que está escrito, como se as diretrizes de nossas vidas fossem coisas autônomas, a serem tomadas alheios ao Criador.

“Eu sei, ó Senhor, que não é do homem seu caminho; nem do homem que caminha o dirigir seus passos.” Jr 10;23 Nos Salmos, temos: “Os Teus Estatutos têm sido meus cânticos na casa da minha peregrinação.” Sal 119;54

A obediência ao Senhor, Seus Estatutos, como um motivo de louvor, não como quem sofre castração de um “direito”, como parece aos que não amam ao Senhor.

No salmo primeiro temos uma bênção prometida ao que, evita os conselhos dos ímpios; o caminho dos pecadores, e a roda dos escarnecedores. Não por se sentir melhor que os tais, mas porque, “... tem seu prazer na lei do Senhor, na Sua Lei medita dia e noite.” Sal 1;2

A Lei do Senhor. O coração humano e seus sentires, por bem intencionados que sejam, segue sendo um impostor, adversário de Deus, traidor do próprio hospedeiro. “Enganoso é o coração, mais que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá? Eu, O Senhor, esquadrinho o coração e provo os rins; isto para dar a cada um segundo seus caminhos e segundo o fruto das suas ações.” Jr 17;9 e 10

Não menos importante que, não excedermos ao escrito, nem omitirmos, concorre o “também está escrito”. Convivemos com os “cortes”, pequenas porções de uma mensagem, entrevista, para evidenciar algo. A Palavra permite “cortes,” desde que, o contexto seja respeitado.

Às vezes imediato, outras, remoto, sempre haverá um, dentro do qual A Palavra deve ser interpretada. O Canhoto “cortou” tentando O Senhor: “Se tu És o Filho de Deus, lança-te daqui abaixo; porque está escrito: Mandará Seus anjos, acerca de Ti, que Te guardem...” Luc 4;9 e 10 O Senhor respondeu: “Também está escrito: Não tentarás ao Senhor teu Deus.” V 12

Enfim: não irmos além do escrito; não ficarmos aquém, nem forçarmos o contexto, contra intenção do autor. Pois, “Toda Palavra de Deus é pura; escudo é para os que confiam Nele. Nada acrescentes às Suas Palavras, para que não te repreenda e sejas achado mentiroso.” Prov 30;5 e 6

domingo, 21 de julho de 2024

Estatura


“Procurava ver quem era Jesus, e não podia, por causa da multidão, pois era de pequena estatura.” Luc 19;3

Zaqueu subindo numa árvore para poder ver a Jesus, compensando a pouca altura. Para surpresa dele, O Senhor o chamou pelo nome, e “se convidou” à casa do cobrador de impostos. “... Zaqueu, desce depressa, porque hoje Me convém pousar em tua casa.” V 5

O “interesse” do Salvador dizendo que, ir à casa dele era uma coisa que lhe convinha. Após o arrependimento para salvação, do pequeno fazendário, O Senhor explicou com mais detalhes, Seus interesses: “... o Filho do homem veio buscar e salvar o que se havia perdido.” V 10

Qualquer perdido é alvo do Divino amor, a ser expresso mediante quem represente a Cristo. “... contai a boa notícia a toda criatura.”

Dado esse bendito interesse, nenhum de nós carece estatura suficiente para ver, ou receber Jesus. Basta estar perdido; sem Ele, todos estão.

Quando alguém o busca com tal sede, ao ponto de se expor como Zaqueu, apenas para vê-lo, certamente, essa motivação íntima agrada ao Senhor; Ele deu ao pequeno curioso, algo além do que desejava. Queria ver; foi habilitado a hospedar, compungido a se arrepender da vida que levara, para sua salvação.

Se, para ver e receber ao Salvador, todos têm e necessária estatura, uma vez recebendo-o, se tornando ovelha Dele, aí a edificação, deve ser buscada como quem, tendo encontrado um pérola de grande valor, coloca vigilantes no entorno, para que, a mesma não seja furtada.

Isso, não pode ser obtido subindo numa árvore, como fez Zaqueu. Carecemos enveredar pelo caminho do aprendizado acerca do Senhor, para que, quando os semeadores de engano visarem nossa “terra”, essa se mostre refratária às suas sementes.

“Ele mesmo deu uns para apóstolos, outros para profetas, evangelistas, pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo; até que todos cheguemos à unidade da fé, ao conhecimento do Filho de Deus, homem perfeito, à medida da Estatura completa de Cristo, para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em redor por todo vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente.” Ef 4;11 a 14

Para salvação a “estatura” de perdidos nos basta. Para prosseguirmos firmes em Cristo, contra toda sorte de enganos enviados para nos desviar, devemos buscar a Estatura Dele, mediante aprendizado, e exercício nas coisas espirituais, para, pelo discernimento, não sermos vulnerados.

Aos que foram omissos nisso, outrora, foi dito: “... vos fizestes negligentes para ouvir. Porque, devendo já ser mestres pelo tempo, ainda necessitais de que se vos torne a ensinar os primeiros rudimentos das Palavras de Deus; vos haveis feito tais que necessitais de leite, não, de sólido mantimento.” Heb 5;11 e 12

Escrevendo a Timóteo, Paulo aconselhou: “... exercita a ti mesmo em piedade; porque o exercício corporal para pouco aproveita, mas a piedade para tudo é proveitosa, tendo a promessa da vida presente e da que há de vir.” I Tim 4;7 e 8

Na conclusão à exortação supra, aos hebreus, temos: “Mas o mantimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm os sentidos exercitados para discernir tanto o bem quanto, o mal.” V 14

Aos que descansam na ignorância, afinal, “Deus escolheu as coisas loucas desse mundo para confundir às sábias”, I Cor 1 28 ss um alerta: Isso é parte de uma diatribe de Paulo contra os supostos sabe-tudo da época, aos quais desafiou: “Onde está o sábio? Onde está o escriba? Onde está o inquiridor deste século? Porventura não tornou Deus louca a sabedoria deste mundo? Visto como na sabedoria de Deus o mundo não O conheceu pela sua sabedoria, aprouve a Deus salvar os crentes pela loucura da pregação.” I Cor 1;20 e 21

Ele escolheu as coisas loucas, no prisma da sabedoria humana, para dar a espiritual, abrindo entendimentos nessa dimensão; mas, nos chamou ao aprendizado. “falamos sabedoria de Deus, oculta em mistério, a qual Deus ordenou antes dos séculos para nossa glória; a qual nenhum dos príncipes deste mundo conheceu; porque, se conhecessem, nunca crucificariam ao Senhor da Glória.” I Cor 2;7 e 8

Se alguém for salvo dum incêndio pela escada Magirus, nu, porque estava se banhando na hora do sinistro, seguirá assim, uma vez que foi salvo nessa condição? Não! Era uma emergência. De igual modo nós, não seguiremos sendo “coisas loucas” porque fomos chamados assim; antes buscaremos aprender, para honrarmos àquele que nos salvou.

“Quem anda com sábios ficará sábio...” Prov 13;20 Em Cristo andamos com Aquele, “Em quem estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e da ciência.” Col 2;3

Descaminhos


“Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, espaçoso o caminho que conduz à perdição, muitos são os que entram por ela; porque estreita é a porta, apertado o caminho que leva à vida, poucos há que a encontrem.” Mat 7;13 e 14

Qualquer pessoa, facilmente entende essa alegoria do Salvador. Que, o caminho para salvação requer renúncias, submissão ao Senhor, ou, o “jugo de Jesus”; enquanto, os que preferem viver de qualquer maneira, a imensa maioria, infelizmente, acabarão na perdição.

A condição arbitrária do ser humano é preservada, há uma prescrição sobre por onde entrar, não uma imposição; porém, é vedado alterar a natureza dos caminhos. Ninguém pode ampliar ao caminho estreito para que fique mais fácil o percurso.

Os que preservam o rótulo sem a essência, andam pela espaçosa avenida da perdição, mesmo com certos escrúpulos por isso. Se pretendem cristãos, mas se mostram refratários às renúncias que, pertencer a Cristo requer; agindo como se fosse possível alargar à vereda da vida, evidenciam que seus corações ainda são mundanos; falta-lhes uma fé sadia que faculte uma entrega incondicional ao Senhor. Como muitos durante o êxodo, que à menor dificuldade na peregrinação, logo suspiravam saudosos pela escravidão do Egito.

Assim, “cristãos” que, quando o estreitamento necessário é apresentado, logo procuram artifícios mundanos, para seguirem “cristãos” e matarem um pouco sua saudade do mundo.
Cada vez que o cristianismo é “modernizado” e novos métodos são evidenciados em prejuízo do conteúdo, sempre teremos mais mundo e menos Palavra da Vida.

Dos Seus, O Salvador espera uma ousadia maior. “Dei-lhes a Tua Palavra, e o mundo os odiou, porque não são do mundo, assim como Eu não sou.” Jo 17;14

Qualquer aversão à Palavra, por pequena que pareça, é uma nuance do ódio contra O Senhor que a deu. Essa balela tolerante e inclusiva, que, invés de pessoas, inclui vícios no caminho que deve ser santo, e antes que, tolerar o diferente com seu direito de crer como aprouver decide andar junto com o oposto, há muito perdeu a noção do caminho estreito.

A ideia do Evangelho é separar, não unir aos diferentes e opostos; esse balaio de gatos vide ecumenismo, onde, todos estão “certos” por errados que estejam, não passa de uma orgia de embriagados espirituais;

escreveu Paulo: “Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque, que sociedade tem a justiça com a injustiça? Que comunhão tem a luz com as trevas? Que concórdia há entre Cristo e Belial? Ou que parte tem o fiel com o infiel? Que consenso tem o templo de Deus com os ídolos? Porque vós sois o templo do Deus vivente, como Deus disse: Neles habitarei, entre eles andarei; Eu serei seu Deus e eles serão Meu povo. Por isso saí do meio deles, e apartai-vos, diz o Senhor; não toqueis nada imundo, e vos receberei; Eu serei para vós Pai, e vós sereis para mim filhos e filhas, Diz O Senhor Todo-Poderoso.” II Cor 6;14 a 18

Não apenas ecumenismo; as igrejas pretas, jogos de luzes em palcos, coreografias, glossolalia descontrolada, os retetés da vida, overdoses de “profecias” sem correções, apenas promessas, são sintomas, de locais enfermos espiritualmente, quando não, mortos.

Embora, meios modernos possam e devam ser usados para difusão da Palavra da Vida, seu teor deve permanecer inalterado. Quem inda faz distinção entre o que é moderno e o que é antigo, no prisma atinente ao teor, preferindo novidades, o faz por falta de noção do que é eterno. “Assim diz o Senhor: Ponde-vos nos caminhos, e vede, perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho, e andai por ele; achareis descanso para vossas almas; mas eles dizem: Não andaremos nele.” Jr 6;16

Dessa “visão suicida” surgem as igrejas “inclusivas” e adjacências, onde predileções comportamentais humanas, acabam recebendo mais valor que A Palavra de Deus. Essa tentativa de “alargar ao caminho estreito”, reitero, é derivada da recusa de trilhar pelo mesmo.

Uma pergunta se impõe: Se as pessoas preferem andar mundanamente, a despeito das consequências previstas que virão, por que precisam de rótulos religiosos para isso?

Porque a oposição sabe que todo homem foi criado para ser um adorador, e traz em si um “vazio com o formato de Deus”, como disse alguém. Assim, o vazio é “preenchido”; as vítimas do canhoto seguem mortas espiritualmente, e ainda servem para combater, atacar, aos que levam a Sã Doutrina a sério. O lobão mata duas ovelhas com uma pedrada. “... o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do Evangelho da Glória de Cristo...” II Cor 4;4

Para quem está cego, qualquer caminho, por vasto que seja, parece estreito.

sábado, 20 de julho de 2024

Escravos


“E chegou-se a um dos cidadãos daquela terra, o qual o mandou para seus campos, apascentar porcos.” Luc 15;15

O filho pródigo, depois de desperdiçar todos os seus bens em busca de prazeres, acabou sem nada, carecendo de meios para sobrevivência. Buscou por trabalho; o que encontrou foi ser cuidador de porcos. O empregador não quer saber se tenho sonhos, projetos, se venho de boa família, etc. Preciso trabalhar para comer; ele tem porcos pra apascentar, é pegar ou largar. Ele pegou.

Há uma diferença entre o momento em que podemos escolher o que melhor nos convém, e outro em que estranhos escolhem nos dar o que lhes parece melhor.

Quando, na casa do pai, certamente podia selecionar afazeres que mais se alinhavam às suas habilidades, predileções até; uma vez que, tinham muitos servos; poderia delegar as tarefas que lhes não apetecesse.

Geralmente as consequências de uma opção infeliz, nos lançam nos desertos, onde deixamos de ter escolha; outros, acabam fazendo-as por nós. O mau uso da liberdade termina em escravidão.

Que o digam tantos que, deixando a sobriedade da vida com seu peso, enveredaram pelo caminho fácil da drogadição. Isso os fez escravos dos vícios, de maneira tal, que se dispõem a fazer o que “for preciso” para mantê-los alimentados. O que um estranho demandar que se faça, em troca de drogas, o viciado na fissura por mais do mesmo, fará; abdicou da sua liberdade, e refém, permite que estranhos façam escolhas por si, quanto aos meios de se drogar; pois, ser livre dessas não está ao alcance do preso infeliz que, avesso ao “caminho estreito” rumo à vida, quando ainda podia, acabou noutro mais estreito ainda, sem nenhuma luz no fundo do túnel.

Oportuna, a frase de Rabelais: “Conheço muitos que não puderam quando queriam, porque não quiseram, quando podiam.”

A perdição nos vícios é mais ampla que drogas e álcool. Tudo aquilo que for oposto à virtude, embora suas peculiaridades inerentes, é um vício. Maledicência, promiscuidade, pornografia, adultério, inveja... Viver nessas águas poluídas, acostuma; de tal modo que a pessoa se ofenderá, se lhe for oferecida a liberdade, uma vez que, não divisa os grilhões que a aprisionam.

Quando O Salvador falou disso aos Seus coevos, eles reagiram como presos sem noção das próprias cadeias. “... Somos descendência de Abraão, nunca servimos a ninguém; como dizes Tu: Sereis livres?” Jo 8;33

Ora, naqueles dias, quem governava sobre os judeus eram os romanos. Permitiam liberdade religiosa, mas, cobravam pesados impostos dos judeus; logo, a expressão, “nunca servimos ninguém”, era desprovida de verdade. Sem contar que, espiritualmente, serviam ao inimigo, e à carne do pecado.

Tinham aos romanos e a Satanás como feitores, além do ego, usurpando Deus. Três senhores concomitantes, e se presumiam livres.

Por isso, a afirmação do Salvador. “Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres.” V 36 Era falsa a noção de liberdade deles.

Eventualmente O Pai permite que apascentemos porcos; digo, colhamos as nefastas consequências das atabalhoadas e inconsequentes escolhas, para que, sofrendo o peso das mesmas, repensemos sobre o vero valor dos bens que desprezamos.

O pródigo ao cotejar sua malcheirosa ocupação com a rotina da casa paterna repensou: “Tornando em si, disse: Quantos jornaleiros de meu pai têm abundância de pão, e eu aqui pereço de fome! Levantar-me-ei, e irei ter com meu pai, e dir-lhe-ei: Pai, pequei contra o céu e perante ti; já não sou digno de ser chamado teu filho; faze-me como um dos teus jornaleiros.” Luc 15;17 a 19

Quem achara indesejável ser administrador na casa do Pai, descera tanto, comera do ruim de tal forma, que se dispunha a ser como mero empregado.

Felizes aqueles que, tendo chegado ao fundo do poço, percebem inda que tardiamente, que a única saída é para cima, invés de tentar escavar para afundar mais.

A liberdade de Cristo ainda nos faz servos; agora, de Deus. Nada de apascentar porcos. Antes, lutamos contra nossas próprias inclinações acostumadas ao mal, para crucificá-las, em obediência ao Senhor. Cada um é capacitado pelo Espírito Santo, a uma determinada função útil à Obra.

Um serviço com alento, sem feitores tiranos a exigir resultados em labores inglórios; a relação com O Senhor é filial, e pelo Pai somos agraciados com O Espírito Santo, para aquilo que é bom aos Olhos Dele.

Em Cristo, tanto a porta, quanto, o caminho, são estreitos. Mas, a obediência espiritual como modo de vida, aos poucos faz natural, aquilo que inicialmente soou doloroso, a cruz. O exercício na piedade, paulatinamente, amplia nosso espaço para a caminhada; Pedro ensina: “Porque assim vos será amplamente concedida entrada no Reino Eterno de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.” II Ped 1;11

sexta-feira, 19 de julho de 2024

"A mais antiga das profissões"


“Venerado seja entre todos o matrimônio e o leito sem mácula; porém, aos que se dão à prostituição, e adúlteros, Deus os julgará.” Heb 13;4

Repercute o vazamento de uma conversa onde, Luís Cláudio Lula da Silva, filho de Lula, chamou à Janja, a primeira dama, daquela palavra dissílaba, fácil de separar, que começa com pu, e termina com ta.

Alguns youtubers, para evitar o termo chulo usam o eufemismo da “mais antiga das profissões”, para se referirem à prostituição. Pois, sem entrar nas intrigas na família presidencial, pretendo me ater um pouco nessa definição “filosófica” da qual discordo, e pretendo patentear por quê.

Desde sempre ouvi esse dito definindo à prostituição, como se fosse um axioma, o que está muito distante de ser verdadeiro.

Prostituição está longe de ser uma profissão. Não passa de um vício derivado do desvio de caráter; embora, possam argumentar sobre incidentes que “patrocinaram” a iniciação de alguém, no referido vício; as vicissitudes da vida que “não deixaram escolha”; a coisa segue sendo o que é. Eventuais atenuantes quanto aos motivos iniciais, podem minorar a culpa de quem escolheu-a; não, dignificar o que pela própria essência é um comportamento indigno.

Para incursionar nas profissões antigas, devemos dispor de registros, quanto mais velhos, melhor, se é que pretendemos opinar com alguma sobriedade. 

Nenhum escrito de domínio público é anterior à Bíblia Sagrada. Segundo Ela, a três primeiras profissões, foram: Governador; a Adão foi dada a gestão de toda a criação; “... Frutificai, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todo o animal que se move sobre a terra.” Gn 1;28

Depois, os dois filhos do primeiro casal, Abel e Caim também escolheram suas ocupações. “... Abel foi pastor de ovelhas, Caim foi lavrador da terra.” Gn 4;2

Assim, temos a seguinte ordem: Primeiro, governador; depois, pastor e agricultor concomitantes. Se alguém conhece algum registro diferente, que o apresente. Senão, estão postos os motivos pelos quais discordo do “axioma” aquele.

Acontece que, a prostituição é deplorada apenas no aspecto sexual; no psicológico e no espiritual é até mais encontrável que naquele.

Na política, como em nenhuma outra esfera social, a prostituição anímica se manifesta. Aquilo que um sujeito candidato jurou que não faria, num debate, é o que fará, uma vez eleito. Simone Tebet e Geraldo Alkmin, chamaram ao ladrão pelo nome, em dias pretéritos. Agora, estão todos no mesmo time.

Uma alma venal, que acoroçoada por interesses rasos, muda de uma afirmação a outra, mercadeja desfazendo compromisso sem respeito à própria palavra, vive assim sua mercância, onde se vende por interesses. Não é outra coisa, senão, uma alma prostituída.

Por isso, dos Seus, O Senhor requer coisas melhores; na definição do Cidadão dos Céus, entre outros predicados, temos: “... jura com dano seu, contudo, não muda.” Sal 15;4 Em Sua Doutrina, O Salvador ensinou: “Seja, porém, vosso falar: Sim, sim; não, não; porque o que passa disto é de procedência maligna.” Mat 5;37

Por fim, a mais perniciosa das prostituições é a espiritual. Há gente que consegue a proeza de ser “cristão”, evolucionista, reencarnacionista, católico, e adepto de alguma crença de matriz afro. Nesse caso nem se trata de prostituição, estritamente; antes, de promiscuidade espiritual.

A prostituição se verifica quando, alguém que conhece as veredas da vida, motivado por alguma “vantagem”, deixa-a e passa a esposar credos alternativos. A Palavra de Deus denuncia à exaustão. Falando contra Israel, que se corrompera pela idolatria, O Eterno diz: “... Ora, tu te prostituíste com muitos amantes; mas ainda assim, torna para Mim, diz o Senhor... Por isso foram retiradas as chuvas, não houve chuva serôdia; mas tu tens a fronte de uma prostituta e não queres ter vergonha.” Jr 3;1 e 3

Encontramos ainda: “Mas chegai-vos aqui, vós os filhos da agoureira, descendência adulterina, de prostituição.” Is 57;3 “Agora lancem eles para longe de Mim sua prostituição, os cadáveres dos seus reis, e habitarei no meio deles para sempre.” Ez 43;9 “Também te prostituíste com os filhos do Egito, teus vizinhos grandes de carne, multiplicaste tua prostituição para Me provocares à ira.” Ez 16;26 etc.

Enfim, profissão é algo de que não nos envergonhamos; antes, professamos abertamente. Aquilo que carece de eufemismos, pois, não fica bem chamar aos bois pelos nomes, o mero escrúpulo de falar a coisa já a desqualifica como profissão.

Dos Seus, O Senhor espera integridade. Isso veta a prostituição e derivados, em todos os âmbitos do ser; “O mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, alma e corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo.” I Tess 5;23