segunda-feira, 26 de dezembro de 2022

Beijo salgado


“Bom é o sal; mas, se o sal degenerar, com que se há de salgar?” Luc 14;34

Sal era o elemento conservante mais eficaz. Os alimentos não tinham a possibilidade atual de serem guardados em temperaturas adequadas. Então, era indispensável o uso do mesmo; exigido pelo Senhor nas oferendas apresentadas.

“Todas tuas ofertas dos teus alimentos temperarás com sal; não deixarás faltar à tua oferta de alimentos o sal da aliança do teu Deus; em todas tuas ofertas oferecerás sal.” Lev 2;13

Usando essa verdade prática como figura, O Salvador Disse aos discípulos. “Vós sois o sal da terra; se o sal for insípido, com que se há de salgar? Para nada mais presta senão para se lançar fora; ser pisado pelos homens.” Mat 5;13

Sobriedade no falar e agir, diversa da maneira usual do mundo, deve ser a marca dos que pertencem a Cristo; Paulo ampliou: “A vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para que saibais como vos convém responder cada um.” Col 4;6

“agradável,” deve ser entendido como educado, de maneira respeitosa; nada a ver com lisonjas, bajulações, coisas que a verdade detesta. “O homem que lisonjeia seu próximo arma uma rede aos seus passos.” Prov 29;5 Assim, sejam oportunos, educados, verdadeiros; é o conselho.

Isso, embora permita-nos interação social, eventual, demanda uma separação radical em questão de valores, fontes espirituais, maneira de caminhar; “Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores. Antes, tem seu prazer na Lei do Senhor; na Sua Lei medita dia e noite.” Sal 1;1 e 2

Aqui, nesse quesito de seguirmos fiéis à Lei do Senhor, a maioria dos cristãos escorrega. Cristo Foi Categórico: “... Se vós permanecerdes na Minha Palavra, verdadeiramente sereis Meus discípulos;” Jo 8;31

Permanecer na Palavra Dele, não raro, nos indispõe com o mundo, amigos, familiares até. Em muitas situações, vivemos o “dilema de Pilatos”, “O que farei de Jesus, chamado O Cristo?” Digo, como seguirmos sendo “legais” com nossas companhias sem noção, sem desprezarmos ao Senhor? Lavamos as mãos, ou colocamos a necessária pitada de sal? De outro modo: Adotamos os modos mundanos ou seguimos fiéis a Cristo?

Quem me acompanha jamais me viu enviando votos de “Feliz Natal” pelas redes sociais. Por quê? Porque, mesmo gostando das pessoas que interagem comigo, querendo o melhor para elas, isso não é um ensino da Palavra do Senhor. Apenas um costume do mundo; uma miscelânea, de Saturnálias, Calendas, tradições, costumes pagãos, que, em nada disso honram ao Salvador.

A pregação de Cristo na igreja primitiva era rejeitada, entre outras coisas, porque rompia com os costumes correntes; “Nos expõem costumes que não nos é lícito receber nem praticar, visto que somos romanos.” Atos 16;21

Ser de Cisto é ser signatário da Verdade que Ele É; isso não tem livre trânsito num mundo que ama e cultua a mentira como esse. “... o direito se tornou atrás, a justiça se pôs de longe; porque a verdade anda tropeçando pelas ruas, a equidade não pode entrar.” Is 59;14

Colocar um gorrinho vermelho, adornar árvores e expor luzes nas fachadas, qualquer um faz, sem nenhum compromisso com nada; apenas, para andar segundo o espírito desse mundo que, assim anda, morto e feliz.

Embora muitos defendam que não tem mal nenhum em se comemorar o Natal, como, a exortação Do Senhor (não do Menino Jesus) é que permaneçamos em Sua Palavra, que ensina e ordena a Santa Ceia, comemoração de Sua Morte, não creio que preciso ir além.

Mero rito religioso desprovido de essência é sal degenerado, inútil. O Salvador denunciou: “Ai de vós que edificais os sepulcros dos profetas, que vossos pais mataram. Bem testificais que consentis nas obras de vossos pais; porque eles mataram e vós edificais seus sepulcros.” Luc 11;47 e 48

Em suma, alguns mais “sociáveis” que eu, acham normais essas coisas, essa miscelânea cultural onde, Noel brilha, e Jesus até entra de penetra, eventualmente.

Embora os respeite, prefiro seguir “apenas” com Cristo, Seu Espírito Bendito em mim, Seus Ensinos que regeneram, sem nenhuma necessidade de diluir o sal que Ele me deu, em panetones e chocolates. Recebi alguns; faz parte.

Meu medo assoma pensando nessas coisas: Se, até em seduções frágeis como essas, nossa fé já capitula, como será quando apontar no horizonte global o sedutor mor, com seus prodígios e eloquência?

Sei que textos assim, que questionam, discordam, desafiam a repensar escolhas, valores, não têm trânsito fácil. A verdade nunca teve. Todavia, vale mais que um “feliz natal” de plástico, um beijo dela. “Procurou o pregador achar palavras agradáveis; escreveu-as com retidão, palavras de verdade.” Ecl 12;10

quarta-feira, 21 de dezembro de 2022

O Sentido do Natal


“Agora, Senhor, despedes em paz Teu servo, segundo Tua Palavra; pois, já meus olhos viram Tua Salvação,” Luc 2;29 e 30

Simeão, com Jesus, de oito dias de idade, nos braços, proferiu essas palavras. Fora-lhe revelado que não morreria antes de ver O Ungido; vendo-O por ocasião da Sua apresentação no templo considerou cumprida a promessa. “... meus olhos viram Tua Salvação.”

O que ele vira estritamente fora uma criança frágil, inda incapaz de andar. No entanto, confiava na Palavra de Deus. Só os que agem assim, conseguem “ver”. “A fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, a prova das coisas que se não veem.” Heb 11;1 Apenas para tais ouvintes, a mensagem traz proveito; “... a palavra da pregação nada lhes aproveitou, porquanto não estava misturada com a fé naqueles que ouviram.” Heb 4;2

Nunca se foi tão refratário À Palavra de Deus como agora. Seus ensinos sábios, desafiadores, regeneradores, agora, não são tão pacíficos assim. Sofrem pechas de fundamentalismo, radicalismo, discurso de ódio... não poucos falam em “atualizar” À Palavra, que teria se perdido no tempo, será? “Eu sei que tudo quanto Deus Faz durará eternamente; nada se lhe deve acrescentar, nada se lhe deve tirar; isto Faz Deus para que haja temor diante Dele.” Ecl 3;14

Malgrado, a resistência Ao Eterno, nessa época do ano, os “cristãos” cobrem o mundo de luzes decorativas, canções monótonas, enfeites, decorações; muitos patrocinam grotescas hipocrisias, segundo eles, movidos pelo “Espírito do Natal”. Ora, segundo A Palavra, Quem Trouxe O Salvador foi O Espírito Santo. “... não temas receber a Maria, tua mulher, porque o que nela está gerado é do Espírito Santo;” Mat 1;20

Passar um ano inteiro usando todos os meios, ilícitos também, para prosperar, e nesse tempo entrar em vilarejos pobres ridiculamente fantasiado, sacudindo uma sineta e jogando caramelos às crianças é uma tentativa inglória de compensar os lapsos da alma, coisa que Deus não aprovaria. Tampouco, O Espírito Santo patrocinaria.

Onde vivo, se fez pomposa “festa de Natal” na praça; shows, bebedeiras, músicas profanas, foguetórios... a maioria, gente que vive cada um à sua maneira, totalmente alheios a Deus.

Portanto, o espírito que patrocina essas coisas, ao encontro dos desejos do homem natural, tendo como pano de fundo o interesse comercial, é do mundo, não O Espírito Santo.

Os cristãos são chamados a renunciarem suas vontades particulares em prol da Divina; “... apresenteis vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é vosso culto racional. Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis a boa, agradável, e perfeita Vontade de Deus.” Rom 12;1 e 2

Isso nos torna “estrangeiros”, muitas vezes odiados, aqui; “Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu, mas porque não sois do mundo, antes Eu vos Escolhi do mundo, por isso o mundo vos odeia.” Jo 15;19

Estranham quando deparam com um que, não enfeita suas fachadas com luzes pisca-pisca, não decora árvores, nem coloca guirlandas. Quem esse pensa ser? Pensa ser de Cristo, andar na Sua Luz; essa não brilha para decorar ambientes; antes, fulge no interior, para purificar das más inclinações; O Espírito Santo em nós, capacita.

Daí, invés de comemorar um nascimento extático, no tempo, tentamos viver um relacionamento em tempo integral, cientes que estamos perante O Senhor dos Senhores, Rei dos Reis, não de um menino indefeso que precisa colo.

É compreensível, embora suicida, o barulho religioso do mundo alienado de Deus; nessas horas o silêncio seria muito agressivo. Os ouvintes de Estêvão provaram isso um dia; “... eles gritaram com grande voz, taparam seus ouvidos e arremeteram unânimes contra ele. Expulsando-o da cidade, o apedrejavam.” Atos 7;57 e 58

Ele não falara nada mais que a verdade; os incomodados com ela fizeram um barulhão para não escutar. O “Natal” atualmente faz a mesma coisa. Um estardalhaço estratégica e hipocritamente calculado para abafar à Voz de Jesus; em muitos casos, apenas o Noel aparece.

Os que tentam “contextualizar” fazendo as mesmas encenações, mas ressalvando o “sentido do Natal” perdem uma chance de denunciarem a insensatez do mundo, quiçá, despertar alguns adormecidos.

Imaginemos essas pessoas em silêncio ouvindo às próprias consciências por alguns minutos... melhor não; “Feliz Natal!” Oh, Oh, Oh. “Assente-se solitário e fique em silêncio; porquanto Deus o Pôs sobre ele.” Lam 3;28

Simeão com Jesus nos braços não vira uma criança; antes, “Tua Salvação”, disse. Essa foi consumada na cruz. Isso explica porque tantos não conseguem se afastar do presépio; sabem onde culmina e não querem. “Porque muitos há, dos quais muitas vezes vos disse, e repito chorando, que são inimigos da cruz de Cristo...” Fp 3;18

domingo, 18 de dezembro de 2022

Culpa do mordomo


Nossas vidas particulares trazem em si uma morte, da qual, o principal suspeito sempre é o mordomo. Esse administrador incauto, que prioriza o seu comodismo, prazer, conforto, invés do saudável, o justo, o belo. 

Mas, sem cadáver não há crime; quem investigaria se, só quem sabe disso é quem tem culpa, e nem quer saber? Não mexa com quem tá quieto! Mega escudo sobreposto aos telhados de vidro.

Deus Sabe. Ele Segue tentando criar anjos desses caídos, reciclar aos culpados; porém, Sua “Matéria Prima” não é aceita no mercado. Seus protótipos O ignoram e continuam usando diamantes em fundas. A Água da vida corre borbulhante, mas, toda uma geração segue após fontes rotas. Como disse o Pessoa: “Que importa o falsificado, se é verdadeiro o prazer?” Combustível dos sentimentos queima, onde a verdade deveria arder.

O vírus do egoísmo estraga as câmeras dos olhares, que, filmam uma muriçoca no átrio do vizinho, entretanto, ignoram os mamutes pisando nos seus. Reconhecemos todos os loucos que vemos, menos um. O reflexo do espelho atrapalha. Cá estou a escutar o meu; ele sabe de cada coisa...

A erva que curaria às almas, continua viçando a esmo; amarga qual alosna; tanta coisa para se afirmar, “eu sou mais eu, vai por mim!” que chance teria a inglória proposta de negar a si mesmo? O Estado é laico, dizem os furtivos loucos. Quem precisa de padre, pastor, que só entendem de pasto e nada sabem da boia dos predadores? “A moral do lobo é comer ovelha, como a moral da ovelha é comer grama.” Anatole France. Assim, precisamos receber na carne suas duras lições de moral.

A “latinha” que amplia as vozes se abre franca, à fala da noção entorpecida, sempre pronta para o pódio; qual o sentido de se nos trazer uma cruz? Chega nazistas, fascistas! Abaixo os discursos do ódio!

Somos peritos em tatear nas reentrâncias das nossas cavernas; que fique longe a invasão indesejada; que só adentrem os trajados a rigor, sem menor nuances de luz. Basta a la vista! Pois, eu quero ser visto assim como me vejo, presumo, desejo...

Afinal, há brilho em certo verniz que faz a pedra se vestir de ouro. Dizem que Xande se apoderou do Toque de Midas, e sob sua capa, vidas tortas se escondem na bainha da retidão; só que não. Há melhores temas no script, que o reles transformar falácias em pão, poder, números, apuração...

As teias das falas seguem caçando ainda insetos incautos; os cérebros baldios, ocos, dos idiotas úteis são adaptados como caixas de ressonância; os fatos sempre ocultos, enquanto se empurra na avenida o portentoso carro alegórico das narrativas, pelo qual doam vasto suor; trabalho braçal gratuito, desfile pomposo da pós-verdade, voluntários disseminantes das próprias ilusões.

A máquina de entortar homens funciona muito bem para outras torturas... começa pelos mordomos, cresce nas instituições, rouba-as, vilipendia, enverga a nação; e prossegue até fazer um “galo” na cabeça global. O fogo “sapiens” gera calor sem luz, e esse calor basta ao acéfalo animal. No escuro da ignorância pro aconchego do covil.

A conveniência, essa velha caduca, separa de seu baralho todas as “fakes news”. A mesma moral do mordomo insano, que camufla à culpa, apaga digitais, lava o sangue, e joga sua arma no rio. A justiça caolha segue acumulando troféus; dando posição a filhos da puta, como se fossem filhos de Deus; raios, foi a puta que os pariu!!

O crime organizado organiza meios de tolher ao cidadão; com o mal que adormece cada um, tenta fazer o sono encantado de toda uma nação; como tal urso que é gigantesco poderia hibernar, nessa estação? Se a própria areia já não suporta mais o que o gato enterrou. Então, o que eles fizeram no verão passado será revelado inda nesse verão.

A justiça por cega abdicou de sua venda, e emprestou-a para a suja mordaça das manchetes; daí, a transparência obscura, foi dada como favas contadas, mas, “O Gigante acordou” e cioso pede as contas. A ciência “exata” capitulou ante às humanas... humanas vontades.

Os filhos da dita senhora aquela, veem satisfeitos o boom de sua nova clientela; mas tantas fardas circulam adjacentes, que, clientes entram disfarçados no lupanar; as mesmas mãos dedilham antiga Lyra, agora, no modo acústico; onde, os representantes do povo quedam inúteis, vendo esse prescindir de seus préstimos(?) indo após a própria representação. Basta de flores de plástico!

Brasas de culpas dormidas nas cinzas de histórias pretéritas ainda arderão no presente; as favas rebuscadas passarão pela peneira de Pitágoras novamente. Será vista a falsidade das águas pintadas do Mar Vermelho, e quem ganhou muita queda de braço dobrando à justiça terá que dobrar os joelhos...

Migração dos mortos


“Senhor, fizeste subir minha alma da sepultura; conservaste-me a vida para que não descesse ao abismo.” Sal 30;3

“... fizeste subir minha alma da sepultura;”
não que a alma do pecador esteja na sepultura, estritamente. Frui uma existência breve, cujo destino, sem remissão, será a morte eterna.

Infelizmente, nem todos têm consciência disso e passam os dias de suas mortes alienados, presumindo vender saúde espiritual. “Há um caminho que ao homem parece direito, mas no fim dele são caminhos da morte.” Prov 14;12

Embora o canhoto tenha sugerido a autonomia em relação ao Criador, o caminho da vida é impossível, alienado Dele: “Eu sei, ó Senhor, que não é do homem seu caminho; nem do que caminha dirigir seus passos.” Jr 10;23

Invés de meros caminhantes autônomos, O Salvador Deixou claro que chamava mortos à vida; “Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve Minha Palavra, e crê Naquele que Me Enviou, tem vida eterna; não entrará em condenação, mas passou da morte para vida.” Jo 5;24

Quando Davi disse que fora guindado da sepultura, sua intenção pode ter sido, apenas, figurar um livramento de morte; mas, estava sendo usado pelo Espírito Santo, para “antever” o que O Eterno Faria Mediante Cristo.

“... conservaste-me a vida...” De nada valeria livrar por um momento, depois, deixar se perder; O Senhor Faz “manutenção” do que Restaura. O Santo nos regenera por Amor; esse não é uma coisa efêmera que dá e passa; uma germinação circunstancial como semente sobre pedras. “O amor jamais acaba.” A cada dia O Criador cuida nossas necessidades. “As misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos, porque Suas misericórdias não têm fim; novas são cada manhã; grande é Tua fidelidade.” Lam 3;22 e 23

Como produtos biodegradáveis que, sem determinados conservantes se deteriorariam, assim a vida natural. Ouvir A Palavra de Cristo faculta migração da morte para a vida; perseverar nela mantém a saúde, liberta-a das garras da morte. “Jesus dizia aos judeus que criam Nele: Se vós permanecerdes na Minha Palavra, verdadeiramente sereis Meus discípulos; conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” Jo 8;31 e 32

Embora a salvação seja totalmente pelos Méritos de Cristo, somos capacitados Nele, a agir como filhos de Deus, não mais, errantes autônomos; “A todos quantos O receberam, deu-lhes poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no Seu Nome;” Jo 1;12

Malgrado, a ideia de salvação inexorável dos “eleitos” esposada pelo calvinismo, A Palavra de Deus sempre exorta à perseverança; adverte do risco de perdição, aos que, iluminados e capacitados, retrocederam. “Porque é impossível que os que já uma vez foram iluminados, provaram o dom celestial, se tornaram participantes do Espírito Santo, provaram a boa Palavra de Deus, as virtudes do século futuro e recaíram, sejam outra vez renovados para arrependimento; pois assim, quanto a eles, de novo crucificam O Filho de Deus e o expõem ao vitupério.” Heb 6;4 a 6

Se, provaram das virtudes do porvir e recaíram, estiveram salvos por um tempo, depois, deixaram de estar. Afinal, “... quem perseverar até ao fim será salvo.” Mc 13;13

A Palavra da Vida sempre acena com a possibilidade de recuar; “Mas o justo viverá da fé; se ele recuar, Minha Alma não tem prazer nele. Nós, porém, não somos daqueles que se retiram para a perdição, mas daqueles que creem para conservação da alma.” Heb 10;38 e 39

“... para que não descesse ao abismo.”
Embora o dito popular que “morro abaixo todo santo ajuda.” Isso não depende de “santos”; é uma tendência natural da carne, “crescer” para baixo em sua disposição suicida, adversa à Lei de Deus. “... a inclinação da carne é morte; mas a inclinação do Espírito, vida e paz. Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à Lei de Deus, nem pode ser.” Rom 8;6 e 7

Primeiro diz: “Livraste minha alma da sepultura...” como se, lá já estivesse; agora, “para que não descesse ao abismo”, deixando claro que, o abismo é mais profundo que a sepultura; a perdição eterna. o livramento fora a remoção de uma inclinação, não o mover da vida, de um endereço a outro.

Os méritos pela nossa salvação são todos do Senhor, que investiu Sua Vida pelo nosso resgate. Os que preferem seguir suas derrocadas rumo ao abismo, o fazem por preferirem negar Deus, invés de negarem a si mesmos.

“... A obra de Deus é esta: Que creiais Naquele que Ele Enviou.” Jo 6;29 “Porque o erro dos simples os matará; o desvario dos insensatos os destruirá. Mas o que me der ouvidos habitará seguro, estará livre do temor do mal.” Prov 1;32 e 33

sábado, 17 de dezembro de 2022

Ao romper do selo


“Cantavam um novo cântico, dizendo: Digno És de tomar o livro, e abrir seus selos; porque Foste morto, e com Teu Sangue Compraste para Deus homens de toda a tribo, língua, povo e nação;” Apoc 5;9

Estranho Livro esse, que à “impossibilidade” de ser aberto, causou tristeza; “Eu chorava muito, porque ninguém fora achado digno de abrir o livro, nem de ler, ou, de olhar para ele.” v 4 mas, surgindo O Vencedor Digno, Esse, foi recebido com um cântico. Todo um componente emocional anexo.

A Dignidade do Campeão de Deus tinha a ver com Seus Feitos, não com algum título portentoso; “... porque Foste morto, com Teu Sangue Compraste para Deus homens de toda tribo, língua, povo e nação;”

Uma compra é um direito de posse; não, usufruto imediato da mesma, necessariamente.
A Jeremias foi ordenado comprar uma herdade, quando seu povo estava caindo cativo dos caldeus.

Ele obedeceu, mas buscou entender o sentido daquilo. “Eis aqui os valados; já vieram contra a cidade para tomá-la; a cidade está entregue na mão dos caldeus, que pelejam contra ela, pela espada, pela fome e pela pestilência; o que Disseste se cumpriu; eis aqui o estás presenciando. Contudo, tu me Disseste, ó Senhor Deus: Compra para ti o campo por dinheiro, e faze que o confirmem testemunhas, embora a cidade já esteja entregue na mão dos caldeus.” Jr 32;24 e 25

Estou esbanjando prata; isso não faz sentido, ponderou o profeta.

O Eterno relembrou os motivos do juízo, coisas que o mesmo Jeremias avisara e garantiu que, após o cativeiro punitivo, o povo voltaria àquela terra; “Comprar-se-ão campos nesta terra, da qual vós dizeis: Está desolada, sem homens, nem animais; está entregue na mão dos caldeus.” v 43

Jeremias ficou com um direito legal sobre certa propriedade, sem o usufruto. Em certo sentido, era dos caldeus. Duas cópias da escritura atestavam: Uma pública, (aberta) outra, arquivada (selada). “Toma estas escrituras, este auto de compra, tanto a selada, quanto a aberta e coloca-as num vaso de barro, para que se possam conservar muitos dias.” v 14

Os remidos também são uma propriedade do Salvador, da qual Ele não dispôs plenamente, uma vez que tiveram que peregrinar no “estrangeiro”. “Todos estes morreram na fé, sem terem recebido as promessas; mas vendo-as de longe, crendo-as e abraçando-as, confessaram que eram estrangeiros e peregrinos na Terra.” Heb 11;13

Mesmo os que não Lhe obedecem, a Ele pertencem. Quando Pagou o necessário resgate Recebeu a Escritura do Planeta com tudo o que nele há. “... É-me dado todo poder no Céu e na Terra.” Mat 28;18

Deus Dera o domínio ao homem; esse perdera pra oposição, pela desobediência. “Não sabeis que, a quem vos apresentardes por servos para obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis ...” Rom 6;16

Aos Olhos Divinos, só um descendente humano poderia resolver a coisa com justiça; “O Verbo Se Fez carne e Habitou entre nós...” Jo 1;14 E Deus, “Deu-lhe o poder de exercer o juízo, porque É o Filho do homem.” Jo 5;27

Sacrifícios de animais fora um arranjo circunstancial para acalmar as consciências arrependidas; mas, ante a Justiça Divina, era necessário “algo” Superior; havia uma sentença de morte a ser redimida. “Porque é impossível que o sangue dos touros e bodes tire pecados... Então disse: Eis aqui Venho, para fazer, ó Deus, a Tua Vontade. Tira o primeiro, para estabelecer o segundo. Na qual Vontade temos sido santificados pela oblação do corpo de Jesus Cristo, feita uma vez.” Heb 10;4, 9 e 10

“Porque nos convinha tal Sumo Sacerdote, Santo, Inocente, Imaculado, Separado dos pecadores e feito mais Sublime que os Céus;” Heb 7;26

Em nós também, partículas da Sua propriedade, há uma “escritura”, “Temos, porém, este Tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, não nossa.” II Cor 4;7

Duas versões, como aquelas de Jeremias. Uma aberta, pública; outra selada. Nossa profissão de fé e testemunho de vida são coisas abertas, que todos podem ver; tenham a estatura que tiverem. Mas, há algo “selado” onde só O Senhor Pode Ver. “Eu, O Senhor, esquadrinho o coração e provo os rins; isto para dar a cada um segundo seus caminhos, segundo o fruto das suas ações.” Jr 17;10

A Escritura aquela, do Senhorio sobre o planeta causou choro, à impressão de que não se poderia abrir, qual emoção aflorará, quando o teor dos nossos vasos for exposto?
Afinal, “Não há criatura alguma encoberta diante Dele; antes, todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos Daquele com Quem temos de tratar.” Heb 4;13

Se necessário, choro de arrependimento agora, nos fará partícipes do cântico, quando todas as coisas forem abertas.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2022

Médicos Doentes


“Filho do homem, profetiza contra os profetas de Israel que profetizam, e dize aos que só profetizam de seu coração: Ouvi A Palavra do Senhor;” Ez 13;2

“... profetiza contra os profetas...”
aqueles que se pretendiam, meios, se tornaram fins, do Divino falar; os reputados por médicos eram meros pacientes carecendo cuidados, invés de aptos a medicar.

O ministério profético sempre foi eivado de falsidade. Duas razões me ocorrem: a vaidade humana desejando reputação de representante Divino; e interesses rasos, de vida fácil; invés do trabalho duro como a maioria; a tentadora arte de transformar falácias em pão.

Nos dias de Acabe e Jezabel havia profetas estatais, sustentados pelos impostos dos trabalhadores; “Agora, pois, manda reunir-se a mim todo Israel no monte Carmelo; como também os quatrocentos e cinquenta profetas de Baal, e os quatrocentos de Aserá, que ‘comem da mesa de Jezabel’.” I Rs 18;19

850 inúteis sustentados pelo povo, ao qual enganavam sistematicamente para manter a pose.

Quando um falsário mais criativo “revelava” algo, os menos talentosos seguiam às pisadas desse: “... quando um edifica uma parede, eis que outros a cobrem com argamassa não temperada; dize aos que a cobrem com argamassa não temperada que ela cairá. Haverá uma grande pancada de chuva; vós, ó pedras grandes de saraiva, caireis, um vento tempestuoso a fenderá.” vs 10 e 11 Figuras de linguagem significando que um criava engano, os outros confirmavam.

Um profeta idôneo tem como necessidade ouvir a Deus; um imitador carece falar ao povo, não importa o quê. O veraz pode ficar largo tempo sem dar as caras, como Elias, que sumiu três anos e meio. Seu compromisso é com O Senhor que o comissiona, quando quer, não com um ativismo “espiritual” para servir drogas psíquicas aos incautos.

Quem “profetiza” em troca de pão precisa “mostrar serviço”, para “fazer jus” ao salário que recebe pelo seu teatro. A primeira credencial de um profeta verdadeiro é ter valor, não interesses. Por essas e outras, Ezequiel, invés de falar ao povo, deveria falar contra os “profetas”.

É possível que um profeta sofra rejeição; Ezequiel, Jeremias, e Elias sofreram; mas, enquanto estiver no centro da Vontade Divina, O Eterno sempre terá um corvo “garçom”, ou, outro meio de manter àquele que O agrada.

“... só profetizam de seus corações...” para alguns desavisados o coração seria uma espécie de aferidor. “Só faça se sentir no coração” costuma dizer o R. R. Soares. Quando alguém pretende enfatizar quanto deseja algo, a outrem, costuma anexar essa testemunha; “te desejo de todo coração”, diria nosso “cardiocrata” hipotético.

A Palavra de Deus não reserva tanta estima ao nosso doentio órgão; “Enganoso é o coração, mais que todas as coisas e perverso; quem o conhecerá?” Jr 17;9 Jesus Cristo ampliou: “Porque do coração procedem maus pensamentos, mortes, adultérios, fornicação, furtos, falsos testemunhos e blasfêmias.” Mat 15;19

Por isso, mediante o mesmo Ezequiel O Senhor Vaticinou o transplante que faria nos Seus; “Dar-vos-ei um coração novo, Porei dentro de vós um espírito novo; Trarei da vossa carne o coração de pedra e vos Darei um coração de carne.” Ez 36;26

Esse “novo coração” não é novo órgão estritamente; antes, novo modo de pensar, doravante, segundo Deus; “Deixe o ímpio o seu caminho, e o homem maligno seus pensamentos, e se converta ao Senhor, que Se Compadecerá dele; torne para o nosso Deus, porque Grandioso É em perdoar. Porque Meus pensamentos não são os vossos, nem os vossos caminhos os Meus, Diz O Senhor.” Is 55;7 e 8

Embora nosso coração até possa ser um aferidor de sinceridade, está longe de sê-lo, da verdade. Para isso carecemos estar perto de Um Coração que Ama-a sem os nossos imediatismos doentios; “... Achei a Davi, filho de Jessé, homem conforme Meu Coração, que executará toda Minha Vontade.” Atos 13;22

Notemos que, para nosso coração se alinhar Ao Divino, temos que ter como nossa, a Vontade Dele. Nosso coração regenerado em Cristo, não é mais, fonte d’onde procedem todas aquelas coisas más; “... porque a Água que Eu lhe Der se fará nele uma fonte de água que salte para a vida eterna.” Jo 4;14

“Ouvi À Palavra do Senhor!
” Um profeta ouvia/via a Vontade do Senhor diretamente; os falsários aqueles estavam sendo convidados a ouvirem mediante Ezequiel.

Todos os nascidos de novo podem, pelo Espírito Santo ouvir à Palavra do Senhor diretamente; em seus entendimentos, consciências... “... Porei Minhas Leis em seus corações; as Escreverei em seus entendimentos...” Heb 10;16

Não precisamos de profetas; mas, de honestidade intelectual para admitir que sabemos o Querer de Deus; nem sempre ousamos praticar. “Mas o que Me der ouvidos habitará seguro, estará livre do temor do mal.” Prov 1;33

domingo, 11 de dezembro de 2022

Andando em círculos


“Os gentios enterraram-se na cova que fizeram; na rede que ocultaram ficou preso seu pé. O Senhor é conhecido pelo juízo que Fez; enlaçado foi o ímpio nas obras das suas mãos.” Sal 9;15 e 16

Deus Fez o homem arbitrário; apto a fazer escolhas e consequente, responsável pelas mesmas. “Os céus e a terra Tomo hoje por testemunhas contra vós, de que te Tenho proposto vida e morte, bênção e maldição; escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e tua descendência. Deut 30;19

O Salvador Ensinou: “Portanto, tudo que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lhes também, porque esta é a Lei e os profetas.” Mat 7;12 O sentido da Lei e dos escritos dos profetas era ensinar isonomia; igualdade entre os povos de raças diversas, coisa que, a humanidade “descobriu” nas últimas décadas.

Quando, alguém arma redes aos inimigos e acaba preso nas mesmas que armou, é a Perfeição do Juízo Divino atuando.

Termos desafetos é inevitável nesse mundo dual, de luz e trevas, amor e ódio, verdade e mentira. Entretanto, O Eterno reservou para Si o direito de julgar; “Não vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira, porque está escrito: Minha é a vingança; Eu Recompensarei, diz O Senhor.” Rom 12;19

O ensino requer que oremos pelos inimigos, façamos-lhes o bem, até; “Portanto, se teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas de fogo sobre sua cabeça. Não te deixes vencer pelo mal, mas vence o mal com o bem.” Rom 12;20 e 21

Não precisam, necessariamente, todos caírem nas redes que armaram. A Palavra de Deus insta com quem erra para convencê-lo do seu descaminho, de modo que, invés de odiar ao próximo, repense seus motivos; descobrindo imperfeições em si, arrependa-se; é uma forma sábia, julgar a si mesmo. “Porque, se julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados.” I Cor 11;31

“Se consegues fazer um bom julgamento de ti és um verdadeiro sábio.” Antoine de Saint-Exupéry

Os Céus não fariam festa por motivos bobos; o arrependimento de um, que julgou bem a si mesmo e não precisará passar pelo Juízo do Eterno gera júbilo por lá; “Assim vos digo que há alegria diante dos anjos de Deus por um pecador que se arrepende.” Luc 15;10

Esse “juízo” que reconhece a justiça de Deus, e aceita O Resgate oferecido agrada Ao Senhor; julgar e condenar, Lhe é uma triste necessidade, não um deleite. “Vivo Eu, diz O Senhor Deus, que não Tenho prazer na morte do ímpio, mas em que o ímpio se converta do caminho e viva. Convertei-vos, convertei-vos dos vossos maus caminhos; pois, por que razão morrereis...” Ex 33;11

O “progresso” da humanidade, infelizmente é um eterno andar em círculos, como as ovelhas aquelas. Novas conquistas tecnológicas, mais alcance, velocidade, e os mesmos vícios; novos meios de burlar, tirar vantagem via espertezas, roubar a vida, invés de ganhá-la.

Aparatos cada vez mais hightechs, e motivações doentias, ímpias, sempre as mesmas.

Esse andar em círculos foi observado em dias idos. “O vento vai para o sul, faz o seu giro para o norte; continuamente vai girando, e volta fazendo seus circuitos. Todos os rios vão para o mar, contudo, o mar não se enche; ao lugar para onde os rios vão, para ali tornam eles a correr. Todas as coisas são trabalhosas; o homem não o pode exprimir; os olhos não se fartam de ver, nem os ouvidos se enchem de ouvir. O que foi, isso é o que há de ser; o que se fez, isso se fará; de modo que nada há de novo debaixo do sol.” Ecl 1;6 a 9

Partilhar nas redes sociais que, fazendo as coisas da mesma forma, nunca chegaremos a resultados diferentes é mais uma nuance dos que andam em círculo, sem perceber que sofrem da doença que pretendem medicar. Jogam ao vento sementes que não cultivam.

Enquanto nossa capacidade de ver erros for apenas externa, não ousarmos olhar dentro de nós, a ciranda de doidos seguirá, até que nossa “senha” seja chamada, e, colhamos sem nenhum júbilo, os juízos temerários que lançamos alhures quando dávamos nosso espetáculo no “Globo da Morte”.

O mundo assemelha-se ao logotipo da Toyota; uns círculos dentro dos outros. O Santo nos chama ao caminho reto, mesmo que isso nos afaste das tendências dos que preferem seguir os berrantes enfeitiçados dos modismos.

“No caminho da sabedoria te ensinei, por veredas de retidão te fiz andar. Por elas andando, não se embaraçarão teus passos; se correres não tropeçarás... Os teus olhos olhem para a frente, as tuas pálpebras olhem direto diante de ti.” Prov 11;12 e 25