quarta-feira, 20 de julho de 2022

Discernimento; dom e busca


“... a outro o dom de discernir espíritos;” I Cor 12;10

O discernimento espiritual é um dom; também, uma característica de quem se exercita espiritualmente; esse atinge certa maturidade; junto com ela, a percepção melhora.

O Espírito Santo pode dar isso de modo imediato para quem lhe aprouver; mas, a vida espiritual obediente traz consigo alguns “efeitos colaterais”; “O que é espiritual discerne bem tudo e de ninguém é discernido.” I Cor 2;15 “Porque o exercício corporal para pouco aproveita, mas a piedade para tudo é proveitosa...” I Tim 4;8 “O mantimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm os sentidos exercitados para discernir tanto o bem quanto o mal.” Heb 5;14

Exortando à necessária edificação, Paulo ensinou que a mesma protege dos enganadores: “Para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente.” Ef 4;14

A melhor maneira de identificar uma cédula falsa é conhecer bem a verdadeira; assim, o discernimento requer de quem o busca, que conheça à Palavra de Deus. O falso não pode ser rejeitado como tal, senão à luz do verdadeiro.

Podemos descartar como erro, qualquer ensino, doutrina, que se oponha à verdade revelada, seja espúrio a ela com pretensões espirituais, acrescente ou suprima, porções da mesma.

Alguns fogem de tomar posição ante os ataques que a fé sofre, mediante ações de falsificadores infiltrados, a pretexto de “evitar polêmica”; os veros servos de Deus veem em cada tentativa de perversão do entendimento, um desafio, ao qual não se acovardarão; “Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas poderosas em Deus para destruição das fortalezas; destruindo conselhos e toda altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus; levando cativo todo entendimento à obediência de Cristo;” II Cor 10;4 e 5

Não se trata de um espírito possuindo um ministro ao seu serviço; antes, influenciando sua maneira de pensar, sutilmente parecido com os cristãos, mas diferente em questões vitais. O falso precisa alguma semelhança com o verdadeiro ao qual anseia usurpar.

Pelo Espírito Santo habitar-nos também deveria requerer de nós, discernimento; não deve ser sem motivo, que a Palavra nos exorta a não O entristecermos: “Não entristeçais O Espírito Santo de Deus, no qual estais selados para o dia da redenção.” Ef 4;30

O fato de O podermos entristecer deriva do nosso direito de escolha preservado. Seremos por Ele capacitados quando, em direção à virtude; acusados na consciência, se optarmos pelo vício; nunca seremos marionetes; sempre teremos iniciativa das ações. Embora isso seja assustador, dada a nossa insignificância, é assim; dado O Amor Divino que preza a liberdade.

Cada vez que, mesmo habitados pelo Santo agimos como se não fôssemos, com disposição espiritual diversa, O entristecemos; apóstolos de Jesus foram exortados quanto a isso, pelo Senhor: “Voltando-se, porém, repreendeu-os e disse: Vós não sabeis de que Espírito sois.” Luc 9;55

Não necessariamente um espírito; nossa própria inclinação natural (carne) tomando o lugar Dele também obra sem discernimento; “Sois vós tão insensatos que, tendo começado pelo Espírito, acabeis agora pela carne?” Gál 3;3

Isso reitera o que dissera Jeremias, com outras palavras: “... Maldito o homem que confia no homem, faz da carne seu braço, e aparta seu coração do Senhor!” Jr 17;5

Então, quem anseia uma vida em paz, verdade, sem entristecer ao Espírito Santo, ande em espírito. Através da consciência sempre nos iluminará sobre nossas pretendidas atitudes. Silenciará quando aprovar; açoitará, quando não. Um pregador puritano chamado Samuel Bolton disse: “Se a consciência não for um freio, ela será um chicote.”

Isaías ampliou a ideia: “Teus ouvidos ouvirão a palavra do que está por detrás de ti, dizendo: Este é o caminho, andai nele sem vos desviardes nem para a direita nem para a esquerda.” Is 30;21

Tendemos a duas coisas vãs; uma nociva, outra imprudente. A primeira nos dá olhos de águias para os erros dos outros e de toupeiras para com os nossos; a imprudência enche nossos alforjes de pedras para afastar os que pretendem “cuidar de nossas vidas”; enquanto nós também não cuidamos.

Nosso esconderijo fugaz sempre pressupõe um “amanhã” quando pensaremos nos problemas atuais e um agora, para agir sem pensar, medir as consequências. - Paro de fazer isso quando eu quiser - mas “quando” nunca chega.

É preciso intrepidez, amor a Deus e amor próprio, para resistir que nossas almas apodreçam, porque o mundo ao nosso redor se decompõe veloz.

Os relapsos no preparo, estudo, costumam dizer que “Deus Usa uma mula quando Quer.” A mula foi o “Plano B”; antes Fez saber Sua Vontade ao profeta. O Poder inefável do Eterno não justifica nossa preguiça.

terça-feira, 19 de julho de 2022

Veneno da mentira

“Viu a mulher que aquela árvore era boa para se comer, agradável aos olhos, árvore desejável para dar entendimento; tomou do seu fruto, comeu e deu também a seu marido; ele comeu com ela.” Gn 3;6

Esse “novo olhar” olhar da mulher sobre a árvore proibida só aconteceu depois de ouvir ela, uma “segunda opinião;” Deus dissera: “... De toda a árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás.” Cap 2;16 e 17

No entanto a serpente trouxe “outra visão”; “Certamente não morrereis. Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão vossos olhos e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal.” Gn 3;4 e 5

Assim, não apenas O Santo teria mentido, mas distorcido os motivos do veto, por não querer que o homem soubesse sobre o bem e o mal.

Como eram as demais árvores ao redor? “O Senhor Deus fez brotar da terra toda a árvore agradável à vista, e boa para comida...” Cap 2;9

Portanto, as qualidades de ser boa para comer e agradável à vista, não faziam a referida árvore mais apetecível que as demais. Qual era o fato novo então, o pulo do gato que seduziu à mulher? Depois da intromissão maligna a planta foi vista como “... desejável para dar entendimento...” Desejou o “upgrade” oferecido pela serpente porque acreditou nisso. Natural concluir que acreditou também na promessa de não morrer; assim, a primeira mulher, depois seu marido, acreditaram em Satã, mais que em Deus; na criatura invés do Criador.

Salomão ensinou que a retidão original se perdeu por ter o homem buscado invenções, astúcias; “... Deus fez ao homem reto, porém eles buscaram muitas astúcias.” Ecl 7;29

Desgraçadamente, o prazer pela novidade tem sido mais forte que a prudência, e feito muitos deixarem veredas sadias, confirmadas, em troca de doutrinas que derivam do pai da mentira, não do Pai das Luzes.

Nunca a possibilidade se perder foi tão vasta como agora. Paulo anteviu a apostasia atual; “Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme suas próprias concupiscências;” II Tim 4;3

A comichão nos ouvidos deriva de algum “toque” que a desperte, como aconteceu com Eva; tinha a Palavra de Deus, categórica, cabal; mas, não resistiu a uma nova “profecia” que negava o juízo e acenava com proezas mais altas.

Em muitos lugares e tempos, não foi possível escolher qual versão do Evangelho abraçar; eram raros os pregadores e reduzido o alcance; de modo que, poder escolher mestres de acordo com as inclinações de cada um, só é possível nos dias atuais; onde, com o avanço tecnológico, saltitam mestres para todos os gostos. Poucos ao Gosto de Deus, infelizmente.

Não importa o que o canhoto diz; via serpente, disfarçado de anjo de luz, envergando A Bíblia com pose de pregador, pretextando falar em Nome do Altíssimo. Se o teor de seus ensinos propõe novidades, por melhores que essas soem, são mentiras. “O céu e a terra passarão, mas Minhas Palavras não hão de passar.” Mt 24;35 “Jesus Cristo é o Mesmo, ontem, hoje e eternamente.” Heb 13;8 “Porque Eu, O Senhor, não mudo...” Ml 3;6

Então, mesmo que eventual nova doutrina pareça “desejável para dar entendimento”, é apenas a velha mentira de roupas novas. “Assim diz o Senhor: Ponde-vos nos caminhos e vede; perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho, e andai por ele; achareis descanso para vossas almas; mas eles dizem: Não andaremos.” Jr 6;16

Embora se diga que, quem não aprende com a história tende a repeti-la, a maioria reitera erros repisados ao longo dos anos. O agradável toma o lugar do veraz; adultos portando-se como crianças traem a si mesmos para própria perdição.

Não sendo criador de nada, exceto, da mentira, o usurpador nada pode oferecer de verídico, que permaneça além da vida. Nesse mundo que lhe obedece até logra posses materiais, postos de comando, para alguns que com ele pactuam; de que servirão essas coisas na hora da verdade, do juízo?

Os chamados pelo Senhor são desafiados a não temer nem à morte, muito menos, capitular ao engano das riquezas, poder; "... Não temais os que matam o corpo, depois, não têm mais que fazer. Mas Eu vos mostrarei a quem deveis temer; temei Aquele que, depois de matar, tem poder para lançar no inferno; sim, vos digo, a esse temei.” Luc 12;4 e 5



“Assim como uma gota de veneno compromete um balde inteiro, também a mentira, por menor que seja, estraga toda a nossa vida.” Mahatma Gandhi

domingo, 17 de julho de 2022

Corações sábios


“Tenho posto com ele, Aoliabe, o filho de Aisamaque, da tribo de Dã; Tenho dado sabedoria ao coração de todos aqueles que são hábeis, para que façam tudo que te Tenho ordenado.” Ex 31;6

A planta do Tabernáculo com seus utensílios fora detalhada a Moisés; então, O Senhor apontara pelo nome a dois artífices capacitados e escolhidos por Ele. Bezalel e Aoliabe.

“Tenho dado sabedoria ao coração de todos aqueles que são hábeis...” havia habilidade natural nos artesãos escolhidos; mas, um dom natural a serviço de um coração mau acaba descambando em inutilidade, em pecado. Por isso, além da destreza das mãos, O Eterno requer um coração alinhado ao Dele.

Além dos meios, a habilidade, contam os fins, o propósito. Que valeria a mais esmerada destreza nas mãos de um de coração idólatra, rebelde, que usaria tal talento para forjar uma imagem espúria, que desviaria ao povo do Deus Vivo? Certamente quem moldara ao Bezerro de ouro era hábil; qual o fruto? Milhares de mortes derivadas da desobediência que sua arte ajudou a ornamentar.

Quando falamos “coração”, nesse caso, não nos referimos ao órgão estritamente. Trata-se do centro da personalidade humana; a soma dos pensamentos, emoções e vontades perfazem o que chamamos coração. Normalmente os primeiros dão origem aos demais; os pensamentos forjam emoções e oferecem “matéria prima” sobre a qual nossa vontade arbitra.

Por isso, para que nosso coração se torne, “segundo o Coração de Deus”, como disse de Davi, o primeiro passo é que nossos pensamentos sejam deixados, em prol dos Dele.

“Deixe o ímpio seu caminho, o homem maligno seus pensamentos e se converta ao Senhor, que se compadecerá dele; torne para o nosso Deus, porque Grandioso É em perdoar. Porque Meus pensamentos não são os vossos, nem vossos caminhos os Meus, diz O Senhor.” Is 55;7 e 8

Na Nova Aliança, cada um é chamado a ser artífice da própria edificação para “tabernáculo” de Deus; “Chegando-vos para Ele, Pedra Viva, reprovada na verdade, pelos homens, mas para com Deus Eleita e Preciosa, vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual, sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo.” I Ped 2;4 e 5

Não apenas para oferecermos “sacrifício vivo”, mas, para sermos habitação do Senhor; “... Se alguém Me ama, guardará Minha Palavra e Meu Pai o amará; Viremos para ele, e Faremos nele morada.” Jo 14;23

Nossas habilidades naturais respeitam à capacidade de raciocinar, entender, fazer escolhas; precisamos, como os artífices aqueles, sermos feitos sábios de coração para devida edificação.

Não é um dom a ser recebido de vez; antes, um crescente processo, que demanda nossa participação; depois de recebermos a Cristo e Nele a vida, devemos nos esforçar no aprendizado, para que nossos corações sejam aperfeiçoados. “Ele mesmo deu uns para apóstolos, outros para profetas, evangelistas, pastores e doutores; querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo; até que todos cheguemos à unidade da fé, ao conhecimento do Filho de Deus, homem perfeito, à medida da Estatura completa de Cristo.” Ef 4;11 a 13

Não mais uma tenda; Deus Opera para edificar pessoas.

Ainda, as habilidades naturais, de raciocínio, aprendizado, inteligência se revelarão inúteis, se o coração que as anima estiver alienado de Deus. Quantas mentes mui hábeis e mortas, erram nas trevas; negam a existência do Criador, embora evidente pelas Suas Obras?

O lapso não costuma ser intelectual, mas volitivo. O que a mente entende a vontade se recusa a abraçar, por rebeldia. “Porquanto o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lhes manifestou. Porque Suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto Seu Eterno Poder, quanto Sua Divindade, se entendem, e claramente se veem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis; porquanto, tendo conhecido a Deus, não O glorificaram como Deus...” Rom 1;19 a 21

Em se tratando de obreiros, ainda deveria ser a escolha, estritamente do Senhor, como foi nos dias de Moisés. Todavia, no aspecto da salvação, o convite é abrangente; “Vinde a Mim todos...” Mat 11;28

Uma vontade submissa é a “habilidade” indispensável para quem deseja servir e ser habitado por Deus. “Já estou crucificado com Cristo; vivo, não mais eu, mas Cristo Vive em mim; a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou, e entregou a si mesmo por mim.” Gál 2;20

Deus dá os “materiais de construção”; edificar sobre a areia, ou sobre a Rocha é uma escolha que nos cabe. Os vendavais virão a despeito de nossas vontades. Quem edificou Nele, nada precisa temer; “Deus é nosso refúgio e fortaleza...” Sal 46

sábado, 16 de julho de 2022

As muletas do mal


“Apresentaram falsas testemunhas, que diziam: Este homem não cessa de proferir palavras blasfemas contra este santo lugar e a Lei;” Atos 6;13

Já estavam decididos a se livrar de Estêvão e tinham poder para isso; por que precisavam dessa encenação? Que a execução derivaria do zelo por Deus, contra um homem mau?

Se, a verdade pode se expor nua e crua, a inveja é como o Fantasma da Ópera; só mascarada consegue sair à luz.

Ampliemos: Enquanto o bem pode desfilar sozinho, sem nenhum aparato da oposição a justificá-lo, o mal, em seu estado puro não se atreve a sair às ruas. 

Os grandes patifes e as bisonhas injustiças que tanto acontecem sempre desfilam apoiados em alguma muleta de pretensa justiça, para não se estatelarem no chão.

Os Titãs da corrupção nunca dizem que querem voltar a governar para seguir agigantando-se no que são peritos; roubar. Antes, pleiteiam governar porque o povo está abandonado, com pouca comina na mesa, o gás está caro, gasolina idem, nosso país precisa se desenvolver...

Patifarias oriundas daqueles que deveriam fazer justiça, sempre assomam em “defesa da democracia” das “instituições”; temos uma proteção jamais pensada, contra notícias falsas. Sempre estivemos expostos à falsidade; o antídoto a isso costumava ser discernimento, prudência, maturidade. Agora já podemos seguir psiquicamente infantis; o STF cuidará de tudo para nós. Ai que quem intentar nos mentir exceto, eles e seus protegidos.

O mal por ser a usurpação de um espaço alheio precisa das referências de quem usurpa. Quando seu criador vendeu o peixe ao primeiro casal, não disse: Desobedeçam, comam do fruto proibido e sereis como eu; antes, “Sereis como Deus”. Sabendo-se desprezível, fez suas vítimas olharem para algo que parecia desejável. Embora, no que era possível ser como Deus, o casal Edênico já o era; Imagem e Semelhança. A arte de criar problemas para vender “soluções” é bem antiga.

Homens e anjos foram “programados” para a prática do bem; nenhum aceitaria o mal sem algo do bem misturado às propostas, mesmo que seja mentira, como sempre é.

Qualquer estudante de direito saberia dar sentenças de acordo com nossa Constituição. No entanto, a maioria dos “doutos de notável saber” discursam duas horas para proferir seus “votos”; rebuscam-se de precedentes forjados, cotejando leis de outros países até, para, no final se seu contorcionismo jurídico/retórico, esposarem um monstrengo inconstitucional.

Sobre liberdade de expressão, isonomia, harmonia independente entre poderes, etc. Além das vestes alinhadas próprias de homens ricamente assalariados, usam um roupão solene sobre as mesmas, a toga; numa encenação de reverência e imparcialidade; entretanto, apesar dessas vestes conseguem aparecer obscenos; pois, as almas justas vestem-se de dignidade, coerência, respeito, não com amontoados de pano.

Na acusação contra Estêvão, se lhe permitiu a defesa. Seu discurso foi uma pérola de conhecimento das Escrituras, então existentes, O Velho Testamento; dos feitos de Cristo e contra Ele. Por acaso algum dos acusadores apresentou uma prova só, de algo inverídico que ele dissera? Não. Então, por que foi condenado?

Porque no império da mentira a verdade é uma ameaça; a Luz é uma penetra indesejável, uma desmancha-prazeres a incomodar. “Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz; não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas.” Jo 3;20 De novo o mal precisando de algo do bem; agora, aprovação social.

“Ouvindo eles isto, (a defesa de Estêvão) enfureciam-se em seus corações, rangiam os dentes contra ele.” v 54 

Como a verdade desconforta quem vive na mentira! Furiosos, rangendo dentes partiram para a “justiça”.

Quando gente decente precisa fazer justiça, geralmente o faz compungida, meio lamentando por um ser humano carecer sofrer execução; onde vige pena de morte se dá direito às últimas falas do condenado; quiçá, uma chance ao arrependimento para salvação.

Quem faz “justiça” como aqueles, babando ódio, não conhece a justiça. Apenas vinga-se barbaramente de alguém que ousou expor seu insano modo de vida; tá pensando o quê?

Os servos de Deus entendem que serão perseguidos, O Senhor os preveniu; e não será porque agirão de modo injusto; antes, o oposto disso; “Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça...” Mat 5;10

O pai da mentira tomará o planeta por uns dias; Deus permitirá. Nuances da sua “justiça” já fazem um mosaico sobre a terra; “Por isso o direito se tornou atrás, a justiça se pôs de longe; porque a verdade anda tropeçando pelas ruas, a equidade não pode entrar. Sim, a verdade desfalece...” Is 59;14 e 15

Breve nada valerão nossas defesas; nossos méritos serão nossas culpas. Quem amar aplausos, aceitação, mais que à verdade e a Deus, perecerá. Mas, “Em Deus faremos proezas, pois ele calcará aos pés os nossos inimigos.” Sal 108;13

segunda-feira, 11 de julho de 2022

Detector de ditaduras


“Por que se amotinam os gentios, e os povos imaginam coisas vãs?” Sal 2;1

Motim; ou revolta contra autoridade, tumulto, insurreição, desordem. Está expresso contra quem se amotinariam os povos; “Os reis da terra se levantam, governos consultam juntamente contra O Senhor e contra Seu ungido, dizendo: Rompamos Suas ataduras e sacudamos de nós Suas cordas.” Vs 2 e 3
Se o motim deriva dos reis é porque, gostando ou não, eles estão sob a autoridade do Rei dos Reis.

Talvez, na percepção de Davi os povos e os reis se levantariam primeiro, contra Deus; depois, contra o próprio rei Davi, “seu ungido”; alguns teólogos defendem a ideia de que os profetas recebiam a mensagem, sem que entendessem, necessariamente, o “sensus plênior”; ou seja: O sentido exato, tencionado pelo Senhor.

O motim é contra O Criador e qualquer figura de autoridade na terra que O represente; o alvo a ser rejeitado inclui tanto os cuidados medicinais com as almas, quanto, os preceitos Divinos; “Rompamos de nós Suas ataduras, sacudamos de nós Suas cordas.”

A obediência que Jesus chamou de “Jugo”, são as “cordas” que incomodam esse mundo amoral e imoral, que labora, para que a virtude e o vício troquem de lugar. “Trocaram noite em dia; a luz está perto do fim, por causa das trevas.” Jó 17;12

A filosofia labora em busca da verdade; eventualmente do sentido das coisas; aquela pergunta traz um quê filosófico de quem tenta entender os motivos alheios para rebelião, e a “lógica” que patrocinaria o investimento estúpido em “coisas vãs.”

A Palavra de Deus não se ocupa tanto com os “porquês” de nossa loucura; expressa o acentuar dela, e em qual tempo; “Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos. Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela.” II Tim 3;1 a 5

Está em curso veloz, uma agenda global perversa imposta mediante os reis da Terra, visivelmente satânica, que, em nome de um imaginário bem comum, promete grandes coisas enquanto planeja o totalitarismo, a opressão na imposição desse famigerado plano.

As liberdades, de crença, escolha, e de expressão, embora inda circulem no reino das palavras, a rigor são “cordas” que o sistema que se impõe, atua para romper. Qualquer um pode falar o que quiser, em prol do comunismo que os anima; mesmo planejar crimes, defender aborto; mas, quem falar destoando disso, é estreitado, preso; por ser “ameaça à democracia”. O detector de tiranias, ditaduras apita freneticamente; mas, as pessoas estão surdas.

As perguntas de Deus não nascem de um desejo de saber, como nós. Ele É Onisciente. Refletem Sua Bondade, como fez com o primeiro homem, Adão; ao inquirir, “Onde estás?” não visava saber o que já sabia; mas, oferecia ao amedrontado e perturbado ser, a oportunidade de explicar sua escolha. Desse calibre, o “Porquê se amotinam os povos...” Qual explicação em defesa dos nossos motivos?

Esse mundo moralmente amorfo, relativista, busca por nichos, encaixes, não por valores segundo Deus. O desprezo pela verdade ensejará a robustez da mentira, num juízo antecipado, contra os que trocam a Água Viva pelas “cisternas rotas”. “Por isso Deus lhes enviará a operação do erro, para que creiam na mentira; para que sejam julgados todos que não creram na verdade, antes tiveram prazer na iniquidade.” II Tess 2;11 e 12

Houve um rei, nos dias de Jeremias, que, confrontado com A Palavra de Deus também “rompeu as cordas”; “Sucedeu que, tendo Jeudi lido três ou quatro folhas, cortou-as com um canivete de escrivão, e lançou-as no fogo que havia no braseiro, até que todo o rolo se consumiu no fogo que estava sobre o braseiro.” Jr 36;23

Deus ordenou ao profeta: “Toma ainda outro rolo, escreve nele todas aquelas palavras que estavam no primeiro rolo, que queimou Jeoiaquim, rei de Judá.” Além da renovação das “cordas” que o atrevido rei queimou, veio sua sentença: “Não terá quem se assente sobre o trono de Davi; será lançado seu cadáver ao calor do dia e à geada da noite.” v 30

Nós poderemos ficar sem ouvidos por causa da rebelião; mas, O Eterno jamais ficará sem palavras.

Na esteira das coisas vãs, muitos se atrevem a dizer quais partes da Palavra são boas, e quais, nocivas. No Seu tempo, O Senhor também atuará seletivamente. “Então voltareis e vereis a diferença entre o justo e o ímpio; entre o que serve a Deus, e o que não serve.” Ml 3;18

domingo, 10 de julho de 2022

Os santos


“Ser-Me-eis santos, porque Eu, o Senhor, Sou Santo; vos Separei dos povos, para serdes Meus.” Lev 20;26

Embora, vulgarmente se chamem santos alguns piedosos que, após a morte passam por um processo de canonização com aval do Vaticano, esse é o dever em vida, de todos que pretendem servir a Deus; pertencer a Ele.

Não é um desafio à para que sejamos uma singularidade espiritual, ganhemos um busto após a morte e eventuais admiradores façam orações a nós; antes, que nosso viver seja separado do mundo e seus valores invertidos, nosso pensar e agir sejam alinhados ao Caráter do Pai.

Originalmente, Deus Fez o homem à Sua Imagem e semelhança; mediante à regeneração deseja que se torne outra vez, parecido Consigo. Sede santos porque Eu Sou; ordenou. Essa é a razão.

Deus Ama Sua Imagem refletida no homem. A cada dia que supervisionava à criação o relato diz: “Viu Deus que era bom.” Porém, no visto final, depois de haver criado o homem, o Gênesis diz: “Viu Deus tudo quanto tinha feito; eis que era ‘muito’ bom;” Cap 1;31

Depois da queda, tendo “progredido” a obra de dissolução das virtudes, pelo homem caído em consórcio com o inimigo, Deus não teve mais prazer em contemplar Sua Obra; “O Senhor olhou desde os Céus para os filhos dos homens, para ver se havia algum que tivesse entendimento e buscasse a Deus. Desviaram-se todos, juntamente se fizeram imundos: não há quem faça o bem, não há sequer um.” Sal 14;2 e 3

O Saara espiritual prosseguiu até que, um dia O Eterno pode ver outra vez Sua Imagem refletida na forma humana. Não foi pelo “upgrade” de um homem virtuoso que descobriu a fonte da santidade e retornou sozinho a forma original; antes, pelo inefável amor Divino, que Enviou Seu Filho, para dar Sua Vida em favor da regeneração humana. Vendo Esse Entrar em cena, o Amor do Pai não se conteve: “... Este é o Meu Filho amado, em quem Me comprazo.” Mat 3;17 Como se dissesse: Inocente, puro assim, Eu Criei; assim é muito bom.

Cristo reflete fielmente O Criador; “O qual, sendo o resplendor da Sua Glória, a expressa Imagem da Sua Pessoa...” Heb 1;3

Ele é o parâmetro a se buscar mediante edificação espiritual; “Ele mesmo deu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas, outros para pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo; até que todos cheguemos à unidade da fé, ao conhecimento do Filho de Deus, homem perfeito à medida da estatura completa de Cristo. Ef 4;11 a 13

Pedro abordou a necessidade de edificação; “Vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual, sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo.” I Ped 2;5

O Novo Testamento trouxe o cumprimento dos tipos proféticos e das profecias do Antigo; mas, o propósito regenerador segue, agora possível, em Cristo; “Como É Santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda vossa maneira de viver; porquanto está escrito: Sede santos, porque Eu Sou Santo.” I Ped 1;15 e 16

Santificação requer que, tanto quanto possível, imitemos a Deus; no que tange aos costumes mundanos, demanda separação; “vos Separei dos povos para serdes Meus...” Cristo reiterou isso aos Seus: “Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu, mas porque não sois do mundo, antes vos Escolhi do mundo, por isso é que o mundo vos odeia.” Jo 15;19

A um filho de Deus não serve como parâmetro o que “todo mundo está fazendo”; antes, o que O Criador prescreve. Nisto consiste nossa separação; nos valores que patrocinam ações, não em eventual distanciamento geográfico.

Como, “Ladeira abaixo todo o ‘santo’ ajuda”, ou, à favor da correnteza até fezes flutuam tranquilamente, nosso desafio é uma espécie de piracema; andar contra o fluxo natural, por estar separados dele.

Já andamos assim outrora, como todos; “Noutro tempo andastes segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos da desobediência.” Ef 2;2

Mas, daquele tempo em que, sermos seguidores da Justiça Eterna não nos interessava, nada restou que valha à pena recordar; “Porque, quando éreis servos do pecado, estáveis livres da justiça. Que fruto tínheis então das coisas de que agora vos envergonhais? Porque o fim delas é a morte.” Rom 6;20 e 21

Após conhecermos O Senhor, desobediência não convém. A novidade de vida prescrita em Cristo é nosso cotidiano, a santificação, o alvo. “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas passaram; eis que tudo se fez novo.” II Cor 5;17

sábado, 9 de julho de 2022

Corações vermelhos


“Que culpa tenho eu, se meu sangue é Vermelho e meu coração é de Esquerda?” Che Guevara

Culpa não é um derivado do que somos, mas de nosso agir. Os atos definem o ser, “Até a criança se dará a conhecer pelas suas ações...” Prov 20;11 Culpa ou inocência devem ser vistas à luz do que fazemos.

Os homossexuais dizem ter nascido assim; embora, muitos vivam ambas as possibilidades, deixando claro tratar-se de escolha, não de determinismo biológico; temos ainda os “trans”; teriam nascido com uma alma diferente do corpo. Também nasci assim: Minha alma é de George Clooney, o corpo que insiste em não combinar com ela. Não posso fazer nada.

Quem pensa que determinada opção política é abono para a prática de toda sorte de violações, entre outras coisas, é culpado por ter atrofiado o próprio cérebro. Cometer violência, injustiça, em nome de uma “causa justa”, como pretendem os esquerdistas, é desgrenhar-se insano, clamando por luz, enquanto apaga às velas. Não se colhe justiça semeando desordens.

Para o esquerdismo, se um crime tiver motivações políticas, vira um sub-crime, indultável; um ato revolucionário. Como fizeram protegendo o terrorista italiano Césare Battisti. Ele matou alguns lá, por discordâncias ideológicas; e daí?

Resulta que, numa sociedade como a nossa, que não possui pena de morte nem para crimes hediondos, há uma “pena” velada para o “crime” de discordâncias políticas? Sim. Os mandantes de Adélio Bispo seguem bem protegidos pelo sistema vermelho, entranhado em nossas instituições. Foi o “lobo solitário”; a alcateia segue solta.

Na mesma “lógica” defendem o aborto, outra “pena de morte” velada; assassinato de inocentes indefesos, pelo “crime” de serem indesejados; quiçá, deformarem a estética das mães por algum tempo, ou, demandarem recursos, cuidados para criação. Mas, nem todo aquele que vota na esquerda é abortista. Quem não é na prática, mas legitima mediante apoio político às lideranças que o são, é cúmplice.

Onde a esquerda prepondera, invariavelmente culmina em ditadura; como Cuba, China e Venezuela, por exemplo. Por quê? Porque a democracia pressupõe alternância de poder; esse pódio ao qual se galga de duas maneiras apenas; à força das escolhas populares por agradar, ou à força bruta mesmo, por fraudar, tolher direitos, se impor.

Para os vermelhos, não existe uma oposição legítima, postulante como eles, de governar; os liberais conservadores são o mal, o câncer social que precisa ser exterminado. Não somos adversários, mas inimigos. 

Suportamos quatro mandatos seguidos deles, mesmo contrariados respeitando ao que imaginávamos ser, a vontade das urnas; eles não suportam um, do viés conservador.

O esquerdismo puro não consegue agradar, pois, se o assistencialismo inicial que fomenta nos mentecaptos cooptados, (os “idiotas úteis” que pensam com o estômago) a ideia de poder viver bem sem trabalhar, o desestímulo à produção, a penalização suicida contra quem produz riquezas e gera empregos, os empreendedores, acaba cobrando seu preço; miséria geral, como se verifica tristemente, no Chile e Argentina.

De onde os canhotos são tirados, via eleições, é porque ainda não lograram instrumentalizar tudo, de modo a se perpetuarem mediante fraudes, como tentam fazer aqui; seus expoentes infiltrados defendem à “transparência opaca” de um sistema no qual, “nunca se comprovou fraudes”. Ora, isso porque o mesmo é inauditável.

Parece a piada aquela do réu ante o juiz pedindo clemência nesses termos: “Se não me condenares, meritíssimo, prometo que nunca mais matarei minha sogra.”

Os eleitores são tratados como os prisioneiros da Caverna de Platão; devem ter as sombras produzidas engenhosamente, por realidade; e ai de quem mencionar a existência de outra luz. Malgrado meio milhar de vulnerabilidades nas urnas eletrônicas e seu funcionamento, constatadas pelos técnicos, o “sistema é seguro” Moraes garante! Só “fascistas” desconfiam.

Desgraçadamente, uma geração toda foi paulofreireada, de modo a ser, como Che Guevara. Sangue e coração apenas; não, cérebros aptos a pensar por si mesmos. Por quê pensar, se basta gritar palavras de ordem, colar rótulos? Quem precisa saber o que é nazismo, fascismo? É só dizer que “eles” são. Quem carece entender que o homossexualismo, embora livre, é uma escolha, um comportamento, não um tipo biológico?

O fogo do nosso sistema educacional, por quase duas décadas ardeu produzindo calor, sem luz.

Esperar que os cérebros treinados no ócio, de repente metam o peito n’água é querer demais.
Mesmo em tempos normais a aquisição da luz tem custo; “Pensar é o trabalho mais duro que há; essa é, talvez, a razão pela qual tão poucos se dedicam a isso.” Henry Ford

“O fato mais fundamental sobre as ideias da esquerda política é que eles não funcionam. Portanto, não devemos ficar surpresos ao encontrar a esquerda concentrada nas instituições onde as ideias não têm de trabalhar para sobreviver.” Thomas Sowell