sábado, 18 de janeiro de 2020

O Justo Juízo


“Ao vil nunca mais se chamará liberal; do avarento nunca mais se dirá que é generoso.” Is 32;5

O contexto imediato alude à vinda de Cristo, “O Rei que reinará com justiça”, v 1; as consequências do império da justiça, entre outras, seriam que as coisas deveriam ocupar seus próprios lugares. O vil estava ocupando o do liberal, enquanto, o avarento ostentava-se no assento de generoso.

Spurgeon dizia que, “Uma coisa boa não é boa fora do seu lugar”; agora, pensando no outro lado da moeda podemos dizer que, uma coisa má no devido lugar, ou mesmo usando o lugar de uma boa, ainda assim é má.

No devido nicho a própria essência a qualifica; no alheio, além da maldade própria temos a falsidade, engano, pretensão, hipocrisia como acréscimo ao ser, da coisa em si.

O que o profeta entendia por vil? “Porque o vil fala obscenidade; seu coração pratica iniquidade, para usar hipocrisia e proferir mentiras contra o Senhor, para deixar vazia a alma do faminto; fazer com que o sedento tenha falta de bebida.” V 6 Um hipócrita sem temor ao Senhor, indiferente para com as carências do próximo. Cheio de palavras piedosas e obras iníquas. O fraco dos fracos, incapaz de enfrentar a si mesmo.

Embora, nossas ações não incidam diretamente contra O Senhor, exceto, profanações e blasfêmias, geralmente referem-se ao nosso semelhante; todo o pecado praticado é “contra O Senhor” uma vez que contraria Sua Vontade; como as mentiras do vil em apreço, que, fazendo mal ao semelhante ofendiam O Eterno.

“Também todas as armas do avarento são más; maquina invenções malignas, para destruir os mansos com palavras falsas, mesmo quando o pobre chega a falar retamente.” V 7
Até diante da retidão esse inventor de males não deixa de ser o que é; “Eis aqui, o que tão-somente achei: que Deus fez ao homem reto, porém eles buscaram muitas invenções.” Ecl 7;29

No fundo, vileza e avareza são predicados do mesmo sujeito. Trazidos os adjetivos para nossos dias, como os usamos, o vil é um fraco de caráter; o avarento um idólatra; fraco de confiança que apega-se nas coisas materiais, por incapaz de transcendê-las, de confiar em Deus. Paulo equaciona a avareza à idolatria, e amor ao dinheiro como patrocinador de toda a sorte de males.

A fé sadia deve ancorar-se em Pessoas, não em coisas, nem circunstâncias; “... Crede em Deus, crede também em Mim...” Mesmo que não haja nenhum indício da Santa Presença; Que Sua Palavra e Integridade nos bastem, até na escuridão; “Quem há entre vós que tema ao Senhor e ouça a voz do seu servo? Quando andar em trevas, não tiver luz nenhuma, confie no Nome do Senhor; firme-se sobre seu Deus.” Is 50;10

Como disse Jó em sua angústia: “Ainda que me mate, Nele esperarei.”

A hipocrisia religiosa dos que se ostentavam santos e viviam indiferentes aos semelhantes foi o carro chefe do combate do Salvador. Quando ensinou que as duas moedas ofertadas pela viúva pobre valiam mais que os sobejos ostensivos dos ricos, denunciou a vileza de carecer do aplausos humano, pela íntima certeza da rejeição Divina.

Quem sabe-se aceito pelo Eterno não gasta suas tintas tentando pintar o que agrada ao efêmero.

A oferta da viúva foi aceita por fazê-la em amor a Deus, mesmo com sacrifício; aqueles que se exibiam em egoísta pretensão e sem custo real eram réprobos; O Senhor estava em Sua Justiça colocando as coisas nos lugares.

Noutra parte quando nos desafiou a sermos fiéis no pouco, colocou o valor da integridade e da fé, acima do volume das coisas perecíveis. A Confiança no “Justo Juiz” não, nas coisas, a doença dos avarentos.

O assento de cada pingo sobre seu i, cada coisa em seu lugar, ainda não é o cenário que vemos; vemos a prosperidade dos ímpios, a folga dos maus como diz no salmo 73;

todavia, por enquanto o Rei de Justiça interferiu apenas mediante Seu Resgate e Seu Ensino; presto vem o dia em que interferirá em juízo, então, cada coisa será assentada em seu justo lugar; “Eles serão meus, diz o Senhor dos Exércitos; ( os que O temem) naquele dia serão para mim joias; poupá-los-ei, como um homem poupa seu filho, que o serve. Então vereis a diferença entre justo e ímpio; entre o que serve a Deus, e que não serve.” Mal 3;17 e 18

Nesse mundo mau, que jaz no maligno, natural que, servos de Deus se sintam deslocados, fora do lugar. Mas, o governo da injustiça terá termo; “O cetro da impiedade não permanecerá sobre a sorte dos justos, para que o justo não estenda suas mãos para a iniquidade.” Sal 125;3

quinta-feira, 16 de janeiro de 2020

Nudismo


“Quando eu perder a capacidade de indignar-me ante a hipocrisia e as injustiças deste mundo, enterre-me: por certo que já estou morto.” Augusto Branco

O mundo segue óbvio e obviamente seguimos doentes. Cheios de sapiências a compartir e tão pobres de experiências ao viver.

As pessoas são o que são, dão do que têm. “Dos ímpios procede a impiedade;” da Bíblia; “de onde nada se espera é que nada vem mesmo”, Barão de Itararé.

Contudo, muitas vezes esperamos que urubus sejam pavões, que reles tico-ticos tenham a exuberância dos colibris. Nos machucamos sempre em nossa ingenuidade e persistimos em nos machucar. As pessoas são piores do que parecem em ampla maioria; daí que, surpreender é a exceção, enquanto decepcionar é a regra.

Agora podemos jogar pedras virtuais em todo o planeta; partilhar nossas ofensas e malcriações “Urbi et Orbe” (à cidade e ao mundo) e não perdemos a chance, óbvio, de tão largas pedradas.

Certo; há quem partilhe também coisas boas, uma vez que o “bem” virtual não tem custo, quase. Coisas que têm seu valor se, devidamente absorvidas.

Entretanto o dia a dia com pessoas de carne e osso ainda mostra os que furam filas, no mercado e no trânsito; os que mentem pela comodidade ignorando os efeitos colaterais; os que brincam com sentimentos coisificando e usando pessoas; os que negam o que devem e exibem seus tours e suas festas como se a bunda de fora moral ficasse bem vestida com a ostentação virtual. Gente dissoluta e sem vergonha!

Não fosse o deserto moral em nos movemos e muitas coisas que colhem aplausos seriam banidas por obscenas. Mas, no campo de nudismo de valores que grassa, errado é quem está vestido; o que ele pensa que é? “Abaixo Sérgio Moro! Fora Lava Jato! Lula Livre”!

Não se limitam a expor a nudez no âmbito interpessoal; precisam mais; a pimenta das blasfêmias para ofender Às Dignidades Santas.

Daí, um ano “Jesus” sai numa “Comissão de frente” no carnaval apanhando do Diabo; noutro num festival LGBT é chamado de travesti; não satisfeita a sanha blasfema, um grupelho de maconheiros disfarçados de artistas encena uma peça colocando uma vez mais O Senhor como se, vivendo no nível da ralé apodrecida dos próprios “atores”.

Sempre tem vozes de gente famosa e “esclarecida” em defesa da “arte” e da “liberdade de expressão”, até no STF. Alguns espirituosos indignados estão produzindo memes que expõem Vossas Excelências ao ridículo, vão protestar contra a arte e a liberdade de expressão agora? Com a medida que medires...

Ainda, um “documentário” sobre “O Golpe” sofrido por Dilma é cotado ao Oscar! “Democracia em Vertigem” o pomposo nome dado pelos facínoras corruptos que, apoiam toda sorte de ditaduras pelo planeta, desde que, os ditadores sejam vermelhos; o poder noutras mão é “golpe”; canalhice ao cubo concorrendo a prêmios mundiais; logo a Dilma concorrerá ao Nobel de Literatura.

Levaremos mais de duas décadas para descobrir e purgar toda a roubalheira do PT no governo, e mesmo assim, Lula é “Inocente” apesar dos filhos vagabundos milionários; a Dilma “Injustiçada” não obstantes as maquiagens fiscais fora-da-lei, e toda sorte de corrupção que patrocinou, mormente, na Petrobrás e nos fundos de pensão.

E pensar que tive que excluir gente vermelha do meu Face por, na falta de argumentos para defender seus heróis, partirem para ofensas pessoais. Que vergonha alheia!

A “moral” esquerdista é sem vergonha, seletiva, diabólica; Trump, numa atitude preventiva, mandou matar ao chefe do terrorismo iraniano e milhares de vozes canhotas protestaram pelo mundo; os iranianos derrubaram um avião ucraniano com mais de 170 inocentes e estrondoso silêncio. Vida a ser defendida é só se for de canhotos militantes, senão é apenas uma coisa descartável; que gente que não vale um prego! Que ofensa a espécie humana! Que patifes!!

Não podemos fechar os olhos para a verdade; a globalização buscada pelo Capeta, implementada mediante os idiotas úteis da esquerda será alcançada; a igreja ecumênica mundial com um milhão de religiões no mesmo barco e sem Deus, pela qual trabalha o Papa Francisco também estenderá suas asas sobre o planeta; quem não dançar conforme a música, então, será perseguido e morto até.

Entretanto, os que possuem a mensagem salvífica para estar ensinando, edificando pessoas, a dar-lhes “munição” para a peleja em tempo oportuno, ou, que deveriam ter, uma vez que mencionam à Palavra do Senhor, estão de costas para O Santo mercadejando valores eternos em troca de pífios metais.

Quem ousa separar-se um pouco das aves de bando para ver melhor sofre a impotência de ver tantos se perdendo apenas por confundir vidros com diamantes...

“Tão cegos são os homens, que chegam a gloriar-se da própria cegueira!” Santo Agostinho

Os salvos; fora de si


“Rodearam-no os judeus, e disseram-lhe: Até quando terás nossa alma suspensa? Se tu és o Cristo, diga-o abertamente. Respondeu-lhes Jesus: Já vos tenho dito, e não credes. As obras que faço, em nome de Meu Pai, essas testificam de mim.” Jo 10;24 e 25


O velho vício da transferência de culpa para se justificar. Não estavam crendo, não porque fossem incrédulos; antes, era O Senhor que fazia suspense.

Ele realçou a incredulidade deles e ainda evocou o testemunho das obras. Portanto, tinham o aval da Palavra do Senhor e dos feitos miraculosos Dele; se ainda assim não conseguiam crer, a causa deveria ser outra.

O Salvador pontuara a má vontade para com a Sua Mensagem como a razão; daí o consequente endurecimento do coração, e o fechamento às demais bênçãos. “Porque o coração deste povo está endurecido; ouviram de mau grado; fecharam seus olhos para que não vejam nem ouçam e compreendam com o coração, se convertam e Eu os cure.” Mat 13;15

A Ação do Espírito Santo de convencer e persuadir pecadores ao arrependimento foi figurada como um transplante de órgãos, dada a dureza resultante de uma vida em pecado. “Então aspergirei água pura sobre vós e ficareis purificados; de todas vossas imundícias e dos vossos ídolos vos purificarei. Dar-vos-ei um coração novo; porei dentro de vós um espírito novo; tirarei da vossa carne o coração de pedra, e vos darei um coração de carne. Porei dentro de vós Meu Espírito; farei que andeis nos meus estatutos, guardeis os meus juízos e os observeis.” Ez 36;25 a 27

O processo de regeneração começa com tratamento “externo”; espalharei Água Pura “sobre” vós; sendo a água uma figura da Palavra; espalhar sobre relembra a parábola do Semeador que lançava a semente indiscriminadamente sobre todo tipo de solo; assim A Palavra é pregada “sobre” qualquer tipo de ouvintes; os que creem e frutificam, os ambíguos que mesclam com as coisas do mundo, e os incrédulos. Concomitante temos um tratamento “dentro” dos que serão purificados; espírito novo, coração novo, bênção exclusiva aos que dão crédito e se deixam moldar pela Palavra.

Como O Espírito Santo pode ser resistido, aqueles que, convencidos se fazem de desentendidos e desconversam justificando-se patenteiam sua escolha, que, prioriza ao “si mesmo” o qual deveria ser negado, invés do Salvador, do qual devemos aprender a ser mansos e humildes de coração.

Não se trata de não entender a mensagem, antes de entendê-la muito bem e compreender sua demanda estando afeitos demais às obras do escuro para aceitar as implicações da luz; “... a luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas que a luz, porque suas obras eram más.” Jo 3;19

Culpar a Deus por minhas escolhas lembra uma pergunta Dele a Jó: “Porventura também tornarás tu vão o meu juízo, ou tu me condenarás, para te justificares?” Cap 40;8

No meio do direito humano existe uma máxima latina que reza: “In dúbio pró reo”; (Em caso de dúvida decida-se à favor do réu) no espiritual a coisa é mais complexa. A dúvida não é filha da sabedoria, antes, da ignorância; então se em nossas vicissitudes espirituais alguma dúvida honesta resultar, de interpretação, entendimento de algo, Paulo criou o “in dúbio, pró Dio”; “De maneira nenhuma; sempre seja Deus verdadeiro, e todo o homem mentiroso; como está escrito: Para que sejas justificado em tuas palavras e venças quando fores julgado.” Rom 3;4

Diferente da pecha gratuita que a fé é cega, Deus não requer que creiamos sem entender; antes, explica minúcias do contrato, com seu custo em perseguições, rejeição, calúnias, aflições, para que ninguém tome sua cruz enganado.

Nisto, em compreender e praticar a necessária mortificação dos apetites insanos é que reside, precisamente, a racionalidade da fé; “... apresenteis vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.” Rom 12;1

Se, a mensagem de Cristo acena com privações aqui em troca de venturas eternas, e os que ouvem querem venturas aqui invés de privações, por religiosos que se suponham, seguem à “Bíbliado Capeta com um versículo só que promete: “Vós sereis como Deus sabendo o bem e o mal”. Natural que tais “seguidores” aproximem-se de Jesus para culpá-lo invés de aprender.

A Parábola do Semeador apresenta sementes que são comidas por aves assim que caem; há corações endurecidos demais para que elas germinem. Com esses aconselha-se a nem perder muito tempo; “Ao homem herege, depois de uma e outra admoestação, evita-o, sabendo que esse tal está pervertido, e peca, estando já em si mesmo condenado.” Tt 3;10 e 11

Por isso Cristo requer a negação do “si mesmo”; porque nele estão os condenados; Ele veio salvar.

domingo, 12 de janeiro de 2020

Omissão; ou, a missão


“Maldito aquele que fizer a obra do Senhor fraudulosamente; maldito aquele que retém sua espada do sangue.” Jr 48;10

Se, “não temos que lutar contra carne e sangue”, outrora, era precisamente essa a luta. Derrotar mediante espada aos réprobos cananeus, cuja medida da iniquidade enchera e transbordara, para usufruir, então, da Terra Prometida. Embora prometida e dada pelo Eterno, Israel foi chamado a conquistá-la em peleja assistido pela Santa Presença.

Omitir-se ao combate quando os demais lutavam era pecado grave, passível de maldição. Nos dias do juízes uma aldeia se omitiu à luta sob liderança de Débora; essa em seu cântico de vitória lembrou deles; “Amaldiçoai a Meroz, diz o anjo do Senhor, acremente amaldiçoai seus moradores; porquanto não vieram ao socorro do Senhor...” Jz 5;23

Interessante linguagem! “Não vieram em socorro do Senhor”; isso funde a Vontade Divina à Sua Pessoa, como se, negligenciar ao Seu querer fosse colocá-lo em perigo. Isso é identificação!

Por que preciso “conquistar” aquilo que O Senhor me dá? O Senhor busca diligência; nos quer partícipes da Sua Obra; então, faz “apenas” o impossível; no que nos é possível requer cooperação. Assim, O Reino nos é dado de graça, uma vez que não merecemos nem podemos pagar pelo ingresso; Cristo pagou tudo sozinho; no entanto, os agraciados são chamados e tomarem suas cruzes, empreenderem esforços para entrar e perseverar.

A Igreja é figurada como “Corpo de Cristo”; isso exclui o individualismo tão em voga no mundo; requer empatia e interação dos membros; “Para que não haja divisão no corpo, antes, tenham os membros igual cuidado uns dos outros. De maneira que, se um padece, todos padecem com ele; se um é honrado, todos se regozijam com ele.” I Cor 12;25 e 26

Daí, esses ossos gratuitos tipo, “só me dê conselhos quando sua vida for perfeita”; “só dê palpites em minha vida quando pagares minhas contas”; ou, “atire a primeira pedra quem nunca pecou” usados como “defesa” pelos que recusam-se a adotar os valores celestes em seu modo de viver ficam bem em lábios ímpios, de gente egoísta ensimesmada e sem noção. Quem pertence a Cristo deve ter postura humilde (aprendei de Mim que Sou manso e humilde de coração) ser ensinável, aconselhável, não intocável como um porco espinho.

Quando corrigimos alguém mediante ensino da Palavra não o julgamos; antes, apresentamos o Julgamento Divino expresso; “... a palavra que tenho pregado, essa o há de julgar no último dia.” Jo 12;48 Diante da correção o tolo dirá: “Quem é você para me julgar”? O sábio que teme ao Senhor pensará: “O Senhor sempre está certo; preciso rever meu modo de agir.”

Se, agora após a Vitória de Cristo já não temos que lutar contra carne e sangue, mas “... contra principados, potestades, príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais.” Ef 6;12 Isso apenas muda o aspecto da luta, não exclui sua necessidade.

Esses matam cegando entendimentos; “... o deus deste século cegou entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho...” II Cor 4;4

Fazem isso usando conselhos perversos, oposições infundadas, às quais nos convém combater; “Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas poderosas em Deus para destruição das fortalezas; destruindo conselhos, e toda altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus; levando cativo todo entendimento à obediência de Cristo;” II Cor 10;4 e 5

Naquele contexto eram malditos os que davam folga às suas espadas em tempos de batalha; agora, amaldiçoados são os que permitem a infiltração de “espadas” alternativas, em lugar de “Espada do Espírito” a Genuína Palavra de Deus.

“Porque, se alguém for pregar-vos outro Jesus que nós não temos pregado, se recebeis outro espírito que não recebestes, ou outro evangelho que não abraçastes, com razão sofrereis.” II Cor 11;4 “Ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema. (maldito)”

“Livra-me da minha ignorância e ter-te-ei na conta de meu maior benfeitor”, dizia Sócrates. Invés de sentir-se ameaçado pela verdade desejava-a.

O Espírito Santo tem muitos usando Sua Espada pela Verdade. “Quão formosos são, sobre os montes, os pés do que anuncia boas novas, que faz ouvir a paz, do que anuncia o bem, a salvação, que diz a Sião: Teu Deus Reina!” Is 52;7

Então, quando deparas com um “enxerido” que quer “palpitar em sua vida”, você está diante de um Bendito do Senhor; Ele enviou a você com um convite amoroso que visa livrar-te da eterna maldição.

Não há beleza estritamente em seus pés; mas em seus caminhos nos quais aceita desprezo para lembrar que és amado por Deus.

sábado, 11 de janeiro de 2020

Reação dos Céus


“Se pecares, que efetuarás contra Ele? Se, tuas transgressões se multiplicarem, que lhe 
farás? Se fores justo, que lhe darás, ou que receberá Ele da tua mão? A tua impiedade faria mal a outro como tu; e tua justiça aproveitaria a outro homem.” Jó 35;6 a 8

Palavras óbvias, contudo, às vezes até o óbvio é necessário ser lembrado. Quer façamos o bem, quer o mal, nossos feitos não têm abrangência prática a ponto de serem relevantes diante de Deus. O âmbito de nossas ações, independente do mérito das mesmas é nosso existenciário terreno.

Quando Deus reage a nós, seja em Seu Amor, seja em Sua Justiça o faz soberanamente; não há força alguma que emule O Todo Poderoso a fazer o que não quer.

A Palavra ensina a deixarmos patente nosso amor ao Santo, em nossas relações horizontais. “Se alguém diz: Eu amo a Deus, e odeia seu irmão é mentiroso. Pois, quem não ama a seu irmão, ao qual viu, como pode amar a Deus, a quem não viu? Dele temos este mandamento: quem ama a Deus, ame também seu irmão.” I Jo 4;20 e 21

Quando O Eterno enviou um anjo ao encontro de Cornélio o mesmo disse-lhe que suas orações e esmolas chegaram aos Céus. “... As tuas orações e tuas esmolas têm subido para memória diante de Deus;” Atos 10;4

As orações mostravam sua relação com Deus; o socorro às necessidades dos desvalidos deixavam nítido que seu amor por Deus era vero, uma vez que cumpria na prática o mandado de amar ao próximo também.

Antes que alguém conclua que as boas obras salvam alguém, registre-se que o anjo que as mencionou aprovando-as, o mandou ao encontro de Pedro para ouvir a Palavra de Salvação. Altruístas obras podem mostrar uma índole que agrada ao Eterno, tanto que reagiu a isso enviando o convite para ir ao encontro da salvação, o que fez o piedoso romano.

Então, nossas ações chegam aos Céus, mais pela Onisciência Divina que pela relevância que possam ter. Se, não são fortes o bastante para forçaram O Eterno a reagir, Ele reage espontaneamente, seja aprovando aos fiéis, seja punindo aos perversos. “Com o benigno te mostrarás benigno; com o homem sincero te mostrarás sincero; com o puro te mostrarás puro; com o perverso te mostrarás indomável.” Sal 18;25 e 26

Da perspectiva correta é mais que ridículo, chega a ser obsceno pensar que O Rei dos Reis seja manipulável pelos pífios arranjos humanos; sejam as “sementes de fé” onde incautos são ensinados a negociar com Deus como se Ele fosse um mercador de bênçãos; seja a idolatria das “orações no monte” dos que imaginam que fazendo isso aproximam-se mais do Santo; sejam ainda as penitências e votos vários dos que equiparam O Juiz dos Vivos e dos Mortos a um mero orixá que troca préstimos por “despachos”.

Que dizer das “orações fortes” que “decretam, determinam, ordenam isso e aquilo”?

Nosso amor a Deus, caso exista mesmo, necessariamente caminhará de mão dadas com um viver piedoso e consciência pura; e, ao próximo só demonstrará sua veracidade nas veredas de uma empatia solidária, um altruísmo atuante.

O ponto de partida não é nenhuma mandinga rasteira, tampouco um ritual mágico que nos abriria os portais do site sejaabenoado.com O início é uma posição humilde e reverente que a Palavra chama de temor. “O temor do Senhor é o princípio do conhecimento; os loucos desprezam a sabedoria e a instrução.” Prov 1;7

Se, por um lado somos impotentes para provocar a reação Divina, a fé sadia tem “poder” de agradá-lo. “Ora, sem fé é impossível agradar-lhe...” Heb 11;6

Por fim, se o Santo aprovar nosso viver, não apenas nossas ações repercutirão no alto, como ainda nossas palavras serão registradas em memoriais eternos; “Então aqueles que temeram ao Senhor falaram frequentemente um ao outro; o Senhor atentou, ouviu; um memorial foi escrito diante Dele, para os que temeram o Senhor, os que se lembraram do Seu Nome. Eles serão meus, diz o Senhor dos Exércitos; naquele dia serão para mim joias; poupá-los-ei, como um homem poupa seu filho, que o serve.” Mal 3;16 e 17

Indignos somos, de salvação e acesso ao Eterno; mas, pelos Méritos de Cristo, somos desafiados a ousar. “Tendo, pois, irmãos, ousadia para entrar no santuário, pelo sangue de Jesus, novo e vivo caminho que Ele nos consagrou, pelo véu, isto é, sua carne, tendo um grande sacerdote sobre a casa de Deus, cheguemo-nos com verdadeiro coração, inteira certeza de fé, tendo os corações purificados da má consciência, o corpo lavado com água limpa, retenhamos firmes a confissão da nossa esperança; porque fiel é quem prometeu.” Heb 10;19 a 23

domingo, 5 de janeiro de 2020

Cuidado com o sal!


“Bom é o sal; mas, se o sal degenerar, com que se há de salgar?” Luc 14;34

O sal sempre teve um papel relevante; sobretudo, no mundo antigo onde se desconhecia a eletricidade e a conservação possível dos alimentos era mediante seu uso. Carnes salgadas e secas ao sol conservam por muito tempo sem se corromper.

Tanto era valioso que, soldados romanos recebiam pagamento em sal; daí a palavra salário; do latim salarium; porção de sal; que migrou para nossos dias como a conhecemos.

No Antigo Testamento era indispensável para os sacrifícios oferecidos ao Senhor. Enquanto vetava uso de fermento e mel, O Senhor requeria o uso do sal; “Nenhuma oferta de alimentos, que oferecerdes ao Senhor, se fará com fermento; porque de nenhum fermento, nem de mel algum, oferecereis oferta queimada ao Senhor... Todas tuas ofertas dos teus alimentos temperarás com sal; não deixarás faltar à tua oferta de alimentos o sal da aliança do teu Deus; em todas tuas ofertas oferecerás sal.” Lev 2;11 e 13

Quando O Salvador figurou Seus discípulos como “Sal da Terra e luz do mundo” tinha em mente fazer deles um fator de conservação da sã doutrina, dos valores celestes; e do seu modo de agir um exemplo que desafiasse outros a seguir, uma luz que atraísse. Assim como é impossível esconder uma cidade construída sobre um monte, seria impossível viver Nele sem chamar atenção, ensinou.

Paulo usou a mesma figura atrelando o sal à gravidade na postura dos cristãos, sobretudo, no falar; “vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para que saibais como vos convém responder a cada um.” Col 4;6

Sendo o sal um elemento conservador e o desafio aos cristãos é para que sejam o sal da terra, dizer-se um cristão conservador chega a ser redundante, como “subir para cima, descer para baixo”. O cristianismo veraz exige a conservação da sã doutrina.

Liberalismo doutrinário não é adequação aos novos tempos como devaneiam os mais sonolentos, antes, são nuances da degeneração do sal, onde se deveria perguntar pelas “veredas antigas” como dissera Jeremias. O Eterno não se moderniza.

Paulo advertiu: “Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme suas próprias concupiscências; desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas. Mas tu, sê sóbrio em tudo, sofre as aflições, faze a obra de um evangelista, cumpre teu ministério.” II Tim 4;3 a 5 A mesma coisa que aos imprudentes era comichão por mudanças, para um evangelista sóbrio seriam aflições a sofrer sem condescender.

Se, os meios se aperfeiçoam a cada dia, saímos da escrita em pedra para pergaminhos, papiros, livros, e agora digital, contudo, o teor é eterno. “Passarão os Céus e a Terra, mas Minhas Palavras não passarão.” Mat 24;35 Permitir “evolução” na revelação Divina atribuiria a Deus imperfeição; é blasfemo. O que há é uma revelação progressiva de Deus nas Escrituras em atenção amorosa às humanas limitações.

O Antigo Testamento narra um incidente em Jericó onde uma fonte corrupta foi sarada pelo profeta Eliseu depois de jogar sal nela; “Então saiu ele ao manancial das águas, deitou sal nele; e disse: Assim diz o Senhor: Sararei estas águas; não haverá mais nelas morte nem esterilidade.” II Reis 2;21 Notemos que paralelo ao ato de jogar o sal tivemos a Palavra do Senhor. Eloquente figura!

Assim como aquelas águas estéreis e degeneradas somos nós pecadores; Eliseu em hebraico significa: “Deus é salvação;” figura de Jesus, cujo original Yeoshua significa Jeová é Salvação a mesma coisa. Então, um prato de sal nas fontes junto com a Palavra do Senhor, e as águas estéreis passam a ter vida; “Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve Minha Palavra, e crê Naquele que me enviou, tem a vida eterna; não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida.” Jo 5;24

É “só” isso! Digo; o alvo da Obra do Salvador é trazer vida onde imperava morte. O Pacote não promete felicidade na Terra, trazer a pessoa amada de volta, prosperidade, satisfação de anseios naturais, nada.

Deus envia sol e chuva sobre justos e injustos; o que cada um fizer mediante trabalho frutificará, independente do rumo espiritual abraçado. Claro que os fiéis são alvo de graças especiais, embora, sofram mais pela oposição que no mundo há.

Evocando amor, tolerância, inclusão, muito sal tem degenerado; vai piorar com o ecumenismo em gestação.

Não fomos chamados para sermos legais, simpáticos, inclusivos; recebemos uma “despensa” suprida, da qual devemos distribuir alimento; “Que os homens nos considerem como ministros de Cristo, despenseiros dos mistérios de Deus... requer-se dos despenseiros que cada um se ache fiel.” I Cor 4;1 e 2

sábado, 4 de janeiro de 2020

Perigoso Poder


Frequentemente, em meio a grandes calamidades ouvimos questionamentos, tipo: Onde está Deus? Por que não intervém? Dado o “silêncio” de Deus, esses inquiridores perplexos dão-se ao direito de duvidar da existência, quando não, da Sabedoria e Bondade do Criador.

A ideia subjacente é que, aquele que tem o poder deve agir para evitar males sempre que possível; coisa que nem sempre fazemos em nossa limitada capacidade.

Um observador arguto da vida poderá ver ao seu lado dezenas de exemplos em que o “poder” foi mais danoso que uma bênção nas vidas que o desfrutaram. Não que o poder em si seja mau; mas estando atrelado à mentalidades más será danoso seu usufruto.

Quantos ganham milhões em loterias e a fortuna, invés de lhes melhorar, os joga nos braços do vício e toda sorte de libertinagem? Quando não podiam eram melhores.

Mesmo nós, quando impotentes ante uma afeição somos delicados, gentis, solícitos, apenas porque queremos conquistar quem desejamos!

Uma vez alcançado o alvo, quando fruímos total intimidade e prazer, esse “poder” recebido, pode nos tornar relapsos, descuidados, a ponto de ruírem relacionamentos; pois, o cara que “está podendo” já não age como antes quando apenas queria.

Assim a má perspectiva nos lança na visão pessimista de Schopenhauer que dizia que a vida se resume à ânsia de ter e ao tédio de possuir.

Então, nossos anseios podem nos dar algemas onde supomos coroas; pois, o que será depois, escapa aos nossos domínios, o que não acontece com Deus.

Assim, de certa forma Deus não interfere, embora o faça, sempre, do Seu jeito. Sermos consequentes é inerente ao fato de termos livre arbítrio; somos feitores de nossos destinos, não fadados, numa redoma de tempo e espaço.

Salomão ensina: “O homem de grande indignação deve sofrer o dano; porque se tu o livrares ainda terás de tornar a fazê-lo.” Pv 19; 19 As próprias consequências pressupõem livramento futuro.

Deus é inocente das calamidades como advertiu já nos dias de Isaías: “Na verdade a Terra está contaminada por causa dos seus moradores; porquanto têm transgredido as leis, mudado os estatutos, quebrado a Aliança Eterna.” Is 24; 5

Quando legou o governo da Terra ao ser humano, Deus fez uma restrição apenas, como símbolo de um domínio em submissão. Desde então a Aliança Eterna foi rompida, e tem sido sistematicamente.

No Capítulo 8 de Marcos, temos uma demonstração prática de como Deus “interfere”. Trouxeram um cego ante Jesus; “Tomando o cego pela mão, levou-o para fora da aldeia;...” O Senhor o curou, conta o evangelista e despediu-o, assim: “Mandou-o para sua casa, dizendo: Não entres na aldeia, nem digas a ninguém na aldeia.” Vs 23 e 26

Por alguma razão, o Salvador o queria fora da aldeia; quando cego, tomou-o pela mão; uma vez curado, apenas disse-lhe o que fazer e deixou com ele a escolha entre obedecer ou não.

A interferência de Deus ainda é segundo Sua Palavra, mas, as pessoas em geral, gostariam de ser lavadas pela mão. Essa ideia errônea que Deus pode evitar o mal e não faz pinta-o com um ser mesquinho e sarcástico, quando, na verdade nada mais é que um impotente amante, sofredor.

“Vivo Eu, diz o Senhor Deus, que não tenho prazer na morte do ímpio, mas em que o ímpio se converta do seu caminho, e viva. Convertei-vos, convertei-vos dos vossos maus caminhos; pois, por que razão morrereis...” Ez 33; 11

O poder que Ele tenciona nos dar refere-se ao domínio próprio, capacidade de resistir aos apelos do mundo que Cristo definiu como caminho largo. João ensina: “Veio para o que era Seu, mas os seus não o receberam, mas, a todos que o receberam deu-lhes poder de serem feitos filhos de Deus.” Jo 1; 12

Esse poder para resistir às tentações, nem sempre é agradável, antes, gera conflitos externos; porém, internamente, paz de espírito.

Afinal, por mais estranho que possa soar, mesmo o Todo-Poderoso, tem lá Suas “fraquezas”, coisas que não pode; “...não posso suportar iniquidade...” Is 1; 13 “Se formos infiéis, Ele permanece fiel; não pode negar a si mesmo.” II Tim; 2; 13

Em suma, enquanto fazemos do pecado nosso modo de vida, Deus não pode fingir que não vê; nem, premiar ao justo com a sorte do ímpio, e vice-versa; embora, circunstancialmente permita tais aparências.

Evoca o dia do juízo como aferidor que patenteará a diferença, à partir de nossas escolhas, fruto de nosso caráter. “Então voltareis e vereis a diferença entre justo e ímpio; entre o que serve a Deus, e o que não serve.” Mal 3; 18

"Se não és senhor de ti mesmo, ainda que sejas poderoso, dá-me pena e riso o teu poderio." (Josemaría Escrivá)