“De nada aproveitam as riquezas no dia da ira, mas a justiça livra da morte”. Prov 11;4
O dia da ira; um aspecto do juízo Divino contra alguém, em particular, cujo viver foi avesso ao Santo; ou mesmo, o juízo final, coletivo, onde todos serão julgados.
Os que se rendem a Cristo são salvos desse dia, porque, convencidos pela Sua doutrina, julgam a si mesmos culpados; chamados ao arrependimento, ouvem; desafiados à novidade de vida Nele, aceitam. Submissos ao Seu Senhorio, obedecem e seguem após à Sua Voz. A graça da Sua morte por nós, evita que precisemos morrer também, no prisma eterno. Eis o sentido de tomarmos a cruz!
Os que O rejeitam acrescem mais ira contra si no nefasto depósito da impiedade, que, se mostrará como é, na ocasião oportuna. “Mas, segundo tua dureza e teu coração impenitente, entesouras ira para ti no dia da ira e da manifestação do juízo de Deus”. Rom 2;5
Tanto resultarão impotentes as riquezas acumuladas, para escapar da ira, quanto o são, para evitar o dia da morte, quando esse chegar. “Nenhum homem há que tenha domínio sobre o espírito, para o reter; tampouco, tem poder sobre o dia da morte; não há licença nesta peleja; e a impiedade não livrará aos ímpios”. Ecl 8;8
O Salvador ensinou sobre a insanidade de um, que tivera uma farta colheita; armazenara pensando em folgar, “curtir a vida”; “Mas Deus lhe disse: Louco! Esta noite pedirão tua alma; e o que tens preparado, para quem será? Assim é aquele que para si ajunta tesouros, e não é rico para com Deus”. Luc 12;20 e 21 “... a justiça (de Cristo) livra da morte”.
Laborar por aquisição, visando melhor a qualidade de vida é uma inclinação natural, sadia. Porém, o apego desmedido às coisas, e concomitante desleixo ante valores, transforma as vidas dos que assim fazem, em meras existências, com prazo de validade exíguo, ausência de sentido. Moisés rogou: “Ensina-nos a contar nossos dias, de tal maneira, que alcancemos corações sábios”. Sal 90;12
A “sombra” do dinheiro faz sentido, sob esse sol onde vivemos; mas, além dele, há outros “mormaços” que somos ensinados a evitar, aceitando o abrigo que nos foi oferecido. “Porque a sabedoria serve de sombra, como de sombra serve o dinheiro; mas a excelência do conhecimento é que a sabedoria dá vida ao seu possuidor”. Ecl 7;12
Acostumamos a ouvir teorias virtuosas, dos que se exercitam num modo de vida vicioso; “Qualidade supera à quantidade; mais vale o ser, do que o ter; da vida nada se leva; vão-se os anéis ficam os dedos” etc.
Entretanto, “Na prática a teoria é outra”. Joelmir Betting. As pessoas amantes dos bens, se esforçam para fazer grandes montes desses; os quais, deixarão para usufruto de quem não os produziu, e sequer uma “bagagem de mão” das coisas que têm valor eterno, ajuntam.
Os que herdam sem nenhum mérito, sem esforço, fatalmente dilapidam os patrimônios, nas asas dos vícios; pois, seu berço de ouro (geralmente sujo, de sangue, até) enseja fartos meios, a quem, sequer aprendeu algo sobre os fins. Tempos difíceis forjam homens fortes; tempos fáceis, aos pusilânimes, como diz certa sentença.
Paulo versou sobre as posses dos que apostam tudo aqui; “Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens”. I Cor 15;19
Na sua visão, devemos nos contentar com o básico, e enriquecer nas coisas de valor eterno. “... grande ganho é a piedade com contentamento. Porque nada trouxemos para este mundo, e manifesto é que nada podemos levar dele. Tendo, porém, sustento, e com que nos cobrirmos, estejamos com isso contentes”. I Tim 6;6 a 8
Não se trata de rasgar dinheiro, ou, tolher anseios pelo progresso na Terra. Mas, de adotarmos a hierarquização dos Céus, como nossa, para não invertermos as prioridades de uma maneira doentia. “De certo vosso Pai celestial bem sabe que necessitais de todas estas coisas; mas, buscai primeiro o Reino de Deus, e sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas”. Mat 6;32 e 33
Então, quando vemos tantos sexagenários da nossa política, gente já abastada, roubando para ficar ainda mais “ricos”, assoma um misto de ira, com pena. Ira porque se trata de bens púbicos; todos são roubados; e pena por ver que os altos montes, desses, em breves dias se mostrarão inúteis.
O verdadeiro legado que convém deixar, é o exemplo de uma vida impoluta, e a boa formação do caráter do sucessor da estirpe. Feito isso, ele/a se virará com o que tiver, como ensina um provérbio japonês: “Se teu filho for bom, ele não precisa da tua herança; se for mau, não a merece”.