sábado, 23 de agosto de 2025

A higiene necessária



“Responderam-lhe os judeus: Nós temos uma lei e, segundo nossa lei, deve morrer, porque se fez Filho de Deus.” Jo 19;7

Os do Sinédrio, altercando com Pilatos e pedindo a ele a morte de Jesus. Segundo a acusação, teria Ele cometido o crime de blasfêmia, que requeria pena de morte, de acordo com a Lei.

Todavia, um pouco antes, tentando evadir-se àquele incômodo, o regente pedira que os judeus julgassem ao acusado segundo suas Leis; porém, eles recusaram: “Disse-lhes, pois, Pilatos: Levai-o vós, e julgai-o segundo vossa lei. Disseram-lhe então os judeus: A nós não é lícito matar pessoa alguma.” Cap 18;31

Nesses dois fragmentos, pois, se pode ver a “lógica” da impiedade. Primeiro, segundo a Lei, Cristo deveria morrer. Depois, pediam a Pilatos a condenação, pois, sua Lei não lhes permitia matar. Afinal, a Lei deles contemplava a pena de morte, ou não? Disseram uma coisa e seu oposto, em breve intervalo de tempo, os “Mestres” da justiça.

A Palavra ensina que Deus apanha aos sábios na sua própria astúcia. I Cor 3;19 Aqueles, queriam fazer o que estavam decididos, porém, terceirizando o trabalho sujo, para que parecesse ao vulgo, que fora um ato do Império Romano, não deles. Seu domínio espiritual e sua “santidade” careciam ser preservados “sem máculas”.

Assim, figuradamente o Sinédrio também “lavava as mãos” como literalmente o fez, Pilatos, quando permitiu que levassem a efeito seu intento assassino. Quando todos precisam se lavar é porque sabem que estão sujos.

Qualquer coisa que eu deseje fazer, mas necessite colocar na conta de outrem, isso já é no íntimo, uma inglória tentativa de fuga. Sem nenhuma força policial a perseguir, eis-me, fugitivo! Se, preciso maquiar escolhas, fazer com que pareçam melhores que são, não passo de um trânsfuga, ante a lei interior que denuncia os rumos errados.

O mínimo rasgo de desonestidade intelectual que se apresentar como “necessário”, já será uma oblíqua testemunha contra o descaminho. “Os ímpios fogem sem que haja ninguém a persegui-los; mas os justos são ousados como um leão.” Prov 28;1

A ousadia dos justos testifica que ocupam devidamente o nicho para o qual foram criados; atuar em justiça. Por outro lado, a certeza que estão fora do lugar, é o fomento que enseja perturbação nas almas ímpias. “Os ímpios são como o mar bravo, porque não se pode aquietar; suas águas lançam de si lama e lodo. Não há paz para os ímpios, diz o meu Deus.” Is 57;20 e 21

O Evangelho de Cristo ao trazer a justificação em favor dos que se arrependem e creem, traz anexo a paz com Deus. A boa nova é de paz. “Vindo Ele evangelizou a paz, a vós que estáveis longe, e aos que estavam perto;” Ef 2;17

Essa paz, atina ao relacionamento com Deus que estava em inimizade, entre os que viviam às suas maneiras. “Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados; e pôs em nós A Palavra da reconciliação.” II Cor 5;19

Como os ímpios daqueles dias, os de hoje atuam. Sempre tentam transferir culpas, diluir medos, se justificarem nos descaminhos para fugir do chamado ao caminho estreito.

Ora, porque acontecem escândalos na igreja; outra, porque “pastores são ladrões”; ou, tenho minha religião, não vejo por que mudar; etc. logo quem quiser se “lavar com água suja”, encontrará em abundância.

Porém, quem desejar ser limpo, no íntimo, para a própria salvação, precisa ousar tomar um banho melhor. “... Cristo amou a igreja, e a Si mesmo entregou por ela, para a santificar, purificando-a com a lavagem da água, pela palavra, para a apresentar a Si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível.” Ef 5;25 a 27

Vemos que a regeneração e purificação são obradas mediante À Palavra de Deus, não por uma religião, seja essa, qual for. Os que pretendem anexar seus dogmas, tradições, ou escritos alternativos com tantos fazem, ou mesmo ressignificar porções da Palavra, já não lidam com a água pura.

Nada vai adiantar, na hora do juízo, tentarmos lançar as culpas por escolhas que foram nossas, no colo de outrem. Podemos “lavar as mãos” teatralmente ante aqueles que pretendermos fazer boa figura. Mas nada mudará, enquanto seguirmos na impiedade. “Mas, segundo tua dureza e teu coração impenitente, entesouras ira para ti no dia da ira e da manifestação do juízo de Deus;” Rom 2;5

A entrega submissa a Jesus Cristo, lava muito mais que nossas mãos; purifica nossas almas de qualquer sujeira que tenhamos feito. Uma vez limpos por dentro, somos ensinados e capacitados a preservar a higiene espiritual. “Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus;” Mat 5;8

sexta-feira, 22 de agosto de 2025

O "Evangelho" festeiro de Kivitz


“... Ai dos profetas loucos, que seguem o seu próprio espírito...” Ez 13;3

Há pouco ouvi, de Ed Rene Kivitz: “Não creio num Deus que é um fogo consumidor! Creio num que se assenta à mesa com pecadores.”
“Já pensou, um pai chegar em casa e ralhar com seu filho: Por que você comeu o Danoninho que sua mãe proibiu? Por isso, jogasse seu filho no forno deixando-o lá para sempre.”
Ilustrou.

Bem, gostar ou não do que está revelado é direito de cada um; alterar, negar, é temerário.

Que Deus é um fogo consumidor está na Palavra. Heb 12;29 Qual seja a natureza do “fogo do Inferno”, é discutível; já abordei noutro escrito. Mas, que é para lá que irão os que se recusarem ao convite do Salvador, isso é inegociável. Quem não gosta da ideia mas, prefere seguir vivendo alheio, como se isso o fosse livrar, é apenas um estúpido que trai a si mesmo.

Jesus se assentou à mesa com pecadores; Seus servos ainda o fazem; todavia, a conclusão derivada disso precisa um mínimo de seriedade. O Senhor andou com Judas uns três anos, nem por isso é um traidor.

Ele não se assentou à mesa com pecadores para validar o comportamento deles; antes, para chamá-los ao arrependimento. A cada um que perdoava dizia: “Vá e não peques mais.” Portanto, tentar equacionar o amor inclusivo, à permissividade moral, é estúpido e blasfemo.

A ilustração de um pai cruel que assa um filho por causa dum iogurte vetado pela mãe, é uma caricatura ridícula.

Primeiro: nossas desobediências são como as estrelas; incontáveis. Não se trata de um erro apenas. Foi uma, a primeira desobediência que ensejou a morte física e espiritual; alienação do Criador. Nossas falhas cresceram como ervas daninhas. Contudo, mesmo após inúmeras delas, somos chamados ao arrependimento; quem ouvir e mudar será perdoado.

Segundo: não desobedecemos a ordens indiretas duma suposta mãe; antes, em nossas consciências somos informados sobre o que é probo e o que não; quando agimos errado, mesmo assim, afrontamos ao Pai dos Espíritos que nos formatou arbitrários e livres.

Terceiro: Deus não nos envia para o inferno, porque não precisaria; sem Cristo, já estamos na antessala aguardando nossa senha ser chamada.

Mas, nosso Amoroso Pai, enviou Seu Filho a pagar inefável preço, para que possamos sair. O Salvador deixou claro que sua mensagem falava com mortos espirituais. “Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve Minha Palavra, e crê Naquele que Me enviou, tem a vida eterna, não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida.” Jo 5;24

As pessoas equacionam erradamente, existência com vida. Quando da queda a vida espiritual se perdeu; desde então o homem passou a se esconder, com medo de Deus. Portanto, O Salvador não envia uns para o inferno e salva outros; antes, ensina que estão todos mortos sem Ele; convida-os ao arrependimento para salvação.

Os que se perdem pelas suas obstinadas escolhas, não são filhos de Deus. São meras criaturas. Desde o abandono da comunhão em obediência, essa bendita posição foi perdida. Mas é restaurada em Cristo, para os que Nele creem; “A todos quantos O receberam, deu-lhes poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no Seu Nome;” Jo 1;12

É fácil à velhacaria humana em consórcio com o canhoto, criar um deus que soe palatável às almas ímpias. Mensagens dessa estripe encherão ambientes, com pessoas que preferem panos quentes sobre suas escolhas pecaminosas, invés de ouvirem sobre a cruz.

Alguém ironizou sobre política, que, a excelência nessa arte seria alimentar a onça mantendo o cordeiro vivo. Significando que, quem tiver o poder deve se locupletar, porém deixar algumas migalhas à oposição.

Parece que criaram um “Evangelho” semelhante; onde se pode alimentar carnalidade e impiedade, e ainda assim dormir com a ilusão que ser ovelhas do Senhor.

Vital um mensageiro ousado que dê um soco na mesa, em ambientes assim. Paulo o fez com maestria: “... Desperta, tu que dormes, levanta-te dentre os mortos, e Cristo te esclarecerá.” Ef 5;14

Gostando disso, o carnal, ou não, A Palavra da Vida é categórica: “Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá O Senhor;” Heb 12;14

Pois, uma coisa é nos assentarmos à mesa com pecadores para testificar de Cristo, O Salvador; outra, fazê-lo por compactuar com seus erros, seu “cristianismo” de fachada. “... não vos associeis com aquele que, dizendo-se irmão, for devasso, avarento, idólatra, maldizente, beberrão ou roubador; com o tal nem ainda comais.” I Cor 5;11

O ilustre pastor disse não gostar de uma fé que segrega; pois, foi a primeira coisa que O Criador fez: Separar a luz das trevas.

O fim do mundo

“... nos últimos dias virão escarnecedores, andando segundo as próprias concupiscências, e dizendo: Onde está a promessa da Sua vinda? porque desde que os pais dormiram, todas as coisas permanecem como desde o princípio da criação.” II Ped 3;3 e 4

Deparei com um vídeo de um desses escarnecedores. Um “filósofo” a dizer que, a ideia de fim de mundo, juízo final, são velhacarias exclusivas do cristianismo, que, com isso semeia o medo, gera dependência, submissão, e perpetua seu controle sobre a sociedade. Seu alvo seria o domínio, apenas.

Apresentou previsões fracassadas da Volta do Senhor, dos Testemunhas de Jeová, Adventistas, como provas que tudo não passa de fraude; a cada predição furada, mudariam a data e seguiriam enganando. Em linhas gerais foi isso que o “filósofo” falou.

Citou o Apocalipse como literatura essencial para isso. Como filósofo, por certo o sujeito deve ter um mínimo de informações. Saber que o Apocalipse foi escrito por um prisioneiro, no ano 96 da nossa era. Alguém nessa situação, como João em Patmos, teria aspirações de domínio? Ser mantido vivo naquele contexto, bastava.

O que Cristo falou sobre o fim, nos Evangelhos, ele disse que foi tirado do contexto ou, interpretado literalmente, um símbolo; sem, contudo, ensinar qual o contexto veraz, e qual o significado do suposto símbolo. Esse tipo de “refutação” não é digno de um filósofo.

Que esse ensino seja exclusivo dos cristãos, as demais culturas sigam alheias a isso, segundo suas inclinações naturais é o esperável. O Cristianismo não tem condição de ser “normal”, dada sua origem. O Deus dos cristãos declara falsos todos os demais deuses; Jesus Cristo, O Salvador, apresentou-se com O Único caminho até Ele; “... ninguém vem ao Pai, senão, por Mim.” Jo 14;6 Portanto, a rejeição do que é ímpar, por falta de pares, também é uma estupidez.

Que o cristianismo é diferente das demais culturas, de acordo. Daí a ser falso são outros quinhentos. 

Usar o argumento da dominação política, como faz o catolicismo, é ignorar o ensino do Salvador, como a referida igreja faz; a Igreja de Cristo não tem chefe humano, é O Espírito Santo; o papado é uma farsa; Cristo disse: “... Sabeis que os que julgam ser príncipes dos gentios, deles se assenhoreiam, seus grandes usam de autoridade sobre eles; mas entre vós não será assim...” Mc 10;42 e 43

As falsas profecias e datas fajutas, como certas seitas “cristãs” marcaram, usadas como argumento para rejeição do cristianismo é ridículo. Seria como negar a essência do trigo por causa da existência do joio.

Os verdadeiros cristãos, os que seguem à Palavra de Deus sem acréscimos nem omissões, não pretendem dominar nada. Só um completo estúpido pensaria isso. Ensinam a quem quiser aprender, que se submeta ao Senhor, não, aos homens.

Mercenários que usam rótulos cristãos para manipular, ganhar dinheiro, empresários disfarçados de bispos, pastores, missionários e apóstolos, estão a anos-luz de ser representantes de Cristo. Porém, nosso “filósofo” parece ser do tipo que afunda ao navio para apagar o incêndio. Cristo advertiu que seria assim; os Seus deveriam vencer, apesar dessas falsificações todas.

Ademais, o fim do mundo não é exatamente o que o vulgo usa pensar, como se tudo fosse explodir, terminar em poeira cósmica.

A Palavra ensina: “A voz do qual moveu então a Terra, mas agora anunciou, dizendo: Ainda uma vez comoverei, não só a Terra, senão também o Céu. Esta palavra: Ainda uma vez, mostra a mudança das coisas móveis, como coisas feitas, para que as imóveis permaneçam.” Heb 12;26 e 27

A destruição das coisas humanas feitas em impiedade, alienados do Criador. O fim de todos os domínios ímpios e finalmente, o Reino submisso ao Digno Rei dos Reis. Será o fim desse mundo ímpio; o começo de outro, justo.

Assim como um convertido depois de Cristo passa a ser “nova criatura”, pela purificação que O Senhor opera nele, o planeta, após as catástrofes previstas no Apocalipse, será purificado e refeito. Os “novos Céus e nova Terra”, serão os mesmos, depois de purificados. O Criador não prometeu fazer tudo de novo, antes, renovar tudo. “... Eis que faço novas todas as coisas...” Apoc 21;5

Entre as coisas que não podem ser removidas, nem nas catástrofes finais, está a convicção daquele que, deveras, se rende ao Senhor. “Por isso, tendo recebido um reino que não pode ser abalado, retenhamos a graça, pela qual sirvamos a Deus agradavelmente, com reverência e piedade;” Heb 12;28

Oportuno citar McCandlish Philips, mais uma vez, acerca dos céticos; ele disse: “Você não pode colocar o verdadeiro Evangelho fora de combate com duas ou três perguntas desajeitadas; antes, suas ilusões é que irão ruir, destacando mais claramente a verdade.”

quinta-feira, 21 de agosto de 2025

O Príncipe da Paz

“Agora, Senhor, despedes em paz teu servo, Segundo Tua Palavra;” Luc 2;29

A Simeão fora revelado que ele não morreria antes de ter visto O Ungido do Senhor. Apresentando Jesus, no templo, com oito dias de vida, entendeu que era Ele o Messias escolhido, então disse as palavras acima.

Despede em paz... as primeiras consequências da entrada do “Príncipe da Paz”, deram ensejo à paz. Quando do Seu nascimento os anjos cantaram: “Glória a Deus nas alturas, Paz na terra...” Luc 2;14

Dele está dito: “Tudo isto provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo, e nos deu o ministério da reconciliação; isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados...” II Cor 5;18 e 19
Tendo sido gerado pelo Espírito Santo, o mesmo Espírito se encarregou de revelar Quem ele era.

De Simeão, “... o Espírito Santo estava sobre ele.” V 25 “Fora-lhe revelado, pelo Espírito Santo, que ele não morreria antes de ter visto o Cristo do Senhor.” V 26 Pelo Espírito foi ao templo, quando os pais trouxeram o menino Jesus...” v 27

Naqueles que Ele habita, O Espírito Santo, revela segredos e conduz. No tocante a nós faz algo mais; “Quando Ele vier, convencerá o mundo do pecado, e da justiça e do juízo.” Jo 16;8

Simeão, íntimo do Espírito Santo, movido por Ele falou a Maria acerca do que estava por vir; “... Eis que este é posto para queda e elevação de muitos em Israel, para sinal que é contraditado.” V 34 Assim, quem quer falar da parte de Deus, carece viver de um modo que seja idôneo diante Dele. Quem confia integralmente no que O Senhor diz, poderá ser feito uma voz pela qual O Senhor dirá mais coisas.

Outra característica de ter vida espiritual é que, invés de se apegar com todas as forças à vida terrena, confia no Eterno. Simeão, uma vez cumprido o que O Espírito Santo lhe prometera, se dispôs a encerrar sua jornada em paz; “Pois, meus olhos viram Tua salvação.” V 30

O ministério do Salvador seria conhecido trinta anos mais tarde. Porém, ao confiante Simeão, bastou A Palavra do Senhor. Viu o que lhe fora prometido; confiou e descansou.

Quantos mais, também serviram sem fruir na terra as recompensas pelo seu serviço a Deus? “Todos estes morreram na fé, sem terem recebido as promessas; mas vendo-as de longe, crendo-as e abraçando-as, confessaram que eram estrangeiros e peregrinos na terra.” Heb 11;13 Os heróis da Antiga Aliança.

A Palavra de Deus basta para os que O conhecem e são fiéis. Se Deus disse que algo será de determinada maneira, independente de me ser permitido ver, devo descansar seguro de que assim será; como fez Simeão. Despede-me em paz; já vi, Tua salvação. Vira apenas um menino, mas confiara que seria como lhe fora dito.

Contudo, vivemos tempos em que a Divina Palavra não tem mais livre curso, atualmente. A maioria nessa geração insensata, prefere escolher “doutores” para consumo das suas doentias cobiças, a confiar no Eterno, cuja Palavra adverte que seria assim. “Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme suas próprias concupiscências; desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas.” II Tim 4;3 e 4

Se, a Simeão foi permitido ver O Salvador ainda bebê, não foi lhe dada a honra de O ver atuando como tal. Foi requerido que ele confiasse na Palavra Divina e nela descansasse; assim o fez. “Despede em paz ao teu servo segundo Tua Palavra.”

O que mais se vê atualmente é gente caçando “contradições” e “erros” na Bíblia, como se, caso os encontrasse teria elementos para “tirar Deus de cena”.
Essa busca adoecida é já a negação da fé, e da possibilidade de receber revelações que O espírito Santo reserva apenas aos Seus íntimos.

No ápice do ministério do Salvador, Ele foi morto entre dois ladrões; ambos apostaram suas fichas na vida terrena e seus bens, tanto que os roubavam.
Porém, um deles, antes de morrer, vendo a resignação heroica de um inocente que morria sem reclamar, despertou para o fato que a vida não se resume à terra, apenas. Pediu para ser lembrado pelo Senhor quando Ele estivesse no Seu Reino; também ele, como Simeão, não viu Jesus coroado. Foi capacitado pelo Espírito Santo, a tocar em coisas que os olhos não conseguem.

Mesmo nas dores da cruz, também pode se despedir em paz; O Príncipe da Paz chegou e saiu, produzindo aquilo para o que viera. Pagou o preço requerido pela Divina justiça, e nos reconciliou. “O efeito da justiça será paz...” Is 32;17

terça-feira, 19 de agosto de 2025

Facilidades mortais


“Qual é mais fácil? dizer: Perdoados são os teus pecados; ou dizer: Levanta-te e anda?” Mat 9;5

O Senhor perdoara um paralítico que fora levado à Sua presença, o que ensejou murmúrios de reprovação. Então, O Salvador fez a pergunta supra. O que é mais fácil?

Do ponto-de-vista Divino, tanto faz. Tudo é possível para Deus, ambas as coisas são fáceis. Porém, como duvidavam que Jesus fosse quem dizia Ser, as coisas eram analisadas no prisma humano.

Nesse, dizer, “Teus pecados estão perdoados”, certamente era simples. Quem poderia verificar que as coisas não se deram assim? Que os pecados foram apagados? Bastaria dizer.

Porém, falar a um paralítico no leito, “Levanta-te e anda!” Caso não acontecesse, facilmente se poderia denunciar ao dito, como fraudulento.

Então, O Senhor concluiu: “Ora, para que saibais que o Filho do homem tem na terra autoridade para perdoar pecados (disse então ao paralítico): Levanta-te, toma tua cama e vai para tua casa. Levantando-se, foi para sua casa.” Vs 6, e 7

De modo didático, O Senhor mostrou ter autoridade sobre as enfermidades do corpo, como testemunho que tem, também, sobre as da alma. “... o castigo que nos traz a paz estava sobre Ele; pelas Suas pisaduras fomos sarados.” Is 53;5

Embora, “baseados” nesse texto, alguns “intérpretes” ensinem que os crentes não podem ficar doentes, o texto refere-se às enfermidades da alma, não, do corpo. Diz: “O castigo que nos traz a paz, (não a saúde) estava sobre Ele.” “Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo...” II Cor 5;19 A saúde do corpo, pode legar ou não, depende de variáveis como fé, propósito, Divina Vontade.

O Senhor não prioriza o mais fácil, como se tivesse aversão ao trabalho; antes, começa pelo mais necessário, pela Sua ciência das nossas carências, e das coisas eternas em jogo. Assim, ser livre dos pecados é infinitamente mais urgente que fruir boa saúde. Se, nas bodas de Caná foi dito que o bom vinho ficara por último, no prisma da intervenção de Cristo, fora o primeiro.

Uma enfermidade mortal, não nos pode fazer nada após a sepultura; o pecado não resolvido faz danos eternos; por isso O Salvador estabeleceu as prioridades segundo o prisma espiritual; “... Não temais os que matam o corpo depois, não têm mais que fazer. Mas Eu vos mostrarei a quem deveis temer; temei aquele que, depois de matar, tem poder para lançar no inferno; sim, vos digo, a Esse temei.” Luc 12;4 e 5

Começar pelo mais fácil, ou fazer apenas esse, é uma humana inclinação, infelizmente. O que são os falsos profetas, que tanto vicejam por aí, senão, gente que se recusa a pagar o preço de andar pelo caminho estreito para comunhão com O Santo, mas deseja encenar que a possui?

Invés de uma investigação séria da Palavra de Deus para apresentá-la como convém, saem fantasiando coisas agradáveis de ouvir, que, supostamente O Senhor lhes mostrou; desde dias antigos foi assim.

“... Não deis ouvidos às palavras dos profetas, que entre vós profetizam; fazem-vos desvanecer; falam da visão dos seus corações, não da Boca do Senhor. Dizem continuamente aos que Me desprezam: O Senhor disse: Paz tereis; a qualquer que anda segundo a dureza do seu coração, dizem: Não virá mal sobre vós.” Jr 23;16 e 17

A necessidade de correção e confronto aos que trilham ímpios caminhos, é uma “coisa difícil” a que esses farsantes se recusam. “Não mandei esses profetas, contudo eles foram correndo; não lhes falei, porém, profetizaram. Mas, se estivessem no Meu conselho, então teriam feito Meu povo ouvir as Minhas Palavras; o teriam feito voltar do seu mau caminho, da maldade das suas ações.” Vs 21 e 22

Um profeta veraz é chamado à fidelidade, não ao sucesso. Quando enviou a Ezequiel, O Eterno o preveniu do “fracasso” que o esperava. “... a casa de Israel não te quererá dar ouvidos, porque não querem dar ouvidos a Mim...” Ez 3;7

Não obstante isso, a obra deveria ser feita com integridade; “...quando Eu falar contigo, abrirei a tua boca, e lhes dirás: Assim diz o Senhor Deus: Quem ouvir ouça, e quem deixar de ouvir, deixe; porque eles são casa rebelde.” Ez 3;27

Ao Seu profeta O Eterno disse: “Quando Eu falar contigo abrirei tua boca...” porém aos que necessitam de correção, o sentido a ser exercitado é outro; “Quem ouvir, ouça...”

Também aqui os ímpios escolhem o mais fácil. Dado que ouvir requer meditar, se arrepender e obedecer, mais simples é sair falando, encenando intimidade com Deus.

Quem prioriza o mais fácil ao mais valioso, abdica de riquezas eternas por comodidades efêmeras. Agem “Como o que arma a funda com pedra preciosa...” Prov 26;8

Paz com Deus

“Tendo sido justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo;” Rom 5;1

A ideia de estar em inimizade com Deus desde a queda, não soa muito palatável ao vulgo. Em geral as pessoas costumam vincular a bondade Divina, à aceitação incondicional da maldade humana.

Não apenas inimizade; a desobediência deu margem ao domínio do usurpador, o deus estranho; todo o reino que fora entregue ao homem passou a sofrer sob maldição. “... maldita é a terra por causa de ti; com dor comerás dela todos os dias da tua vida.” Gn 3;17

A dor, como vimos, permeia o planeta desde a queda; é mui idosa. A Terra toda está marcada por ela desde a presença do pecado.

A queda se deu pela aceitação da ideia de autonomia, independência ao Criador; juntamente com ela, a maldição como juízo. Por isso Jeremias o profeta, foi chamado a diferir o homem submisso ao Eterno e o autônomo. Desse disse: “... Maldito o homem que confia no homem, faz da carne o seu braço, e aparta seu coração do Senhor!” Jr 17;5

Porém, o fiel teve melhor prognóstico; “Bendito o homem que confia no Senhor, cuja confiança é O Senhor. Porque será como a árvore plantada junto às águas, que estende suas raízes para o ribeiro; não receia quando vem o calor, mas sua folha fica verde; no ano de sequidão não se afadiga, nem deixa de dar fruto.” V 7 e 8

Quem prefere prosseguir em inimizade, juntamente herda a maldição de todo esse sistema corrupto que agoniza sob o indigno dominador. “Sabemos que somos de Deus e que todo o mundo jaz no maligno.” I Jo 5;19

A Vitória do Senhor recoloca os pingos nos is, no quesito do domínio. “Visto como os filhos participam da carne e do sangue, também Ele participou das mesmas coisas, para que pela morte aniquilasse o que tinha o império da morte, isto é, o diabo; e livrasse todos os que, com medo da morte, estavam por toda a vida sujeitos à servidão.” Heb 2;14 e 15

Após o Triunfo do Salvador, ninguém precisa mais padecer a maldição, sob a tirania do inimigo. O Domínio do planeta que fora perdido por Adão pela sua desobediência, foi redimido pelo “Segundo Adão”, que agora reina sobre tudo. “... É-me dado todo o poder no Céu e na Terra.” Mat 28;18

Por isso que, no Nome Dele, em perfeita comunhão com Ele, temos autoridade para expulsar demônios; Ele reina sobre tudo, e aqueles são penetras em lugares indevidos.

Todavia, se a questão do governo da Terra sobre o todo foi resolvida desde o “Está consumado”, a resposta de cada um em particular que determinará o restabelecimento da paz com Deus, ou não. Os termos são claros e precisos; “Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados; pôs em nós a palavra da reconciliação. De sorte que somos embaixadores da parte de Cristo, como se Deus por nós rogasse. Rogamos pois, da parte de Cristo, que vos reconcilieis com Deus.” II Cor 5;19 e 20

Nos que ainda não se renderam ao Senhor, a inimizade permanece. A eficácia do que Jesus Cristo fez, embora suficiente para salvação de todos, só será verificável sobre os que O recebem como Senhor. “Ninguém tem maior amor do que este, de dar a sua vida pelos seus amigos.” Jo 15;13

A obediência é fator indispensável, para que a amizade restaurada seja mantida. “Vós sereis Meus amigos, se fizerdes o que vos mando.” Jo 15;14

Então, embora o Amor do Salvador abarque a todos, só os submissos e obedientes O terão como mediador da reconciliação.

Mais que nossas palavras, nossas escolhas espirituais e morais hão de dizer a quem pertencemos, a quem servimos. “Não sabeis que a quem vos apresentardes por servos para obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis; do pecado para a morte, ou da obediência para a justiça?” Rm 6;16

A Bondade Divina é um fato que não se altera; a justiça, também. Aqueles que, invés de corresponder fazem ouvidos moucos aos convites do Seu Amor, perseveram em inimizade, em rota de colisão com a Divina ira. “Segundo tua dureza e teu coração impenitente, entesouras ira para ti no dia da ira e da manifestação do juízo de Deus;” Rom 2;5

Por preferir mil vezes tratar com o homem em misericórdia que em juízo, O Eterno insta para Seu amoroso convite seja entregue a todos. “Porque o erro dos simples os matará, e o desvario dos insensatos os destruirá. Mas o que me der ouvidos habitará em segurança, estará livre do temor do mal.” Prov 1;32 e 33

segunda-feira, 18 de agosto de 2025

Rebanho ou quadrilha?


“... se os pecadores procuram te atrair com agrados, não aceites. Se disserem... Lança tua sorte conosco; teremos todos uma só bolsa! Filho meu, não te ponhas a caminho com eles...” Prov 1;11;12, 14 e 15

Evitar formação de quadrilha. Alguém convidaria ao “filho” do conselheiro, que, deveria declinar do convite.

Somos gregários, dado à vida social. Porém, isso não exclui que as responsabilidades pelas escolhas sejam particulares. “... cada um de nós dará conta de si, a Deus.” Rom 14;12

Quando Pilatos tentou diluir na multidão a rejeição a Jesus, Ele individualizou as responsabilidades. “Tua nação e os principais dos sacerdotes entregaram-te a mim. Que fizeste?” Jo 18;35 “... Todo aquele que é da verdade ouve Minha Voz.” V 37

A massificação é a tentativa inglória da abolição do indivíduo, como se, alguém fazendo isso, suas reponsabilidades fossem juntamente abolidas. Esse truque barato é trair a si mesmo; buscar se ocultar da reta justiça.

Pertencermos a um clã, o defendermos incondicionalmente, além de nos fazer, individualmente diluídos, nos tornará fanáticos; sendo movidos pelo ideal da “quadrilha” não, pelas convicções pessoais. O erro seguirá sendo erro entre os meus; a verdade não sofrerá alterações se, for dita por alguém de fora. Ouro nas mãos do bandido permanece sendo ouro.

Quando vejo alguém pelejar por uma denominação, católicos, protestantes, adventistas, mórmons, etc. sinto preguiça de entrar no “Coliseu”, pelo viés contraproducente explícito, anexo aos pleitos dessa estirpe. Cada um entra num debate com suas “certezas” visando trinfar, não, cotejar versões adversas em busca de crescimento mútuo. “Não te afunda nas questões; elas não têm fundo”.

“Quem é da verdade ouve Minha Voz.” Ensinou O Salvador. Paulo disse mais: “Porque nada podemos contra a verdade, senão pela verdade.” II Cor 13;8 Verdade, um valor estabelecido pelo qual vale a pena lutar.

Quem peleja contra a mentira, encontrará digitais dessa enxerida em todos os arraiais. Outrem, que prefere lutar contra instituições, em defesa da sua predileta, abraça ao fanatismo; a defesa incondicional, até, de coisas obscuras que são feitas nessas instituições. Assim, nosso quadrilheiro em apreço não vai à luta por valores; antes pela sua horda.

Os chamados em Cristo não formam uma “quadrilha” também? Não. Formam um corpo. A unidade desse é espiritual, não institucional, ou denominacional; “Há um só corpo e um só Espírito, como também fostes chamados em uma só esperança da vossa vocação; um só Senhor, uma só fé, um só batismo...” Ef 4;4 e 5
Se alguém dentre nós, erra, deve ser corrigido, punido, conforme o caso; não defendido incondicionalmente apenas porque é “dos nossos”.

Cada pretendente a ser “única igreja verdadeira”, ainda grita aos quatro ventos sua estrondosa falta de respeito e conhecimento da verdade.

Quando parecia que a igreja era assunto estrito de judeus, e dos apóstolos, no primeiro concílio dessa foi dito: “Deus, que conhece os corações, lhes deu testemunho, dando-lhes o Espírito Santo, (aos gentios) assim como também a nós; não fez diferença alguma entre eles e nós, purificando os seus corações pela fé.” Atos 15;8 e 9

É O Espírito Santo, pela Sua Presença, iluminando, dirigindo, dispensando dons, que avaliza quem é de Deus, a despeito de denominações. A ideia de governantes humanos vem debaixo. Jesus jamais ensinou isso. “... Bem sabeis que pelos príncipes dos gentios são estes dominados, e que os grandes exercem autoridade sobre eles. Não será assim entre vós...” Mat 20;25 e 26

A história da igreja ser edificada sobre Pedro é balela. Foi sobre a confissão que ele fizera que Jesus É O Filho de Deus. O mesmo Pedro disse: “Por isso também na Escritura se contém: Eis que ponho em Sião a Pedra principal da esquina, eleita e preciosa; Quem nela crer não será confundido. Assim para vós, os que credes, é preciosa, mas, para os rebeldes, A pedra que os edificadores reprovaram, Essa foi a principal da esquina.” I Ped 2;6 e 7 Óbvio que fala de Cristo.

Para quem não tem problemas com a verdade, ela é cristalina. Quem se apega a dogmas por interesses espúrios não é ovelha de Cristo, é mero manipulador religioso.

As ovelhas, invés de dogmas e tradições, têm uma fonte segura: “De modo nenhum seguirão o estranho, antes fugirão dele, porque não conhecem a voz dos estranhos.” Jo 10;5

O salvo não depende duma instituição, da aprovação duma tradição, ou frivolidades assim; antes, tem o testemunho íntimo pelo Espírito de Deus. “O mesmo Espírito testifica com nosso espírito que somos filhos de Deus.” Rom 8;16

Os quadrilheiros têm olhos de águias para erros alheios, e de toupeiras para os próprios. Os membros do Corpo de Cristo, a cada descoberta dos próprios erros são desafiados à necessária edificação.