quinta-feira, 14 de agosto de 2025

A noite da angústia

“Por que estás ao longe, Senhor? Por que te escondes nos tempos de angústia?” sal 10;1

Sendo O Senhor, Onipresente, isso torna estritamente impossível que Ele esteja longe de algo ou alguém. Então, a “distância”, conforme visto na pergunta inicial deve ser entendida como não interferência, ausência de socorro em prol de alguém que se sente em meio à angústia. A questão em apreço é, por quê?

Uma suposição necessária é que esse alguém possui relacionamento com O Senhor; senão, sequer faria sentido sua queixa.

Estar alguém angustiado não é defeito nem credencial; é circunstância. Essa pode advir de razões distintas. É possível alguém se angustiar pela precipitação, por querer as coisas no seu tempo, não no Divino. “Por que estás abatida, ó minha alma, por que te perturbas em mim? Espera em Deus, pois ainda O louvarei pela salvação da Sua Face.” Sal 42;5 Se a solução para o abatimento, seria esperar Nele, a pressa pelo livramento, foi a feitora do abatimento de então.

A relação do Eterno com o tempo é ímpar. Nossa sensação de finitude, de que o tempo está passando leva-nos a demandar coisas, quando, muitas vezes a calmaria confiante seria mais “produtiva”. “... No estarem quietos será sua força.” Is 30;7

Pois, tendemos a ver layouts como arte-final. Deus faz com que coisas aparentemente más, contribuam para alvos venturosos, forjando a têmpera que sabe necessária em nós. Assim, angústias de quem teme esse processo, soam ante Ele como manhas de crianças que se recusam a remédios amargos, embora, necessários. “Sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, e são chamados segundo Seu propósito.” Rom 8;28

Se, coisas angustiosas agora, resultarão em bem para nós, isso já explicaria porque Deus se “esconde”. Sua Palavra testifica dos efeitos benéficos de sofrer angústias seguindo fiel. “Foi-me bom ter sido afligido, para que aprendesse Teus Estatutos.” Sal 119;71

Noutro contexto onde via com melhores olhos que uma criança chorando, mercê dos seus mimos infantis, Davi escreveu: “Deus é nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente na angústia.” Sal 46;1 Invés de reclamar de suposto esconderijo, O via bem presente, então. Não houve mudanças no Eterno; antes, nos estados emocionais do salmista.

Há ainda angústias que são consequências de escolhas alienadas da Divina vontade. O que o vulgo chama de “lei do retorno.” Num caso assim, seria estúpido clamarmos a Deus por livramento das consequências, se, fizemos ouvidos moucos quando nos advertiu que evitássemos as causas.

Além de Onipresente É Onisciente; sabe onde cada caminho conduz. “Há caminhos que ao homem parecem direitos, mas no fim são caminhos da morte.” Prov 14;12 Fazermos as coisas à nossa maneira ignorando Seus ensinos, é uma forma segura de irmos ao encontro de angústias.

Então, o conselho: “Reconhece-o em todos os teus caminhos, Ele endireitará tuas veredas. Não sejas sábio aos teus próprios olhos; teme ao Senhor e aparta-te do mal.” Prov 3;6 e 7 Afinal, “... maldição sem causa não virá.” Prov 26;2

Resta ainda, o concurso da nossa miopia, que vê problemas alhures, e não os vê quando palpitam em nós. Nossos problemas sempre são os outros, ou as circunstâncias adversas. Não raro, O Eterno precisa nos livrar disso, do egoísmo, mais que de obstáculos alhures.

Uma vez estabelecido o relacionamento com O Eterno, os termos da relação devem ser observados. Quando temos a obediência como coisa que se pode deixar de lado, desejamos apenas O Salvador, não, O Senhor; essa “autonomia” suicida nos colocará em rota de colisão com O Criador.

Não apenas permitirá que angústias nos visitem, como as causará. Com Israel foi assim. “Em toda a angústia deles Ele foi angustiado, e o anjo da Sua presença os salvou; pelo Seu amor; pela Sua compaixão Ele os remiu; e os tomou e conduziu todos os dias da antiguidade. Mas eles foram rebeldes, e contristaram Seu Espírito Santo; por isso se lhes tornou em inimigo, Ele mesmo pelejou contra eles.” Is 63;9 e 10

O Santo Se mostra mui solícito para socorrer aos necessitados; “Invoca-me no dia da angústia; Eu te livrarei, e tu me glorificarás.” Sal 50;15 Porém, nos versos seguintes, recusa a petição do que escolhe à impiedade como modo de vida; “Mas ao ímpio diz Deus: Que fazes tu em recitar os Meus Estatutos, e em tomar a Minha Aliança na tua boca? Visto que odeias a correção, e lanças as Minhas Palavras para detrás de ti.” V 16 e 17

Enfim, tempos de angústia para os fiéis são provas de fé. Quem passar sem negar ao Eterno, fruirá a recompensa. “... O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã.” Sal 30;5

quarta-feira, 13 de agosto de 2025

Casas restauradas


“Para que não aconteça que, depois de haver posto os alicerces, não a podendo acabar, todos os que a virem comecem escarnecer dele dizendo: Este homem começou edificar e não pôde acabar.” Luc 14;29 e 30

Vendo o contexto entendemos que não se trata de edificação, estritamente; antes, do discipulado ao Senhor, e as renúncias requeridas para o mesmo.

Aquele que não entendesse e aceitasse que, carecia renunciar tudo pelo Senhor, correria risco de abandonar a obra pela metade, motivando escárnios.

O “cristão” que começa a caminhada na vereda da fé, e abandona-a antes do término, se encaixa nessa triste definição.

Quando se trata duma morada para nós, fica fácil entender quando a mesma acaba, tornando-se habitável. Porém, nossas vidas devem receber a outros “Inquilinos”. Pedro ensina: “Vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo.” I Ped 2;5
Não, edificadores; somos edificados. Ouçamos Paulo: “Porque nós somos cooperadores de Deus; vós sois lavoura e edifício, de Deus.” I Cor 3;9

O Salvador pontuou: “... Se alguém Me ama, guardará Minha Palavra; Meu Pai o amará; viremos para ele e faremos nele morada.” Jo 14;23

Como o “material de construção” requerido são renúncias, entendemos que se trata duma edificação peculiar.

Certas casas são literalmente “esculpidas” nas rochas; de certa forma, o somos também. Os espaços necessários para os Nobilíssimos habitantes são “negativos”; digo, se revelam pela remoção de entulhos, material excedente, não pela edificação de paredes segundo as técnicas de alvenaria.

Amiúde, é a restauração duma obra que foi perfeita na origem, e acabou danificada pela intrusão de gente de maus hábitos; habitantes indignos, nossos instintos desordenados que sempre fizeram o que bem lhes parecia, danando a obra original. Quem assiste vídeos de recuperação de velharias, armas, motos, bicicletas, carros, etc. tem uma ideia aproximada do processo.

A nova “edificação” é mais uma limpeza profunda com alguns reparos pontuais, que outra construção, estritamente. O primeiro a ser banido da construção, deve ser o “mestre da obra” bagunçada de antes; o ego. “Negue a si mesmo.”

Removido esse, o novo Mestre, Espírito Santo assumirá a obra de regeneração, e nos contratará como seus cooperadores. A Palavra do Sumo Arquiteto é o projeto ao qual somos submetidos, pelo qual, seremos regenerados.

Quando a obra redentora sofre percalços, o que sempre acontece, tem a ver com nossa cooperação precária, às vezes, relapsa. O Mestre não se cansa, nem desiste. “Tendo por certo isto mesmo, que Aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até ao dia de Jesus Cristo;” Fp 1;6

Ele usa alguns encarregados de áreas específicas, para que a execução do projeto seja fiel; tais, são capacitados pelo Arquiteto da redenção, Jesus Cristo; “Ele mesmo deu uns para apóstolos, profetas, evangelistas, outros para pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo;” Ef 4;11 e 12

Cada um é edificado em particular; o conjunto dos redimidos é chamado de Corpo de Cristo. Os que começam e param antes de acabar, não deixam suas obras extáticas, num ponto de onde as poderão retomar; antes, por serem obras vivas, o parar significa retroceder.

Isso é uma escolha perigosa pelo que espera no fim da linha. “Nós, porém, não somos daqueles que se retiram para perdição, mas daqueles que creem para conservação da alma.” Heb 10;39

Por que as pessoas escarnecem dos que, tendo começado bem e perseverado por algum tempo, depois, se retiram para a perdição? Porque escarnecem mesmo sem motivos dado o espírito invejoso que as anima.

Pois, quando andamos bem, “fazemos mal” aos que não ousam nos imitar na corajosa escolha. Não dando motivos, nos apedrejam como se, fosse diferente; se os dermos, então sentir-se-ão “vingados” de todo o desconforto que lhes causamos quando nosso andar era firme.

Caso permaneçamos inabaláveis mesmo nas provas, os caluniadores estarão glorificando a Deus em nós, quando nos desprezarem e atribuírem males que não fizemos. “... para que, naquilo em que falam mal de vós, como de malfeitores, glorifiquem a Deus no dia da visitação, pelas boas obras que em vós observem.” I Ped 2;12

Quando alguém pertencente às trevas fala mal da luz, de modo oblíquo testifica da idoneidade daquela. O escárnio dos maus acaba glorificando nosso Redentor. Testificando do Sua Obra Bendita em nós; “Assim resplandeça vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas boas obras e glorifiquem ao vosso Pai, que está nos Céus.” Mat 5;16

A rigor, nossa luz não é nossa; é O Senhor em nós. “Se O Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam...” Sal 127;1

A alegria superior


“Tornaste meu pranto em folguedo; desataste meu pano de saco e me cingiste de alegria.” Sal 30;11

O trânsito dum estado emocional soturno, a outro, jubiloso, figurado na troca de vestes. De panos de saco, sinais de humilhação, para ornatos festivos de celebração.

Isaías usou linguagem semelhante aludindo às transformações ensejadas pelo Salvador. Ele viria, entre outras coisas, para “Ordenar acerca dos tristes de Sião que se lhes dê glória em vez de cinza, óleo de gozo em vez de tristeza, vestes de louvor em vez de espírito angustiado...” Is 61;3

Nem sempre nossas respostas emocionais são coerentes com o que acontece no mundo espiritual. Não porque as vitórias nesse âmbito não sejam alegres. Antes, porque eventualmente nos pesa o preço das conquistas, mais do que, as discernimos, pela nossa prisão às informações sensoriais; pelo distorcido sentido que damos ao que vemos, ignorando coisas que, mesmo não vendo poderíamos saber.

Quando da maior vitória de todos os tempos, a de Cristo, por não ver as coisas como eram no âmbito espiritual, os discípulos do Senhor dispersaram-se aborrecidos.

Ajuntando-se a dois deles pelo caminho, sem se revelar, O Senhor ressuscitado os censurou por aquela tristeza desnecessária, como sendo derivada da lentidão intelectual e espiritual, para entender o que estava em curso; “... Ó néscios, e tardos de coração para crer tudo que os profetas disseram! Porventura não convinha que o Cristo padecesse estas coisas e entrasse na Sua Glória?” Luc 24;25 e 26

As coisas tinham acontecido precisamente como as Escrituras vaticinavam; e eles estavam “derrotados”. O risco de colocarmos nossos afetos adiante da vontade de Deus revelada, é que, aqueles tolhem a sadia compreensão dessa.

Tanto um bobo alegre pode comemorar derrotas, tipo os que se entusiasmam com falsos profetas e suas lisonjas, quanto, um salvo, lamentar vitórias, pela lentidão em discerni-las.

As mulheres que levaram especiarias ao sepulcro se entristeceram por não encontrarem o corpo morto. Entretanto, O Salvador estava vivo. Muitas tristezas derivam da falta de luz, mais que, da falta de motivos para gozo.

A alegria da salvação, da comunhão restaurada com O Eterno é um patrimônio íntimo dado a cada um dos salvos. Pelo alto preço dos nossos pecados demandou uma grande tristeza e ímpar humilhação, como as que foram impingidas ao Salvador. Também requer a nossa, na conversão, em arrependimento.

O resultado da cruz, foi a regeneração dos crentes, motivo de eterna alegria para quem acessa à dimensão espiritual.

Essa, aliás, pode ocorrer a despeito do concurso de privações exteriores, até. “Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, paz e alegria no Espírito Santo.” Rom 14;17 Se deixarmos nossa natureza ler e reportar as coisas como lhe parecem, tendemos a dar mais importância ao casulo que às asas.

Assim como, os que não podem ouvir a música não entendem o motivo dos que estão dançando, eventualmente, os que não têm vida espiritual também desconhecem as razões dos que nasceram de novo. Por quê? Porque “O homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente.” I Cor 2;14

Assim como se diz que, o coração tem razões que a própria razão desconhece, também o espírito regenerado, frui alegrias que os escravos dos sentidos ignoram.

A alegria dos naturais, está vinculada a circunstâncias venturosas, coisas palpáveis. A espiritual é patrimônio íntimo dos que conhecem ao Senhor.

Davi versou, comparando isso aos que se alegravam por uma vultosa colheita; “Puseste alegria no meu coração, mais do que no tempo em que se lhes multiplicaram trigo e vinho. Em paz também me deitarei e dormirei, porque só Tu, Senhor, me fazes habitar em segurança.” Sal 4;7 e 8

Alegria no coração; paz de espirito; sono tranquilo; segurança; tais coisas lhe eram melhores que uma farta colheita.

Elementar que cada um priorize aquilo que lhe parece mais importante. O homem natural cuidará, zeloso, do seu corpo e posses materiais; não que seja um problema; é um testemunho das suas prioridades. Paulo ensina qual deve ser a nossa; “... ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o interior, contudo, se renova de dia em dia.” II Cor 4;16

A Timóteo aconselhou: “Porque o exercício corporal para pouco aproveita, mas a piedade para tudo é proveitosa, tendo a promessa da vida presente e da que há de vir.” I Tim 4;8

Não precisamos fingir quando dolorosos males assolam. Porém, quem renasceu em Cristo, sabe que as tristezas necessárias pela fidelidade, são sementes, que no devido tempo serão segadas em júbilo. “Aquele que leva a preciosa semente, andando e chorando, voltará, sem dúvida, com alegria, trazendo consigo seus molhos.” Sal 126;6

terça-feira, 12 de agosto de 2025

Os zumbis


“O que prega a maldade cai no mal, mas o embaixador fiel é saúde.” Prov 13;17

Nas entrelinhas vemos que, o pregador da maldade é o mensageiro perverso; pois, contraposto a ele, está o “embaixador fiel.” A figura de embaixadores, aliás, dada sua condição de “estrangeiros”, já é um apontamento dos mensageiros do Senhor, como ensina Paulo: “De sorte que somos embaixadores da parte de Cristo...” II Cor 5;20

Não é comum se pregar à maldade, abertamente. Muitos patifes usam travestir suas mensagens, ou seus feitos, com alguma aparência de bem. Por exemplo: Todos os tiranos do mundo são “democratas”; os nossos, são “defensores da democracia”, aliás.

A maldade que forja a perversão do bem, digamos que é a maldade com escrúpulos. Quando ela atinge total dissolução, como a que parte para a violência, imposição pela força, não se importa em ser vista como é, pelo menos, é uma ruindade “honesta”. Digo, nua, crua, sem intenção de posar de bem.

Talvez, nesse âmbito seja menos perigosa que a dissimulada. Pois, em ambientes onde ela grassa todos sabem; quem pode evitar essas paragens, o faz. Todavia a maldade dissimulada, travestida de bem, desarma defesas das suas vítimas, pelo disfarce cretino. Como um pescador oculta o anzol com engodo, assim, os maus com suas pretensões de probidade, de vínculo com a virtude.

Ontem deparei com um vídeo dum sujeito, falando sobre o “pastor mirim” Miguel de Oliveira; o cioso conselheiro estava repudiando aos críticos do jovem “profeta”, exortando-os a orarem por ele, invés de denunciarem suas práticas. Afinal, ponderou, “melhor ver o Miguel profetizando falso, que, com um fuzil nas mãos, a serviço de traficantes”.

Para esse “mestre”, pois, devemos escalonar a maldade em níveis; os aceitáveis e os deploráveis. Ou, talvez, diferir entre maldade má, e maldade “boa”.

Perante O Santo, essa “lógica” não funciona. Não nos cabe sermos “bons” com os maus, tampouco, sermos maus contra os bons. “O que justifica o ímpio, e o que condena o justo, tanto um quanto outro, são abomináveis ao Senhor.” Prov 17;15

Como qualquer um pode entender, a maldade nua, pelo menos não engana, não desarma nossas defesas.

Quando O Salvador nos desafiou a sermos fiéis no pouco, para, oportunamente sermos chamados ao muito, evidenciou que os valores do Reino atinam aos princípios, não, ao volume. Antes de importar com quais, e quantas coisas lidamos, importa que sejamos fiéis ao Senhor e aos Seus Ensinos.

Pois, aquilo cujo princípio é mau, se, ousarmos aquilatar de outra forma, estaremos incorrendo na inversão de valores, contra a qual pesa soturna advertência: “Ai dos que ao mal chamam bem, e ao bem, mal; que fazem das trevas luz, e da luz, trevas; fazem do amargo, doce, e do doce, amargo! Ai dos que são sábios aos próprios olhos, prudentes diante de si mesmos!” Is 5;20 e 21

Miguel de Oliveira, Vitória Souza, e assemelhados vicejam, por duas razões: Uma geração de analfabetos espirituais, que busca entretenimento vazio, onde deveria aprender sobre salvação; e uma súcia de “pastores” cretinos, que assalaria generosamente a esses “bufões teens”, para maquiar a ausência de substância espiritual em seus ajuntamentos, com a colorida fumaça dos adoecidos movimentos.

Tais pregadores não são vítimas. São cúmplices. Sabem bem o que estão fazendo e se mostram hábeis para manipular até adultos mais sonolentos. Falsos profetas e pastores mercenários vivem sua ímpia simbiose, onde cada parte encontra o que quer, a despeito das pessoas e suas necessidades, que viram mero produto dessa ímpia manipulação.

Maldade é sempre má, em todo lugar, com qualquer roupagem. Porém, quando encontra ramo para pouso no átrio de uma liderança espiritual, é mais letal que um fuzil nas mãos de um bandido.

Não sem razão, pois, A Palavra de Deus nos manda orarmos pelos inimigos, e mantermos distância dos falsos irmãos. Pelas razões já vistas, os falsos pastores e pregadores são piores que inimigos. Diz: “Mas agora vos escrevi que não vos associeis com aquele que, dizendo-se irmão, for devasso, avarento, idólatra, maldizente, beberrão, ou roubador; com o tal nem ainda comais.” I Cor 5;11

Quando O Eterno quiser, poderá fazer um jumento falar, como já fez; mas, em geral usa adultos preparados, para ensinar. Assim como o que prega a maldade cai no mal, também o que se mete a algo sem o necessário preparo, desce ao mesmo precipício. Depois duma série de qualidades requerida dos obreiros, Paulo acrescenta: “Não neófito, para que, ensoberbecendo-se, não caia na condenação do diabo.” I Tim 3;6

A “condenação do diabo” se verificará no juízo. Aqui muitos dos dele seguem brilhando nos púlpitos. Apenas quem discerne às coisas pelo Divino padrão, vê aos zumbis espirituais, que encenam vida, estando mortos.

O ateu e as obtusas razões



“Se pedirdes alguma coisa em Meu Nome, Eu o farei.” Jo 14;14

Dentre os textos que são pisoteados por “interpretações” superficiais, esse se destaca.

Ouvi um ateu dizendo que foi “cristão” por mais de uma década, até que “acordou” vendo que a Bíblia não se cumpria. Disse que em seus estudos, cada vez que deparava com um problema que parecia difícil dizia: “Jesus!” esperando ajuda; nunca vinha. Depois, reconheceu que aquilo sequer era um pedido; mas, mero vício de linguagem.

Não carecemos um escrutínio profundo para concluir que o sujeito em apreço não parou de crer; ele jamais começou. Ao menos, com entendimento.

Certas letras miúdas precisam ser vistas antes de qualquer conclusão. “Em Meu Nome”, tem significados que devem ser considerados; o literal e o essencial.

O primeiro: Quando o anjo ensinou a Maria qual deveria ser o nome do prometido, explicou: “...chamarás Seu Nome Jesus; porque Ele salvará Seu povo dos seus pecados.” Mat 1;21 Yeoshua em hebraico significa: “Deus é salvação”. Assim, só estará alinhado a Ele, quem, antes de o mencionar pedindo socorro, o fizer pedindo perdão pelos seus pecados, para receber salvação.

Ele condicionou a resposta aos nossos pleitos a darmos frutos; “... vos nomeei, para que vades e deis fruto, e vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto em Meu Nome pedirdes ao Pai Ele vos conceda.” Jo 15;16

O primeiro fruto é aquele que restabelece a comunhão com O Pai, mediante Ele. “Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento;” Mat 3;8 Logo, quem ainda não se arrependeu e foi reconciliado com Deus mediante Cristo, também não está autorizado a pleitear o cumprimento de outras coisas.

Poderá receber algo, por causa do Amor e Misericórdia do Senhor, que envia sol e chuva sobre justos e injustos; mas, Deus não tem compromisso com ele antes da conversão.

Isso, derivado do sentido literal do Seu Nome; no aspecto essencial, para podermos usar Seu Santo Nome, se requer uma identificação em valores, caráter, renúncia, submissão, o Seu “jugo”. Quem ainda é refém do egoísmo, pede coisas apenas para si, achando que a reconciliação fez de Deus, seu servo, ainda não entendeu nada.

Tiago ensina: “Pedis, e não recebeis, porque pedis mal, para gastardes em vossos deleites.” Tg 4;3 Um aluno preguiçoso que invés de estudar requer que O Senhor responda por ele, certamente será ignorado.

Mesmo tendo se convertido, eventualmente, um desentendido assim, resta considerar que, além da conversão somos chamados à santificação.

Tomarmos em nossos lábios o Nome Daquele que É Santo, acariciando ainda anelos pecaminosos, ou vivendo de modo iníquo, também não vai dar certo. “Todavia o fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: O Senhor conhece os que são Seus; qualquer que profere o Nome de Cristo aparte-se da iniquidade.” II Tim 2;19

Ademais, mesmo estando nós em comunhão com Ele, vivendo em santificação, ainda assim, não é cem por cento seguro que receberemos o que lhe pedirmos. Muitas coisas que nos parecem oportunas, boas, necessárias, aos Seus Olhos pode não ser assim; “Há um caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele são caminhos da morte.” Prov 14;12

Quantos “bens” pelos quais oramos insistentes e não recebemos; agora, passado algum tempo entendemos que foi melhor assim? Ele já sabia quando nos disse, não! Se Jesus orou deixando uma porta aberta a um eventual “não”; “Todavia não seja como Eu quero, mas segundo a Tua Vontade” nós não deveríamos imitá-lo?

Por fim, como a relação tencionada pelo Eterno tem como vínculo a fé, precisamos considerar: Se, Ele nos desse tudo que pedíssemos, exatamente quando o fizéssemos, tornar-se-ia mero “Banco” com fundos ilimitados, onde nossa cobiça desenfreada “sacaria” o que precisasse e o que não, apenas porque seria possível. As posições de Senhor e servo se inverteriam; a relação seria reduzida a mero mercantilismo, sem a preciosa confiança, na Integridade Divina ante o invisível, que evidencia a verdadeira fé.

“Quem há entre vós que tema ao Senhor e ouça a voz do seu servo? Quando andar em trevas, não tiver luz nenhuma, confie no Nome do Senhor; firme-se sobre seu Deus.” Is 50;10

O “tudo” que O Senhor promete prover, é segundo nossas necessidades, dentro de limites saudáveis, não, segundo anelos doentios e desenfreados. Quem vai a Deus por coisas, e se afasta porque não as recebeu, nunca foi a Ele, deveras. Enganou-se pensado que O Nome Santo fosse um Senha poderosa, apta a saciar todos os seus anseios egoístas.

As prioridades Divinas têm a ver com O Reio e seus valores; a logística para nossa manutenção vem após. “Mas, buscai primeiro o Reino de Deus, e sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.” Mat 6;33

segunda-feira, 11 de agosto de 2025

Pedradas homoafetivas



“... Ouve a voz do povo em tudo quanto te dizem, pois, não têm rejeitado a ti, antes a Mim têm rejeitado, para Eu não reinar sobre eles.” I Sam 8;7

Vigorava a Teocracia, então. Deus, mediante homens, Moisés, Josué e os juízes, dos quais, Samuel foi o mais notável, dirigia o povo.

Com a desculpa que os filhos de Samuel não eram da mesma envergadura que ele, pediram a escolha de um rei.

Os povos circunstantes deveriam invejar aos israelitas, que tinham o privilégio de uma relação ímpar, com Deus; “Porque sua rocha não é como a nossa Rocha, sendo até nossos inimigos juízes disto.” Deut 32;31 Entretanto, tende a adoecida alma humana a valorizar mais o que supõe faltar, do que os bens que possui.

Então, O Senhor instruiu Samuel para que ouvisse às petições do povo; afinal, o rejeitado nem era ele, estritamente; antes, o próprio Senhor.

Sempre que o homem conseguir maquiar sua desobediência, ele o fará; tal a natureza hipócrita forjada na alma humana, desde a queda. Assim, aqueles não estavam rejeitando a Deus; antes, estavam “preocupados com o futuro” inseguros quanto a capacidade dos filhos de Samuel.

Nada mudou, atinente a isso. Os homens continuam refratários às diretrizes do Santo; sempre diluem suas índoles perversas, no caldeirão dos alheios defeitos, ou dos supostos “direitos” que estariam ameaçados.

Outro dia coloquei um comentário numa postagem que glorificava o homossexualismo, como sendo uma escolha de corajosos, e a postura crítica dos héteros, como insegurança; deixando nas entrelinhas que também o desejam ser, mas falta-lhes coragem.

Meu comentário, óbvio! foi alinhado à Palavra de Deus e seus ensinos. Por quê? Os mais estapafúrdios argumentos, uma série de ofensas pessoais me foram dirigidos, graças ao meu “preconceito”, “homofobia” e até de racista fui acusado, embora em momento algum se tenha falado sobre isso. Mais um pouco e eu seria chamado de “Terraplanista”.

Faz parte das “munições” de quem não tem munição, atirar tudo o que lhe cair nas mãos; pois, defender seus pruridos diletos a qualquer custo lhes soa mais necessário que meditar seriamente sobre coisas vitais. Parei de responder, de ler, até, os comentários por uma questão de higiene psíquica. Deixei-os com “razão.”

Como comentamos sempre alinhados à Palavra de Deus e o que ela prescreve, esses que ficam furiosos e nos apedrejam, estão furiosos contra Deus e Seus Mandamentos; nós, apenas O representamos, lembrando Suas Leis. Assim, num embate desses, O Eterno nos diria como a Samuel: “Não foi a ti que apedrejaram. Antes, a Mim."

Essa gente alienada do Criador, acredita que nos vai dobrar na base do grito, de ameaças e ofensas rasteiras, porque desconhece o Espírito que nos habita. 

Um homem espiritual, comprometido com O Senhor, coleciona ofensas e ameaças como um garimpeiro o faz, com pepitas.

Ser ofendido por pertencer ao Rei dos Reis é uma honra que cabe a poucos, infelizmente. A maioria prefere negociar com a mentira a defender a verdade a qualquer custo.

Porém, aos que assim o fazem, foi dito: “Bem-aventurados sois, quando vos injuriarem, perseguirem e, mentindo, disserem todo mal contra vós por Minha causa. Exultai e alegrai-vos, porque é grande vosso galardão nos céus; porque assim perseguiram os profetas que foram antes de vós.” Mat 5;11 e 12

Invés de nos colocar no rol dos racistas e similares, O Eterno nos honra junto aos profetas.

Eventualmente, quando a rebeldia é demais, O Senhor concede o que foi pedido, não como bênçãos, antes, como juízo. Assim foi naquele caso. “Dei-te um rei na Minha ira, e tirei-o no Meu furor.” Os 13;11

Quem prefere o homossexualismo como modo de vida, a despeito do Senhor o ter vetado, siga em frente. Seu par escolhido, aqui na terra será sua recompensa. “... os homens, deixando o uso natural da mulher, se inflamaram em sua sensualidade uns para com os outros, homens com homens, cometendo torpeza, recebendo em si mesmos a recompensa que convinha ao seu erro.” Rom 1;27

Podem criar as leis que aprouver, dado que “o mundo jaz no maligno” para punir as ditas “fobias”. A Lei de Deus permanece; na escolha entre obedecer ao homem ou a Deus, não temos dificuldade de optar. “Porventura o trono de iniquidade te acompanha, o qual forja o mal a pretexto de lei?” Sal 94;20

Não adiante torcer fatos como tantos fazem, dizendo que odiamos gays e apregoamos violência contra eles. Tanto os amamos que lhes desejamos as mesmas bênçãos que temos. Discordar dum comportamento passa longe de odiar uma criatura.

Há feridas que provam amor de modo mais eloquente que beijos; “Leais são as feridas feitas pelo amigo, mas os beijos do inimigo são enganosos.” Prov 27;6

domingo, 10 de agosto de 2025

Contra os pastores



“Filho do homem, profetiza contra os pastores de Israel; profetiza, e dize aos pastores: Assim diz o Senhor Deus: Ai dos pastores de Israel que apascentam a si mesmos! Não devem os pastores apascentar às ovelhas?” Ez 34;2

Quando aqueles que deveriam curar se mostram doentes, então temos dois problemas. A falta de médicos e o aumento de pacientes, pela mesma razão; o egoísmo, e a indiferença espiritual.

Pastores deveriam ser porta-vozes do Senhor, não, destinatários de mensagens proféticas com acenos de juízo, pelos seus descaminhos.

O Senhor disse: “Porque os lábios do sacerdote devem guardar o conhecimento, da sua boca devem os homens buscar a Lei porque ele é o mensageiro do Senhor dos Exércitos.” Ml 2;7

O Santo escolheu representantes não por outro motivo, senão, que sejam difusores da Sua Palavra; dos mandamentos do Altíssimo. O que se verificava então, era mui diverso disso; “Vos desviastes do caminho; a muitos fizestes tropeçar na Lei; corrompestes a aliança de Levi, diz o Senhor dos Exércitos.” V 8

A redução à insignificância era seu juízo, da parte do Criador; “Por isso também Eu vos fiz desprezíveis e indignos diante de todo povo, visto que não guardastes Meus caminhos, mas fizestes acepção de pessoas na lei.” V 9

Os obreiros da Nova Aliança, têm melhor “material” para trabalhar; O Evangelho de Jesus Cristo e a Bendita assessoria do Espírito Santo. Entretanto, as razões de então, de sermos repórteres féis do Divino propósito, servidores em prol daqueles que O Senhor ama e deseja salvar, permanece. “Que os homens nos considerem como ministros de Cristo, despenseiros dos mistérios de Deus. E, requer-se dos despenseiros que cada um se ache fiel.” I Cor 4;1 e 2

O veto a fazermos acepção, permanece. “Se fazeis acepção de pessoas, cometeis pecado; sois redarguidos pela Lei como transgressores.” Tg 2;9

Também o risco de sermos relegados ao monturo, de cairmos na irrelevância pela infidelidade continua. Dos que assim fazem, está dito: “Bom é o sal; mas, se ele degenerar, com que se há de salgar? Não presta para a terra, nem para o monturo; lançam-no fora. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.” Luc 14;34 e 35 A degeneração do sal é uma figura da apostasia.

Não ignoramos que, os ímpios escarnecem mesmo dos que têm bom porte em Cristo. Todavia, muitos têm dado razão aos escarnecedores pelos ridículos testemunhos que deixam ver em seus descaminhos, pelo amor ao dinheiro, invés do serviço ao Salvador.

Pois, aos pastores dos nossos dias, está dito; “Apascentai o rebanho de Deus, que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto; nem como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho.” I Ped 5;2 e 3

Infelizmente, muitos atuam como empresários da fé; proprietários de grandes “igrejas”, no domínio das quais, não prestam contas a ninguém. Se não se arrependerem e mudarem, (coisa pouco provável) quando o juízo chegar, invés da irrelevância apenas, espera pelos tais, a eterna perdição.

Pedro aludiu a uns que, tendo começado bem, depois caíram para o comodismo, e interesses mesquinhos, abandonado aos Divinos preceitos, com figuras mui eloquentes: “Porque melhor lhes fora não conhecerem o caminho da justiça, do que, conhecendo-o, desviarem-se do santo mandamento que lhes fora dado; deste modo sobreveio-lhes o que por um verdadeiro provérbio se diz: O cão voltou ao próprio vômito e a porca lavada ao espojadouro de lama.” II Ped 2;21 e 22

Como efeito colateral desses, temos muitos feridos à margem do caminho, avessos à ideia de congregar novamente; os “desigrejados.”

Magoados pelos mercenários desprezam a ideia de congregar em templos, como se, mesmo nesse mundo mau, estivessem já na Nova Jerusalém. Dela está dito: “Nela não vi templo, porque seu templo é O Senhor Deus Todo-Poderoso, e O Cordeiro.” Apoc 21;22

Quando estivermos lá, estaremos “em casa”; não serão necessárias coisas que ainda são, por aqui. A ideia de congregarem, os peregrinos, em ambientes que se cultue segundo sua fé comum, permanece. “Não deixando a nossa congregação, como é costume de alguns, antes admoestando-nos uns aos outros; tanto mais, quanto vedes que se vai aproximando aquele dia.” Heb 10;25

Infelizmente, como nos dias de Ezequiel, temos inúmera conta de “pastores” que precisam ouvir, invés de falar; e ouvir severas advertências de juízo.

Na verdade, o homem prudente deveria temer de falar em Nome do Senhor; embora, não possa se evadir, aquele que foi chamado para isso. Tiago ensina: “Meus irmãos, muitos de vós não sejam mestres, sabendo que receberemos mais duro juízo.” Tg 3;1

“Por isso a sua destruição virá repentinamente; subitamente será quebrantado, sem que haja cura.” Prov 6;15