terça-feira, 12 de agosto de 2025

Os zumbis


“O que prega a maldade cai no mal, mas o embaixador fiel é saúde.” Prov 13;17

Nas entrelinhas vemos que, o pregador da maldade é o mensageiro perverso; pois, contraposto a ele, está o “embaixador fiel.” A figura de embaixadores, aliás, dada sua condição de “estrangeiros”, já é um apontamento dos mensageiros do Senhor, como ensina Paulo: “De sorte que somos embaixadores da parte de Cristo...” II Cor 5;20

Não é comum se pregar à maldade, abertamente. Muitos patifes usam travestir suas mensagens, ou seus feitos, com alguma aparência de bem. Por exemplo: Todos os tiranos do mundo são “democratas”; os nossos, são “defensores da democracia”, aliás.

A maldade que forja a perversão do bem, digamos que é a maldade com escrúpulos. Quando ela atinge total dissolução, como a que parte para a violência, imposição pela força, não se importa em ser vista como é, pelo menos, é uma ruindade “honesta”. Digo, nua, crua, sem intenção de posar de bem.

Talvez, nesse âmbito seja menos perigosa que a dissimulada. Pois, em ambientes onde ela grassa todos sabem; quem pode evitar essas paragens, o faz. Todavia a maldade dissimulada, travestida de bem, desarma defesas das suas vítimas, pelo disfarce cretino. Como um pescador oculta o anzol com engodo, assim, os maus com suas pretensões de probidade, de vínculo com a virtude.

Ontem deparei com um vídeo dum sujeito, falando sobre o “pastor mirim” Miguel de Oliveira; o cioso conselheiro estava repudiando aos críticos do jovem “profeta”, exortando-os a orarem por ele, invés de denunciarem suas práticas. Afinal, ponderou, “melhor ver o Miguel profetizando falso, que, com um fuzil nas mãos, a serviço de traficantes”.

Para esse “mestre”, pois, devemos escalonar a maldade em níveis; os aceitáveis e os deploráveis. Ou, talvez, diferir entre maldade má, e maldade “boa”.

Perante O Santo, essa “lógica” não funciona. Não nos cabe sermos “bons” com os maus, tampouco, sermos maus contra os bons. “O que justifica o ímpio, e o que condena o justo, tanto um quanto outro, são abomináveis ao Senhor.” Prov 17;15

Como qualquer um pode entender, a maldade nua, pelo menos não engana, não desarma nossas defesas.

Quando O Salvador nos desafiou a sermos fiéis no pouco, para, oportunamente sermos chamados ao muito, evidenciou que os valores do Reino atinam aos princípios, não, ao volume. Antes de importar com quais, e quantas coisas lidamos, importa que sejamos fiéis ao Senhor e aos Seus Ensinos.

Pois, aquilo cujo princípio é mau, se, ousarmos aquilatar de outra forma, estaremos incorrendo na inversão de valores, contra a qual pesa soturna advertência: “Ai dos que ao mal chamam bem, e ao bem, mal; que fazem das trevas luz, e da luz, trevas; fazem do amargo, doce, e do doce, amargo! Ai dos que são sábios aos próprios olhos, prudentes diante de si mesmos!” Is 5;20 e 21

Miguel de Oliveira, Vitória Souza, e assemelhados vicejam, por duas razões: Uma geração de analfabetos espirituais, que busca entretenimento vazio, onde deveria aprender sobre salvação; e uma súcia de “pastores” cretinos, que assalaria generosamente a esses “bufões teens”, para maquiar a ausência de substância espiritual em seus ajuntamentos, com a colorida fumaça dos adoecidos movimentos.

Tais pregadores não são vítimas. São cúmplices. Sabem bem o que estão fazendo e se mostram hábeis para manipular até adultos mais sonolentos. Falsos profetas e pastores mercenários vivem sua ímpia simbiose, onde cada parte encontra o que quer, a despeito das pessoas e suas necessidades, que viram mero produto dessa ímpia manipulação.

Maldade é sempre má, em todo lugar, com qualquer roupagem. Porém, quando encontra ramo para pouso no átrio de uma liderança espiritual, é mais letal que um fuzil nas mãos de um bandido.

Não sem razão, pois, A Palavra de Deus nos manda orarmos pelos inimigos, e mantermos distância dos falsos irmãos. Pelas razões já vistas, os falsos pastores e pregadores são piores que inimigos. Diz: “Mas agora vos escrevi que não vos associeis com aquele que, dizendo-se irmão, for devasso, avarento, idólatra, maldizente, beberrão, ou roubador; com o tal nem ainda comais.” I Cor 5;11

Quando O Eterno quiser, poderá fazer um jumento falar, como já fez; mas, em geral usa adultos preparados, para ensinar. Assim como o que prega a maldade cai no mal, também o que se mete a algo sem o necessário preparo, desce ao mesmo precipício. Depois duma série de qualidades requerida dos obreiros, Paulo acrescenta: “Não neófito, para que, ensoberbecendo-se, não caia na condenação do diabo.” I Tim 3;6

A “condenação do diabo” se verificará no juízo. Aqui muitos dos dele seguem brilhando nos púlpitos. Apenas quem discerne às coisas pelo Divino padrão, vê aos zumbis espirituais, que encenam vida, estando mortos.

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