sexta-feira, 15 de agosto de 2025

Vergonha; o juízo


“Quem enfraquece, que eu também não enfraqueça? Quem se escandaliza, que eu me não abrase?” II Cor 11;29

Paulo alistando seus sofrimentos; colocou entre eles, a vergonha pelos escândalos que, eventualmente, aconteciam no seio da igreja. Bons tempos!! Não me refiro à incidência de escândalos; mas, ao fato de um cristão veraz, saber que aquilo o atinge. Que, fazendo parte do mesmo corpo, deve sofrer junto quando sinais de enfermidade surgem.

Vivemos um tempo de “Supercrentes”; não, porque poderosos, capazes de fazer acontecer o que “declaram”, como denunciou outrora, o pastor Paulo Romeiro. Mas, porque perfeitos, santos, de tal modo que seus ajuntamentos devem ser dedetizados. Qualquer inseto de pecado que ousar voejar entre os tais, será fulminado pela santidade que permeia os ares que esses respiram.

“O meio religioso é podre! Por isso saí”. Declara um; “O sistema cobra pedágio, estou fora!” Assegura outro. Cada um desses constrói seus microssistemas, onde falam às suas plateias, convencidos de serem depositários de uma visão mais aguçada; uma santidade superior. A rigor, não passam de covardes.

Não ignoramos os escândalos que acontecem, infelizmente. Ora é um psicopata se dizendo bispo e falando como o Capeta; outra, um “Pastor pegador” fazendo programas com piriguetes; agora o “Bispo” de calcinhas... o arsenal de escândalos é imenso.

Qual deve ser nossa postura? Sairmos do meio porque somos mais santos? Não!! A Palavra ensina: “Saiamos, pois, a Ele (Cristo) fora do arraial, levando Seu vitupério.” Heb 13;13

Ele está sendo profanado, envergonhado; nós que lhe pertencemos devemos suportar, juntamente. Essas coisas vergonhosas, vindo à luz, já são derivadas do juízo do Senhor, que, tendo falado muitas vezes aos errados, e não sendo ouvido, restou apenas a exposição deles, para sua vergonha e punição.

A Palavra ensina: “Não são assim os ímpios; mas são como a moinha que o vento espalha. Por isso os ímpios não subsistirão no juízo, nem os pecadores na congregação dos justos.” Sal 1;4 e 5

Cada vez que um escândalo assim é exposto, uma partícula do “Corpo de Cristo” está sendo depurada. Eu me afastaria? Deixaria de crer porque alguns deixaram de obedecer?

O pretexto de santidade superior dos que se afastam, é seu excesso de amor-próprio, usando máscaras. Invés de assumirem suas misérias e sofrerem as coisas atinentes ao “opróbrio de Cristo”, como Pilatos “lavam suas mãos” e saem. Gente inútil e excessivamente melindrosa. Fazem mais dano, tais hipócritas que, os escandalosos. Esses causam e sofrem, uma vergonha pontual, e saem de cena; os farsantes seguem disseminando seu presunçoso veneno, atingindo a muitos.

Claro que, todo aquele que fala da parte do Senhor, deve separar, em seus ensinos o que é santo, do que é profano; “... se apartares o precioso do vil, serás como a Minha Boca; tornem-se eles para ti, mas não voltes tu para eles.” Jr 15;19

Porém, um mestre ensina justiça, sabendo que atua entre injustos; se não vigiar corre risco de tropeçar nas mesmas pedras contra as quais adverte.

Sobre a inevitabilidade dos escândalos O Salvador advertiu: “Ai do mundo, por causa dos escândalos; porque é mister que venham escândalos, mas ai daquele homem por quem o escândalo vem!” Mat 18;7 Como temos “prioridade” no juízo, essas coisas acabam vindo à luz; é necessário que assim seja. “Porque já é tempo que comece o julgamento pela casa de Deus; se começa por nós, qual será o fim daqueles que são desobedientes ao Evangelho de Deus?” I Ped 4;17

Enfim, esses que, tendo saído do nosso meio pelo seu excesso de santidade, agora, invés de pregadores do Evangelho se fizeram paladinos combatentes do “sistema” acusadores da “religiosidade” servem a quem? “Queres conhecer a identidade espiritual de alguém? Observe contra o quê, ele está lutando.” Apud. Pe. Paulo Ricardo.

Lógico que, coisas diferentes entre si serão tratadas como tais; a separação final, entre o que serve a Deus e o que não, será feita em tempo. “Mandará o Filho do homem os seus anjos; eles colherão do Seu Reino tudo o que causa escândalo e os que cometem iniquidade. Lançá-los-ão na fornalha de fogo; ali haverá pranto e ranger de dentes.” Mat 13;41 e 42

Os que comemoram cada escândalo como uma “prova” de que eles estão certos, pela doentia necessidade de se justificar, deixam evidente que não descansam na justificação de Cristo.

Por enquanto estamos numa mescla de gente que se santifica com outros que fazem teatro. Malgrado isso, nos cabe sofrer a vergonha inevitável, e permanecer fiéis.

Até há uma qualidade medicinal nisso; vendo quão ruim é a vergonha, maiores devem ser nossos esforços para não darmos azo ao surgimento dela. “Observando aos erros alheios, o homem prudente corrige aos seus.” Oswaldo Cruz.

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