“Porque o mandamento é lâmpada, a lei é luz; as repreensões da correção são o caminho da vida.” Prov 6;23
Isso, lido isoladamente nos levaria a tecer considerações sobre os mandamentos e a lei de Deus; não haveria nada de errado. Todavia, no contexto se refere às correções e ensinos dos pais, aos filhos. Um desdobramento do mandado de honrar pai e mãe.
Um pouco antes diz: “Filho meu, guarda o mandamento de teu pai, não deixes a lei da tua mãe; ata-os perpetuamente ao teu coração, pendura-os ao teu pescoço. Quando caminhares, te guiará; quando te deitares, te guardará; quando acordares, falará contigo.” Vs 20 a 22 A correção dos pais deve ser guardado como um tesouro, dada sua eficácia vitalícia.
Onde eles ainda têm autoridade para corrigir e ensinar aos filhos, certamente, isso se verifica.
Com o advento da tecnologia, infantes nascidos em meio a esse emaranhado de difícil manuseio aos mais antigos e natural os filhos da modernidade, isso gera uma discrepância que contribui para diluir o restinho de respeito pelos idosos; na suposição que, o conhecimento, onde os mais jovens se avantajam, seja igual ou superior à sabedoria; predicado dos mais vividos. Se o conhecimento pode ser veloz para ensinar “como”, a sabedoria antevê onde à velocidade leva, ponderando o “porquê.”
Conheço ambientes “espirituais” onde se diz que os mais velhos apenas servem para causar problemas. Pela maior facilidade de trânsito nos meandros da vida moderna, dos jovens, a congregação deveria ser presidia por eles. Ai de quem perder tempo em ambientes assim. Vai trocar luzeiros experimentados nas sendas da experiência, por alucinados voláteis ainda não provados, tampouco, aprovados para as escolhas dum digno viver.
A velhice em consorcio com a justiça é um troféu logrado por poucos; “Coroa de honra são as cãs, quando elas estão no caminho da justiça.” Prov 16;31 Vemos que a velhice por si só não é digna de elogios. Carece da companhia da justiça, nos atos daquele que branqueou os pelos na neve do tempo. Ruy Barbosa dizia: “Não te impressiones com os cabelos brancos, os canalhas também envelhecem.”
Feito esse reparo, segue que, os anciãos que levaram uma via proba, mais que ouvidos, deveriam ser reverenciados, onde se pretende aprender justiça.
A presente geração, em sua falta de noção, se mostra avessa aos anciãos quanto à utilidade deles, e despreza o que têm a dizer; suas lições de vida pretéritas que podem ser medicinais às almas humildes. “... as repreensões da correção são o caminho da vida.” Como aceitariam a correção, aqueles que se mostram refratários à simples presença dos mais velhos em suas companhias?
A falta de noção nesse tempo é tal, que qualquer imbecil que não sabe os quatro pontos cardeais faz pose de “influencer”, e pior: Com milhões de seguidores. Uma geração sem paladar para a sabedoria, corre ávida em demanda de futilidades envernizadas pela fama.
Porém, malgrado esse recorte de uma sociedade adoecida pelo “triunfo das nulidades”, a coisa ainda piora; temos o surgimento dos tais “coachs mirins”, onde fedelhos que ainda estão nas fraldas intelectuais se pretendem conselheiros de estratégias de vida, aos que forem imbecis o bastante para lhes dar atenção. Infelizmente seus coevos o são.
Por que infantes e adolescentes desses dias perderiam tempo ouvindo conselhos de vida dos seus pais, se têm a um clique a “assistência” de “especialistas”.
A falta de noção da presente geração foi pontuada nos dias de Salomão com precisão cirúrgica: “Há uma geração que amaldiçoa seu pai e não bendiz sua mãe. Há uma geração que é pura aos próprios olhos, mas que nunca foi lavada da sua imundícia. Há uma geração cujos olhos são altivos, suas pálpebras são sempre levantadas.” Prov 30;11 a 13
Desrespeito com genitores, falta de noção quanto à própria miséria, e ainda arrogantes; olhos altivos se achando a última palmeira do oásis.
A “progressão” da humanidade, estilo rabo de cavalo, crescendo para baixo, foi vista como algo tão inexorável, que o simples perguntar o porquê disso foi desaconselhado pelo sábio; “Nunca digas: Por que foram os dias passados melhores que estes? Porque não provém da sabedoria esta pergunta.” Ecl 7;10
Então, embora os que creem na Palavra não sejam surpreendidos, pelo desprezo ao precioso em prol do ouro de tolos, ainda assim devem lutar contra isso; um ou dois que abram os ouvidos já serão motivos válidos para a luta.
O conforto tecnológico com profusão de meios, e distorcidos fins, está automatizando uma geração que deveria ser viva, livre, afeita a pensar. Quando todos forem forçados a se curvar à imagem da besta, como resistirão, aqueles que “aprenderam a vida” via imagens e fecharam seus ouvidos a Deus?
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