“Com sabedoria se edifica a casa, e com entendimento ela se estabelece;” Prov 24;3
São coisas distintas edificar e estabelecer. No primeiro caso se constrói, simplesmente; estabelecer é tornar estável, permanente.
Antes dos primeiros atos da edificação, estritamente, é preciso planejar onde investiremos. Quando houve contenda entre os pastores de Abrão e Ló, e decidiram se separar, Abrão deu ao sobrinho o direito de escolha. “Então Ló escolheu para si toda a campina do Jordão, partiu para o oriente e apartaram-se um do outro.” Gn 13;11
O que ele viu o convenceu do que lhe seria melhor; aconselhado pelos próprios olhos acabou morando em Sodoma, onde, sua casa e seus bens foram consumidos no juízo que veio àquela cidade.
Quem recebe vida espiritual, é desafiado a confiar na Palavra de Deus, mais que nas informações captadas pelos olhos. “Porque andamos por fé, e não por vista.” II Cor 5;7 “Não atentando nós nas coisas que se vê, mas nas que se não vê; porque as que se vê são temporais e as que se não vê são eternas.” II Cor 4;18
O Salvador também mencionou a um que, encheu-se de patrimônio e foi omisso nas coisas espirituais; no auge da “fartura” lhe foi dito: “... Louco! esta noite pedirão tua alma; e o que tens preparado, para quem será?” Luc 12;20
Entender que aqui é lugar de peregrinação, e somos chamados a nos preparar para a vida eterna, demanda cuidado prioritário com as coisas espirituais. A “casa” que não sofrer a ação do tempo, é que poderá ser considerada estável.
Logo, invés de escolher um lugar geográfico, devemos priorizar um relacionamento. Ló ficou com verdes campos, entre ímpios; Abrão com pastagens mais módicas, porém com Deus. Isso foi determinante.
Quando Cristo pontuou a diferença entre dois fundamentos, uma casa edificada sobre a areia e outra sobre a rocha, também aludia à casa espiritual; tanto que, a diferença entre uma e outra obra tinha a ver com a reação à Sua Palavra; “Todo aquele, pois, que escuta estas Minhas Palavras, e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente, que edificou sua casa sobre a rocha... aquele que ouve estas Minhas Palavras e não cumpre, compará-lo-ei ao homem insensato, que edificou sua casa sobre a areia;” Mat 7;24 e 26
Então, a sabedoria e o entendimento necessários para que nossas casas sejam edificadas de modo estável, atinam ao nosso compromisso com A Palavra do Senhor. Construir um refúgio contra a chuva e os ventos por aqui, qualquer um consegue a despeito de ter vida espiritual, ou não.
Agora, uma casa espiritual, para habitação do Santo, com estabilidade tal que abarque à eternidade, para essa carecemos o inefável auxílio do Senhor. “Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam...” Sal 127;1
Embora seja O Senhor que edifique, requer a participação do nosso trabalho, na obediência, santificação, observância da Sua Palavra, para que a edificação saia conforme o “projeto”.
Devemos crescer, “Até que todos cheguemos à unidade da fé, ao conhecimento do Filho de Deus, homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo.” Ef 4;13
Para que não venhamos a nos iludir fazendo a obra com material de má qualidade, O Arquiteto Eterno permite que sejam testadas nossas edificações pelo fogo das provas.
A questão do fundamento é inegociável; não há plano B; “Ninguém pode pôr outro fundamento além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo.” I Cor 3;11
O próprio Senhor dissera: “... ninguém vem ao Pai, senão, por Mim.” Jo 14;6
No entanto, mesmo sobre esse Nobre Fundamento, ainda pode o construtor insensato usar materiais ordinários. O fogo das provações se encarregará de evidenciar como anda, deveras, nossa casa espiritual.
“Se alguém sobre este fundamento formar um edifício de ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha, a obra de cada um se manifestará; na verdade o dia a declarará, porque pelo fogo será descoberta; o fogo provará a obra de cada um.” I Cor 3;12 e 13
Sempre que algum material espúrio figurar na nossa obra, por certo derivará de nossa omissão quanto à Palavra do Senhor, e em ouvir a direção do Bendito Espírito Santo.
Somos edificados, mas não tolhidos no arbítrio. Devemos ser cooperadores voluntários da edificação. “Vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual, sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo.” I Ped 2;5
O peso da mão do tempo é inevitável sobre nossos bens e corpos, a casa espiritual não sofre isso, dada sua natureza eterna. “Por isso não desfalecemos; mas, ainda que nosso homem exterior se corrompa, o interior, contudo, se renova de dia em dia.” II Cor 4;16
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