domingo, 17 de agosto de 2025

Escudo de luz

“Tomando sobretudo o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do maligno.” Ef 6;16

O escudo da fé, se não for devidamente compreendido, poderá dar azo a uma confiança frívola. Que a fé seja entendida como um valor autônomo, ao qual, quem possuir estará protegido.

Se assim fosse, todos estariam seguros. Uns creem em Deus; outros, em Alah, Buda, Krishna, não poucos confiam em si, em Maria; alguns mais ousados, creem que Deus não existe. Logo, em porções diferentes e alvos distintos, todos têm sua fé.

O Salvador foi preciso; “...credes em Deus, crede também em Mim...” Jo 14;1
Quer dizer que basta crer em Deus e em Jesus? Como prólogo da “Constituição do Reino dos Céus” sim; mas, a plenitude dela traz muitos itens, incisos, “letras miúdas”.

A fé, além de ser o ato de crer, também traz anexo o conteúdo, ao qual devemos atentar. Pelo menos, a fé para salvação. Além de saber em quem se crê é preciso que saibamos, o quê, Esse em quem cremos espera de nós. “A fé sem obras é morta;” ensina Tiago.

Ao teor da nossa crença, alguns teólogos chamam, “fé como corpo de doutrina”.
Os “dardos inflamados do inimigo” não visarão tolher o inalienável direito de crer; antes, buscarão perverter o conteúdo da fé.

Judas escreveu: “Amados, procurando escrever-vos com toda diligência acerca da salvação comum, tive por necessidade escrever-vos, e exortar-vos a batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos. Porque se introduziram alguns, que já antes estavam escritos para este mesmo juízo, homens ímpios, que convertem em dissolução a graça de Deus; negam a Deus, Único Dominador e Senhor nosso, Jesus Cristo.” Jd vs 3 e 4

“Batalhar pela fé” não foi posto como lutar pelo direito de crer; antes, pela preservação da doutrina como foi entregue, sem dissolução nenhuma. Sobretudo, que Jesus Cristo é Deus. Logo, o “escudo da fé”, é a firmeza na sã Doutrina; os dardos inflamados do maligno são heresias, perversões do ensino.

Além da fé, carecemos de sabedoria espiritual que O Eterno só dá aos que vivem em retidão; “Ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos. Escudo é para os que caminham na sinceridade” Prov 2;7 E o conhecimento da Palavra do Santo em sua integridade; “Toda a Palavra de Deus é pura; escudo é para os que confiam Nele.” Prov 30;5

Aos que decidem habitar no Altíssimo, a proteção infalível é oferecida, sempre, segundo a verdade; “Ele te cobrirá com Suas penas, e debaixo das Suas asas te confiarás; Sua verdade será teu escudo e broquel.” Sal 91;4

Vemos assim, que, ao “escudo da fé” estão anexos, sabedoria, verdade, Palavra de Deus, sem mistura.

Quem estiver apto para pelejar nessa batalha, mais que um vigoroso, deverá ser alguém iluminado espiritualmente; “Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas poderosas em Deus para destruição das fortalezas; destruindo conselhos, e toda altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus, levando cativo todo o entendimento à obediência de Cristo;” II Cor 10;4 e 5

Se a luta se trava contra conselhos que se levantam contra o conhecimento de Deus, isso evidencia de modo ímpar a necessidade de sermos versados na Palavra da vida, para essa luta; se, além disso, de iluminar entendimentos devemos ensinar a submissão a Cristo, a retidão do combatente também é um atributo indispensável. Só terá autoridade moral para corrigir, quem exibe a índole servil de obedecer. Por isso, Paulo conclui: “Estando prontos para vingar toda desobediência, quando for cumprida vossa obediência.” V 6

Por essas e outras, pois, o escudo da fé aparece apenas como parte, da necessária armadura do cristão. Além dele o cinto da verdade, nenhum vínculo com a mentira; a couraça da justiça; aversão à injustiça; capacete da salvação; ou a cabeça protegida contra ensinos errôneos; os pés calçados na preparação do Evangelho; testemunho de vida que desperta atenção; por fim, A Espada do Espírito, A Palavra de Deus.

Sendo impossível tolher ao homem de crer, foi formatado para isso, o inimigo atua para deturpar à fé; fomentando escândalos, pervertendo ensinos, criando doutrinas alternativas...

Quem não estiver devidamente edificado na Palavra da vida, corre risco de se desencaminhar, rumo às veredas da perdição.
A fá salvífica, mais que a resolução de crer é a busca e preservação do teor da doutrina na qual se crê.

Bem sabemos que a salvação é pela fé; mas ela deve ter os pés no chão e o coração nos Céus; não corremos risco de nos perdermos por não crer; antes, por não discernir as coisas no âmbito espiritual. “O meu povo foi destruído, porque lhe faltou conhecimento...” Os 4;6

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