“Não há trevas nem sombra de morte, onde se escondam os que praticam iniquidade.” Jó 34;22
A impossibilidade de se esconder, restrita aos iníquos, não significa que os demais o poderiam; pois, esses não necessitariam.
Carecer esconder é testificar que algo é mau. “Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz, não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas.” Jo 3;20
O primeiro a tentar essa inglória empresa foi Adão, quando, após pecar, invés da amizade costumeira com O Criador, sentiu medo. “... Ouvi Tua Voz soar no jardim, temi, porque estava nu e escondi-me.” Gn 3;10
Aquele que anda retamente, invés de se esconder deseja ser visto. “Quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus.” Jo 3;21
Apenas pelo viés psicológico, sem o conhecimento da Palavra de Deus, todo o homem já tem luz acerca do que, O Eterno aprova e do que rejeita.
Se determinada atitude precisar ser oculta, essa “necessidade” já traz embutida a íntima denúncia que é má. Se puder ser praticada diante de todos, por certo é idônea.
Alguém versou assim: “Queres saber se os conselhos da noite são bons? Pratique-os durante o dia.” Zeferino Rossa.
Paulo aludiu ao testemunho da consciência, naqueles, que não ouviram acerca da Lei de Deus; “Porque, quando os gentios, que não têm lei, fazem naturalmente as coisas que são da lei, não tendo eles lei, para si mesmos são lei; eles mostram a obra da lei escrita em seus corações, testificando juntamente sua consciência, e seus pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os;” Rom 2;14 e 15
Moisés sentiu desejo de matar a um egípcio que feria a um hebreu; foi advertido pela consciência que era errado. O que fez? “Olhou a um e outro lado e, vendo que não havia ninguém ali, matou ao egípcio e escondeu-o na areia.” Ex 2;12
Invés de escutar a voz que advertira que aquilo estava errado, ignorou; apenas certificou-se que seria possível esconder. Não adiantou; seu feito veio à luz, pelo próprio que ele defendera.
Vivendo em consórcio com a iniquidade, o homem desacostumou-se a ouvir essa íntima voz com suas sentenças sempre precisas. Ela não interfere na decisão que é uma prerrogativa da vontade; apenas valora a intentada ação vetando-a, ou, silenciando, em caso de aprovação.
A falta de uso prolongada dessa faculdade atrofia à mesma de tal forma que é como se nem existisse; cauteriza-a. Paulo ensinou que o concurso de doutrinas de demônios no meio do cristianismo viria, “Pela hipocrisia de homens que falam mentiras, tendo cauterizada a própria consciência;” I Tim 4;2
O grande perigo de silenciarmos a essa Divina mensageira, é que passaremos a ouvir demônios, onde deveríamos ouvir a Deus.
Por isso, O Sacrifício de Cristo é infinitamente superior aos de animais, feitos na Antiga Aliança; a “purificação” obrada por aqueles era meramente cerimonial, externa. A operada pelo Senhor lava consciências.
“Porque, se o sangue dos touros e bodes, a cinza de uma novilha esparzida sobre os imundos, os santifica, quanto à purificação da carne, quanto mais o sangue de Cristo, que pelo Espírito Eterno ofereceu a Si mesmo imaculado a Deus, purificará vossas consciências das obras mortas, para servirdes ao Deus Vivo?” Heb 9;13 e 14
Os que contrapõem a era da Lei, à da Graça, fazendo parecer que agora o pecado está liberado que a tolerância é maior, ainda não entenderam nada.
O tempo para arrependimento é maior; o Sacrifício Perfeito basta. Porém, a seriedade deve ser infinitamente maior. “Quebrantando alguém a Lei de Moisés, morre sem misericórdia, só pela palavra de duas ou três testemunhas. De quanto maior castigo cuidais, será julgado merecedor aquele que pisar O Filho de Deus, tiver por profano o Sangue da Aliança com que foi santificado, e fizer agravo ao Espírito da Graça?” Heb 10;28 e 29
Aquele que nasceu de novo em Cristo, teve sua consciência purificada, quanto aos erros passados, pelo perdão; e vivificada para as escolhas presentes, atinentes à necessária santificação.
Antes era possível pecar sem dor, sem objeções íntimas por estar a consciência obtusa, depois de vivificada, não mais.
Ouvirmos à voz da consciência antes das nossas decisões é chamado de “andar em espírito”. É ali que O Espírito fala; apenas para os que assim agem, a salvação é segura. “Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo O Espírito.” Rom 8;1
A conservação da consciência, por ouvirmos quando ela fala, é vital. Paulo aconselha: “Conservando a fé, e a boa consciência, a qual alguns, rejeitando, naufragaram na fé.” I Tim 1;19
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