terça-feira, 8 de julho de 2025

Mutilação da Palavra


“Toda A Palavra de Deus é pura; escudo é para os que confiam Nele. Nada acrescentes às Suas Palavras, para que não te repreenda e sejas achado mentiroso”. Prov 30;5 e 6

“Toda A Palavra...”
A tentativa de fracioná-la, como se, algumas partes fossem relevantes, outras nem tanto, é um mal que tem produzido muita apostasia onde a vigilância adormece.

Os que tentam fundir escolhas homossexuais com o cristianismo, eventualmente, restringem A Palavra a Cristo, estritamente. “Jesus Cristo nada falou sobre homossexualismo”, defendem.

Filipe Neto, herói dos cérebros ermos, hábil escultor de mentecaptos, fomentador de caracteres sem valor, disse: “Esquece o Levítico! Foca em Jesus!” Assim, segundo pretendem, os seguidores de Cristo devem se ater exclusivamente ao que Ele falou. “Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, redarguir, corrigir, para instruir em justiça”. II Tim 3;16

Cristo falou sobre as demais Escrituras; tanto, como fonte de vida espiritual, quanto, de testemunho acerca de Si mesmo. “...Nem só de pão viverá o homem, mas de toda A Palavra que sai da Boca de Deus”. Mat 4;4 “Examinais as Escrituras, porque pensais ter nelas a vida eterna, e são elas que de Mim testificam”. Jo 5;39

Portanto, mesmo restringindo-nos, estritamente ao que O Senhor Jesus Cristo falou, ainda teremos toda A Palavra como fundamento. A que foi dada após os dias da sua encarnação, também colocou limites bem claros.

Acerca da mensagem de salvação, nos lábios de Paulo; “Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro Evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema”. Gál 1;8 Caso alguém pretenda circunscrever a percepção do apóstolo ao caldeirão cultural da época, ele adverte: “Porque eu recebi do Senhor o que também vos ensinei...” I Cor 11;23

Será que isso respeita apenas ao ritual da santa ceia, e aos cristãos gálatas? Paulo se mostrou cuidadoso para não fundir seus pensamentos com A Palavra, e deixou isso patente. “... aos casados mando, não eu mas O Senhor, que a mulher não se aparte do marido... aos outros digo eu, não O Senhor: Se algum irmão tem mulher descrente, e ela consente em habitar com ele, não a deixe”. I Cor 6;10 e 12 Se, em algum momento falou como mero homem, destacou a isso; no mais, falou segundo O Senhor.

Quanto ao término do Canon Sagrado, o Senhor ressurreto selou: “Porque Eu testifico a todo aquele que ouvir as palavras da profecia deste livro que, se alguém lhes acrescentar alguma coisa, Deus fará vir sobre ele as pragas que estão escritas neste livro; se alguém tirar quaisquer palavras do livro desta profecia, Deus tirará sua parte do livro da vida, da cidade santa, e das coisas que estão escritas neste livro”. Apoc 22;18 e 19

O “nada acrescentes” requer que nada se suprima, para que o homem seja dirigido por “Toda A Palavra que sai da Boca de Deus”.

Os que equacionam a implosão dissoluta da vergonha humana, com uma espécie de senilidade da Palavra, precisam rever sua equação. Invés da Bíblia carecer atualização para satisfazer aos pruridos insanos dos ímpios modernos, esses que precisam mudar, segundo A Palavra que vem do Eterno; pois, “Toda a boa dádiva, todo o dom perfeito vem do alto, descendo do Pai das luzes, em Quem não há mudança nem sombra de variação”. Tg 1;17

Coisas que eram “segundo os rudimentos do mundo” e foram superadas em Cristo, a própria Palavra já traz. Todavia, pensar que valores eternos careçam ser atualizados, é uma falsa esperteza, que, mediante a glamourização da impiedade, tenta dourar à apostasia com os vernizes convenientes.

Muitos séculos antes da vinda do Senhor, já havia “modernistas” tentando novos caminhos, mais atraentes aos seus insanos paladares. A esses foi dito: “Assim diz o Senhor: Ponde-vos nos caminhos, e vede, perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho, e andai por ele; achareis descanso para vossas almas; mas eles dizem: Não andaremos nele”. Jr 6;16

Então, vemos que não se tratava de ignorância acerca do caminho; mas, de uma atrevida rejeição ao Governo do Senhor. Ainda é assim.

Se a rejeição À Palavra fosse algo meramente humano, bastaria não se submeter e a vida seguiria. O ativismo “revisionista”, a fúria contra A Palavra, têm no âmago o impulso de forças espirituais demoníacas, das quais os militantes antibíblicos são reles títeres.

Uma geração que escolhe o que ouvir, pelo paladar, não pela verdade, oferece ampla matéria-prima, aos espíritos enganadores. O que esses incautos pretendem que seja um grito libertário, A Palavra de Deus chama pelo nome: “... nos últimos tempos apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e doutrinas de demônios”. I Tim 4;1

segunda-feira, 7 de julho de 2025

Razões da ousadia


“Tendo, pois, tal esperança, usamos de muita ousadia no falar”. II Cor 3;12

A palavra “tal” nessa sentença faz a função de pronome, aludindo a determinado tipo de esperança; para sabermos qual, carecemos ver o verso anterior. “Porque, se o que era transitório foi para glória, muito mais é em glória o que permanece”. V 11

Paulo estava cotejando o brilho de ambos os Testamentos; A Lei, com os Dez Mandamentos, desdobrados em 613, (que era transitório até a cumprimento em Cristo) e a Nova Aliança, o chamado Ministério do Espírito, com uma lei espiritual gravada no íntimo dos salvos. “... Porei Minhas Leis no seu entendimento, em seu coração as escreverei...” Heb 8;10

Não mais, tantos mandamentos; antes, um estreito relacionamento. “Teus ouvidos ouvirão a palavra do que está por detrás de ti, dizendo: Este é o caminho, andai nele, sem vos desviardes para a direita, nem para a esquerda”. Is 30;21

Se, o primeiro pacto, que não tinha a função de salvar, mas de deixar patente a necessidade do Salvador foi algo glorioso, muito mais, há de ser o segundo, “assinado” pelo Sangue de Cristo, O Sumo Sacerdote Eterno, que traz novo nascimento e vida espiritual. Esse brilhará mais, evidenciando uma glória muito maior.

Dos judaístas que assim não entenderam, disse: “... até hoje o mesmo véu está por levantar na lição do Velho Testamento, o qual foi por Cristo abolido”. II Cor 3;14 Os que esperavam que a Lei tivesse uma função não intentada, ficaram paralisados, como que obstruídos por um véu, vendo a Cristo como um transgressor, quando, na verdade, estava precisamente cumprindo-a.

A abolição da Antiga Aliança não significa que alguém se torna fora-da-lei, em Cristo; ou que possamos viver desprezando seus valores e ensinos; antes, a Lei foi cumprida pelo Salvador e aperfeiçoada, trazendo seus servos a uma relação que prescinde de um código escrito sobre pedras, por ter uma voz viva a lhes falar no espírito.

Sobre a diferença redentora entre um pacto e outro foi dito: “Porque, se o sangue dos touros e bodes, a cinza de uma novilha esparzida sobre os imundos, os santifica, quanto à purificação da carne, quanto mais o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno ofereceu a Si mesmo imaculado a Deus, purificará vossas consciências das obras mortas, para servirdes ao Deus Vivo?” Heb 9;13 e 14

Esperando que, assim seja, disse Paulo, me torno ousado nas minhas pregações. Ou, “tendo tal esperança, usamos de muita ousadia no falar”. A ousadia vertia de um sadio relacionamento, no qual, O Senhor poderia lhe falar no íntimo, se estivesse em dúvida, sem carecer consultar um antigo mandado.

Quando lhe foi vetado que fosse a alguns lugares, em sonho, O Espírito usou alguém que lhe dizia: “Passa à Macedônia e ajuda-nos.” Atos 16;9 Acordando, o Espírito confirmou a instrução em seu entendimento. Como encontraria uma ordem assim, precisa, num código legal? O Ministério do Espírito é superior.

Por situações assim e outras tantas, sobretudo, por legar salvação, o “novo nascimento” se avantaja em Glória, à letra da Lei, como referiu Paulo. Todavia, a “... a Lei é Santa, o mandamento, santo, justo e bom”. Rom 7;12

Paulo não apresentou a esperança nas coisas Divinas como um devaneio adolescente, de quem deseja muito a algo, e passa a fantasiar com a posse dos seus anseios. Antes, como um derivado seguro de quem aprendeu confiar, depois de ter vivido experiências com O Eterno; “... a experiência (produz) esperança. E a esperança não traz confusão, porquanto o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado” Rom 5;4 e 5

A espera de quem tem vida espiritual legada pelo Amor Divino não palpita num vácuo; antes, exercita-se sendo capacitada pelo Espírito Santo, a crer no que foi revelado, não n’algum eventual desejo. “Para que por duas coisas imutáveis, nas quais é impossível que Deus minta, tenhamos a firme consolação, nós, os que pomos nosso refúgio em reter a esperança proposta”. Heb 6;18 Notemos que, não se nos faculta escolher o que esperar; antes, “reter a esperança proposta”.

As duas coisas que dão certeza da esperança, mencionadas no texto são a Promessa, e o Juramento Divinos. Pois, se para os céticos pode parecer difícil crer que Deus exista, quem tem experiências com Ele sabe ser impossível que Ele minta; que falhe em Suas promessas.

A ousadia dos salvos quando pregam à verdade, não verte da própria índole; antes, da certeza que têm na idoneidade e fidelidade daquele, ao qual anunciam. “... porque eu sei em quem tenho crido, e estou certo de que é poderoso para guardar meu depósito até àquele dia”. II Tim 1;12

domingo, 6 de julho de 2025

A doença do escuro


“... a língua dos sábios é saúde”. Prov 12;18

Eventualmente, palavras são tratadas com desdém, sobretudo, quando contrapostas às ações; quando o socorro se mostra mais oportuno que o ensino, mais necessário. Tiago desafia: “... mostra-me tua fé sem as obras, e te mostrarei a minha pelas minhas obras”. Tg 2;18

Assim, opondo-se às palavras, as obras se avantajam. Mais vale fazer a coisa certa que apenas dizê-la. Porém, quando o escopo é o ensino, onde uma espécie de palavras conflita com outra, de calibre diferente, nesse caso, as palavras dos sábios devem receber primazia, pela riqueza do que carreiam.

Os filósofos eram procurados pelos mais ajuizados, enquanto, os sofistas, os faladores vãos, desprezados. Não por acidente usamos até hoje, a expressão, “sofismar” como sinônimo de incorrer em falácia.

“As palavras dos sábios devem em silêncio ser ouvidas, mais que o clamor do que domina entre os tolos. Melhor é a sabedoria que as armas de guerra, porém um só pecador destrói muitos bens”. Ecl 9;17 e 18 Escreveu o sábio Salomão.

Se, em oposição aos sábios temos o pecador, necessária a conclusão que, a sabedoria coloca Deus e Sua vontade, num plano superior; tem um cunho espiritual anexo à clareza intelectual.

“Liberte-me da minha ignorância e ter-te-ei na conta de meu maior benfeitor”. Dizia Sócrates, que fora reputado, o mais sábio de Atenas. Palavras que iluminam caminhos, se revelam medicinais, para os que erram pelo ardor da ignorante febre. “A língua dos sábios é saúde”.

O Salvador desafiou à permanência em Sua Palavra, (prática) para que as pessoas fossem iluminadas acerca da verdade, e finalmente, livres das vidas com falta de sentido. “Jesus dizia, pois, aos judeus que criam nele: Se vós permanecerdes na Minha Palavra, verdadeiramente sereis Meus discípulos; conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”. Jo 8;31 e 32

Pode parecer de pequena monta conhecer a verdade, se, não atentarmos para o quê, sua falta enseja.

Muitos, no escuro acerca de Deus e Seus ensinos, mudam de filosofia, cidade, cônjuge, sexo, de pele, tatuando-se; quando, a única mudança necessária seria a de mentalidade; alguns chegam ao extremo de “mudar” à matemática até; adotam à sologamia, onde, alguém frustrado com relacionamentos desfeitos decide “casar” consigo mesmo. Pelo menos, não terá problemas com partilha de bens, num eventual divórcio.

Se, invés desses “buracos n’água” alguém ousasse crer e se deixar ensinar, o que traria, uma mudança de mente e consequente mudança de atitude, segundo Deus?

“Porque assim como os céus são mais altos que a terra, são Meus caminhos mais altos que os vossos, e Meus pensamentos mais altos do que os vossos”. Is 55;9 Ensina O Senhor. O acesso à dimensão das alturas espirituais.

Por acostumados à sina réptil, atinente aos objetivos e valores, o desafio para recebermos asas e habitats mais altos, costuma se chocar com a vertigem do comodismo, dos costumes enraizados, assombrando aos mais tímidos. “Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz; não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas”. Jo 3;20

Desgraçadamente a destruição de valores, o fomento do egoísmo, engendrou uma geração vazia de luz, e cheia de si. Nem O Criador lhes pode falar, sem ser redarguido “à altura”. Paulo aconselha a prudência: “... sempre seja Deus verdadeiro, e todo homem mentiroso...” Rom 3;4

Os conselhos de quem enxerga um tantinho mais, por ter aprendido do Eterno, invés de dádivas luminosas são tidos como intromissões.

Os mesmos que idolatram mentecaptos envernizados, aos quais chamam de “influencers”, presto se ouriçam e ameaçam com seus espinhos, caso alguém chame pelo nome aos seus maus passos, suas doentias escolhas. As “fobias” foram “adesivos” inventados para que se possa colar em outros, os diagnósticos das próprias doenças. Cada espinhoso se acha devidamente munido dessas “defesas”.

Outrora, infantes cresciam com uma porção mínima de valores; os pais mais ciosos temiam que o mundo vindouro nem estivesse à altura dos seus rebentos; “Que mundo deixaremos para nossos filhos?” Questionavam os mais engajados, quando algumas engrenagens pareciam desengonçar.

Dada a destruição de valores que grassa, a imbecilização coletiva, pela massiva penetração dos meios de comunicação, a implosão da família tradicional, da mãe, mãe, e do pai, provedor; a “educação” dos filhos terceirizada para as creches e televisão, a pergunta talvez seja outra: “Que filhos deixaremos para esse mundo?”

Talvez, ainda existam algumas línguas mais esclarecidas, atuando para difusão da verdadeira luz. 

Porém, assim como não usa dançar quem não escuta à música, tampouco, entenderá as coisas do Reino de Deus, quem não se atrever a se render a Cristo; “... aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no Reino de Deus”. Jo 3;5

Fisiologismo "espiritual"


“Depois eles se fartaram em proporção do seu pasto; estando fartos, ensoberbeceu-se seu coração, por isso se esqueceram de Mim”. Os 13;6

Denúncia contra um povo que vivia em apostasia, por que O Eterno os cumulara de fartura.

O casuísmo, os interesses rasos, em pretensos relacionamentos com Deus é recorrente. Buscar pelo Poderoso em momentos de angústia, de carências, e depois esquecer, quando as coisas começam a andar bem, é, precisamente, a situação denunciada.

A fidelidade sazonal, que por um pouco comparece, depois some, não é fidelidade. Assim como a integridade requer um caráter inteiro em todo o tempo, igualmente, a fidelidade demanda uma relação sadia, a despeito das circunstâncias. “... Quando andar em trevas, não tiver luz nenhuma, confie no Nome do Senhor, firme-se sobre o seu Deus”. Is 50;10

Já se empreendeu investigações filosóficas para saber se, é mais fácil servir a Deus em momentos de fartura, ou de privação. O Eterno denunciou a “piedade” momentânea que, no primeiro calor de uma adversidade já some; “... Porque a vossa benignidade é como a nuvem da manhã e como o orvalho da madrugada, que cedo passa”. Os 6;4

O mesmo Pastor que nos leva aos pastos verdejantes e águas tranquilas, deseja que permaneçamos consigo, ainda no vale da sombra da morte, ou, cercados de inimigos.

Um fato inegável é que a natureza humana após a queda foi privada de integridade e maculada por toda sorte de perversões e vícios. Assim, buscamos álibis alhures, para “justificar” lapsos que palpitam dentro de nós. “Fiz isso por que...” e o porquê, nunca está em nossos descaminhos.

Reféns da desonestidade, tanto podemos acusar a Deus de não se importar quando passamos por privações, quanto, esqueceremos Dele, em situações de abastança; pois, “não precisamos”. “...Maldito o homem que confia no homem, faz da carne o seu braço, e aparta seu coração do Senhor!” Jr 17;6

Mais ou menos como o filho pródigo se portou em relação ao seu pai. Na abastança desejou prazeres, invés de permanecer em sadia relação com ele; na miséria e na fome dele se lembrou. Foi melhor assim, que seguir alienado e padecendo; mas, seu “amor filial” ainda tinha um quê de egoísmo latente; preciso de pão.

Que nos refugiemos assim, sob “as asas” do Eterno, tudo bem; Ele nos ama tanto que tolera esse fisiologismo inicial. Encoraja até a pedirmos por socorro em momentos de dor; “Invoca-me no dia da angústia; Eu te livrarei, e tu Me glorificarás”. Sal 50;15 A parte B do verso, em geral, esquecemos.

O Eterno nos desafia à edificação, ao conhecimento Dele, para que aprendamos a amá-lo pelo que Ele É; não apenas para fruirmos do que Ele dá. “Tu Me glorificarás”, vivendo de um modo digno e Me representando perante o mundo, de forma honrosa; isso será Minha Glória. “Assim resplandeça vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas boas obras e glorifiquem ao vosso Pai, que está nos Céus”. Mat 5;16

Agur falou como doido por um pouco, elogiando à prosperidade dos ímpios, e “concluindo” que não valia à pena ser fiel a Deus. O fez, apenas para efeito retórico, corrigindo ao modo vulgar de pensar; depois, refez: “Se eu dissesse: Falarei assim, ofenderia a geração de Teus filhos”. Sal 73;15

Os filhos de Deus não O serviram por interesses rasos, antes, se mantiveram fiéis, mesmo não recebendo recompensas, na vida terrena. “Todos estes, (os heróis da fé do Antigo Testamento) tendo tido testemunho pela fé, não alcançaram a promessa, provendo Deus alguma coisa melhor a nosso respeito, para que eles sem nós não fossem aperfeiçoados”. Heb 11;39 e 40

Fizeram as coisas certas no seu tempo e estão num lugar de espera, aguardando-nos, para serem galardoados juntamente conosco.

Em suma, fidelidade é questão de alma, não de circunstâncias. Tanto podemos vivê-la tendo muito, quanto, não possuindo nada. Jó foi acusado de ser fiel por interesses materiais, porque O Eterno o enriquecera; os denunciados acima, se mostraram infiéis na fartura. Logo, essa senhora a fartura nada tem a ver com as escolhas.

Quem confia deveras, no Eterno, não depende de bens materiais para isso; quem descansa nesses, pode profanar O Nome Santo como pretexto, mas no fundo, estará buscando por metais.

O dito “ouro de tolos” é assim chamado porque, tendo a mesma cor que o nobre metal, ilude aos desavisados acerca do seu valor. Pois, não há lugar com mais “garimpeiros” estúpidos, que os ambientes que posam como espirituais.

Não ignoramos as necessidades cotidianas para um digno viver; nem Deus o faz. Entretanto, quem, por descuidado atribui ao dinheiro um valor que ele não tem, fatalmente negará ao Santo, por não ver a preciosidade que Ele É.

sábado, 5 de julho de 2025

Recusas da fé


“Pela fé Moisés, sendo já grande, recusou ser chamado filho da filha de Faraó, escolhendo antes, ser maltratado com o povo de Deus, que por um pouco de tempo ter o gozo do pecado”. Heb 11;24 e 25

Pregadores modernos, que, equacionam a fé a um poder para conquistar, fariam bem em ler com atenção esses versos.

Soa atrativa aos corações materialistas, a ideia que a fé seja uma ferramenta para fomento dos seus anseios terrenos. A fé sadia não é assim.

Esse fragmento da Epístola aos Hebreus alude à crença manifesta por Moisés. Invés de uma fé imediatista era de outra natureza; a que recusa grandezas terrenas indevidas, preferindo sofrer por amor a Deus.
Ele deixou um trono pelo deserto; o conforto dum palácio, pela errância ousada da peregrinação ao desconhecido. “Pela fé recusou a ser chamado filho da filha de Faraó”, neto do soberano.

Os que pregam fazendo a fé parecer senha de contas, ou, segredo de cofres são farsantes; gente que desconhece a Deus; por isso, aposta todas as fichas na falibilidade efêmera daqui. Paulo ensina: “Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens”. I Cor 15;19 Você sairia de casa e iria ambientes supostamente espirituais, para aprender com miseráveis? Muitos o fazem, infelizmente.

A Palavra não nega que os prazeres da carne são reais; mas adverte que são efêmeros e conduzem a dissabores eternos. Por isso Moisés desafinou da inclinação natural, “... escolhendo antes ser maltratado com o povo de Deus, que, por um pouco de tempo ter o gozo do pecado”. Nada poderia ser mais claro. Embora ensejem algum gozo, tais prazeres, são pecados.

Foi ele mesmo que ensinou que nossos dias úteis por aqui são breves; “Os dias da nossa vida chegam a setenta anos; se alguns, pela sua robustez, chegam a oitenta anos, o orgulho deles é canseira e enfado, pois cedo se corta e vamos voando”. Sal 90;10

Então, rogou: “Ensina-nos a contar nossos dias, de tal maneira que alcancemos corações sábios”. Sal 90;12

Parece que essa oração se dirige mais a nós que a ele próprio; pois, se fez a boa escolha segundo Deus em oposição à natural, por certo, não apostou suas fichas nos poucos dias da peregrinação terrena. Contou os dias daqui, como valores menores a serem perdidos, em troca das riquezas eternas. Por isso, a fé veraz é “o firme fundamento das coisas que não se vê...” Heb 11;1 Os que andam por vistas tropeçam, onde a fé faria voar.

Eventos cotidianos e suas vicissitudes todos vemos; mas os que têm fé verdadeira abrem mão de prazeres pecaminosos, mirando às venturas reservadas no além.

Assim a fé saudável não habita num caminhante sedento de conquistas; antes, num fiel que sabe por quem foi conquistado; anelando agradá-lo, recusa-se ante as oferendas do mundo pecaminoso, pois, mais precioso lhe é agradar ao seu Senhor, que saciar à carne de vícios que jamais se satisfazem.

“Sabendo isto, que o nosso homem velho foi com Ele crucificado, para que o corpo do pecado seja desfeito, e não sirvamos mais ao pecado”. Rom 6;6

Logo, o fiel, invés de um conquistador, é um abstinente das coisas que ofendem ao seu Senhor. Pela fé rejeita tais, invés de amealhar.

Recusa um adultério ainda que ele se disfarce de suprimento emocional necessário; recusa a maledicência mesmo quando ela se apresenta saborosa, pois, mira n’alguém que lhe fez algum dano; recusa o dinheiro fácil de origem duvidosa, mesmo que esse use de artifícios para se disfarçar de bênção; recusa apoiar defensores de “leis” que afrontam à vontade do Eterno; recusa o refúgio da mentira, até quando esse oferece o escape de algum constrangimento; recusa à fornicação, ainda que o mundo diga que é um direito, afinal, não está fazendo mal a ninguém; recusa o torpor dos vícios, sabedor que, enfrentar aflições com Cristo é mais nobre e desejável que tentar fugir da própria sombra...

Enfim, quem pretende deveras andar pelo “caminho estreito” da fé, há de entender a necessidade duma “lipoaspiração” na carne, diminuindo muito o volume dessa, para que possa caber nas fendas de renúncias por onde deverá passar. “Negue a si mesmo”.

Eventualmente O Eterno escolhe alguém para grandes coisas segundo Seu Santo Propósito; porém, se nossa vida for toda no deserto, desde que, perseverantes na obediência, a perda dos nossos breves dias não será perda.

Pois, tanto somos desafiados a crer na necessidade de renúncias aqui, quanto, o somos a contar com a certeza do galardão do Eterno, lá; “... porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que Ele existe, e É galardoador dos que O buscam”. Heb 11;6

sexta-feira, 4 de julho de 2025

A ausência de Deus


“Os filisteus, ouvindo a voz de júbilo, disseram: Que voz de grande júbilo é esta, no arraial dos hebreus? Então souberam que a Arca do Senhor era vinda ao arraial”. I Sam 4;6

Israel estava perdendo a guerra. Vivendo de modo relapso, alheios ao Santo, provocaram Ele à ira. Geralmente O Eterno usava nações vizinhas como instrumentos de juízo, quando Seu povo andava de modo perverso, avesso ao Senhor.

Naqueles dias havia profanações das coisas santas, prostituição dos filhos de Eli, o relapso sacerdote que era omisso em corrigi-los como deveria.

Então, a vitória dos filisteus era um desdobramento do juízo Divino contra aquele estado de coisas. Os hebreus, perplexos pela “ausência” de Deus na peleja, buscavam razões para a derrota; “Voltando o povo ao arraial, disseram os anciãos de Israel: Por que nos feriu O Senhor hoje diante dos filisteus? Tragamos de Siló a Arca da Aliança do Senhor, e venha no meio de nós, para que nos livre da mão de nossos inimigos”. I Sam 4;3 Já que O Eterno não veio, vamos busca-lo foi a sugestão.

Quando, decisões de cunho espiritual, que deveriam ser tomadas por alguém escolhido e capacitado para isso são tomadas pelo vulgo, isso serve como testemunho da alienação de Deus em que viviam os líderes de então.

Os feitores da desgraça foram os filhos de Eli, com suas reiteradas profanações; o culpado principal, ele; pela omissão e tolerância ante os desmandos que via e se omitia.

Os superpais, as supermães, que acham seus filhos intocáveis, ninguém os pode minimamente, criticar; como se eles estivessem sempre certos, até quando estão flagrantemente errados, deveriam aprender algo com o exemplo de Eli. A ele O Senhor enviou um profeta advertindo do juízo, e das razões.

“Por que pisastes Meu sacrifício e Minha oferta de alimentos, que ordenei na Minha morada; honras a teus filhos mais do que a Mim, para vos engordardes do principal de todas as ofertas do Meu povo de Israel... Eis que vêm dias em que cortarei o teu braço e o braço da casa de teu pai, para que não haja mais ancião algum em tua casa. Verás o aperto da morada de Deus, em lugar de todo o bem que houvera de fazer a Israel; nem haverá por todos os dias ancião algum em tua casa”. I Sam 3;29, 31 e 32

Não apenas, O Santo não fora a peleja por Israel, como a derrota deles era o juízo predito. Entretanto, quem não se ocupa de cultivar um íntimo e sadio relacionamento com Deus, também não buscará conhece-lo melhor. Se o fizessem, entenderiam que O Todo Poderoso não é como um ídolo que pode ser levado de lá para cá, conforme anseia a vontade humana.

Infelizmente, não apenas os filisteus estavam errados nisso; pois, temeram ao saber da chegada da Arca, como se isso significasse, necessariamente, a intervenção Divina. Também os hebreus tropeçavam na mesma pedra de ignorância espiritual; tanto que, fizeram enorme alarido quando da chegada de “Deus” ao front de batalha.

Esse temerário fato, em nada mudou o rumo do juízo em curso. Os hebreus foram derrotados e pior, a Arca também foi levada pelos inimigos.

O Senhor nos chama a um relacionamento, não, a pequenas “frestas” pelas quais permitamos que Ele peleje por nós, em defesa dos nossos interesses.

Naquele contexto de rejeição cabal da casa de Eli, O Poderoso ensinou: “... aos que Me honram honrarei, porém os que Me desprezam serão desprezados”. V 30

Os que leem à Graça Divina como se fosse uma espécie de licença para pecar, deveriam prestar atenção nas letras miúdas. “Com o benigno te mostrarás benigno; com o homem sincero te mostrarás sincero; com o puro te mostrarás puro; com o perverso te mostrarás indomável”. Sal 18;25 e 26

A graça significa que, pelo Amor e pelos Méritos de Cristo, nos foi oferecida uma preciosidade que não merecemos; o contraponto desejado pelos Céus, é que correspondamos ao Divino amor, andando, doravante de modo a honrar nosso Senhor e Salvador. “De sorte que fomos sepultados com Ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos em novidade de vida”. Rom 6;4

Não precisamos levar um símbolo físico para saber que Deus está conosco nas pelejas da vida. Ele fez melhor que isso; “... Porei Minhas Leis no seu entendimento, em seu coração as escreverei...” Heb 8;1

Assim ouçamos Seu Espírito em nós; pelejemos por Ele, no que tange a adequar nossas vidas ao Seu querer; Ele pelejará por nós, contra nossos adversários. “O que Me der ouvidos habitará em segurança, estará livre do temor do mal”. Prov 1;33

quarta-feira, 2 de julho de 2025

Brinquedo de adultos


“Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se espera, e a prova das coisas que se não vê”. Heb 11;1

Não é uma abstração vazia. Embora ela atue para provar coisas que não se vê, num elo entre dimensões distintas, não o faz num vácuo; antes, explica às coisas palpáveis, dando certeza pacífica às mentes dos que creem.

Paulo disse que não se pode ver A Divindade nem O Poder de Deus; embora, sejam evidentes pelas obras; amoldar-se confiante, em atitude adoradora, diante dessa compreensão, invés de sair fantasiando com subterfúgios inverossímeis, é uma atitude de fé.

A revelação de Deus não nos foi dada para “provar” que Ele existe; antes, para que, diante das evidências gritantes, saibamos como nos portar, para que nossas vidas sejam regeneradas segundo o Divino propósito.

Sobre a eloquência das evidências encontramos mais: “Os céus declaram a glória de Deus, o firmamento anuncia a obra das Suas Mãos. Um dia faz declaração a outro; uma noite mostra sabedoria a outra. Não há linguagem nem fala, mas onde não se ouve sua voz?” Sal 19;1 a 3

Embora se jactem que, derivam seus postulados da ciência, os evolucionistas não possuem um exemplo sequer, que possa ser demonstrável experimentalmente, de sua teoria. Também possuem fé, pois. Porém, fundamentada em devaneios que repousam na névoa de milhões de anos; não para que, assim, seus postulados sejam verossímeis; antes, para desobrigarem-se de demonstrações científicas; malgrado, sigam chamando sua fé pelo nome de ciência.

Nos dias de Paulo, já existiam os que preferiam abraçar crendices, a se deixarem moldar pelo que lhes fora revelado de modo eloquente. O Apóstolo argumentou: “Porque Suas coisas invisíveis, (de Deus) desde a criação do mundo, tanto Seu Eterno Poder, quanto, Sua Divindade, se entende, e claramente se vê, pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis”.

Mas, porque precisariam ser desculpados? O mesmo Paulo responde: “Porquanto, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças, antes em seus discursos se desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu. Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos”. Rom 1;21 e 22

Se recusaram a admitir o que lhes foi facultado entender, “tendo conhecido a Deus”, rejeitaram-no.

Como o ser humano foi criado tripartido, corpo, alma e espírito, tendo cada aspecto suas demandas próprias, as do espírito fazem de todo o homem, um tanto religioso, adorador. Mesmo os ateus exercem sua fé no ateísmo, sendo muito maior que a fé dos creem em Deus; pois, a inexistência Divina não oferece evidências; mesmo assim, se sentem respaldados em sua negação do que é gritante.

Os rebeldes daqueles dias, não tinham os luxos céticos de hoje, onde, homens de relevância cultural, ateus célebres, lotam auditórios de universidades, para oferecer suas mirabolâncias, “científicas”, a uma juventude igualmente rebelde, a espera que alguém envernize suas rebeldias, com nuances intelectuais.

Os que se recusavam a crer em Deus, pela sua índole obstinada e insubmissa, precisavam preencher o lapso das suas errâncias voluntárias, com deuses alternativos; o que conseguiram seria risível, se, não fosse trágico. “Mudaram a Glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, aves, quadrúpedes e répteis”. V 23

De certa forma, como os evolucionistas fazem, usavam aos animais para negar a Deus. A Palavra de Deus traz o determinismo biológico dos seres vivos, no primeiro capítulo, “reproduza conforme sua espécie”; ensina que a rejeição a Deus e aprofundamento no pecado ensejou maldição no planeta inteiro; “... a terra está contaminada por causa dos seus moradores; porquanto têm transgredido as leis, mudado os estatutos, e quebrado a Aliança Eterna”. Is 24;5

Por fim, que a degeneração progressiva persistirá até o tempo da redenção. “Porque sabemos que toda a criação geme e está juntamente com dores de parto até agora. Não só ela, mas nós mesmos, que temos as primícias do Espírito, também gememos em nós mesmos, esperando a adoção, a saber, a redenção do nosso corpo”. Rom 8;22 e 23

Todas essas coisas são plenamente observáveis em nosso dia a dia; não carecemos de tempos incontáveis para diluir nisso, eventuais incongruências.

Ninguém questiona a existência de abstrações como amor, saudade, esperança, otimismo... apenas das razões da fé, por quê? Porque além de mostrar um Deus Santo, e Justo, A Palavra revela que somos maus, pecadores; carentes de arrependimento e perdão.

Em geral, o orgulho dos ímpios é maior que a fé; preferem negar o óbvio, a negarem-se; “Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz; não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas”. Jo 3;20

Pois, como disse o Dr. John Lennox, “O ateísmo é um brinquedo de adultos, com medo da luz”.