terça-feira, 20 de maio de 2025

A inveja em xeque


“O furor é cruel, a ira impetuosa; mas, quem poderá enfrentar a inveja?” Prov 27;4

Embora vejamos três feras distintas, a rigor, são duas. Furor e ira são frutos do mesmo baraço, derivadas do extravasar emocional por alguma contrariedade, anelo frustrado, injustiça sofrida, ou vislumbrada contra outrem, quiçá, pretextada, apenas...

Do outro lado do ringue, como uma adversária de força mui superior, um Golias a arrostar o mundo, a inveja. Quem poderia enfrentá-la?

Sua “força” não reside na força, estritamente; antes, na dissimulação. O invejoso nunca diz: Eu me oponho a tal pessoa, empresa, projeto, nomeação etc. porque tenho inveja. Antes, se veste de uma série de “argumentos” nobres, para que o invejoso invés de ser visto, pareça um defensor de valores, zeloso guardião de virtudes.

Como se enfrenta a um adversário assim? Qual um ambiente cercado de espelhos em ângulos que difundem a mesma imagem em diversas direções, assim o invejoso com seus argumentos de araque, não se atreve a um enfrentamento objetivo, direto; nunca se sabe direito onde está o adversário real, e onde é apenas um reflexo dos seus interesses vis.

Claro que um quê das outras nuances, ira, fúria também “patrocinam” as ações do invejoso; sempre, lógico, dissimuladas de ardente defesa da virtude. Ele jamais se mostrará invejoso, simplesmente; antes, “zeloso pelo bem”.

“A inveja é um pecado envergonhado, é por isso que você não admite que é invejoso. Não que você não seja, mas que não admite.” Q. J. Pahar

Acaso, os oponentes de Jesus Cristo, assumiam abertamente que O odiavam, porque Ele era invencível nos argumentos, convincente na Doutrina, veraz nas denúncias, e de quebra, operava sinais extraordinários? Não! 

Para consumo interno, o acusavam de ser blasfemo, inimigo de Moisés, transgressor da Lei, endemoniado; para os ouvidos romanos O apresentavam como sedicioso, revolucionário, inimigo de César. Era necessário que todos se lhe opusessem.

Se, essas narrativas fajutas logravam algum efeito ante os incautos, diante do Governador, que enxergava um pouco além, a coisa não se sustentava. “Pilatos lhes respondeu, dizendo: Quereis que vos solte o Rei dos Judeus? Porque ele bem sabia que por inveja os principais dos sacerdotes o tinham entregado.” Mc 15;9 e 10

Se, no momento da execução criminosa, a ira, e a fúria tiveram participação, quem a fez possível e “necessária”, foi a inveja. Por ser sua força a da persuasão, opera nas mentes, distorcendo fatos, difundindo mentiras; que, uma vez aceitos, fomentarão o uso da força, validada por motivações vis, envernizadas de justiça.

Nos dias de Acabe, o pusilânime rei invejou a vinha de Nabote, pela sua beleza, viço, produtividade, e a quis comprar. Mas, o infeliz vinhateiro alegou que não poderia vender, era de herança e ele prezava.

Então ele se frustrou, descaiu-lhe o semblante, pois, não poderia ter algo que tanto desejava.

A rainha Jezabel, que para efeito de fazer maldades era “melhor” que ele, disse: Deixa comigo! Eu lhe darei tua tão desejada vinha. Alugou falsas testemunhas, as quais afirmaram, ante os anciãos, que Nabote blasfemara contra Deus e contra o rei, e “em defesa de Deus”, o infeliz foi condenado à morte e seus bens confiscados. Ver I Rs cap 21

Outra vez, os tentáculos robustos da inveja, travestidos de zelo religioso. Para efeito do seu culto, a megera Jezabel usava a Baal; mas para “justificar” um assassinato para fins de pilhagem, profanou a Santo Nome do Eterno. Seu fim inglório foi pleno de justiça.

Embora o ensino que devamos amar ao próximo, um sentimento assim, sem fins lucrativos, não costuma ser muito encontrável, infelizmente.

Em geral se “ama”, aos ídolos dos esportes, da música, fé, cinema, pelo prazer que a atuação desses enseja; amando o que nos dá prazer, nos mostramos egoístas.

Os que estão em meio a alguma necessidade, servem como parâmetros das nossas “conquistas”; podemos até lhes dar alguma ajuda, desde que tenha câmera para registrar; porém, aos que estão na “mesma prateleira” num patamar que o invejoso devaneia que poderia estar, também, ai deles, se ousarem brilhar!

“Ainda vi que todo o trabalho, toda a destreza em obras, traz ao homem a inveja do seu próximo. Também isto, é vaidade e aflição de espírito.” Ecl 4;4

Enfim, uma radiografia da inveja. Seu valor, nulo; vaidade; sua causa: Aflição de espírito. Desejar cegamente alguma coisa, acaba nos cegando para as demais. O invejoso deixa de ser feliz com o que possui; prefere sofrer ao ver o que os outros têm.

Em todos os extratos sociais, se pode ser feliz ou infeliz; é uma questão de alma, não, de bolso. “... Acautelai-vos e guardai-vos da avareza; porque a vida de qualquer não consiste na abundância do que possui.” Luc 12;15
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segunda-feira, 19 de maio de 2025

Saúde espiritual


“Todos os caminhos do homem são puros aos seus olhos, mas O Senhor pesa o espírito.” Prov 16;2

Que o testemunho dos olhos nem sempre é confiável, o próprio saber popular consagrou; “as aparências enganam.” A Palavra de Deus ensina que, o homem se orienta, em geral, pelo que vê; enquanto, O Eterno sonda corações. I Sam 16;7

Temos ainda uma segunda nuance, que eventualmente danifica, nossas valorações; “Os caminhos do homem são puros aos seus olhos...” se, a apreciação meramente visual é problemática, por não ir além da superfície, quando “legislamos em causa própria”, digo, quando algum interesse particular está em foco, então surge mais uma “falsa testemunha”, depondo no tribunal das conveniências, mais que, na sadia defesa da verdade.

Assim, tanto podemos nos enganar pelo que vemos, quanto, torcer a realidade em direção ao que desejamos. Quando carecemos decidir sobre algo, ora, espreita o risco de um erro de análise, outra, o da desonestidade intelectual, quando, reféns das paixões, sacrificamos à verdade no altar amoral das nossas predileções.

Por isso, quando carecemos arbitrar sobre decisões, mesmo que a “coisa certa” esteja saltitante aos nossos olhos, o homem prudente, certamente consultará a Deus antes. “Confia no Senhor de todo teu coração, não te estribes no teu próprio entendimento. Reconhece-o em todos os teus caminhos, Ele endireitará tuas veredas.” Prov 3;5 e 6

Os leitores da Palavra de Deus certamente conhecem o incidente onde, os gibeonitas, próximo obstáculo no avanço de Josué, conduzindo o povo eleito, se disfarçaram de peregrinos nômades, vindos de remotas paragens; contaram sua história e ofereceram aos olhos do General e seus anciões, as “provas” de que falavam a verdade. Vestes rotas e pão bolorento. “Então os homens de Israel tomaram da provisão deles e não pediram conselho ao Senhor.” Js 9;14

Mais que aceitar as provisões oferecidas, num gesto de amizade, fizeram acordo de não agressão, aliança de paz, e juraram em Nome do Senhor; algo registrado assim, no Supremo, tinha força de lei; não poderia ser quebrado.

Em seguida, vieram a saber a verdade. Os supostos “nômades” peregrinos, moravam logo ali, na cidade de Gibeon. porém, não podiam mais desfazer o que tinham feito. Tiveram que conviver com inimigos, o que não era plano Divino. Por quê, isso aconteceu? Porque fizeram aliança com estranhos, fiados nas palavras deles, e no testemunho dos próprios olhos; “não pediram conselho ao Senhor.”

Quando alguém tenciona nos ludibriar de alguma forma, sempre terá suas “vestes rotas e pães bolorentos”, seu cabedal de argumentos “lógicos” para burlar nossas defesas. Caso o conselho de Salomão não baste, desejemos uma segunda opinião, que tal, ouvirmos a Jeremias? “Eu sei, ó Senhor, que não é do homem seu caminho; nem do homem que caminha o dirigir seus passos.” Jr 10;23

Deus não pretende dirigir nossos caminhos para mostrar quem manda; isso todos sabem, até os que descreem. Mas, por saber de antemão onde cada caminho acabará, deseja ser ouvido para nos fazer bem, nos levar a um final ditoso. “Porque Eu bem sei os pensamentos que tenho a vosso respeito, diz O Senhor; pensamentos de paz, não de mal, para vos dar o fim que esperais.” Jr 29;11 O Senhor se responsabiliza pelo fim; não promete evitar meios difíceis, se, necessários.

Quando esposo que devemos consultar ao Eterno antes de tudo o que pretendemos fazer, óbvio que isso exclui as minúcias inevitáveis do dia a dia, como comprar alimentos, cuidar da higiene, saúde, vestes... essas coisas elementares do amor próprio, e necessárias para seguirmos vivos; aliás, o amor próprio deve ser nosso parâmetro para o relacionamento com o semelhante. “Ama ao teu próximo, como a ti mesmo.”

Porém, coisas de maior peso, que envolvem a vida sentimental, espiritual, mudanças, etc. nenhuma dessas deve ser feita apenas ao “conselho” das nossas inclinações e vistas.
Bem sei que pode parecer infantil, dependermos do Pai para essas decisões; essa é a ideia. “... Em verdade vos digo que, se não vos converterdes e não vos fizerdes como meninos, de modo algum entrareis no Reino dos Céus.” Mat 18;3

Podem os homens de estudo posar como grandes personagens perante os semelhantes, nessa terra. Mas, diante do Eterno, qual faria as perguntas difíceis? Quem colocaria O Senhor em aperto? “Onde está o sábio? Onde está o escriba? Onde está o inquiridor deste século? Porventura não tornou Deus, louca, a sabedoria deste mundo?” I Cor 1;20

Enfim, mais que das nossas predileções, O Eterno cuida dos nossos alvos a atingir, e da nossa saúde, até; “Não sejas sábio aos teus próprios olhos; teme ao Senhor e aparta-te do mal. Isto será saúde para o teu âmago, e medula para teus ossos.” Prov 3;7 e 8

domingo, 18 de maio de 2025

Identidade "Reborn"


“Seja qualquer o que for, já seu nome foi nomeado; sabe-se que é homem, e não pode contender com o que é mais forte que ele.” Ecl 6;10

O “é homem”, visa evidenciar a distância inimaginável entre criatura e Criador. No entanto, dado o surgimento de tantos “modernismos”, essa circunscrição identitária, serve para outros contextos também.

O mundo que “jaz no maligno” desconhece limites na desabalada carreira rumo à insanidade. O, “vós mesmos sabereis o bem e o mal”, a autonomia humana, sugerida pelo canhoto, embora falaciosa, tem sido consumida com sofreguidão.

A essência dos seres/valores, não muda, mercê dos nossos desejos ou percepções. Quando invertemos as coisas das suas devidas “prateleiras”, não as alteramos; apenas patenteamos nossa insensatez; a mudança necessária é em nós; dado que, nossos desajustes não mostram outra coisa, senão, uma inglória nudez.

“Ai dos que ao mal chamam bem, e ao bem, mal; que fazem das trevas luz, da luz, trevas; fazem do amargo, doce, do doce, amargo! Ai dos que são sábios aos próprios olhos, prudentes diante de si mesmos!” Is 5;20 e 21

Para efeito de relacionamento, Deus nos identifica de duas formas: Filhos adotivos, mediante Cristo, ou criaturas. Nós que cremos, somos as duas coisas; criaturas e filhos adotados.

A dupla natureza nos pesa; a criatura inclinando-se ao pecado; e o filho, o homem espiritual, anela a plenitude da vida, sem mais sofrer o peso das perversas inclinações; “Porque a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua vontade, mas por causa do que a sujeitou, na esperança que também a mesma criatura será libertada da servidão da corrupção, para liberdade da glória dos filhos de Deus.” Rom 8;20 e 21

Enquanto essa libertação cabal não se realiza, carecemos andar em espírito, o motor, do necessário, “negue a si mesmo”.

Essas doenças psíquicas e morais da atualidade, onde, o alfabeto não basta para definir as identificações atinentes ao prisma sexual, não passam de desdobramentos da sugestão do capeta, que o homem teria autonomia absoluta para valorar às coisas.

Não cola a balela que muitos nascem em corpos errados, como se a psicologia fosse prisioneira da biologia. “... o seu nome foi nomeado; sabe-se que é homem...”

Ah, mas eu me sinto mulher. Nós também, os heteros, nos sentimos polígamos, com anseios de variar o “cardápio”; mas, conhecido o propósito Santo, capacitados por Ele a escolher Sua vontade, renunciamos às más inclinações, chamando-as pelo nome que Deus chama: Pecados.

Não nos escudamos no “eu nasci assim”; antes, abraçamos em Cristo o “novo nascimento”, para sermos regenerados, capacitados a andar segundo Deus.

Se cada um pode ser o que quiser, desfilar ante todos conforme “se identifica”, estariam certos também os tais “Therians”; uns, se identificando como cachorros, outros, raposas, cabras, cavalos... “o seu nome foi nomeado; sabe-se que é homem...” Afinal, depois de um desfile filmado, da nova “identidade”, invés do cavalo pernoitar na baia, o cachorro no canil, a cabra no capril, a raposa no oco da árvore, todos voltam mui humanos, para seu habitats favoritos; Instagram e Tic Toc.

Também, mulheres maduras que se identificam como crianças, e saem brincando de bonecas, tratando aos “bebês reborn” como se fossem mesmo, humanos, estariam corretas.

Desgraçadamente, a mesma sociedade moralmente abjeta, pleiteia enfática, pela implantação do aborto e normaliza desajustes psíquicos, dessa monta.

A Câmara de Vereadores do Rio de janeiro já criou o dia comemorativo da “cegonha reborn.” 4 de setembro. Nessa toada, logo teremos subsídios governamentais, para criar algum tipo de vacina antirrábica, para imunização dos que se identificam como cachorros. Francamente!! “... o seu nome foi nomeado; sabe-se que é homem...” Te afirma, o gelatina!! Deixa de frescura e se ocupa de algo que valha à pena!

Outrora para muitos a vida na igreja ou era para espertalhões manipuladores, em busca de dinheiro, apenas; (em muitos casos é) ou para idosos, tímidos demais para a agitação da vida social. Descobrirão, tardiamente, que a igreja idônea, é uma ditosa ilha de sanidade, num oceano de loucura. Além dos benefícios espirituais eternos, a própria vida aqui, já está ficando irrespirável demais, em mar aberto.

Algumas anomalias biológicas podem acontecer, aqui, acolá; mas devem ser tratadas como tais; não, como pretextos normatizadores de uma insanidade coletiva.

Na verdade só os “reborns” (renascidos em inglês) podem assumir a identidade que interessa, para ingresso na eternidade com Deus; “Jesus respondeu, e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o Reino de Deus.” Jo 3;3

Quanto aos que desejam se identificar como animais, também existe uma possibilidade ditosa; identifiquem-se como ovelhas de Cristo. “... as ovelhas o seguem, porque conhecem Sua Voz.” Jo 10;4

O desaforo adventista


“Na sua testa estava escrito o nome: Mistério, a grande babilônia, mãe das prostituições e abominações da terra.” Apoc 17;5

A igreja ecumênica, pela grande mistura, fará jus ao nome de Babilônia, que significa, confusão. Cada um que aderir ao seu domínio, terá que abdicar da sua doutrina, em prol da união política, comerciando valores espirituais; prostituição será a marca registrada desse motim.

Projeto do Vaticano; toda sorte de perversões doutrinárias e afrontas à Bíblia têm sua origem por lá; então, necessária a conclusão que a mãe das prostituições é, quem as traz à luz.

Porém, deparei com escritos, ou, vídeos de adventistas, que dizem que a Católica é a mãe; as denominações protestantes que “saíram da católica”, são as “filhas da mãe.” O remanescente fiel, os justos, eles, claro!

Alguns problemas bem sérios com essa acusação. Embora teólogos do seu próprio meio, como Rodrigo Silva, ensinam o surgimento do catolicismo como um evento da idade média, em meados do quarto século, pela fusão da igreja com o Estado, o reconhecimento da católica como “Igreja mãe” seria a validação da maior heresia deles; a que sustenta que Cristo deu o comando a Pedro; teria fundado o catolicismo. Nunca o fez. Deu a Pedro a honra de ser o primeiro pregador, apenas.

O fundamento da Igreja nunca esteve sobre o apóstolo; “Porque ninguém pode pôr outro fundamento além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo.” I Cor 3;11 “Edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra da esquina;” Ef 2;20
“Assim para vós que credes, é preciosa, mas, para os rebeldes, a pedra que os edificadores reprovaram, essa foi a principal da esquina.” I Ped 2;7

Portanto, a ideia que Pedro foi o “Primeiro Papa” é órfã de filiação bíblica. A maior das prostituições doutrinárias do catolicismo. Tendo surgido na idade média, como a história comprova, trata-se de uma heresia, um desvio da fé. A “Igreja Mãe” é a de Atos dos Apóstolos; não havia nenhum Papa, então.

Outro ponto que a acusação adventista erra de modo crasso, é na interpretação de texto. O escrito acusa Babilônia de “Mãe das prostituições”, das práticas antibíblicas, dos ensinos espúrios, da perversão espiritual.

Equacionar isso a ser “mãe” de todas as denominações protestantes, é a mais grotesca ignorância. Ora, o chamado movimento protestante surgiu, justamente pala discordância com o abandono da doutrina bíblica, pelo bispo de Roma.

Se aquele escolheu um caminho diverso, de costas para a Palavra, tornou-se mero desviado da sã doutrina. Deixou a igreja mãe e decidiu andar por conta, alienado da Palavra da Vida. Os que ousaram permanecer, malgrado, o risco das próprias vidas, fiéis a Deus e Seus ensinos, em momento algum se tornaram filhos da Igreja Romana. Optaram por seguir, “apenas” filhos de Deus.

Sintetizado: Mãe das prostituições significa mãe das heresias, não das denominações.

E, outro problema surge da “teologia” adventista, com sua abordagem insana, desaforada, que chama à igreja católica de prostituta (até aí, de acordo) e as denominações protestantes, de filhas da puta.

Pois, o glorioso movimento adventista surgiu apenas em 1844. Onde esteve a igreja do Senhor até então? Mais; eles surgiram de ministros protestantes que deixaram suas denominações; seriam os adventistas, netos da “senhora” aquela? Ora se a prostituição do Vaticano deriva de adotarem doutrinas alheias à Bíblia, e eles colocam as de Ellen White como necessárias, em quê, agem melhor?

Sua dificuldade com interpretação de textos abrange mais que o já aludido. Se, soubessem ler à Epístola aos Gálatas, com entendimento, compreenderiam o papel da Lei de Moisés, e o que a Graça de Cristo significa.

Mas, aprenderam da senhora White sobre a “necessidade” da guarda do sábado; por ela enfrentam à Palavra de Deus. “Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, ou beber, por causa dos dias de festa, da lua nova, ou dos sábados.” Col 2;16

Depois eles se ofendem quando alguém os define como seita. Querem guardar o sábado? Que o façam, se conseguirem mesmo, do modo bíblico. Mas, respeitem aos diferentes; “Um faz diferença entre dia e dia, mas outro julga iguais todos os dias. Cada um esteja inteiramente seguro em sua própria mente.” Rom 14;5

Fomos comissionados a pelejar pela verdade; não, a defender a predileção a, contra b. Qualquer coisa que obscureça o conhecimento do Eterno, deve ser alvo do nosso combate; em Roma ou sob nosso nariz. “Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas poderosas em Deus para destruição das fortalezas; destruindo conselhos, e toda a altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus, levando cativo todo o entendimento à obediência de Cristo.” II Cor 10;4 e 5

sábado, 17 de maio de 2025

Os maledicentes


“Tendo uma boa consciência, para que, naquilo em que falam mal de vós, como de malfeitores, fiquem confundidos os que blasfemam do vosso bom porte em Cristo.” I Ped 3;16

Em geral as pessoas se ocupam mais em ter boa vitrine, que boa consciência; em saírem bem nas fotos, mais que, estarem sãs no espírito. Para a maioria, as redes sociais nada são, além disso; um lugar para ostentar realizações, beleza, posses; pouco lhes importa como vivem; seu negócio é exposição de vantagens.

Uma boa consciência é uma boa foto íntima; retrato de como somos vistos, na dimensão espiritual. Aquele que pode ver corações, testifica da Sua aprovação dos nossos passos, quando, ante Ele, os mesmos são probos; deixando leves às consciências, numa quietude que só a paz de Deus pode ensejar.

A falta dessa paz, é um predicado dos que escolhem a impiedade como modo de vida; “Mas os ímpios são como o mar bravo, porque não se pode aquietar; suas águas lançam de si lama e lodo. Não há paz para os ímpios...” Is 57;20 e 21

Não significa que um bom andar diante do Eterno seja bem visto pelos circunstantes. Se, mesmo tendo nós, boas consciências, ainda conseguem falar a nosso respeito, como de malfeitores, por certo incide uma discrepância entre o modo com que O Senhor nos vê, e como esses veem. Pois, uma nuance bem visível da sua falta de paz, é a temeridade de imputar maldade, sem nenhum indício mais, que a punção da própria maldade, na qual estão vivendo.

Acaso foram os defeitos de Jó que causaram suas dores? Não. Foram suas virtudes que atiçaram à inveja do inimigo; ele, acusou ao patriarca das maldades que ele possuía. Assim, os que nos aquilatam malfeitores, quando não fizemos mal nenhum; não raro, ficamos sabendo de cada coisa, que nem sabíamos que “tínhamos feito”.

Na imaturidade espiritual, tomar ciência de coisas assim, irritava, dava vontade de tirar satisfações; hoje, dá pena desses, pela certeza do erro temerário no qual estão incorrendo. Fatalmente isso trará consequências nada auspiciosas.

Os falaciosos vadios terão que prestar contas pelas coisas ditas; “Porque por tuas palavras serás justificado, e por tuas palavras serás condenado.” Mat 12;37 Sempre a bondade Divina espreita acenando com a possibilidade de um conserto, para que invés do juízo, baste a misericórdia; “O que encobre suas transgressões nunca prosperará, mas o que as confessa e deixa, alcançará misericórdia.” Prov 28;13

Às vezes, a santa misericórdia desiste da espera; o juízo incide ainda na terra, os caluniadores são envergonhados, quando O Senhor decide, de modo inequívoco, mostrar quem somos, o que, por um viés oblíquo revela também, quem eles são. Faz com que, “... naquilo em que falam mal de vós, como de malfeitores, fiquem confundidos...” tanto desejaram nos envergonhar, que, acabam colhendo vergonha.

Eventualmente, nos incomoda uma situação que, demoramos para entender. Quando, nos dias do lodo, fazíamos uma série de coisas más, erradas do primeiro ao quinto, ninguém nos acusava de nada; muitos nos chamavam de “gente fina”. Quando, tendo ouvido o chamado de Cristo, sido convencidos pelo Seu Amor e pela Sua Palavra, começamos mudar de vida; então, finalmente, nossas maldades são “vistas” por todos, mesmo, as que não cometemos.

Por quê, isso acontece? Porque o novo andar de quem decide sair do lodo e se deixar firmar sobre a Rocha, cria pelo menos, dois problemas: um; Satanás que não se incomodava conosco, passa a ser nosso inimigo; usa todos os ímpios que ainda estão em seu domínio, como armas contra nós; dois; nossa mudança passa a ser uma mensageira, a constranger aos que, outrora andaram conosco em nossos descaminhos; se admitirem que acertamos, serão desafiados a mudar também; assim, preferem pichar nossos muros a rebocar os seus.

Porém, quando os falazes são “cristãos”, esses possuem fundadas razões para duvidarem das suas conversões. “De uma mesma boca procede bênção e maldição. Meus irmãos, não convém que isto se faça assim. Porventura deita alguma fonte de um mesmo manancial água doce e amargosa?” Tg 3;10 e 11

Inicialmente, O Senhor permite que bebamos alguns chás com as ervas amargas da maldade humana. Faz bem às novas convicções adquiridas, ver a diferença entre uma situação e outra. Porém, quando decide justificar aos Seus, Ele faz com que, “... fiquem confundidos os que blasfemam do vosso bom porte em Cristo.”

Enfim, o que as pessoas falam de nós, pode mostrar quem somos, ou, quem elas são; porém, uma consciência em paz, deixa evidente o que O Espírito Santo começou a fazer; “Tendo por certo isto mesmo, que aquele que em vós começou a boa obra, aperfeiçoará até ao dia de Jesus Cristo;” Fp 1;6

sexta-feira, 16 de maio de 2025

Ligações perigosas


“... tudo o que ligardes na Terra será ligado no Céu, e tudo o que desligardes na Terra será desligado no Céu. Também vos digo que, se dois de vós concordarem na Terra acerca de qualquer coisa que pedirem, isso lhes será feito por meu Pai...” Mat 18;18 e 19

Esse “tudo” é uma hipérbole; deve ser reduzido a, tudo o que uma pessoa, espiritualmente saudável, ligaria. Senão, como adverte Tiago, “Pedis, e não recebeis, porque pedis mal, para gastardes em vossos deleites.” Tg 4;3

O contexto alude a um litígio entre dois irmãos, onde o ofensor recusava a se arrepender; foram chamadas duas testemunhas e ele permaneceu irredutível; o caso foi apresentado à igreja e nem assim, mudou; “considera-o como gentio e publicano”. Foi a sentença. Era o desligamento daquele que se recusava a andar segundo os ensinos do Mestre.

Essa recusa, a rigor, ensejaria a exclusão; ela seria apenas formalizada pela igreja. O Caminho que nos liga aos Céus é Jesus Cristo; Jo 14;6 etc. Se alguém resiste a andar segundo Ele, tendo caminhado por determinado tempo, automaticamente se desliga, pela escolha obstinada que faz; assim, a igreja confirma, o que O Céu já fez, e deu a conhecer, pela Palavra revelada. Quem se recusa a subir pela “Escada de Jacó”, não poderá fazê-lo por outro lugar.

A suposição doentia, derivada de uma má interpretação, que seres mortais teriam prerrogativas de incluir ou excluir alguém do Reino dos Céus, é extremamente nociva.

Que o mundo pleiteie por “portas inclusivas”, vá lá; mas, à Igreja compete ensinar “o caminho estreito”, uma vereda exclusiva, por onde chegar a Deus. “... Ninguém vem ao Pai, senão, por Mim.” Jo 14;6 É Ele que inclui ou exclui, segundo a Palavra que ensinou. “... A Palavra que tenho pregado, essa o há de julgar no último dia.” Jo 12;48

Nossas decisões espirituais só têm valia, se forem oriundas do Espírito Santo; Ele jamais age contra A Palavra de Cristo; qualquer passo nessa direção, pois, será mera formalização do que os Céus já colocaram em nós.

O catolicismo, mercê de uma má e tendenciosa “Interpretação” das “Chaves do Reino”, pretendeu, por muito tempo, (não poucos pretendem, ainda) ter o monopólio da salvação. O que se deu a Pedro foi a honra de ser o primeiro pregador da Igreja, que assim, abriu a Porta do Reino, (Cristo) à compreensão de todos. Nada a ver com papado, tampouco, poder político.

Porém, o que me desfiou a escrever, foi um vídeo de um pastor, numa reunião em sua igreja. Enfatizava a necessidade da observância de determinados usos e costumes, mormente para obreiros; numa advertência contra possíveis desobedientes lembrou que, “se dois de nós desligarmos na Terra, o tal será desligado nos Céus.” Deu uma vergonha alheia!

Quando Jezabel quis tomar a vinha de Nabote, para satisfazer a um capricho de Acabe, alugou duas testemunhas falsas que se comprometeram a acusar e sustentar o crime de blasfêmia por parte do infeliz vinhateiro. Certamente combinaram em dizer o mesmo, para que o “testemunho” tivesse verossimilhança.

Acaso isso foi ligado nos Céus? Pois, não estavam eles, de acordo? Ah, mas esses não eram crentes! Ananias e Safira eram; não se combinaram os dois em dizer a mesma mentira aos apóstolos? E daí? Acabaram ambos mortos.
Então, concluir que bastam dois em acordo para “invadir” aos Céus, além de blasfemo é estúpido.

Ter uma denominação, suas normas internas, e desejar que as mesmas sejam observadas é um direito. Mas, por saudáveis que elas sejam, não logram o status de doutrinas; pretender excluir dos Céus a quem não se enquadrar nas tais, é ir longe demais.

Outro dia ouvi, embasbacado, ao Pastor José Wellington Bezerra, apresentando numa reunião da sua convenção, versos bíblicos descontextualizados, como “prova” que servos de Deus precisam fazer a barba.

Ora, se ele lendo A Palavra de Deus, nada encontrou que vetasse a confecção de imagens, permitindo que forjassem um busto de si mesmo, não tenho certeza de que ele possa mesmo vislumbrar as coisas que estão reveladas. Talvez, careça de uma Bíblia em Braille.

Enquanto não encontra “O Livro de Eli”, poderia permanecer em silêncio. Acho que foi Cícero que disse: “Quando os deuses querem punir a alguém, começam tirando o seu juízo.” “Mutatis mutandis”, é isso.

Um líder deve constranger pelo exemplo, não, se impor; as ovelhas são do Senhor; apenas Ele pode dispor, como bem lhe aprouver.

“Apascentai o rebanho de Deus, que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto; Nem como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho.” I Ped 5;2 e 3

Feixe de Luz

“São justas todas as palavras da minha boca: não há nelas nenhuma coisa tortuosa nem pervertida. Todas elas são retas para aquele que as entende bem, justas para os que acham o conhecimento.” Prov 8;8 e 9

A Sabedoria personificada falando conosco, outra coisa não é, senão, O Próprio Senhor.

Tornou-se um dito, que, “Deus escreve certo por linhas tortas.” Isso não deriva de uma análise precisa, acerca das “linhas” nas quais O Eterno “escreve”; antes, tem a ver com a nossa percepção limitada, imediatista, que costuma colocar um ponto final, onde O Senhor deixou reticências.

Natural esse desencontro entre O Eterno e efêmero. Esse, aferindo situações pelo que elas lhe parecem; O Senhor, atuando acima das aparências, pelo fim que planejou. 

Assim se faz necessária a Palavra, pois, deseja que saibamos, delineando aos nossos olhos, Seu projeto; a nós, toca o desafio da fé, para que ousemos apostar nossas fichas no que está mui além dos nossos mirantes, pelo quê, somos instados a pautar nossas esperanças.

Por isso, quando A Sabedoria esposa que suas Palavras são retas, evoca em defesa da percepção disso, o consórcio com o necessário entendimento; “Todas elas são retas para aquele que as entende bem...”

Além dos olhos espirituais como aferidores das coisas da Sabedoria, ainda é necessário ter a mesma escala de valores que O Senhor adota. Senão, como poderíamos entender as coisas da Sua perspectiva? “A moral do lobo é comer ovelhas, como a moral da ovelha é comer grama.” Anatole France.

Se, invés do “negue a si mesmo” condição necessária para entrarmos no Reino de Deus, usarmos apenas um disfarce de ovelhas, preservando a natureza lupina, inevitável que os Divinos Caminhos nos pareçam tortuosos, ilógicos.

Assim, necessitamos de uma visão que penetra na Dimensão Divina e adota a mesma valoração das coisas; para tanto, carecemos ser justificados, em Cristo. Seremos reputados justos, apenas pelos Méritos Dele, se O Recebermos como Salvador e Senhor.

Para alcançar isso, seremos desafiados a aprender os valores dos Céus, não mais, pautando as escolhas pelas nossas paixões rasteiras. “Deixe o ímpio seu caminho, e o homem maligno seus pensamentos, e se converta ao Senhor, que se compadecerá dele; torne para o nosso Deus, porque Grandioso É em perdoar. Porque meus pensamentos não são os vossos, nem vossos caminhos os Meus, diz o Senhor. Porque assim como os céus são mais altos que a terra, são Meus caminhos mais altos do que os vossos, e Meus pensamentos mais altos que os vossos.” Is 55;7 a 9

Pensamentos altos nos são dados mediante conversão e aprendizado da Palavra da Vida; muito mais que um patrimônio de conhecimento; antes, a base afetiva de um relacionamento, que nos levará a defender nosso Pai, sempre que for atacado. Não será isso, nenhum favor; antes, uma reação natural de quem conheceu e aprendeu a amar à verdade.

Se aos ímpios os retos caminhos soam injustos, ante nós, que somos de Cristo, é diverso. Invés de desfazer dos Santos Preceitos, defendemo-los. “Sê sábio, filho Meu, alegra Meu coração, para que tenha alguma coisa que responder àquele que Me desprezar.” Prov 27;11

Enquanto alguns se sentem descolados, corajosos, blasfemando, queimando Bíblias, a nós é dada a ousadia de permanecer fiéis, mesmo entre essas intempéries todas.

A defesa veemente do que é justo, não se trata de fanatismo religioso, como aprecia a miopia dos que ainda não têm acesso à dimensão espiritual; embora tenha seu liame afetivo, “A sabedoria é justificada por todos os seus filhos.” Luc 7;35 é acima de tudo um feixe de luz, rasgando esconderijos onde as trevas ainda campeiam.

Se, eventualmente somos desafiados a andar por veredas escuras, e muitas vezes o somos, a certeza do cuidado e da Integridade Divina nos basta; “... Quando andar em trevas, não tiver luz nenhuma, confie no Nome do Senhor, firme-se sobre o seu Deus.” Is 50;10

Nunca a Palavra de Deus foi tão atacada quanto agora. “Especialistas” de todo os tipos surgem como ervas daninhas, negando o “Jesus Histórico,” rebuscando “Verdades” que a Igreja escondeu, denunciando a “contradição” a, b, etc. como se isso fosse demonstrar que nossa fé é doentia, desencorajando-nos.

Eles mesmos, eventualmente, publicam suas “filosofias”; “Quando Paulo fala de Pedro, sei mais acerca de Paulo do que de Pedro.”
Pois, quando ímpios desacatam à Palavra de Deus, sei mais sobre eles, que, sobre a Palavra.


Enfim, a Sabedoria requer bom entendimento, que por sua vez, demanda sermos justificados em Cristo. Senão, as “linhas tortas” continuarão. “Quem é sábio, para que entenda estas coisas? Quem é prudente, para que as saiba? Porque os caminhos do Senhor são retos; os justos andarão neles, mas os transgressores neles cairão.” Os 14;9