sexta-feira, 9 de maio de 2025

A bem da verdade


“Não sou eu apóstolo? Não sou livre? Não vi a Jesus Cristo Senhor nosso? Não sois vós minha obra no Senhor?” I Cor 9;1

Deparei com um vídeo onde um “mespone”, um mestre de... enfim, dizia que o cristianismo teria sido uma criação de Paulo. Tão fraudulenta, que o referido apóstolo, sequer teria visto ao Senhor pessoalmente. O que poria em xeque, a honestidade dos seus escritos. Seu argumento se baseia na omissão dos registros evangélicos sobre isso. De que Paulo tenha conhecido ao Senhor. Ora, a omissão não prova nada, exceto, ela mesma.

O texto acima, da pena do próprio, diz o contrário. A sua pergunta retórica implica que ele vira ao Senhor. Porém, argumentaria aquele, Paulo estaria se referindo ao incidente de Atos, onde O Senhor ressurreto, lhe teria falado; esse seria seu argumento de ter “visto” ao Senhor. Apenas uma luz dos Céus e uma voz, que ele extasiado ouvira, o que seria frágil como prova. Demandaria confiarmos no que ele disse. Lucas teria registrado o que ele dissera e ponto.

Ele falou mais do que isso; “Assim que daqui por diante a ninguém conhecemos segundo a carne; ainda que, também tenhamos conhecido Cristo segundo a carne, contudo, agora já não O conhecemos deste modo.” II Cor 5;16

Ainda que O tenha visto fisicamente, não é isso que importa; antes, quem Ele É, espiritualmente, é que tem maior relevância; essa é a ideia.

Acaso, os milhões de cristãos que tiveram suas vidas transformadas pelo Senhor, careceram vê-lo pessoalmente para que isso acontecesse? “Bem aventurados os que não viram e creram”; como disse Ele a Tomé.
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Os evangelhos registram muitos embates do Senhor contra os fariseus, dos quais, Paulo era um. Se, não foi citado nominalmente, poucos foram, (Anás, Caifás, Jairo) se deu porque, então, não tinha relevância.

O fato de que se tornou o mais ferrenho dos perseguidores da Igreja embrionária, foi registrado por Lucas em Atos dos Apóstolos. Caso tenha decidido, em determinado momento da sua empresa perseguidora, a mudar de lado, poderia explicar o barbado mestre, como alguém deixa de ser mortal perseguidor, para se tornar um defensor, de forma a arriscar a própria vida, como ele fez? Pois, invés de um espertalhão, isso o faria um estúpido.

Se o seu intento fosse mera velhacaria, por que tamanho risco? Que velhaco mais bisonho seria!! Qual o incentivo para tão árdua empresa, saindo da facilidade de perseguidor oficial, com o beneplácito do Sinédrio, para a saga de perseguido sem nenhum auxílio humano?

Não pretende o aludido “mestre” que duvidemos da honestidade do apóstolo; é necessário que o façamos em relação à sanidade dele, para darmos algum lastro de verossimilhança a tamanhas sandices.

Ir a um podcast, sem nenhum contraditório, e vomitar um monte de baboseiras oriundas de “cérebros” crustáceos, qualquer um consegue. Agora lidar com fatos, com argumentos calcados na honestidade intelectual e moral, aí já não é tão simples.

O mesmo apóstolo, tão odiado por muitos advertiu: “Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme suas próprias concupiscências; desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas.” II Tim 4;3 e 4

Que direito tenho que tratar como fábulas às propostas alternativas e defender à Palavra como verdade? Os frutos que ela produz em cada um que a abraça, falam por si, como O Senhor mesmo desafiou; “... Minha doutrina não é Minha, mas Daquele que Me enviou. Se alguém quiser fazer a vontade Dele, pela mesma doutrina conhecerá se ela é de Deus, ou se falo de Mim mesmo.” Jo 7;16 e 17

Crer ou descrer, é direito inalienável de todos. O número dos que duvidam é muito maior do que o dos creem, infelizmente; me refiro a crer de modo a se deixar transformar segundo a doutrina, não, mera articulação fonética para uma vitrine social.

Entretanto os que descreem apenas, seguem suas vidas às suas maneiras. Quando alguém, além de descrer parte para o ataque, formula uma “doutrina” para negação da verdade, por que o faz? Acaso reconhece que está a serviço da oposição ou ignora que é um fantoche dessa?

Sempre cito uma frase que escutei alhures; “Queres conhecer a situação espiritual de alguém? Observe contra o quê, ele está lutando.”

Pois os que lutam contra a difusão da verdade, o mesmo Salvador e Senhor advertiu, a quem servem: “Vós tendes por pai ao diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai. Ele foi homicida desde o princípio, não se firmou na verdade, porque não há verdade nele. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso, e pai da mentira.” Jo 8;44

quinta-feira, 8 de maio de 2025

Nuances da batalha


“Estai, pois, firmes, tendo cingidos vossos lombos com a verdade, vestida a couraça da justiça;” Ef 6;14

Infelizmente muitos que versam sobre a “armadura de Deus” parecem não ter entendido a natureza do que está em jogo.

Fazem confusão entre substância e figura; quem labora nessa está “dando socos no ar.”

O que são substância e figura? O Salvador usou uma eloquente figura, aludindo à salvação quando disse: “Eu Sou A Porta...” Significa que é exclusividade Dele, “A Porta”; não, uma porta; portanto, “Ninguém vem ao Pai, senão, por Mim.” Jo 14;6 A substância do Seu ensino significa que não existe outro meio de salvação; a porta é apenas uma figura para ilustrar isso.

Acima, Paulo usou duas figuras; cinto e couraça. O primeiro numa cultura em que se vestia túnicas era indispensável para preservar a mobilidade do lutador; a couraça, uma proteção do corpo contra ataques de espada e dardos. Porém, o que ele colocou em relevo foi a necessária manutenção de valores como verdade e justiça, a substância que importa, se, queremos ser vencedores na batalha.

Não fomos chamados a atacar o canhoto. Antes, a nos rendermos a Cristo. O simples fato de pertencermos a Ele, já nos fará inimigos do traidor que, tudo fará para nos derrotar. Se o queremos combater, não será necessário procurá-lo; ele fará isso se perceber Cristo em nós. Nossa peleja nesse âmbito deve ser defensiva: “Sujeitai-vos, pois, a Deus, resisti ao Diabo e ele fugirá de vós.” Tg 4;7

Alguns versam que “mente vazia é oficina de Satanás” parecendo compreender a natureza da batalha na qual estão envolvidos; é uma disputa espiritual pela influência na nossa maneira de pensar, que, fatalmente pautará nosso agir.

Porém, “especialistas” ensinam a fazer “orações de combate” fechando todos os acessos aos espíritos maus em ambientes onde se congregam. Parece que pretendem nem permitir que o tentador os tente; ora, Cristo permitiu. Onde A Palavra de Deus ensina fazer isso? Ah, mas a doutora Neusa Itioka, a Rebecca Brown, escreveram que... Ah, vá lamber sabão!!

Rejeitamos Mórmons, Adventistas, e outros tantos, precisamente por acrescentarem “revelações” À Palavra de Deus. Agora traríamos para o nosso meio, baboseiras dessa estirpe, como suplementos à Doutrina do Senhor?

Basta ler, de Isabela e Daniel Mastral, “Os Guerreiros da Luz”, para ver quanta ênfase nessas coisas, quantos cuidados para nada fazer sem fechar todas a “estradas” aos maus espíritos; (e quantos elogios à “Irmandade” da qual ele teria saído, pelo seu amor e lealdade) para ver que isso é doentio.

Todos os dois, além de um filho de quinze anos, tristemente, acabaram se suicidando. Se tivessem ocupado todo tempo e esforço apenas vivendo segundo A Palavra, certamente o final seria outro. “Por seus frutos os conhecereis. Porventura colhem-se uvas dos espinheiros, ou figos dos abrolhos? Assim, toda árvore boa produz bons frutos, e toda a árvore má produz frutos maus.” Mat 7;16 e 17 Refiro-me aos “especialistas” que os assistiram.

Se apesar das muitas “luzes” desses, ainda se perde a batalha, certamente, essas podem ser dispensadas. A Palavra da Vida não carece nenhum suplemento. “Visto como o Seu Divino Poder (Deus) nos deu tudo que diz respeito à vida e piedade, pelo conhecimento Daquele que nos chamou pela Sua Glória e Virtude.” II Ped 1;3

Notemos que a edificação necessária para a salvação vem pelo conhecimento de Jesus Cristo, por isso, A Palavra de Deus é figurada na armadura, como “Espada do Espírito.” Ef 6;17

Mais que “guerreiros”, os mestres da Palavra devem trabalhar por formar cristão edificados; “Ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, evangelistas, pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo; até que todos cheguemos à unidade da fé, ao conhecimento do Filho de Deus; homem perfeito, à medida da Estatura Completa de Cristo.” Ef 4;11 a 13

Se, o que ajusta nossas vestes espirituais é o “cinto da verdade”, nosso primeiro passo no combate deve ser, rejeitar todo ensino de fontes espúrias.

Nossa natureza carnal se inclina ao pecado; e “crucificar” à má inclinação é vencer ao tentador, que, queiramos ou não, sempre estará em derredor oferecendo seu lixo envernizado de prazer.

Paulo que desaconselhou às pelejas vãs, detalhou sua luta pessoal: “Pois eu assim corro, não como a coisa incerta; assim combato, não como batendo no ar. Antes, subjugo meu corpo, e o reduzo à servidão, para que, pregando aos outros, eu mesmo não venha de alguma maneira a ficar reprovado.” I Cor 9;26 e 27

Esses que parecem ir ao encontro da peleja, a rigor fogem, devaneando com enfrentamentos externos, quando o mal lhes pulsa internamente; às armas cidadãos!!

quarta-feira, 7 de maio de 2025

Conclave; sem a Porta


“... Eu falei abertamente ao mundo, sempre ensinei na sinagoga e no templo, onde os judeus se ajuntam; nada disse em oculto.” Jo 18;20

Quem supõe encontrar algum traço de ocultismo na Doutrina de Cristo, por mínimo que seja, perderá seu tempo buscando. Quando ensinava algo em particular aos discípulos, não fazia para que o ensino ficasse oculto; antes, para honrar a fé deles, lhes acrescentava o entendimento; o que, não gastaria aramaico fazendo, para com os incrédulos.

Sobre a possibilidade de coisas escondidas disse: “Nada há de encoberto que não haja de ser descoberto, nem oculto, que não haja de ser sabido.” Luc 12;2 Paulo aconselhou: “Não comuniqueis com as obras infrutuosas das trevas; antes, condenai-as. Porque o que eles fazem em oculto até dizê-lo é torpe.” Ef 5;11 e 12

Portanto, a “Única Igreja Verdadeira” se unir em conclave, constrangendo cada chaveado, sob juramento, cuja quebra implica em excomunhão, a guardar absoluto segredo de tudo o que acontecer lá dentro, não tem nada com os ensinos do Senhor. Assemelha-se à maçonaria com seus ritos ocultos.

Dizer que é O Espírito Santo que guia politicagens e conchavos de lá, menos ainda. Quando quis escolher Paulo e Barnabé para o ministério Ele o fez de modo direto, usou alguém com o dom de profecia e falou publicamente. “Servindo eles ao Senhor e jejuando, disse O Espírito Santo: apartai-me a Barnabé e a Saulo, para a obra a que os tenho chamado.” Atos 13;2

Fazer as coisas do péssimo modo humano, ao alvitre dos interesses rasos e alinhamentos ideológicos, e colocar nisso, rótulos Sagrados, é profano. O Espírito Santo não precisa de cento e poucos homens para evidenciar Sua Escolha, quando a quer fazer.

Mais; anunciar resultados com sinais de fumaça, à moda indígena, em plena era das comunicações digitais é mais uma nuance da feitiçaria e do ocultismo que grassa por lá. Deus é inocente.

É patético ver uma multidão com algumas dezenas de milhares de pessoas, olhando sôfregas para a chaminé “santa”, como se todos fossem órfãos, até a famigerada proclamação, “habemus Papa!” Ficam todos de fora, alheios, impotentes; enquanto os cardeais reunidos fazem o DNA para descobrir quem é o pai deles, francamente!!

Alguns católicos podem se ofender com minha fala, não é essa a intenção; mas até quando seguirão cegos assim?

Tratam isso com a maior seriedade; se dividem entre “progressistas” e conservadores, como se isso, espiritualmente tivesse alguma relevância. Se alguém tiver que ser jogado às feras, qual a diferença ser lançado aos leões ou aos tigres? O catolicismo labora em gravíssimo erro pelo abandono da Palavra de Deus; que diferença faz se prefere erros mais antigos, ou os atuais?

Acaso ter um parlatório em forma de uma cabeça de serpente, de cuja boca o Papa fala, quando entronizado, e hinos que exaltam a Lúcifer cantados dentro da capela, cuja decoração está eivada de símbolos ocultistas e da maçonaria, não significa nada? Basta que eles sigam na cantilena de sempre, que são a Igreja Verdadeira, fundada por Jesus Cristo, para que isso se torne um fato, a despeito de todas essas coisas e milhares de outras mais, que afrontam à Palavra?

Lamento; como gostaria que os católicos sinceros pensassem seriamente sobre isso! O Vaticano é um Estado, com anseios políticos de dominação sobre toda sorte de crença na terra; nada mais.

Antes dizia: “Fora da Igreja Católica não há salvação!” Sua intenção de monopolizar à fé falhou muitos seguiram de fora, não obstante, observando À Palavra de Deus. Francisco mudou: “Todos os credos, são válidos; são linguagens diferentes buscando ao mesmo Deus.”

Ora, não são eles que colocam o Magistério e a Tradição como regras iguais à Bíblia? Como uma Papa “infalível” pode desdizer o que outros disseram de modo tão afrontoso assim? Ou, uma tradição arrastada por séculos, ser abandonada sem mais nem menos? Como “um abismo chama outro abismo”, esses não conseguem ser fiéis, nem às infidelidades que plasmaram ao longo dos anos.

‘Já que nosso exclusivismo salvacionista não colou, façamos o seguinte: Todos estão certos, mas sob nosso comando’, pretendem. Infelizmente, o ecumenismo se fará, para desgraça de todos os que a ele aderirem.

Assim, pouco importa qual daquelas múmias escarlatas se vestirá de branco. O espírito seguirá o mesmo.

Não falo isso com o regozijo de quem está vencendo uma disputa. O duelo milenar é entre verdade e mentira, luz e trevas; a Luz está perdendo de goleada, infelizmente.

Muitos que se dizem protestantes também, estão atolados na mentira e na corrupção. Então, qual a diferença? 

Onde apenas A Palavra é tida como regra de fé, existe possibilidade de salvação; onde outras coisas são anexas, as possibilidades diminuem assustadoramente.

O sistema


“Vi mais debaixo do sol que no lugar do juízo havia impiedade...” Ecl 3;16

O pensador constatou anomalias, as coisas fora dos seus lugares. Mera desordem, uma breve ajeitada resolve, mas nem sempre é assim. “Uma coisa boa não é boa, fora do seu lugar”. Spurgeon. Então se esse deslocamento altera a essência, não pode ser tratado como, de pequena monta.

Profetas falsos, falavam de paz quando não havia paz; foram denunciado por Jeremias e Ezequiel; Jr 6;14 e Ez 13;10 Iludiam ao povo quanto ao relacionamento com Deus, e sonegavam exortações por mudanças de rumo, que ensejariam o necessário conserto, e a paz. Levar alguém a afrouxar a vigilância em situações de risco era algo mui grave, não mero, como seria, uma tralha fora do lugar.

Dar a cada coisa seu assento, além de sanidade mental, em muitos casos requer idoneidade moral também. Aristóteles dizia: “A pior forma de desigualdade é considerar iguais, às coisas que são diferentes.” Muito antes do filósofo grego, Abraão dissera: “Longe de ti que faças tal coisa, que mates o justo com o ímpio; que o justo seja como o ímpio, longe de ti. Não faria justiça o Juiz de toda a Terra?” Gn 18;25

Tratar de modo igual, aos moralmente diferentes, seria injustiça, o que não requer grande sapiência para se entender.

Não devemos fazer acepção de pessoas; porém, ter a capacidade mínima de aferir caracteres, coisa que os comportamentos ordinários se encarregam de exibir. Convém aquilatar escolhas como O Senhor o faz; o “cidadão dos Céus é aquele, “A cujos olhos o réprobo é desprezado; mas honra os que temem ao Senhor...” Sal 15;4 Invés de colocar todos no mesmo balaio, faz a devida distinção entre um e outro.

Acontece que, atualmente surgiram novos “pecados” que, em nome da aversão aos tais, muitos se sentem justificados, se mantendo distantes da obediência preceituada na Palavra de Deus. A “religiosidade, o legalismo, o sistema”... basta alguém discordar dum ponto específico para rejeitar tudo, afinal, “o sistema é corrupto”.

Com o mesmo reducionismo que políticos safados usam em suas platitudes, “elites, burguesia, senhores feudais” etc. quando não são aptos a dizer nada de relevante e pretendem produzir “fumaça branca” ante incautos, esses “new paladinos da higidez cristã”, saem enchendo o ar de barulho, deixando os cérebros que os seguem tão vazios quanto os deles.

Estamos sob a Lei de Cristo, como ensina Paulo; e a religião não é em si, algo mau; Tiago versa sobre a necessária religião. Fanatismo é mau sempre; atinente ao tema que for. Mas, deve ser tratado como tal, não, diluído noutro recipiente, virando derivado da preguiça mental ou, desonestidade intelectual dos avessos à verdade.

Quem disse que sistema é algo mau? Quem já usou GPS? Sabe o que o “S” faz ali? Acaso uma loja de departamentos, um supermercado não é sistematicamente organizado, para facilitar nossas vidas? “Hortifruti, higiene e limpeza, bebidas, cereais...” sinalizam as placas para que encontremos o que desejamos.

Nada mais é, que a organização de algo complexo, para que a complexidade que for eliminável via ordem, o seja, facilitando as coisas. Se, num supermercado, um funcionário inepto ou desonesto, colocar um produto de higiene e limpeza, entre bebidas, ou vice-versa, o problema não está no sistema; mas na atuação pontual do referido funcionário.

Assim, as igrejas, sistematizam os parâmetros das suas crenças em suas “confissões de fé”, organizam sua funcionalidade, escolas bíblicas, cursos teológicos formação de obreiros dentro de certos parâmetros. Que mal há nisso?

O que são os “desigrejados”, críticos do “sistema”, senão, uma espécie de sistema bastardo, que se formou espontâneo, pelo discurso semelhante, dos que, frustrados com algum incidente enquanto congregavam, resolveram afundar ao navio para apagar o incêndio?

Não ignoramos que existe nepotismo, corrupção e toda sorte de vícios infiltrados na igreja. Mas, O Dono dela ordenou que deixemos o trigo e joio crescerem juntos, até que Ele faça a necessária separação. Quando Ele quer, do nada sopra um vento e muitos ciscos são levados; “... os ímpios são como a moinha que o vento espalha. Por isso os ímpios não subsistirão no juízo, nem os pecadores na congregação dos justos.” Sal 1;4 e 5

A ideia que a culpa é de outrem sempre desce “redonda” ao ímpio paladar. Não raro, nossas frustrações vertem de algum anseio sonegado, um espaço que julgávamos nosso, ter sido dado a outrem; aí, os frustrados se afastam apedrejando ao “sistema”.

Muitas vezes é O Próprio Senhor que fecha a porta diante de nós, para purgar motivações mesquinhas. O único “sistema” que nos faz pecar, colocando a salvação em risco é nossa má inclinação, herdada pela queda. Mortificada essa, às demais coisas, se administra.

terça-feira, 6 de maio de 2025

Luzes de Chronos


Todavia, seguia presa a atenção, como se, o fio de linha, cabo de aço, fosse.

Tantas dispersões atrativas clamando por olhares, a alma cativa ao seu dilema, de ouvidos moucos aos clamores. A esposa tecendo comentários sobre biquinis e maiôs transeuntes; eventualmente, sonhando com a delícia que deve ser, voar de paraglider, como alguns faziam; noutro instante, a tonalidade ferrugem das águas do mar ganhava comentários, que investigavam o porquê. - Que mal tem se o mar deseja pintar de ruivos, seus cabelos? Desconversava, para voltar ao vero “problema.”

Vendedores de quinquilharias, também recebiam seu quinhão da atenção dela; o “véio” aqui, absorto em seu dilema gramatical, diante do anúncio: “Aluga-se cadeiras e guarda-sóis”. Está certo assim?

Num primeiro momento, a sensação que seria, “guardas-sóis”; depois, pensando melhor, o verbo não flexiona nesse caso, apenas o substantivo; então está correto. É mesmo guarda-sóis. Essa conclusão demandou muitos minutos.

Porém, meu ponto aqui não é gramatical; antes, filosófico. Em que estágio da vida, nossa alma se desprende das veleidades ordinárias e começa a se importar mais com minúcias assim? Em que tempo, os prazeres sensoriais são relegados ao segundo plano, e, necessidades psíquicas e espirituais passam na frente?

Não estou dizendo que considerar questões assim, seja prerrogativa de velhos; tampouco, que deem prazer. Mas, tende a mão do tempo, a deixar digitais naquilo que toca; e querer ver cada coisa no devido lugar, atrevo-me a pensar que seja nuance duma alma relativamente saudável; que passou na alameda dos dias ajuntando alguns hábitos salubres.

Outrora, quando mais jovem, estou certo que as “paisagens” transeuntes, receberiam melhor atenção, e erros bem crassos nas escritas adjacentes não seriam alvos de apreços. Talvez, sequer fossem percebidos. Porém, basta o curso do tempo para essa mudança?

Muitas vezes a geada dos dias cobre-nos os pelos, sem que a alma mude seus apelos, num sinal que segue crua, inculta, a espera tardia do arroteador. Como se, o tempo lograsse a magia de passar sem deixar pegadas. Há uma notável diferença entre existir e viver.

É certo que, certa gravidade prudente nos jovens, e um quê de espírito aventureiro, punção de vida, nos mais maduros são “anomalias” saudáveis. Porém, se alguém apenas envelhecer sem “sofrer” o efeito colateral da maturidade, aí sim, teremos uma anomalia preocupante.

Tudo que vemos, filtramos, segundo uma escala de valores interna, que desconsidera alguns eventos e potencializa outros, por razões que nos escapam. 

Assim, o que desde cedo avivava brasas no alto da “torre”, para fazer ali mesmo seu almoço, foi visto; os pescadores que mesclavam prazer com coleta de pão no alto das rochas, idem; bem como os surfistas num dia em que pulsar na crista da onda não parecia mui favorável; as muitas pessoas que iam de um lado para outro, pelo mero prazer de andar à beira-mar. Alguns com suas cuias, sorviam seus “amargos” domados pela doçura do paladar adquirido.

Os balões, claro! Como ignorar seu bailado, sua riqueza de cores, forjando um mosaico móvel nos ares? Mas seu desfile tem prazo de validade; então, já tinham voltado ao camarim.

Todas essas coisas se deixaram ver, em muitos casos, indiferentes ao apreço de quem as via. Cada um simplesmente se ocupava do que aprazia fazer num momento de folga. O que ensejou minha curiosidade e essa abordagem, foi precisamente, meu “lazer” ter se ocupado de observar a tudo, como se a vida me oferecesse amplo armário, encarregando-me de sistematizar seus incidentes, colocando cada um na devida prateleira.

Sempre tive a escala de valores, como uma despensa de convicções, um depósito moral, cujo teor forjaria minha capacidade aferidora e serviria para me situar antes às circunstâncias. Agora já me sinto inclinado a pensar que, além das nuances morais, algumas tonalidades culturais também emprestam cores a essa escala.

Do alto desse mirante, a impressão que fica é que o coração e o cérebro seguem caminhos opostos; enquanto o “motor” arrefece suas turbinas, pela redução da “octanagem” do seu combustível, o ser pensante que tivera opacos, os seus vidros, pelas gotículas da efervescência sensorial enfim, começa a ver mais longe sem carecer muito esforço.

A vida tem seus encantos em todo o tempo. Desde a infância, na juventude e quando, em pleno vigor varonil. Todas as belezas estão sempre por perto. Porém, o logro das paixões nos leva a desejar ardentemente algumas coisas apenas, cegando-nos às demais; maturidade plena é, quando todas as luzes são acesas.

“Quando a velhice chegar, aceita-a, ama-a. Ela é abundante em prazeres se souberes amá-la. Os anos que vão gradualmente declinando estão entre os mais doces da vida de um homem. Mesmo quando tenhas alcançado o limite extremo dos anos, estes ainda reservam prazeres.” Sêneca

A necessária intromissão


“O caminho do ímpio é abominável ao Senhor, mas ao que segue a justiça Ele ama.” Prov 15;9

Nossos caminhos não são estritamente nossos; os trilhamos ante vasta plateia no teatro da vida. Longe de ser um desafio ao egoísmo, a Doutrina de Cristo nos chama ao envolvimento com o semelhante, a interação com suas necessidades; à medida do possível, prestar auxílio.

Cada um em particular é chamado, em Cristo, à santificação; isso requer uma análise severa, honesta das próprias escolhas; pois, se as dos semelhantes são do arbítrio deles, a validação da nossa fé demanda opções práticas, coerentes com o que professamos crer. Não posso verbalizar minha predileção pelo azul, ostentando o vermelho, e vice-versa. “Assim falai, assim procedei...” Tg 2;12

Logo, tanto temos o dever de fazer as melhores escolhas, quanto, de estimular aos semelhantes, às que são segundo Deus.

Um quilo de exemplo vale mais que uma tonelada de teoria. É indispensável nosso bom porte em Cristo, como pregoeiro das transformações operadas. O que saíra do lodo e fora firmado na rocha, contava com que, a apreciação dos seus dois estágios, antes e depois da intervenção do Senhor, fossem “luzeiros” pelo exemplo; “Pôs um novo cântico na minha boca, um hino ao nosso Deus; muitos verão, temerão, e confiarão no Senhor.” Sal 40;3

Essa balela que, cada um, por pagar suas contas faz o que bem entender, e ninguém deve perturbá-lo, dando “palpites” tem três problemas. Egoísmo, hipocrisia e indiferença.

A simples existência das redes sociais é já um testemunho da alma gregária do homem, que, se inclina à interação com o semelhante. O “Não é bom que o homem esteja só”, abarca mais que a necessidade de vida conjugal.

Embora, pontualmente, o isolamento possa ter razões saudáveis, em geral, a resiliência nisso é sintoma d’alguma patologia da alma. “Busca satisfazer seu próprio desejo, aquele que se isola; ele se insurge contra toda a sabedoria.” Prov 18;1

Vista a veia nociva do egoísmo, vejamos a hipocrisia: Os que apedrejam e mandam longe aos “enxeridos” que não pagam suas contas, só o fazem, se a interação trouxer conselho, ensino, correção de rumos; se forem curtidas e coraçõezinhos nas postagens do tal, sem problemas. Então, nosso hipócrita em apreço é avesso a essas coisas, não à interação, estritamente.

Eu decido o bem e o mal, como o Capeta ensinou; ninguém me dá palpites. Para quem tem como sóbrios, sadios, restauradores, os caminhos do Senhor, natural que desaconselhe temeridades assim. 

A Palavra ensina: “Eu sei, ó Senhor, que não é do homem o seu caminho; nem do homem que caminha, dirigir seus passos.” Jr 10;23 Diz mais: “Confia no Senhor de todo o teu coração, não te estribes no teu próprio entendimento. Reconhece-o em todos os teus caminhos, Ele endireitará tuas veredas.” Prov 3;5 e 6

Mas, se cada um está seguro das suas escolhas, o que quer compromisso com Deus, e o que O despreza, por que mexer com isso, ensejando disputas? Não seria melhor deixar cada um na sua? Com isso chegamos ao terceiro ponto: a indiferença.

Como, amor e indiferença seriam asas gestadas no mesmo casulo? Se, em Cristo fomos chamados a amar ao próximo, isso abarca mais que socorro temporal de necessidades efêmeras; preocupa-se com o porvir daquele a quem ama.

Fazer vistas grossas aos procedimentos errados, em nome do “amor”, seria uma tentativa vil de mascarar a indiferença; “Se tu deixares de livrar os que estão sendo levados para a morte, aos que estão sendo levados para a matança; se disseres: Eis que não o sabemos; porventura não o considerará aquele que pondera os corações? Não o saberá aquele que atenta para tua alma? Não dará Ele ao homem conforme a sua obra?” Prov 24;11 e 12

Além de ser uma motivação do amor humano, querer que todos recebam o mesmo que recebemos do Senhor, a busca pela salvação dos que erram o caminho é também um mandamento, derivado do Amor Divino que quer salvar aos errantes também. “Pregai o Evangelho a toda a criatura”, ordenou.

Embora possa parecer libertário, cada um fazer o que bem entender, A Palavra é categórica: “O caminho do ímpio é abominável ao Senhor...”

Como as vidas e os caminhos foram criados pelo Eterno, nada mais justo que Ele possa dizer o que nos convém. Dado que, no fim do túnel só há dois destinos possíveis, e Ele sabe qual escolha leva a cada, felizes os que pautam o viver segundo A Palavra da Vida!

“Porque o erro dos simples os matará, o desvario dos insensatos os destruirá. Mas o que Me der ouvidos habitará em segurança, estará livre do temor do mal.” Prov 1;32 e 33

segunda-feira, 5 de maio de 2025

Os soberbos


“... Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes; sujeitai-vos, pois, a Deus, resisti ao Diabo e ele fugirá de vós.” Tg 4;6 e 7

“... Deus resiste aos soberbos...”
geralmente o soberbo não lida bem com a realidade; divaga na índole megalomaníaca; nela, presume-se muito maior do que é; pela sua falta de noção, imagina que merece um lugar excelente; muitas vezes, se atreve a importunar o Altíssimo, não obstante, sua rejeição aos santos preceitos.

Deus resiste, não num sentido de se defender, como se, o soberbo tentasse tomar bens de assalto; antes, resiste no aspecto de mostrar sua aversão a esse arrogante e sem noção. O pune, desprezando-o; ignorando-o. 

Mesmo que, eventualmente faça alguma pantomima religiosa, nunca encontrará a benevolência do Criador, enquanto, persistir na soberba. “O que desvia seus ouvidos de ouvir à Lei, até sua oração será abominável.” Prov 28;9 Tiago ensina a inutilidade de rogarmos ao Senhor com motivações doentias. “Pedis e não recebeis porque pedis mal, para gastardes em vossos deleites.” Tg 4;3

Desde o início, Adão culpou à mulher; que, por sua vez acusou à serpente. Eis a soberba! mesmo tendo males bastantes em si, nas suas ações, para ser condenável, o homem soberbo “escuda-se” nos males alheios, como se, a existência desses, purgasse aos seus.

“Reconhecemos um louco sempre que o vemos; nunca, quando o somos.” Autor ignorado
Não significa que os males circunstantes não existam, ou não sejam maus; porém, somos mordomos sobre nossas almas, não das vidas dos semelhantes; essa pasta é deles; cada um em particular. Quando oportuno, podemos aconselhar; comissionados, ensinar; mas, a escolha dos caminhos sempre será pessoal.

Sempre que “corrijo” aos erros alheios pela recusa de lidar com os meus, estou tentando uma fuga inglória, acrescentando pecado a pecado, como denunciou Isaías: “Ai dos filhos rebeldes, diz O Senhor! Que tomam conselho, mas não de Mim; se cobrem de uma cobertura mas não do Meu Espírito, para acrescentarem pecado sobre pecado.” Is 30;1 Naquele contexto era a nação de Israel; mas, os imitamos, infelizmente.

A Palavra sentencia: “Bem aventurado o homem que põe no Senhor a sua confiança, não respeita aos soberbos nem aos que se desviam para a mentira.” Sal 40;4

“... dá graça aos humildes;”
Não que a humildade seja um mérito capaz de apagar culpas; mas, o reconhecimento das faltas, a capacidade de encararmos nossos deméritos, sem tentar fugir nem transferir erros, evidencia uma inclinação, da qual, O Eterno se agrada; e a esses que comparecem ante Ele sem máscaras, sem “atenuantes” fajutas, mas de frente pros fatos, O Criador se dispõe a suprir o que lhes falta gratuitamente. O Senhor “dá graça aos humildes.”

Por isso, o conselho: “Nada façais por contenda ou vanglória; mas, por humildade; que cada um considere os outros, superiores a si mesmo; não atente cada um ao que é propriamente seu, mas cada qual, também para o que é dos outros. De sorte que haja em vós, o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus;” Fp 2;3 a 5

Ambos precisam graça; o soberbo e o humilde; a diferença é que esse admite suas carências, enquanto, aquele, busca camuflar, diluir. A rigor, O Senhor resiste à mentira e se apraz com a verdade.

“Sujeitai-vos, pois, a Deus, resisti ao Diabo e ele fugirá de vós.” Assim como, O Senhor nos resiste e ignora nossos pleitos, quando nos portamos de modo soberbo, somos desafiados a fazer nossa parte, resistindo ao “Pai da Mentira”, quando pleitear nossa anuência mediante tentações; em sujeição ao Eterno.

Como são forças espirituais excludentes, e não podemos servir a dois senhores, ao nos sujeitarmos a Deus, necessariamente, haveremos de resistir ao Diabo. Pois, não é possível alguém ser humilde e soberbo, ao mesmo tempo. Muitos em nome do “amor” maltratam à disciplina” como se fossem coisas antagônicas.

A Palavra nos ensina a darmos a cada um o que lhe é devido; o cidadão dos Céus é “Aquele a cujos olhos o réprobo é desprezado, mas honra aos que temem ao Senhor...” Sal 15;4

Por isso, a adoção dos preceitos Divinos, requer a separação das coisas que servem ao canhoto. Quando A Palavra louva ao que tem prazer na Lei do Senhor, na qual, medita de dia e de noite; um pouco antes, elenca três coisas das quais deve se separar, prefaciando isso; “Bem aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na rodados escarnecedores.” Sal 1;1

Enquanto o soberbo costuma se bastar, aos humildes é ensinada a suficiência Divina; “Confia no Senhor de todo o teu coração; não te estribes no teu próprio entendimento.” Prov 3;5