sábado, 22 de março de 2025

O caminho reto


“Atenta para a Obra de Deus; porque quem poderá endireitar ao que Ele fez torto?” Ecl 7;13

O curso dos rios, as montanhas, frondosas árvores, o ondulante bailado das aves de arribação, o curso dos ventos contornando a obstáculos, o arco celeste multicor... enfim, há tantas “torturas” que desfilam retinhas, no prisma da beleza e funcionalidade.

Quem poderá endireitar ao que Deus fez torto? É uma pergunta retórica, cuja resposta negativa, se impõe.

Todavia, nem todas as coisas seguiram estritamente como criadas. O homem, feito à Imagem e Semelhança do Eterno, foi capacitado à retidão; porém, por ter sido criado livre, a lisura desejada Pelo Eterno não poderia ser compulsória; antes, deveria ser um derivado da vontade submissa.

Por isso, tendo feito um jardim de delícias, farto em todas as coisas desejáveis, O Eterno colocou nele também a possiblidade da desobediência, para que a preservação do filho na retidão fosse uma escolha dele, não, uma necessidade automática. Há diferença entre um ser livre, e um autômato.

O mau uso da liberdade, encorajado por um “profeta” que apareceu no jardim, estragou todo o projeto original, desfazendo a retidão, na qual, e para a qual, homem fora gerado.

Como ensina A Palavra, somos servos de quem obedecemos, Rom 6;16. Assim, aquele que fora servo de Deus, tornou-se pela sua ímpia e rebelde escolha, um peão da oposição; um simulacro do projeto original, impotente para escolher à virtude, plenamente inclinado aos vícios. “Imagem e semelhança” de quem o enganou.

Portanto, todos os humanos que, reféns das más inclinações, incapazes de alinhar suas vidas ao Divino querer se escudam num conveniente, “Deus me fez assim”, querendo parecer que suas escolhas não são livres, mas necessárias, que O Eterno seria o culpado, mentem para si mesmos e fingem acreditar.

“Deus me ama como sou” acrescentam. O Amor do Eterno não faz acepção de pessoas, é certo. Mas estabelece limites aos amados, fora dos quais, eles estarão por seus meios. Mais ou menos como a saga do filho pródigo. Na obediência, sob a bênção e proteção do pai; na vida ímpia à sua maneira, ainda amado, mas por sua conta; voltando arrependido, readmitido, perdoado.

Carecemos entender que, o homem depois da queda, não é mais aquele que O Criador fez. “... Deus fez o homem reto; mas eles buscaram muitas invenções.” Ecl 7;29

Ao cair da diretriz espiritual pela obediência, para a escravidão carnal segundo as más inclinações do ego “independente”, o homem migrou para mui distante do projeto original. A obediência a Deus em comunhão, que era algo natural e fácil, tornou-se um desafio impossível, dadas as ganas da “madrasta” que usurpou o lugar do espírito; a carne. “Porquanto, a inclinação da carne é inimizade contra Deus; pois não é sujeita à Sua Lei, nem pode ser.” Rom 8;7

Por isso, o “negue a si mesmo”, é o contraponto, o caminho de volta daquele que negou a Deus, pela desobediência. Desse modo, um Evangelho sem cruz, embora pareça mais fácil, palatável, é um assassino.

Pois, independente dos vícios da nossa predileção, todos nascemos assim; reféns da carne. Daí, a sentença: “... aquele que não nascer de novo, não pode ver o Reino de Deus... aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no Reino de Deus.” Jo 3;3 e 5

Se a colocação da árvore proibida, a possibilidade da desobediência deixada pelo Criador foi por respeito à vontade do homem, que deve ser livre, o canhoto não tem esses escrúpulos. Escraviza mesmo, e dane-se o humano querer! Paulo pontua nuances da escravidão no pecado; O cumprimento da Lei só seria possível ao homem espiritual, sem a queda; depois, não mais; “Porque bem sabemos que a Lei é espiritual, mas eu sou carnal, vendido sob o pecado.” Rom 7;14

Assim, mesmo o espírito querendo coisas segundo Deus, fraqueja à escravidão do feitor. Sua queda (morte) significou impotência, não, inexistência; “De maneira que, agora, já não sou eu que faço isto, mas o pecado que habita em mim.” Rom 7;17

Por isso, a primeira dádiva que recebemos ao sermos regenerados pelo novo nascimento, é a capacitação espiritual, para agir conforme o espírito deseja, malgrado, as inclinações doentias e pecaminosas da carne; “A todo quantos O receberam, deu-lhes poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no Seu Nome.” Jo 1;12

Enfim, fomos feitos retos, mas entortamos; podemos ser regenerados em Cristo, via novo nascimento; seguir em retidão, capacitados pelo Espírito Santo.

A queda baniu; a regeneração insta O Eterno a buscar para si aos que ama. “Meus Olhos procurarão aos fiéis da terra para que estejam comigo; o que anda num caminho reto, esse Me servirá.” Sal 101;6

sexta-feira, 21 de março de 2025

A conversão do Hugo Motta


“Nos últimos 40 anos, não se vive mais as mazelas do período em que o Brasil não era democrático. Não tivemos jornais censurados, nem vozes caladas à força. Não tivemos perseguições políticas, nem presos ou exilados políticos. Não tivemos crimes de opinião ou usurpação de garantias constitucionais. Não mais, nunca mais!” Hugo Motta, presidente da Câmara dos deputados, num jantar oferecido pelo Alexandre de Morais, em homenagem a Rodrigo Pacheco.

“Coincidentemente” o jantar aconteceu imediatamente após o auto exílio do Deputado Federal, Eduardo Bolsonaro, junto aos Estados Unidos, temendo as ameaças da “democracia” vigente, que tentava prender seu passaporte e quiçá, ao próprio deputado.

Pouco importa que a Jovem Pan, a revista Oeste a Crusoé tenham sido censuradas; que jornalistas como Allan dos Santos, Rodrigo Constantino, Paulo Figueiredo, Eduardo Eustáquio, tenham sofrido perseguições, os três primeiros estão exilados; que Daniel Silveira e tantos outros foram presos por “crimes de opinião”, que o inquérito das fake News tenha lançado no lixo às garantias constitucionais; tenhamos atualmente, mais presos políticos, que durante toda a história do regime militar; se, o tio Hugo, avalizado pelo tio Xande dizem que essas coisas não existem, deve ser assim.

Quem garante que sabemos interpretar corretamente os fatos? Estamos como certo eunuco etíope, quanto às Escrituras, quando Filipe perguntou se ele entendia o que lia; ele respondeu: “Como entenderei, se ninguém me ensinar?” Atos 8;31

Pois, parece que o próprio Hugo careceu ser ensinado; dias antes dissera, sobre a anistia aos presos políticos do 8 de Janeiro: "O que aconteceu não pode ser admitido novamente, foi uma agressão às instituições. Agora, querer dizer que foi um golpe… Golpe tem que ter um líder, uma pessoa estimulando, tem que ter apoio de outras instituições interessadas, e não teve isso"

Vendo que o Huguinho carecia ser ensinado, provavelmente o tio Xande criou o jantar como pretexto; levou junto ao deputado dezenas de autoridades, políticas e judiciárias, que serviriam como plateia para que ele exercitasse o que recém aprendera.

Vivemos plena democracia, plena liberdade, totais garantias. Qual argumento o Xandão teria usado para convencer o Huguinho a mudar diametralmente sua fala? Estranhamente vazou uma denúncia onde certo amigo de um prefeito acusava ao Huguinho de cobrar dez por cento de uma emenda que encaminhara, a certa prefeitura.

Provavelmente o Faraó de Banânia mostrou isso ao impoluto “Pralamentar” e ordenou que ele revisse seus conceitos, “enxergando” nosso regime pelos olhos do “Tutankamon” na chantagem. Aí o Huguinho decidiu “livremente” regurgitar a substância aquela, que vimos.

Doravante, os fatos não são o que vemos, ou sofremos pela castração total dos direitos de quem não se alinha com o sistema; esperemos recolhidos às nossas insignificâncias, até que aqueles que têm o monopólio deles, nos digam, corretamente, o que eles são.

Certo é que, os da corte aquela que riram da possibilidade do Tio Sam lhes prejudicar, “perdeu Mané” estão se borrando, à medida que isso se aproxima célere. O PGR negou a apreensão do Passaporte do Eduardo, o Xandão arquivou o pedido; de quebra o Huguinho garantiu que está tudo bem aqui em casa, viu tio Trump?

Embora o tio Lulu aquele célebre avicultor das galinhas que botam três ovos por dia, tenha avisado ao Donald para que falasse manso com ele, e com seus filhos, as autoridades dos States sabem o que vocês fizeram na eleição passada, e colocarão tudo sobre a mesa.

O Canabrava garantiu que não tem medo de cara feia; é vero, nenhum deles, dos canhotos tem. Como vampiros que fogem ao primeiro raio de sol, esses se cagam de medo da verdade.

Como acreditam que narrativas reiteradas bastam, como dizia um antepassado célebre dos tais, chamado Goebbels, insistem nisso, achando que falácias podem se sobrepor aos fatos.

Aqui no sul do mundo, se dizia de modo jocoso, quando alguém bebia demais e vomitava, que o tal estava “chamando o Hugo”, pelo som gutural em forma de uuuuhh que fazia.

Pois, tanto pela iniciativa, quanto pelo teor do gargalho expelido, é inevitável a conclusão que Sua Xandidade chamou o Hugo, e mandou que fizesse aquilo sobre todos nós. Aaahh! Que nojo!

Democracia no Brasil é uma palavra oca! Um patife se apoderou do sistema, e faz e acontece ao arrepio das leis, amparado por uma quadrilha de semelhantes, espaçoso na alcova de uma imprensa prostituta, que abaixa suas penas por dinheiro, e acobertado pela leniência de um Congresso covarde, quiçá, intimidados por “argumentos” similares aos que fizeram o Huguinho se converter.

Mas, Deus não dorme, e dispõe dos Seus meios; “portanto, tudo o que em trevas dissestes, à luz será ouvido; e o que falastes ao ouvido, no gabinete, sobre os telhados será apregoado.” Luc 12;3

As sete quedas


Porque sete vezes cairá o justo, e se levantará; mas os ímpios tropeçarão no mal.” Prov 24;16

Quando A Palavra diz, justo, algo precisa ser entendido. Estritamente, sequer existe um justo que jamais peque: “Como está escrito: Não há um justo, nem um, sequer.” Rom 3;10
Todavia, os que se arrependem, confessam a Cristo como Salvador e Senhor, passam a pertencer a Ele; Sua justiça é imputada aos tais, eles são justificados, reputados “justos”.

“Àquele que não pratica, mas crê Naquele que justifica ao ímpio, sua fé lhe é imputada como justiça.” Rom 4;5 O aperfeiçoamento que deve suceder a conversão, a santificação, é processo lento, onde muitas quedas ocorrem. Maus hábitos da vida pretérita ainda incomodam ao renascido, que precisa lutar contra, em Cristo, capacitado pelo Espírito Santo.

Isso deixa ver, a qual tipo de “justo” nos referimos nessa abordagem. Ele está em oposição ao ímpio, na antítese do provérbio; assim, o pio, o que crê, é nosso justo, a despeito das suas quedas; o ímpio, o que age de modo diverso dele.

“Sete vezes cairá o justo...” uma figura que não deve ser entendida literalmente. Assim como, o conselho de perdoarmos nossos ofensores até “setenta vezes sete” não é um número exato; antes, o ensino de perdoar sempre que houver arrependimento, tal qual, Deus perdoa.

Então todas as vezes que o justo cair, se lhe facultará a oportunidade de que ele venha a se levantar. Por quê? Porque tendo provado da liberdade em Cristo, da paz que existe na Divina comunhão, esse não se sentirá mais, confortável em lugares espiritualmente inóspitos. Como o pródigo entre os porcos passando necessidade, certamente também lembrará da casa paterna, das delícias que existem lá.

Enquanto, aquele que está habituado à imundícia não se ressente da falta de limpeza, o que viveu na higiene espiritual, não gosta mais da lama. “Tirou-me dum lago horrível, dum charco de lodo, pôs meus pés sobre uma rocha e firmou meus passos.” Sal 40;2 Para vermos quão horrível o “lago” é, carecemos olhá-lo de fora.

Notemos que os ímpios não tropeçam num obstáculo estrito; antes, seu tropeço se dá nos “valores” que pautam suas escolhas na vida; eles “tropeçam no mal”. O justo preserva ainda sua natureza antiga, que deve ser suplantada pelo novo homem, o renascido, o que, nem sempre consegue.

Os ímpios, mais por curiosos que por sede de vida, até ousam excursionar nas terras do Rei dos Reis, onde vige a santidade; mas, depois a ímpia inclinação se lhes revela mais pujante, e voltam ao lugar ao qual se acostumaram. “... melhor lhes seria não conhecerem o caminho da justiça, do que conhecendo-o se desviarem do santo mandamento que lhes foi dado; deste modo sobreveio-lhes o que por um verdadeiro provérbio se diz: O cão voltou ao próprio vômito, a porca lavada ao espojadouro de lama.” II Ped 2;21 e 22

O que há de mais danoso no tropeço dos ímpios, é que, sequer percebem que suas escolhas são más e que os estão levando a perder; não ao ponto de regirem numa outra direção. Tratam-nas como uma rota natural, como se, viver na prática da maldade lhes fosse um direito, um modo de vida tão válido, quanto outro qualquer. “O caminho dos ímpios é como a escuridão; nem sabem em quê, tropeçam.” Prov 4;19

O que se sente num momento desconfortável por ter caído, ainda está num lugar bom; esse sentimento testifica que O Espírito Santo ainda peleja com ele, pra que retorne à casa paterna, se esforce por levantar.

Se a consciência cauterizar, de modo a não ouvirmos mais sua voz, malgrado, estando no erro, aí sim, teremos motivos para estar alarmados.

Samuel Bolton dizia: “Se a consciência não for um freio, ela será um chicote.” Tipificando os dois momentos da sua fala: Quando nos adverte antes de errarmos, se a ouvirmos, nos freia; depois, ela nos pune deixando nosso erro patente até que nos arrependamos. Se chegarmos ao ponto de não a ouvirmos mais, possivelmente tenhamos tropeçado no mal, rumo a uma queda definitiva.

Desses A Palavra diz: “É impossível que, os que os que já uma vez foram iluminados, provaram o dom celestial, e si fizeram participantes do Espírito Santo, provaram a boa Palavra de Deus e as virtudes do século futuro e recaíram, sejam outra vez renovados para o arrependimento...” Heb 6;4 a 6

Assim, ao caído que está desconfortável nessa situação, há um Divino chamado que o quer colocar em pé novamente. Não importa o que tenha feito; caso submeta-se ao que Cristo fez por ele; “... ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve...” Is 1;18

quinta-feira, 20 de março de 2025

Pedras nas línguas


“O coração do entendido buscará o conhecimento; mas a boca dos tolos se apascentará de estultícia.” Prov 15;14

Algumas nuances nessa antítese dão o que pensar. Antes dos contrastes, temos um aspecto similar entre ambos. Cada um gosta do que possui, mesmo possuindo coisas tão diferentes. O primeiro é entendido; contudo, quer mais; busca o conhecimento. Sua experiência com o aprendizado, as transformações que ele opera lhe faz apreciá-lo; o segundo, mesmo não tendo quase nada, basta-se no que possui. Ora, o que um tolo tem de mais notório? estultícia, estupidez. Pois, dessa se apascenta, descansa satisfeito naquilo que “sabe”.

Cada um tem seu “paladar adquirido” e busca alimentar-se conforme. Estobeu ensinou: “O asno prefere palha ao ouro.”

Contudo, apesar de tamanha discrepância neles, para serem diferenciados entre si, é necessária a leitura de um terceiro, alguém que os contemple de fora, como fez Salomão.

Julgar a si mesmo não é tarefa fácil. “É bem mais difícil julgar a si mesmo que aos outros; se consegues fazer um bom julgamento de ti, és um verdadeiro sábio”. Saint-Exuperry.

O entendido quando julga-se, geralmente encontra os lapsos das coisas que lhe faltam; “Os melhores homens que conheci, viviam descontentes consigo mesmos...” disse Spurgeon. O tolo costuma ser “sábio aos próprios olhos”, sua ignorância o instiga a crer que sabe muito. “O caminho do insensato é reto aos próprios olhos, mas o que dá ouvidos aos conselhos é sábio.” Prov 12;15 Essa “certeza” o faz refratário a quase tudo o que vem de fora: “A repreensão penetra mais profundamente no prudente, que cem açoites no tolo.” Prov 17;10

O sábio em princípio, aquele que deseja saber, é como um cão ao contrário; o bicho late contra o desconhecido, e festeja com alegria, ao que já conhece; o aprendiz dedicado, tem sede do desconhecido e certo tédio do que já sabe.

Outro aspecto que difere nossos personagens, é a profundidade com que tratam seus patrimônios intelectuais. Para o entendido, essas coisas merecem um assento profundo; “O coração do entendido buscará...” Saber coisas assim é assunto para o coração.

Para o tolo, a coisa cola na fachada, não vai além dos lábios. “A boca dos tolos se apascentará...” Além de tratar conselhos com superficialidade, tipo copiar e colar alguma sentença, descansa nisso, como se, sua paz, seu bom porte na estrada da vida estivesse garantido apenas por saber repetir algo decorado. 

Nos espantamos com “cristãos” evolucionistas, espíritas, ou citando Nietsche; embora sejam coisas contraditórias onde o saber molda o paladar, para a fachada, qualquer adesivo está valendo.

Ora as coisas que são absorvidas no coração, têm efeito sobre seu paciente, antes de tudo; pois, é aquele que aprende uma diretriz sábia, medita sobre ela, e se deixa moldar pela mesma. Assim, aprender dessa forma é uma prerrogativa do que é entendido.

As coisas meramente nos lábios, para ser usadas como pedras contra desafetos não carecem de entendimento nenhum. Quantos mentecaptos gritaram impropérios tipo, “Nazista! Fascista”, sem sequer saber o que essas palavras significam? Quem precisa saber? Para usá-las como pedras, tanto faz se for pedra-ferro, arenito, basalto, pedra preciosa, até.

Tudo que um tolo anseia é manter-se distante de quem pensa diferente, sobretudo, quando esse sabe dizer em quê, e porque o faz. Meia dúzia de pedradas, “cuide da sua vida” e pronto! Assunto resolvido. “Os lábios do tolo se pascentam de estultícia.”

Invés do saudável crescimento mútuo no cotejo dos contraditórios, na interação dos que pensam diferente, vivemos a cultura do cancelamento, da validação da bolha predileta de cada um, em detrimento de tudo mais.

A própria Inteligência Artificial, com seus robôs programados e programadores, atua nesse sentido. Primeiro nos espiona para descobrir quais os nossos gostos, em termos do que consumimos nas redes sociais. Depois, direciona ao nosso encontro, basicamente as coisas escolhidas que, nosso histórico diz que gostamos. Desse modo, somos “protegidos” das visões que não apetecem, tolhidos da interação com o contraditório, acarinhados numa bolha viciosa, segundo a febre que mais vívida pulsar em nós.

O robô, pouco a pouco nos roubou a possibilidade de intercâmbio com os diferentes, tentando nos circunscrever à mediocridade do que já alcançamos. Se tivermos na “ponta da língua” uma sentença decorada para cada ocasião, por que perder tempo e coração, ansiando nos aprofundarmos mais nas coisas, haurindo delas essências capazes de mudar para melhor, o nosso viver?

Embora alguns tratem o conhecimento com menosprezo, como se fosse mera ferramenta para exibicionismo, no que tange à vida espiritual, ele é vital. “O Meu povo foi destruído porque lhe faltou o conhecimento...” Os 4;6

Não é errado termos boas coisas nos lábios; mas a excelência é darmos a elas, honroso assento nos nossos corações.

A ousadia de crer


“... pelo temor do Senhor, os homens se desviam do pecado.” Prov 16;6

Vemos nessa sentença um dos patrocinadores do ateísmo. Se, o temor do Senhor, coage aos que nele creem, a se desviarem do pecado, quem tiver ojeriza à essa renúncia, necessariamente, terá que remover sua causa; Deus. Desse modo, “não creio que Deus existe” pode ser apenas outra roupagem, com a qual, “não quero obedecer aos Divinos princípios” decide desfilar. 

Tal postura não deriva das evidências; antes, duma escolha da vontade.

Diverso das investigações da ciência, que estuda evidências, executa experiências, antes de postular alguma descoberta, o “ateísmo” parte de um desejo, em busca de um pretexto que “justifique-o”. Não significa que Deus não seja crível, que Seus ensinos não soem inteligíveis, coerentes com a realidade observável. Apenas, que seus proponentes se recusam a crer, malgrado, as evidências.

Quando Charles Darwin apresentou a “Teoria da Evolução” isso se lhes tornou um achado. Finalmente, tudo poderia ser “explicado”. Passadas muitas décadas em busca do “elo perdido”, sem nenhuma evidência evolucionista surgindo, seguiam firmes esposando a “seleção natural” e transformação de espécies; a ideia da existência do Criador poderia ser “contida satisfatoriamente” na represa da evolução.

Com a descoberta do DNA, e seu imutável código genético a gritar, as mesmas Palavras atribuídas ao Eterno, por ocasião da Criação, “reproduza conforme a sua espécie”, nenhum ateísta veio a público fazer um “mea culpa”, admitindo que sempre estivera errado. Caso, alguém o fez, desconheço. Se, cada ser vivo traz um rígido e imitável código genético, como uma espécie se transformaria noutra?

Abafado o argumento biológico, alguns partiram para um “plano B”, o psicológico. Ontem deparei com uma frase que defendia que o medo levou os povos a criarem deuses. Seria isso mesmo, ou, é o medo que Deus exista, que patrocina a difusão de ideias assim?

Se a arena do embate é agora, psicológica, sabem os que entendem disso, que o medo é uma consequência, não, uma causa. 

Porque o homem se poria a “criar” algo do qual não necessitaria? Ou, que fosse totalmente contra suas inclinações naturais, como é, O Deus revelado pela Bíblia? O homem estaria contrariando aos próprios instintos, dando um “tiro no pé” criando um conceito assim.

A primeira vez que o medo aparece na Palavra, mostra Adão, se escondendo do Criador, depois de O ter desobedecido. Nessa ordem, portanto, o medo não foi o criador de Deus; antes, a desobediência, o pecado, acabou por criar do medo.

As coisas criadas são eloquentes testemunhos da sabedoria, propósito e poder do Criador; “... o que de Deus se pode conhecer, neles se manifesta, porque Deus lhes manifestou; porque as Suas coisas invisíveis desde a criação do mundo, tanto Seu Eterno Poder quanto, Sua Divindade, se entende e claramente se vê, pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis.” Rom 1;19 e 20

Se há centenas de distorções, “deuses” alternativos, isso é um derivado da ignorância acerca do Deus verdadeiro, e da verdadeira necessidade da alma humana, de se encontrar com seu criador.

Outra objeção ateísta que encontrei defende que jamais houve uma guerra promovida pelo ateísmo, enquanto, muitas o foram, em nome da religião.

Bem, para se promover algo assim, são necessários exércitos; o ateísmo sempre foi ínfimo em representatividade; bem ou mal, certos ou errados, a imensa maioria das pessoas creem na existência de Deus.

O fato de algo ser nobre em seu valor tem maiores possibilidades de ser imitado pela falsificação. Quem se poria a imitar algo reconhecidamente falho, sem nenhum apelo motivacional?

Pois, a Palavra de Deus apresenta a fé genuína como adversária do mundo; portanto, toda a peleja em nome das mesmas coisas que o mundo anela, domínio, poder, riquezas, não importa qual rótulo use, é do mundo; se usaram rótulos de valores eternos tentando validar suas ímpias cobiças, essa é uma forma indireta de evidenciar a superioridade desses valores, aos que, não logram nenhum passo além da matéria. Quem se alistaria num exército em nome do ateísmo?

Enfim, o medo não cria deuses; antes, revela fugitivos. A consciência de quem feriu valores caros ao Criador, os adverte disso, e invés de arrependimento e confissão, a maioria prefere “vazar”. “Fogem os ímpios sem que ninguém os persiga; mas os justos são ousados como um leão.” Prov 28;1

Os que pelo temor do Senhor evitam o pecado, são mais honestos que, os que pelo prazer de pecar, preferem evitar a Deus. Se alguém em sua lógica miúda presume que as dores do mundo não combinam com a existência de um Deus Amoroso e Poderoso, olhe para Cristo na Cruz, e julgue, se O Eterno se identificou com nossas dores, ou não.

segunda-feira, 17 de março de 2025

Divinos princípios


“... justiça e juízo são a base do Seu trono.” Salm 97;2

A base é o suporte sobre o qual, algo está assentado. Sendo Deus, Espírito, como ensina Sua Palavra, o Trono Dele não deve ser entendido literalmente, no que tange ao Governo da Terra.

Justiça é um substantivo abstrato, que, atina a recompensar cada um segundo seus méritos; ou, mesmo punir, de acordo com as culpas. Esse valor pretende basear-se na isonomia, (todos iguais perante a lei) tendo iguais garantias, iguais direitos e deveres.

Juízo também é um substantivo assim; embora possa ter um sentido mais amplo, significando razão, siso, a rigor, no sentido mais usual, expressa a aplicação da justiça sobre determinada causa; ou, a apreciação que alguém faz sobre a mesma.

Duas coisas abstratas sendo a base do Trono de Deus, necessária a conclusão que se trata de uma figura, uma metáfora significando que esses valores, subjazem a todo o querer e agir, Divinos. As coisas que extrapolam a isso estão na área da Sua permissão, não, da Sua vontade.

Davi esposou que é possível ver a Face de Deus, nas ações praticadas em justiça; disse: “Quanto a mim, contemplarei Tua Face na justiça, e me satisfarei da Tua semelhança, quando eu acordar.” Sal 17;15 Para alguém “acordar” semelhante a Ele, no porvir, precisa aprender de Cristo, sendo por Ele regenerado, antes de “dormir”.

Acaso não nos indignamos quando algo injusto ocorre? Ou, ficamos em paz, observando as coisas nos devidos lugares? Essas reações naturais, a rigor, são reflexos do sobrenatural, que deixou algumas centelhas em nós, tencionando nos regenerar à Sua Imagem. O bom encaixe da Doutrina de Cristo, nos que se deixam por Ele conduzir, ouvindo-o com honestidade intelectual, também testifica disso.

A “Face de Deus” pelas razões já vistas, também se trata de uma linguagem alternativa, significando a bênção, a aprovação do Senhor, sobre determinada vida, ou atitude. Se a Divina Face está voltada para nós, poderemos estra certos da Sua Bênção, e cuidado.

A forma que os sacerdotes foram ensinados a abençoar ao povo de Deus, era invocando à Santa Face. “O Senhor faça resplandecer o Seu Rosto sobre ti e tenha misericórdia de ti; O Senhor sobre ti levante o Seu Rosto e te dê paz.” Nm 6;25 e 26

O Eterno, quando se sentiu desprezado pelo povo, reclamou que eles lhe voltaram o avesso. “... porque me viraram as costas, não rosto, mas no tempo da sua angústia dirão: Levanta-te e livra-nos!” Jr 2;27 Triste oportunismo, dos que desprezam ao Senhor nas horas de calmaria, bonança, e só O buscam nas emergências. Devemos consertar nossos telhados quando o sol brilha, não, durante a chuva.

Ações em justiça, são micro reflexos da Face de Deus, dos valores, nos quais o Seu Governo está assentado, a “base do Seu trono.”

Invés de ser parcial, favorecendo aos Seus e ignorando aos demais, O Senhor que se revelou na Palavra, tem Seu amor e Seu ódio direcionados a alvos bem específicos, segundo valores, não, pessoas: “Tu amas à justiça e odeias à impiedade; por isso, Deus, o teu Deus Te ungiu com óleo de alegria, mais do que, a Teus companheiros.” Vaticínio atinente ao Filho de Deus, Jesus Cristo, e Sua absoluta identificação com O Pai, no direcionar dos Seus afetos; isso atrairia uma unção especial; “óleo de alegria.”

Sendo justiça e juízo, bases do Divino Trono, parcialidade e acepção de pessoas, certamente não encontram lugar, nas decisões do Eterno. “Pregai o Evangelho a toda criatura...” Mc 16;15 “Os Meus Olhos procurarão os fiéis da terra para que se assentem comigo; o que anda num caminho reto, esse Me servirá;” Sal 101;6 “vinde a Mim todos que estais cansados e sobrecarregados, Eu vos aliviarei...” Mat 11;28 etc.

“São justas todas as palavras da Minha Boca; não há nelas nenhuma coisa tortuosa nem pervertida; todas elas são retas para aquele que as entende bem, e justas, para os que acham o conhecimento.” Prob 8;8 e 9

Os que entortam às Palavras retas, fazendo parecer que a aceitação de todos equivale à aceitação de tudo, por parte do Eterno, estão traindo os princípios basilares, da justiça e do juízo.

A estátua da justiça dos homens, usa uma venda nos olhos, para significar que ela não tem favoritos e julga igualmente a todos; infelizmente, ela não consegue essa proeza. A Justiça Divina é assim, o que está na Palavra da Vida, não pode ser tratado como nossos “tribunais” tratam à Constituição.

Não ignoramos que Deus É Amor. E é justo, Seu Excelso Amor, que manda anunciarmos retamente à Palavra, para que seus amados não se percam. “Justiça e juízo são a base do Seu Trono.”

domingo, 16 de março de 2025

O resgate do Estado


“Esconde-me do secreto conselho dos maus, do tumulto dos que praticam iniquidade, que afiaram suas línguas como espadas, armaram por suas flechas, palavras amargas.” Sal 64;2 e 3

Desde sempre, o “modus operandi” dos maus. Conselho secreto, escusos conchavos, reuniões por trás das cortinas, sujeiras sob tapetes; sua atuação, para a encenação desejada é tumultuosa, e desordeira; camuflada com motivos nobres. Defesa disso, daquilo.

Afiam línguas como espadas; quem jamais viu, ajuntamentos de biltres assim, ensaiando a pantomima que será encenada? Invés de pesar motivos, considerando a necessidade, a probidade do pleito, apenas adestram os meios; aquilo que desejam, seja justo ou não, aos amestrados é vendido como um direito. “Missão dada, missão cumprida!” Degradante o ser humano virar objeto, por si só; porém, quando se faz objeto a serviço da maldade, aí é abjeto.

A subversão da ordem sempre existiu; mas, aos servos de Deus foi desaconselhada de modo categórico; “Teme ao Senhor, filho meu, e ao rei, e não te ponhas com os que buscam mudanças; porque, de repente se levantará a sua destruição, e a ruína de ambos, quem a sabe?” Prov 24;21 e 22

Em algumas situações, a língua ferina dos maus, descompromissados com a verdade é figurada como sendo um açoite. Jó 5;21, Prov; 18;6 etc. Nesse texto, a figura usada foi outra: “... afiaram suas línguas como espadas, armaram por suas flechas, palavras amargas.”

A língua de Judas mereceu uma “honraria” particular: “As palavras da sua boca eram mais macias que manteiga, mas havia guerra no seu coração; suas palavras eram mais brandas que o azeite, contudo, eram espadas desembainhadas.” Sal 55;21

Nossa nação foi atacada por uma nuvem de gafanhotos assim; o secreto conselho de uma súcia de patifes empoderados de modo fraudulento, desejou “legitimar” à fraude, e enlamear a probidade, fazendo os algozes parecerem vítimas. O Estado de Direito sequestrado, tornou-se um antro onde vige o “direito” do crime organizado, contra os cidadãos. Com quatrocentos anos de cadeia, um político ladrão foi libertado; pessoas que nada fizeram exceto pedir transparência, foram condenadas a 17 anos de prisão.

Invés de pleitearem por justiça, transparência, como faziam os cidadãos decentes, os infiltrados da quadrilha partiram para o vandalismo, destruição do patrimônio público; pois, seu objetivo não era conquistar nada; antes, preparar o terreno, para suas espadas e flechas, que até hoje disparam, vociferando contra inocentes, julgando-os pelos crimes que seus próprios “juízes” cometeram. “Sem Anistia!” Pessoas que nada fizerem seguem presas, enquanto os patrocinadores das muitas patifarias os julgam.

“... O Senhor viu e pareceu mal aos Seus Olhos, que não houvesse justiça.” Is 59;15 O Juiz dos juízes que contemplou tudo, ainda não se pronunciou. É bom que a súcia coloque suas barbas de molho, pois. O mar recua e aumenta muito a praia, quando se prepara um tsunami.

Quando pretende fazer uma faxina cabal, geralmente Deus dá tempo aos maus, para que “mereçam” plenamente o que receberão. Quando ia julgar aos Cananeus, vomitando-os da terra, pelo incesto, zoofilia, homossexualismo, adultério, idolatria... deu-lhes, tempo; depois, deu cabo. “Porque todas estas abominações fizeram os homens desta terra que nela estavam antes de vós; a terra foi contaminada.” Lev 18;27 Estavam; tinham sido “vomitados” da terra.

Enquanto tratava em disciplina com o Seu Povo, O Eterno esperava que a maldade dos ímpios inflasse, para puni-la de vez. “... porque a medida da injustiça dos amorreus, ainda não está cheia.” Gn 15;16 Disse certa vez, acerca do curso de tempo necessário para dar aos Hebreus a “Terra Prometida.”

Quem sabe ler o que O Eterno escreve, não desespera com eventuais demoras; longanimidade não significa omissão. “Estas coisas tens feito e Eu me calei; pensavas que Eu era tal como tu; mas, te arguirei, e as porei por ordem diante dos teus olhos.” Sal 50;21

Aquele que ama à justiça, não terá nenhum liame com atitudes que destoam dessa, como bem disse Abraão: “Longe de ti que faças tal coisa; que mates o justo com o ímpio; longe de ti. Não faria justiça O Juiz de toda a Terra?” Gn 18;25

Ainda fulgem espadas mentirosas, e riscam nossos ares, as flechas do engano e da calúnia. Aquele que confia no Eterno, sabe a origem disso e não teme; além das demais armaduras nos precavemos “... tomando, sobretudo o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do maligno.” Ef 6;16

O sistema que sequestrou O Estado, a mídia prostituta que o defende, estão com dias contados. Embora as dores e privações de direitos tenham um aspecto medicinal e judicial, cumprido O Santo propósito, serão removidas; “... porque o cetro da impiedade não permanecerá sobre a sorte dos justos...” Sal 125;3