quinta-feira, 13 de março de 2025

O Deus dos pobres


“Compadecer-se á do pobre e do aflito, e salvará as almas dos necessitados.” Sal 72;13

Textos assim, muitas vezes são usados como pretextos para a defesa de inclinações ideológicas, como se, O Eterno, que não faz acepção de pessoas, tivesse Seus preferidos. Os defensores da dita “Teologia da Libertação” esposam a famigerada “opção pelos pobres”, como sendo cabal.

Mas, não é isso? Não. O aflito e o necessitado em apreço, não significa que sejam desprovidos de posses materiais, como tentam fazer parecer, os contorcionistas do marxismo “cristão”.

Uma pessoa pode ter muitos bens e ainda ser pobre, no prisma espiritual. Os filhos de Jó eram assim. Enquanto ele trabalhava e intercedia por eles, os abastados se baqueteavam apenas. Na hora da prova, quando careceriam ter comunhão com Deus, não apenas se esconderem à sombra do pai, pereceram todos. Malgrado, suas riquezas, eram miseráveis.

No aspecto, o espiritual, sobretudo, Deus fez opção pelos humildes; O Salvador diz: “Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles e o Reino dos Céus.” Mat 5;3

Se, os ricos podem ser pobres no prisma que conta para a vida, também os pobres, podem ser autossuficientes, arrogantes, presunçosos, de modo a não se curvarem ao Senhorio de Cristo. Nesse caso, não serão salvos, não pela Divina Vontade, mas, pela própria.

O querer do Eterno está expresso de modo categórico e inclui a todos; todas as classes. O Senhor, “... é longânime para conosco, não querendo que alguns se percam, senão, que todos venham a se arrepender.” II Ped 3;9

O Convite do Salvador foi totalmente inclusivo: “Vinde a Mim todos os que estais cansados e sobrecarregados...” Mat 11;28 A todos, a condição proposta foi a mesma: “Tomai sobre vós o Meu jugo e aprendei de mim...” v 29 A recusa em fazer isso acaba revelando uma pobreza que põe a perder.

A comissão para divulgação da Sua Mensagem também é abrangente: “... Ide por todo o mundo, pregai o Evangelho a toda criatura.” Não há nada mais inclusivo que o Evangelho, e Sua chamada salvadora.

Posto o alcance redentor da Obra de Cristo, que abarca a todos, malgrado, as posses, os termos pelos quais poderemos ser salvos, não são tão inclusivos assim. Primeiro, excluem todos os credos, por piedosos que pareçam, diversos de Cristo: Isso joga o ecumenismo, acarinhado pelo Vaticano, no lixo. “Eu Sou O Caminho, A Verdade e a Vida; ninguém vem ao Pai, senão por Mim.” Jo 14;6

A exclusividade de Cristo, ao longo dos séculos foi interpretada como, exclusividade do catolicismo; “Fora da Igreja Católica não há salvação.” Diziam. Agora, num passe de mágica, parece que existe livramento espiritual em qualquer lugar. Cristo foi categórico, numa situação e noutra. Da diversidade denominacional disse: “Não proibais. Porque, quem não é contra nós, é por nós.” Luc 9;50 Porém, pontuou a exclusividade doutrinária: “Quem não é comigo é contra Mim; e quem comigo não ajunta, espalha.” Mat 12;30

O Eterno, não é “Deus como você o concebe”, como defendem alguns míopes. É Deus como Ele se Revela, mediante a Sua Palavra. Por incapaz de se manter estrito e fiel, À Palavra, o catolicismo anexou ao longo dos anos, o “magistério e a tradição” como se essas coisas estivessem em pé de igualdade com A Palavra da Vida. Assim, nada mais natural que não veja diferença entre o comunismo assassino e ateu, e a mensagem de salvação. “Os sábios são envergonhados, espantados e presos; eis que rejeitaram À Palavra do Senhor, que sabedoria, pois, têm?” Jr 8;9

Alguns cometem o disparate de dizer que a Bíblia é um produto da igreja. Não! é o contrário. As igrejas fiéis, são derivadas da Palavra de Deus, que existe desde dias idos, muito antes da igreja ser iniciada. Se há falsificadores, e sectários de toda espécie, infelizmente há, esses ensejam a oportunidade dos fiéis se apartarem, como fez Lutero. “Até importa que haja entre vós heresias, para que, os que são sinceros se manifestem.” I Cor 11;19

O Sen
hor não se responsabiliza por anseios, promessas, expectativas de origem espúria. Antes, adverte: “Porque o erro dos simples os matará, o desvio dos insensatos os destruirá; mas o que Me der ouvidos, habitará em segurança, estará livre do temor do mal.” Prov 1;32 e 33

Por mais viva que seja a esperança de alguém, se deriva de devaneios próprios ou, de outrem alienado do Eterno, é algo doentio. Devemos esperar segundo o que foi prometido, não mais.

A esperança tem a virtude de nos fortalecer em momentos difíceis, mas não a capacidade de alterar os desígnios ou, juízos do Altíssimo. Por isso, reitero, esperemos “dentro da casinha”; “... pomos nosso refúgio em reter a esperança proposta.” Heb 6;18

terça-feira, 11 de março de 2025

O fascínio


“Ó insensatos gálatas! Quem vos fascinou para não obedecerdes à verdade...” Gál 3;1

Tendo deixado uma igreja estabelecida, alicerçada na Sã Doutrina, Paulo seguiu em busca de novos espaços para difusão do Evangelho; em dias posteriores, na ausência do apóstolo, ministros de vertentes judaizantes se infiltraram, e conseguirem perverter à fé que os cristãos gálatas tinham aprendido. Fazendo confusão entre Lei e graça.

Escrevendo-lhes para recolocar os pingos nos is; depois de algumas exortações e correções, o apóstolo manifestou sua perplexidade, e colocou a questão: Quem os havia fascinado, de modo a desobedecer à verdade?

O que é fascínio? Encanto, atração, deslumbramento, admiração, embevecimento, sedução, charme, carisma, glamour, etc. Alguém o algo, com essas qualidades, certamente havia se insinuado ante eles.

O fascínio está mais nos olhos que veem, que nas coisas que o produzem. Basta ver tanta porcaria faz sucesso por aí, para entender que o mesmo pode ser uma febre ordinária, sem nenhum valor veraz.

Pois, se aquele afastava aos gálatas da obediência à verdade, necessariamente, era algo mentiroso, deletério, ruim; assim, mais uma vez, o apreço supra, assoma como necessário: que o fascínio é amoral; tanto pode verter de coisas virtuosas, quanto, de outras, viciosas; tanto de fontes especiais, quanto, vulgares. Assim, o fato de algo soar fascinante, no prisma dos valores, não quer dizer nada.

Em se tratando da mentira, o que ela tem, que parece fascinante ante os incautos? Independente de algo ser veraz ou mentiroso, se soar novo, perante quem o escuta, já estará ensejando a velha curiosidade; abrindo a porta para um fascínio que permeia o gênero humano; o de saber de coisas novas. Mesmo em Atenas, o berço da filosofia era assim, segundo relata Lucas: “Pois todos os atenienses, estrangeiros e residentes, de nenhuma outra coisa se ocupavam, senão, de dizer e ouvir, alguma novidade.” Atos 17;21

Embora “Evangelho” signifique “Boa Nova” em grego, não é algo vulgar como a novidades saltitantes, e efêmeras, que prendem por um instante depois se evaporam fugazes, substituídas por outras do mesmo calibre. É a difusão da boa notícia que Deus propiciou um meio de reconciliação com Ele, para quem a desejar, em Cristo. “Isto é; Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados; e pôs em nós a palavra da reconciliação.” II Cor 5;19

A mensagem é nova para quem a ouve pela primeira vez; depois, porque está firmada em preceitos perenes, se torna um tanto monótona, enquanto nos desfia a andarmos segundo novos valores e objetivos. “... fomos sepultados com Ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela Glória do Pai, assim, andemos também em novidade de vida.” Rom 6;4

Nesse aspecto, não há fascínio no viver O Evangelho; nosso desafio é à perseverança, não às novidades. Cada fato novo que o dia a dia nos apresenta, encontrará alguma coisa “velha” que ensina como lidar com o mesmo, segundo a vontade de Deus. “... por isso, todo escriba instruído acerca do Reino dos Céus, é semelhante a um pai de família, que tira do seu tesouro, coisas novas e velhas.” Mat 13;52

Contudo, não é o aspecto de posar como algo novo que faz a mentira soar fascinante. Antes, o atrevimento de pretender oferecer as mesmas coisas que a verdade, com suas renúncias necessárias, sem o concurso das mesmas.

A ideia de que somos os favoritos de Deus, não importa o que façamos seremos aceitos, que a coisa não é tão séria assim, e podemos gozar do Divino favor, sem renunciar cabalmente nossas más inclinações; essas e outras baboseiras do mesmo gênero, presentes no desgraçadamente bem disseminado, “Evangelho coach”, soam fascinantes, quase irresistíveis, ante os que têm paladar apurado para o comodismo, e desconhecem o sabor da verdade.

Como naquele contexto, os fascinados atuais, também abraçam pelo sabor, às coisas que os colocarão à perder, pois, mesmo usando rótulos de coisas santas, eventualmente, acabam sendo, a rigor, promotoras da desobediência à verdade. Assim, a pergunta de Paulo aos daqueles dias, ainda é atual: “Quem vos fascinou, para que não obedeçais à verdade?”

A seriedade na preservação da verdade deve ser tal, que o apóstolo chegou a cogitar ver a si mesmo, sob maldição, caso abdicasse dela: “Mas ainda que nós mesmos, ou, um anjo do céu, vos anuncie outro Evangelho, além do que já vos tenho anunciado, seja anátema.” Gál 1;8

O fascínio, mesmo verdadeiro, pode estar num pôr-do-sol, numa flor, numa ave, numa canção etc. Porém, os ministros de Cristo, não foram chamados para ser fascinantes, são “... despenseiros dos mistérios de Deus... requer-se dos despenseiros, que cada um se ache fiel.” I Cor 4;1 e 2

domingo, 9 de março de 2025

Tornozeleiras espirituais


“Porventura furtareis, matareis, adulterareis, jurareis falsamente, queimareis incenso a Baal, andareis após outros deuses que não conhecestes, e então vireis, vos poreis diante de Mim nesta casa, que se chama pelo Meu Nome e direis: fomos libertados para fazermos todas essas abominações?” Jr 7;9 e 10

O Eterno é flexível; preserva nossa liberdade de escolha, quanto a servi-lo ou não; mas é cioso, zeloso, quanto à verdade, e aos termos do serviço. Detesta fusão, mistura. O “negue a si mesmo” requerido de cada um, tolhe que esse traga suas predileções; e o restringe ao aprendizado exclusivo da Palavra de Deus, ao qual se propõe a servir. “... transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis a boa, agradável e perfeita, vontade de Deus.” Rom 12;2

Quando alguns fraquejaram na fidelidade ao Santo, Ele “tirou a corda”; “Quanto a vós, ó casa de Israel, assim diz O Senhor Deus: Ide, sirva cada um aos seus ídolos, pois, a Mim não quereis ouvir; mas não profaneis mais Meu Santo Nome, com vossas dádivas e vossos ídolos.” Ez 20;39 Ninguém deve ficar aqui, como que, à força; mas se o fizer, faça nos Meus termos.

Sempre campeou o vício de fundir mera religiosidade, com a impiedade. Não poucos há, infelizmente, que tropeçam nisso. Fazem as mesmas coisas de antes do momento em que se “converteram”, só que agora, as fazem “em Cristo.”

Ora, se tais pessoas cometem ainda os mesmos erros, é porque continuam sendo as mesmas. Malgrado os rótulos que possam ter adotado, ainda não houve mudança no “produto”. “Porque a terra que embebe a chuva que muitas vezes cai sobre ela, e produz erva proveitosa para aqueles por quem é lavrada, recebe a bênção de Deus; mas a que produz espinhos e abrolhos, é reprovada, perto está da maldição, seu fim é ser queimada.” Heb 6;7 e 8 Assim, quem reiteradamente ouve da Palavra de Deus, e não se deixa moldar por ela, é como terra ruim, que regada pela chuva, nada de proveitoso produz.

Que raio de liberdade é essa, que, solta apenas a língua para proferir falsidades, enquanto os membros acostumados aos vícios seguem presos? “Se, pois, O Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres.” Jo 8;36

Se entendessem o quê é, a libertação que Cristo faculta, não associariam a nenhum tipo de prisão, como as do vasto rol apresentado por Jeremias, que vimos no início. Não existe uma tornozeleira eletrônica, espiritual, onde os presos pelo pecado podem ostentar certa liberdade seguindo ainda, retidos.

Quanto à implicação judicial da nossa confissão, está dito: “Todavia, o fundamento de Deus fica firme tendo este selo: O Senhor conhece os que são Seus; qualquer que profere O Nome de Cristo, aparte-se da iniquidade.” II Tim 2;19 Antes Dele podíamos tudo; pois, mortos, não tínhamos nada a perder; “Porque quando éreis servos do pecado, estáveis livres da justiça.” Rom 6;20

No prisma da autenticidade, a conversão mostra extrema ruptura com os dias da impiedade; “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas passaram e tudo se fez novo.” II Cor 5;17

A liberdade é demonstrada por nova forma de ser, de agir, não por um rótulo, ou uma profissão religiosa. Quando O Salvador chamou aos Seus de, sal da terra, e luz do mundo, explicou como essa luz deve fulgir: “Assim, resplandeça vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas boas obras, e glorifiquem ao vosso Pai que está nos Céus.” Mat 5;16

Na exposição do Salmo 40, aquele que foi tirado da lama e firmado sobre uma rocha, estava certo que sua transformação seria algo visível, eloquente; “... muitos verão, temerão e confiarão no Senhor.” Sal 40;3

Por outro lado, os “libertos” de língua, que seguem com as práticas pecaminosas de sempre, foram figurados como sal degenerado, sem valor; não mais que matéria-prima para pautas de humoristas. “Bom é o sal, mas se ele degenerar, com que se há de salgar? Não presta para a terra nem para o monturo; lançam-no fora. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.” Luc 14; 34 e 35

A liberdade em Cristo é condicional sim; os libertos por Ele devem permanecer na obediência, para seguir sendo livres. “Não sabeis que, a quem vos apresentardes por servos para obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis? Ou do pecado para a morte, ou da obediência para a justiça.” Rom 6;16

Invés de fazer ímpias coisas às quais a carne estava acostumada na prisão do pecado, a liberdade em Cristo ilumina quanto ao que não fazer, e capacita a isso. “A todos quantos o receberam, deu-lhes poder de serem feitos filhos de Deus; aos que creem no Seu Nome.” Jo 1;12

Os insensatos


“Os insensatos zombam do pecado...” Prov 14;9

Certa vez, o ator/cineasta Woody Allen disse: “Se Cristo morreu pelos nossos pecados, seria tolice deixar de cometê-los.” Um exemplo bem eloquente de um insensato zombando do pecado.

Os que desfilam nos carnavais, tripudiando do Senhor, dos símbolos cristãos, ou fantasiados de Capetas escarnecendo de tudo de todos, são exemplos corriqueiros da prática, também.

Isaías já denunciara, nos seus dias, aos que não tinham pudor de pecar; “O aspecto do seu rosto testifica contra eles; publicam seus pecados como Sodoma, não os dissimulam; ai deles! Porque fazem mal a eles mesmos.” Is 3;9 Quando, pecados se tornam coisas a ser feitas em público, com pompa e circunstância, é porque a voz da consciência já foi cauterizada plenamente.

O professor William Barklay, explicando o sentido da palavra grega “aselgeia” que foi traduzida por dissolução, ensina que, no original é ainda mais profundo o sentido. As pessoas que pecam, que fazem coisas erradas pretendem que isso fique “no escuro”; têm certo pudor. “Porque todo aquele que faz o mal odeia à luz, não vem para a luz, para que, suas obras não sejam reprovadas.” Jo 3;20 Erram sabendo que estão erradas; que não deveriam agir daquela forma.

Pois, o que incorre na “aselgeia” é um que, pela prática enraizada, e costumeira, já não tem vergonha de não ter vergonha; acha que agir assim é um direito seu. Faz as coisas abjetas à luz do sol e desafia; fiz mesmo e daí? Publica seus pecados, zomba deles.

É certo que O Salvador morreu pelos nossos pecados; não importa quão intensos e deletérios tenham sido; uma vez arrependidos e confessos, perante Ele, receberemos perdão e nova vida. Contudo, o fato de recebermos essa graça, deve ensejar temor em nós, e gratidão pelo que Ele fez em nosso favor; não resta nenhum motivo para zombaria.

Derivar da magnitude do resgate, como alguns pavões fazem, um suposto grandioso valor em nós, mérito, é seguir pecando; agora pelo orgulho. O que levou O Senhor a pagar tão alto preço, tem a ver com a grandeza do Seu amor, não do nosso brilho. “Mas Deus prova Seu Amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores.” Rom 5;8

O Eterno não fez um grande negócio salvando-nos; antes, manifestou um grande amor. “Porque Deus amou o mundo de tal maneira, que deu Seu Filho Unigênito...” Jo 3;16 Poderia criar, num estalar de dedos, coisas infinitamente melhores que nós; mas, por amor, preferiu nos redimir. Isso deveria bastar como fomento à uma gratidão eterna.

Quem acha que, a entrega de Cristo em nosso favor significa uma licença para continuarmos pecando, ainda não entendeu nada. “... todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo, o fomos, na Sua morte... sabendo isto; que nosso homem velho foi com Ele crucificado, para que o corpo do pecado seja desfeito, e não sirvamos mais, ao pecado.” Rom 6;3 e 6

Caso alguém trate um feito tão sagrado, como se fosse vulgar, depois de ter conhecido e recebido o excelso livramento, ainda venha a capitular aos desejos pecaminosos, voltando ao lixo de onde saiu, esse, estará, por refém de seus pecados aos quais se recusa abandonar, requerendo uma segunda morte do Senhor em seu favor; não terá.

A Palavra é categórica: “Porque é impossível que, os que já uma vez foram iluminados, provaram o dom celestial, se fizeram participantes do Espírito Santo, provaram a boa Palavra de Deus, as virtudes do século futuro, e recaíram, sejam outra vez renovados para arrependimento; pois, assim, quanto a eles, de novo crucificam ao Filho de Deus e O expõem ao vitupério.” Heb 6;4 a 6

Existem formas bem sutis de se zombar do pecado; vêm embaladas em brilhantes papéis de piedade, nas entregas a domicílio, da “Teologia liberal”. O “Deus inclusivo” derivado disso, que “desdiz” o que Sua imutável Palavra disse, é só zombaria de Satanás, mediante seus servos, transfigurados de ministros de justiça.

Os pregadores da “hipergraça” deveriam ler algumas letras miúdas, acerca da seriedade das coisas santas. “Quebrantando alguém, a Lei de Moisés, morre sem misericórdia só pela palavra de duas ou três testemunhas; de quanto maior castigo cuidais, será julgado merecedor aquele que pisar O Filho de Deus, tiver por profano O Sangue da Aliança com o qual foi santificado, e fizer agravo ao Espírito da Graça?” Heb 10; 28 e 29

Ao homem não foi facultado decidir o que é pecado, e o que não; os que invertem valores para “estar certos”, podem estar mais certos ainda, que atuam contra O Senhor.

Quem zomba do pecado, escarnece do dom da vida; “Porque o salário do pecado é a morte...” Rom 6;23

sábado, 8 de março de 2025

"Evangelho" vira-latas


“... como enganadores e sendo verdadeiros.” II cor 6;8

Essa leitura, “como enganadores” não se refere ao modo de atuação dos cristãos, como se devessem agir dessa forma; antes, a como o mundo lê, o desempenho dos probos.

Grassa uma contradição entre o apreço e o ser; tal atitude evidencia uma distorção dos fatos em prol duma narrativa, derivada, possivelmente, do desconforto dos que observam o bom andar dos tais, e se incomodam.

Quando alguém peleja contra enganadores, pela aversão ao engano, temos então, uma luta digna, de um que, desenvolve-a em defesa de valores, de coisas pelas quais, vale a pena lutar.

Entretanto, quando outrem nos chama de falsos, de enganadores, por combater a nós mais que à nossa forma de ser, então, lidamos com uma fraude que finge arrostar o mau comportamento, quando, na verdade patrocina-o, atuando de modo mentiroso, enquanto finge desprezar à mentira.

Às coisas sem valor, em geral, o desprezo costuma dar um jeito. Aquelas que incomodam de modo a ser combatidas, evidenciam que sua existência enseja algum mal estar, nos que as combatem.

Assim, tanto podemos rejeitar a uma postura por ser essa, réproba, quanto, porque ela nos incomoda, expondo algum lapso em nós. Nem todo o embate é, necessariamente, virtuoso.

Como saber qual é o bom combate? Ora, basta ver qual é o objeto da disputa. Se são valores, doutrina, ensinos que estão sendo combatidos, isso em geral evidencia traços de uma peleja legítima; se o combate é às pessoas, desconsiderando os fatos e atacando-as, bem pode ser a inveja a patrocinadora da peleja.

Aprendi uma frase, cujo autor eu não decorei para lhe fazer justiça: “Queres conhecer a motivação espiritual de alguém? Observe contra o quê, ele está lutando.” A ouvi citada pelo Padre Paulo Ricardo, que ostensivamente combate aos defensores da Palavra de Deus.

Desde que se descobriu o vitimismo como um biombo atrás do qual maus comportamentos podem se esconder, muitos fugazes têm usado do mesmo. Deixam verdadeiras crateras, onde não deveriam deixar furos; uma vez chamados à responsabilidade pelos seus atos, presto se dizem perseguidos, porque estão fazendo mais que outros, porque servem a Deus, etc.

Na verdade, os probos nem precisam muito se defender, pelas atitudes que tomam. As mesmas atitudes, “advogam” em suas defesas; sabedores que a verdade vale mais que a narrativas da inveja, não atrasam suas caravanas porque alguns cães estão latindo; entendem a normalidade disso num mundo dual, e seguem, “... como enganadores e sendo verdadeiros.”

Porém, os que presto arregaçam suas mangas e partem para impropérios contra os que desconfiam da legitimidade das suas ações, seu voluntarismo precipitado já é uma confissão de que as suas ações não podem se defender sozinhas.

A verdade só pode ser “desqualificada” pela calúnia. “Porque nada podemos contra a verdade, senão, pela verdade.” II Cor 13;8

Não carecemos defender um leão, por exemplo; basta dar a ele liberdade e o mesmo se defenderá sozinho. Assim, as coisas pertinentes à Sã Doutrina e à postura conveniente aos cristãos. Basta ver o que A Palavra de Deus diz, dando-lhe plena liberdade e a mesma se defenderá, sem carecer do nosso zelo, apenas a apresentando, sem distorção nenhuma.

Então, se a pretexto de “pregar o Evangelho”, alguns se perderam no carnaval, e depois seguem justificando aqui e ali seus feitos, o fazem porque sabem que os mesmos não se firmam sozinhos.

Partir para a pedrada como faz o Pastor Silas Malafaia, chamando de “hipócritas” e mandando calar à boca aos que discordam da sua “Bateria Góspel”, é já uma confissão que seu “leão” não consegue se defender, carece a cerca dos sofismas, e a intimidação atrevida, quando, se fosse algo sadio, nem teria virado assunto.

Ora, usar meios profanos, e pretender por eles, “Fazer à Obra de Deus”, ir precisamente na contramão do preceito que encabeça esse breve tratado. É atuar “como verdadeiros, mas sendo enganadores.”

Dizer que Paulo usou um “altar pagão” para pregar O Evangelho em Atenas é uma grande falácia. Usou a “confissão” dos Atenienses que havia um “Deus desconhecido” para eles, como “cabeça-de-ponte” para lhes apresentar o Deus Vivo. Não se prostrou ante o Panteon, apenas, expôs a inutilidade daquilo e desafiou aos atenienses ao arrependimento. Não careceu “sambar”, apenas, expôs a verdade.

Lendo textos como II Cor 6;14 a 18, facilmente entendemos a separação necessária aos servos de Deus. Quem cita à Palavra de Deus seletivamente, para “justificar” seus atos, age como um sectário, que sacrifica ao todo, pela porção da sua predileção.

Enfim, quem carece demais, defender seu “leão”, é porque sabe que não se trata de leão nenhum. Colocou uma máscara semelhante num vira-latas, que não consegue se sustentar sozinho.

sexta-feira, 7 de março de 2025

Lealdade



"Leais são as feridas feitas pelo amigo, mas os beijos do inimigo são enganosos." Prov 27;6

Se, alguém fosse convidado a escolher entre feridas e beijos, a escolha parece óbvia. Ninguém, gozando saúde psicológica escolheria às coisas que lhe fossem danosas. Contudo, remédios amargos podem ser portadores de saúde, enquanto, “doçuras” inoportunas, ser meras camuflagens de feridas ainda maiores.

Se, um amigo me vir por um descaminho qualquer, cujo final será danoso e me avisar, ainda que, atuando contra minha inclinação natural que tende pelo aludido caminho, poderá ser um “chato” um desmancha-prazeres, eventualmente; mas mostrará que sua amizade é vera; correrá risco de perdê-la, caso eu me mostre refratário à correção, mas não desejará ver eu me perder, sem antes me alertar, pela sua lealdade.

Essa história individualista e doentia, de que cada um é um planetinha errante, um micro universo que se basta, sem necessidade de ninguém, pode parecer libertária, mas é o suprassumo, do desprezo, da indiferença culpada disfarçada de respeito aos direitos.


Os caminhos costumam ser cheios de enganos. “Há um caminho que a o homem parece direito, mas, no fim, são os caminhos da morte.” Prov 14;12 Inicialmente é um caminho, o direito de escolha de cada um; no final, se dilui em vários caminhos, porém todos com o mesmo destino: “Os caminhos da morte.” A inclinação natural do homem, refém da carne sempre o arrasta nessa direção. “Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois, não é sujeita à Sua Lei, nem pode ser.” Rom 8;7

Tentar reconduzir a alguém, de volta ao bom caminho, segundo Deus, costuma ferir suscetibilidades, despertar melindres dos que não querem ser incomodados, mesmo que suas liberdades de escolhas os estejam levando à perdição.

Poderia um amigo que vir isso, se fazer alheio, silente, omisso, como se, nada estivesse vendo? Se assim fizesse agiria de modo desleal. “Leais são as feridas feitas pelo amigo...”

Quem foi abençoado com certa porção de luz espiritual, recebeu junto com ela o dever de usá-la com propósito, para que a posse da mesma faça sentido. “Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte; nem se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire; mas, no velador para dar luz a todos os que estão na casa; assim, resplandeça vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas boas obras e glorifiquem ao vosso Pai que está nos Céus.” Mat 5;14 a 16

Apesar dos doentios anseios do individualismo, a vida sobre a terra não é o império do direito, onde compete a cada um fazer o que bem lhe aprouver. Quem isso disse foi o Capeta por ocasião da queda. Os fatos subsequentes, mostraram que era mentira.

Nossa estada por aqui, é um limite de tempo e espaço, para que voltemos à comunhão com O Eterno; o tempo que for gasto alheio ou fora disso, acaba sendo um desperdício. “De um só sangue (Deus) fez toda a geração dos homens, para habitar sobre toda a face da terra, determinando os tempos já dantes ordenados, e os limites da sua habitação; para que buscassem ao Senhor, se, porventura, tateando O pudessem achar, ainda que não está longe de cada um de nós.” Atos 17;26 e 27

Em suma, usemos nosso tempo e nossos limites espaciais, para este fim; para reencontrar o rumo de casa, o retorno à paz com Deus. Ele fez Sua parte; “Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados, e pôs em nós a mensagem de reconciliação.” II Cor 5;19

Notem os que se incomodam com nossa “intromissão” em suas vidas, quando anunciamos O Evangelho, que assim fazendo, deixamos fluir algo que O próprio Senhor pôs em nós; a “Palavra da reconciliação.” Se nossa lealdade a Ele nos faz importunos, às vezes, é O Amor Divino que nos constrange, pois, não seria digno, aqueles que receberam à salvação, desejaram-na apenas para si, deixando que os demais se percam. Não combina com O Amor de Deus que foi colocado em nós.

Nas filosofias de botecos o mundo diz que prefere tristes verdades, às alegres mentiras. Mas, quando a triste verdade de que estão perdidos sem Cristo, O Salvador, é apresentada a esses “filósofos”, não poucos se ofendem, pois, preferem os “beijos” adoecidos dos que dizem que todos estão certos, e no fim, todos os caminhos levam a Deus.

O excesso de amor próprio, onde o sujeito prefere ser falso a soar incômodo, é que patrocina falsificações, onde deveria ser o assento exclusivo da verdade. O vero amor fere, pois, costuma a preocupar-se mais com seus alvos, que com sua reputação.

terça-feira, 4 de março de 2025

Pra onde vamos?


“Ainda que vivesse duas vezes mil anos, e não gozasse o bem, não vão todos para o mesmo lugar?” Ecl 6;6 Seria fútil a vida, mesmo vivendo dois milênios, se alguém não gozasse do bem, fartando-se dele. Afinal, “Não vão todos para o mesmo lugar?”

A interpretação do Eclesiastes requer alguns cuidados, pelas características peculiares desse livro. O próprio autor deixa claro que é produto das suas reflexões, não, de alguma revelação de origem Divina. “Apliquei meu coração a esquadrinhar, informar-me com sabedoria de tudo o que acontece, debaixo do céu...” Cap 1;13 Assim, a fonte são as humanas reflexões do pensador, e o âmbito, a vida sobre a terra.

A ideia de que vão todos para o mesmo lugar é recorrente nos botecos da vida. “O inferno é aqui mesmo; aqui se faz, aqui se paga; morreu acabou” quem jamais ouviu coisas assim?
Que a semeadura terá ceifa correspondente, isso é bíblico. Mas, a coisa não deve ser levada de modo tão estrito que ignoremos as letras miúdas do contrato.

O Texto diz: “O que semeia na carne, da carne ceifará a corrupção; o que semeia no espírito, do Espírito ceifará a vida eterna” Gál 6;8 O arrependimento para perdão, é uma “semeadura” no espírito; alguém que fez coisas más, quando convencido disso reconhece, se arrepende e clama por perdão, não colherá, necessariamente, a punição pelo mal que fez. A semeadura pretérita, na carne, foi anulada por uma nova, agora, no espírito. “Se o ímpio se converter de todos os pecados que cometeu, guardar todos os Meus estatutos, proceder com retidão e justiça, certamente viverá; não morrerá.” Ez 18;21

Você não acha justo? O Senhor pergunta: “Não Me é lícito fazer o que quiser do que é Meu? Ou, é mau o teu olho porque Eu Sou bom?” Mat 20;15

Tanto alguém pode colher o que não plantou pela Divina graça, quanto, ter feito coisas dignas de recompensas, e perder esses “créditos” se, apostatar da fé e voltar as costas para o Senhor. “De todas as justiças que tiver feito, não se fará memória, na sua transgressão, com que transgrediu, no seu pecado, com que pecou, morrerá.” Ez 18;24 Pois, “O justo viverá pela fé; se ele recuar, Minha Alma não tem prazer nele.” Heb 10;38 Daí, a importância ímpar da perseverança.

Quando Deus fala que um morrerá, outro não, isso por si só elimina a ideia simplista de que vão todos para o mesmo lugar. É inevitável a morte física, e nesse escopo, apenas, “vão todos para o mesmo lugar”, a sepultura. Até o “filósofo” Chicó, sabia disso: “Cumpriu sua sentença. Encontrou-se com o único mal irremediável, aquilo que é a marca do nosso estranho destino sobre a terra, aquele fato sem explicação que iguala tudo o que é vivo num só rebanho de condenados, porque tudo o que é vivo, morre.” Ariano Suassuna. O que acontecerá depois, depende das escolhas de cada um.

Mesmo aos animais participam da mesma sina, quanto à vida física; “Todos vão para um lugar; todos foram feitos do pó; todos voltarão ao pó” Ecl 3;20 Porém, surge uma pergunta: “Quem sabe que o fôlego do homem vai para cima, e dos animais, para debaixo da terra?” v 21

Invés de fazer das suas reflexões uma terra arrasada, onde tanto faz ser justo ou ímpio, o pensador é criterioso: Aos jovens, diz: “... anda pelos caminhos do teu coração, pela vista dos teus olhos, sabe, porém, que por todas essas coisas, te trará, Deus a juízo.”

Se, as reflexões dele não pretendem ir além das coisas debaixo do céu, o pensador sabe que há mais do que isso; encerra seu apanhado com um conselho bem sóbrio: “De tudo o que se tem ouvido, o fim é: Teme a Deus e guarda Seus mandamentos; porque isto é o dever de todo o homem; porque Deus há de trazer a juízo a toda obra, até, tudo o que está encoberto; quer seja bom, quer seja mau.” Ecl 12;14

A simples ideia de um juízo vindouro, não que seja coisa simples, já elimina a possível conclusão precipitada de que todos vão, necessariamente, para o mesmo lugar.

Dizem os que se ocuparam em contar, que há mais menções sobre o inferno, que sobre o Céu, nos Evangelhos; isso, por si só evidencia a cuidado necessário, e o zelo do Salvador, para que o evitemos.

Acreditar alguém no que deseja, não é crer, é fugir. Ainda que, a apresentação da doutrina pertinente à vida possa ser múltipla, a fonte é ímpar; “As palavras dos sábios são como aguilhões; como pregos bem fixados, pelos mestres das assembleias, que nos foram dadas pelo Único Pastor.” Ecl 12;11