domingo, 2 de fevereiro de 2025

A falácia do padre


“Sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação; porque a profecia nunca foi produzida pela vontade de homem algum, mas homens santos de Deus, falaram inspirados pelo Espírito Santo.” II Ped 1;20 e 21

Circula um vídeo, onde o padre Paulo Ricardo, depois de ler esse texto, sorri matreiro, como um menino que encontrou um bombom embaixo da mesa, e fala: “Esses versos acabam com os protestantes”.

Segundo ele, a diversidade de denominações deriva da livre interpretação de cada um, das Escrituras, enquanto, a coesão do catolicismo, a “Única Igreja verdadeira”, derivaria de uma interpretação do magistério, não de uma pessoa em particular.

Lamento informar ao menino, que o “bombom” que ele encontrou está podre.

A Palavra ensina que o “deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos...” II Cor 4;4 mas, um líder espiritual, um hermeneuta do calibre dele, não tem direito a uma “exegese” tão rasa, um erro tão crasso de interpretação.

Basta ler o escrito, sem carecer nenhum domínio de hebraico, grego, nem ser profundo conhecedor dos métodos de interpretação. O texto é autoexplicativo.

O veto à interpretação particular, remete à necessidade de auxílio do Espírito Santo, que produziu os textos proféticos, não a um suposto colegiado, ou magistério, como se, a hígida interpretação fosse democrática, invés de espiritual.

Sabem os que conhecem a história que o catolicismo emergiu no início do quarto século; antes, nos dias da “Patrística” não havia a pretensão centralizadora em Roma, nem a ideia de um bispo supremo, o “Papa”.

O mesmo Pedro, que ensina a necessidade da assessoria do Espírito Santo, para entender o real significado das coisas espirituais, quando teve uma visão tríplice, na cidade de Jope, acerca de matar e comer animais “imundos”, por se recusar, foi corrigido pelo Espírito Santo que lhe disse: “... não faças tu comum, ao que Deus purificou.” Atos 10;15 Depois foi acrescido ao seu entendimento, que deveria pregar também aos gentios, não, mudar sua dieta.

Não foi um “magistério” ou “colegiado” que corrigiu ao erro de interpretação dele; antes O Espírito Santo. De igual modo em Cesareia, quando instruiu Cornélio que mandasse chamá-lo, o fez diretamente ao Centurião romano, sem necessitar de instituição nenhuma.

Mas, sendo assim, não existe o risco de cada um dizer o que quiser, e invocar um chamado do Espírito Santo, como fiador? As seitas fazem assim; em geral, um “profeta” ou “anjo” seriam os instrumentos da “nova revelação”.

Ora, o contexto em que Pedro escreveu, remete à interpretação das Escrituras, não, eventual surgimento de novas “revelações.” “Nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação.”
Isso reduz o preceito à hígida interpretação Bíblica, e não dá margem a “criações” de novas “revelações.”

Assim a interpretação de um texto, no âmbito doutrinário deve estar alinhada com passagens paralelas das Escrituras; sendo O Espírito Santo que inspirou ao conjunto todo, não pode Ele se contradizer. A isso atenta, o veto contra as idiossincrasias.

A Palavra diz: “Há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem.” I Tim 2;5 O catolicismo contradiz, fazendo de Maria, “Medianeira de todas as graças.” Diz mais o texto do Espírito Santo; “Aos homens está ordenado morrerem uma vez, depois disso o juízo.” Heb 9;27 O catolicismo ensina a possibilidade da suposta “remissão” via “purgatório”, orações pelos mortos.

O Espírito Santo ensina: “Não há um justo, nem um, sequer.” Rom 3;10 O catolicismo declara o “Papa” infalível.

Jesus disse: “... ninguém vem ao Pai, senão por mim.” Jo 14;6 O “Infalível” Francisco disse outro dia, na Indonésia, que todas as religiões estão certas, são linguagens diferentes, mas buscam ao mesmo Deus.

Acusam aos ditos protestantes de serem apenas Bíblia; quisera fosse. Há muitos sem noção infiltrados. O Catolicismo seria a única Igreja verdadeira, porque, além da Bíblia teria a tradição e o magistério a validar seus ensinos.

Essa postura é particular; apenas o catolicismo possui. Outras seitas como Mórmons, Testemunhas de Jeová, e Adventistas, têm seus “profetas” suplementares. Mas, protestantes sérios recusam acréscimos à Palavra. Aliás, ela mesma o faz: “Toda a Palavra de Deus é pura, escudo é para os que confiam Nele; nada acrescentes às Suas Palavras, para que não te repreendas e sejas achado mentiroso.” Pro 30;5 e 6

Foi do mesmo Padre, Paulo Ricardo, combatendo o comunismo na Igreja, que ouvi a citação de uma frase, cujo autor eu não decorei, mas dizia: “Queres conhecer a motivação espiritual de alguém? Observe contra o quê, ele está lutando.” Pois, o catolicismo luta contra os que não aceitam nenhum acréscimo à Palavra de Deus. Como disse O Salvador; “Pelas tuas palavras serás justificado, e pelas tuas Palavras, serás condenado.” Mat 12;37

Contra a verdade



“Vós tendes por pai ao Diabo, e quereis satisfazer aos desejos do vosso pai; ele foi homicida desde o princípio, não se firmou na verdade, porque não há verdade nele...” Jo 8;44

Dura reprimenda de Jesus, contra os hipócritas religiosos.

“Vós tendes por pai ao Diabo...” Nada mais incisivo, contra o orgulho religioso dos que pretendiam servir Deus, que a acusação de pertencerem à oposição. Orgulho e presunção já são indícios que a filiação Divina não existe. As passeatas do orgulho, se outro pecado não tivessem, teriam esse; Deus o detesta. “essas coisas O senhor odeia... Olhos altivos...” Prov 6;16 “Bem aventurados os pobres de espírito, porque deles é o Reino dos Céus.” Mat 5;3

“Os melhores homens que conheci, - disse Spurgeon - viviam descontentes consigo mesmos, sentindo-se indignos, sempre vigilantes, ardentes no desejo de serem ainda melhores.”

Paulo definiu-se como o principal dos pecadores. Traço eloquente de que alguém viu a Luz Divina. Invés de se sentir a último santo, sabe que é um pecador; e depende todo tempo da Divina graça, para evitar desgraça.

“... quereis satisfazer aos desejos do vosso pai...” Ah se o pecador soubesse que seus “prazeres” não são seus! mas reflexos do maligno, ao qual servem de bom grado; talvez pudessem repensar; o mal que fazem contra outros, no fim das contas incidirá contra eles mesmos. “... estes armam ciladas contra seu próprio sangue, espreitam suas próprias vidas.” Prov 1;18

Quando vemos homens se exercitando em anseios mui além do horizonte humano, facilmente identificamos fantoches de Satã, enganados, achando que as grandezas de poder que buscam lhes convêm; para que serviria o governo global a um homem? A Satanás em sua guerra contra Deus é sonho de consumo. Ímpias marionetes se esforçam em realizarem o desejo do “pai” deles.

“... ele foi homicida desde o princípio...” um ensino que muitos pregadores da graça barata, deveriam aprender. O Diabo não matou a Adão e Eva, estritamente; antes, induziu-os, ao caminho pelo qual seriam mortos, o pecado.
Esses “pregadores amorosos, inclusivos” nome que dão, à permissividade sentimentalóide, que nada corrige, nada disciplina, tudo aceita, tudo tolera; andam nos passos do seu pai. Ele não matou com suas mãos, apenas induziu com sua fala manhosa, aos incautos que lhe ouviram, pelo caminho que terminaria em morte. Isso bastou para que recebesse os créditos, pelo resultado dos seus conselhos; “Ele foi homicida desde o princípio.”

Embora aos olhos dos cegos eles posem de amorosos, enquanto os que pregam a necessária disciplina não passam de “religiosos do sistema”, o fim de cada caminho evidenciará a quem, cada um serve. “Há um caminho que ao homem parece direito, mas no fim, são os caminhos da morte.” Prov 14;12

“... não se firmou na verdade...”
Deus não criou o Diabo. Criou um querubim ungido, perfeito em formosura e colocou num lugar de honra. Porém, isso não bastou ao tal; “Tu eras o querubim ungido para cobrir te estabeleci; no Monte Santo de Deus estavas, no meio de pedras afogueadas estavas; perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado, até que se achou iniquidade em ti... elevou-se o teu coração por causa da tua formosura, corrompeste a tua sabedoria por causa do teu resplendor, por terra te lancei...” Ez 28;14, 15 e 17

Mais do que, na verdade, vivia na perfeição, no “Monte Santo de Deus”; e uma coisa que é preciso ter viva em nossas almas, e que, há uma diferença abissal entre O Criador e as criaturas. E o texto expõe que, o magno querubim foi criado; portanto, elevar-se contra o Criador como ousou, mais que, não se firmar na verdade, foi uma insanidade suicida; “Tu dizias no teu coração: Eu subirei aos Céus, acima das estrelas exaltarei o meu trono; no monte da congregação me assentarei, aos lados do norte; subirei sobre as alturas das nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo; contudo, serás levado ao inferno, ao mais profundo do abismo.” Is 14;13 a 15

“... porque não há verdade nele.”
Tendemos a nos identificar, com coisas exteriores, à medida que, alguma partícula dessas residem em nós. Quem possui um mínimo apreço que seja, pela verdade, por certo reagirá favoravelmente quando a mesma o convidar. O fato de não ter restado nenhuma verdade no “Pai da mentira” impede que ele tenha o menor apreço pela luz.

Enfim, os religiosos enfrentaram a Jesus, quando deveriam tê-lo ouvido e enfrentado a si mesmos. Para onde identifica adversários, o homem direciona suas armas. Quem luta contra a verdade, deve saber duas coisas: Sua luta é inglória; “Porque nada podemos contra a verdade, senão, pela verdade;” II Cor 13;8 e seu pai, não é Deus.
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sábado, 1 de fevereiro de 2025

A reconciliação


“... não andeis mais como andam também os outros gentios, na vaidade da sua mente, entenebrecidos no entendimento, separados da vida de Deus, pela ignorância que há neles, pela dureza do seu coração.” Ef 4;17 e 18

“não andeis mais...”
sugere uma mudança, implicando que andamos de determinada maneira que, em Cristo não nos convém. Cristo não é uma mudança de status, é nova vida. “De sorte que fomos sepultados com Ele pelo batismo na morte, para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos também em novidade de vida.” Rom 6;4

“... como também os outros gentios...”
Os não judeus eram chamados gentios. A carta foi endereçada à igreja em Éfeso, que, basicamente era de gentios. Se, não careciam adotar para si ritos do judaísmo, como foi ensinado ao gálatas, também não deviam mais imitar aos demais gentios. “Se alguém está em Cristo, nova criatura é...” II Cor 5;17

“... na vaidade da sua mente...”
os pensamentos humanos, por profundos, filosóficos que se apresentem, não são nada, na esfera espiritual. A sabedoria do alto é de outra estirpe; “Falamos a sabedoria de Deus oculta em mistério, a qual, Deus ordenou antes dos séculos para nossa glória. A qual nenhum dos príncipes deste mundo conheceu, porque se conhecessem, nunca crucificariam ao Senhor da Glória.” I Cor 2;7 e 8

“... entenebrecidos no entendimento...”
ora um entendimento coberto de trevas não entende nada. Mesmo a um mestre como Nicodemos, o novo nascimento soou incompreensível. Falando aos filósofos de Atenas Paulo ilustrou como se falasse com cegos; disse: “Para que buscassem ao Senhor se porventura, tateando o pudessem achar...” Atos 17;27 Nosso intelecto estabelece seus padrões “lógicos”, limites dentro dos quais Deus “deve” falar; O Eterno não se submete aos humanos parâmetros, antes, estabelece os Seus; “Visto como, na Sabedoria de Deus o mundo não O conheceu pela Sua Sabedoria, aprove a Ele, salvar aos crentes pela loucura da pregação.” I Cor 1;21 “Porque a loucura de Deus é mais sábia que os homens...” I Cor 1;25

“... separados da Vida de Deus...”
a morte espiritual. O vulgo usa chamar de vida, à existência; A Palavra de Deus Chama, à comunhão com Deus pós regeneração facultada pelo novo nascimento. Pode ferir brios de alguns, dizer que mesmo vivendo estão mortos. Mas essa é a situação de todos, sem Cristo. “Na verdade, na verdade vos digo que, quem ouve a Minha Palavra e crê Naquele que Me enviou, tema vida eterna, não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida.” Jo 5;24

A morte espiritual veio da ruptura do homem com O Criador; o novo nascimento, da reconciliação; “Isto é; Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados, e pôs em nós a palavra da reconciliação.” II Cor 5;19

“... pela ignorância que há neles...”
Já vimos que o homem sem Deus está entenebrecido no entendimento. Agora deparamos com a ignorância; mas, não é a mesma coisa? Não. A privação do entendimento até permite que tenhamos contato com algo que Deus nos deu; sem entendermos o real significado. O traíra investe pesado nisso; obliterar entendimentos; “... o deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos, para que não lhes resplandeça aluz do Evangelho da Glória de Cristo, que é a Imagem de Deus.” II Cor 4;4

Assim, os cegados pelo canhoto, têm acesso, mas não entendem; a ignorância, como a palavra sugere, obra para tolher que as necessárias informações circulem. O Ignorante, sequer sabe da existência, de verdades que, se as soubesse poderiam mudar seu modo de vida.

De novo, foi aos mesmos filósofos de Atenas, que Paulo arrolou como ignorantes; “Mas Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância, anuncia agora a todos os homens, em todo lugar, que se arrependam.” Atos 17;30

“.. pela dureza do seu coração.”
Nesse caso, se alguém endurece o próprio coração quando a verdade lhe é anunciada, temos uma espécie de ignorância voluntária; um não querer saber, mais que, não poder. Figurando os endurecidos corações humanos, na Parábola do Semeador, O Senhor ilustrou como um caminho sólido de tanto ser pisado; onde a semente, (palavra) cai, e é imediatamente comida pelas aves dos céus; (demônios). De novo, aquele que cega, trabalhando no que sabe fazer melhor.

Embora essas nuances todas façam parte de nosso passado, “Não andeis mais assim”, aconselha Paulo. Adiante diz como convém andar: “Que quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe pelas concupiscências do engano; vos renoveis no espírito da vossa mente, vos revistais do novo homem que, segundo Deus, é criado em verdadeira justiça e santidade.” Ef 4;22 a 24

sexta-feira, 31 de janeiro de 2025

O dinheiro; os valores


“... acautelai-vos e guardai-vos da avareza; porque a vida de qualquer um, não consiste na abundância do que possui.” Luc 12;15

Sempre há o risco que venhamos a impor ao escrito nossa percepção, fazendo o texto dizer que não diz. Não poucas vezes deparei com a provocação: “Aquele que acha que dinheiro não traz felicidade deposite-o na minha conta.”

Ora, o dito, deixa patente o limite do dinheiro, diante das coisas que lhe escapam, que não se pode comprar. No verso em apreço também, poderia algum engraçadinho fazer uma leitura ambígua, como se, o fato do dinheiro ter seu limite, nada poder quando o assunto é a vida, fizesse dele, uma coisa, necessariamente, má. Não é essa a ideia.

“Porque a sabedoria serve de defesa, como de defesa serve o dinheiro; mas a excelência do conhecimento é que a sabedoria dá vida ao seu possuidor.” Ecl 7;12

Embora, os discursos vazios sobre a prioridade do ser ao ter, a maioria dos humanos, infelizmente, faz coisas pelo dinheiro, como se ele comprasse vida, realmente.

Que o dinheiro propicia conforto, aquisição de bens, é pacífico; mas, essas coisas não logram suprir às carências da alma. Quantos ricaços que se suicidam, padecem depressão, e coisas similares, das quais estariam imunes, se, o dinheiro suplementasse aos apelos da alma.

Malgrado, O Eterno permita grandes diferenças nesse quesito, o das posses, fez a salvação igualmente acessível a todos; com ou sem dinheiro. Nem os endinheirados, nem os mais cultos se avantajam, quando o assunto é salvação; “Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir às sábias; escolheu às coisas fracas deste mundo para confundir as fortes; escolheu as coisas vis, as desprezíveis, as que não são, para aniquilar às que são; para que nenhuma carne se glorie, perante Ele.” I Cor 1;27 a 29

Quanto menor nossa estatura, nas coisas que o mundo aprecia, maiores as chances de alguém se render a Jesus Cristo. Os que acreditam gozar de alta reputação, e a perderiam se abraçassem a algo humilde como a conversão, evitam-na; nos dias do Salvador já foi assim.

Os que estavam em lugares altos, tinham mais dificuldade de se dobrar; enquanto, os da ralé, se sentiam promovidos, ao serem salvos. “... Em verdade em verdade vos digo que, os publicanos e as meretrizes entram adiante de vós, no Reino de Deus; porque João veio a vós no caminho da justiça, e não crestes; mas os publicanos e as meretrizes creram; vós, porém vendo isto, nem depois, vos arrependestes para crer.” Mat 21;31 e 32

Então, quando ficamos sabendo que muitas Igrejas possuem suas “Áreas VIP”, onde recebem com especial deferência aos ricos e famosos, percebemos entristecidos, que justo nos ambientes em que os valores deveriam desfilar na devida ordem, eles também estão invertidos, como no mundo. 

Ora, o endinheirado e famoso tem uma alma como outro qualquer, e também precisa cultuar a Deus, buscar arrependimento para salvação. Se o mundo os coloca em altos pedestais, diante de Deus, estamos todos em nível; ao rés do chão, espiritualmente mortos.

Aliás, a mensagem que João Batista pregaria, não deveria fazer distinção entre “montes” e “vales”, estratificar em classes sociais; antes, nivelar a todos; Isaías anteviu: “Todo o vale será exaltado, e todo monte e todo o outeiro será abatido; o que é torcido se endireitará, e o que é áspero, se aplainará.” Is 40;4

Na reta final, o amor ao dinheiro vai matar a muitos que se presumem cristãos. O último grande teste de fidelidade será nesse âmbito. Quando o Anticristo instaurar seu império global, o dinheiro será apenas digital; e só terá acesso a ele, quem se deixar marcar como gado, significando que passou a pertencer a ele.

Deus inquiriu a Jeremias, quando ele ameaçava fraquejar; “Se te fatigas correndo com homens que vão a pé, como poderás competir com os cavalos? Se tão somente numa terra de paz estás confiado, como farás na enchente do Jordão.” Jr 12;5

Se, em tempos de um viver “normal” alguém não se curar do amor ao dinheiro, como o fará, quando acreditar que sua vida depende disso? Caso, a escolha pelos melhores valores não paute nosso viver, em todo o tempo, tampouco pautará, num momento de crise, pontual.

O mundo continua segmentado em classes sociais, e eleva a pináculos altos, aos famosos. Perante O Eterno, são os que descem, os que se humilham que serão exaltados.

O incêndio na Califórnia mostrou quão efêmeras são as posses. Trilhões de dólares viraram cinzas num instante. Os que ouvirem a Deus, por certo terão melhores “patrimônios”. “Ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, onde ladrões não minam nem roubam.” Mat 6;20

quinta-feira, 30 de janeiro de 2025

Apostasia artificial


“Porém o rei disse a Araúna: Não, mas por preço justo te comprarei; porque não oferecerei ao Senhor meu Deus, holocaustos que não me custem nada. Assim, Davi comprou a eira e os bois, por 50 siclos de prata.” II Sam 24;24

Severa peste fora enviada entre os hebreus, como juízo contra um censo indevido ordenado pelo Rei. Gade, o vidente, dissera-lhe que comprasse aquele lugar e fizesse um altar ali em sinal de arrependimento, para que a praga cessasse. Araúna apavorado, ao ver o rei vir a si, desejou dar-lhe, o local e os bois necessários; ao que, o rei recusou, como vimos acima.

O cerne foi, que ele se recusava a oferecer ao Senhor, algo que nada lhe custasse.

Há pouco deparei com uma propaganda da IA que prometia realizar meu sonho de escrever um livro, em uma hora. Eu daria a ideia e receberia a coisa pronta com 100% dos direitos autorais. Foi essa “proposta indecente” que remeteu meu espírito à saga de Davi.

Não que seja um sonho, escrever, atualmente; já o foi, noutros tempos. Mas, supondo que ainda fosse, eu blasfemaria contra O Eterno, trairia a mim mesmo, tendo sonhado com flores vivas faria um arranjo de flores de plástico?

Se o Jesus que agonizou e morreu por mim, fosse uma espécie de holograma, mero arranjo “piedoso” da “sétima arte”, até seria plausível alguém “corresponder” ao Divino amor, de modo fraudulento. Porque, meu suposto livro teria teor espiritual, claro!

Somos todo tempo espionados pelas máquinas, que, em grande parte conhecem nossas vidas, gostos, preferências. Já existem “pregadores” fomentados pela Inteligência Artificial; o que custa a esse sistema, criar um “Jesus” que conheça minhas dores e anseios, esteja disposto a me “aconselhar” após um culto.

Quando omissos quanto à santificação e necessário andar em espírito, recorrermos à IA para que faça por nós o que não queremos, não estaremos facilitando as coisas; antes, fugindo do que devemos, desobedecendo.

Com tudo o que lemos, ouvimos, podemos aprender; agora replicarmos estritamente, o que ouvimos, como se fosse de nossa autoria, até a lei dos homens recusa; prevê punições ao chamado plágio. Podemos aprender de todos, reitero; mas, façamos fogo com nossa lenha.

Me desculpem os que vendem seus esboços de “sermões poderosos”, mas não os quereria de graça. Uma mensagem não é mero arranjo de palavras bem ordenadas; antes, tem um espírito, que a fomenta, desenvolve e apresenta. O homem espiritual não consegue pregar estritamente, a mesma mensagem duas vezes. Pode ler o mesmo texto, dirigi-lo às mesmas conclusões, mas, fatalmente o desenvolvimento será distinto do que já foi.

Essa dependência do Bendito Espírito Santo, é que nos mantém vivos, e faz vivas as mensagens que entregamos.

Plutarco disse: “A mente não é um vaso para ser cheio; antes, um fogo a ser aceso.” Nosso espírito, mais ainda.

Aprendamos com Davi, a não oferecer ao Senhor, algo que não nos custe nada. Paguemos o preço devido em oração, estudo, santificação.
Eventualmente, uma mensagem de origem artificial, poderá parecer de melhor encaixe, soar eufônica, logica; mas sempre será uma flor de plástico.

Deveríamos aprender com a viúva endividada, assistida por Eliseu. O profeta mandou que ela provesse os vasos possíveis; enquanto havia algum vazio, o azeite fluiu milagrosamente. Nesses desvios da IA, nem carecemos nos esvaziar para sermos cheios; podemos estar cheios de todos os vícios; ainda seremos enchidos desde um manancial mentiroso, derivado da Árvore da Ciência, não, da Vida; como o apresentaríamos Àquele que deseja ser adorado em Espírito e em verdade?

O Apocalipse previu essa imagem falante; “Foi lhe concedido que desse espírito à imagem da besta, para que também a imagem da besta falasse; e fizesse que fossem mortos, todos que não adorassem à imagem da besta.” Apoc 13;15

Não é mera tecnologia; há um espírito por trás disso, com potencial para matar aos que não se submeterem. Mesmo que o engenho diga as palavras certas, pois, atuando pelo espírito errado, estará a serviço da oposição.

Desde sempre ouvimos falar das dez virgens, todas esperavam ao noivo, mas cinco delas sem o necessário azeite. Assim são os que primam mais pela quantidade do que produzem, que pela qualidade. Habituam-se a oferecer aquilo que não tem valor; quando “O Noivo” que sabe a realidade das coisas vier, o fogo enganoso não mais arderá; tardiamente descobrirão que traíram a si mesmos.

Sempre haverá um Araúna disposto a facilitar as coisas para nós, como aquele desejou fazer para com Davi. Cabe-nos manifestar o mesmo zelo; ele preocupou-se mais com o valor, que com o preço. “Os sacrifícios para Deus são o espírito quebrantado; a um coração quebrantado e contrito não desprezarás, Ó Deus.” Sal 51;17

quarta-feira, 29 de janeiro de 2025

Qualidade de vida, espiritual


“Senhor, quem habitará no teu tabernáculo?” Sal 15;1

Em muitos casos, mais importante que saber as respostas, é saber as perguntas. Pois, quando inquirimos acerca de algo, deixamos ver nossos interesses, nossas preocupações.

O simples querer saber, quem habitará com Deus, é um indício de que Davi valorizava isso; tinha apreço pela ideia. Noutro salmo se esposa algo semelhante, como ditoso mesmo para os animais; “Até o pardal encontrou casa, e a andorinha, ninho para si, onde ponha seus filhos; até mesmo nos Teus altares, Senhor dos Exércitos, Rei meu e Deus meu.” Sal 84;3

De certa forma, a pergunta: “Quem habitará nos Teus tabernáculos?” já traz embutida a resposta. Habitar, enseja a ideia de ter por hábito, determinada forma de ser. O salmo 23 também expõe o mesmo desejo; “Certamente a bondade e a misericórdia me seguirão, todos os dias da minha vida; e habitarei na casa do Senhor por longos dias.” V 6

Quando, frequentarmos a casa do Senhor se torna um hábito, há boas razões para presumirmos que, quem assim faz, mantém um bom relacionamento com Ele.

Eventuais encenações interesseiras, duram enquanto o interesse, durar; satisfeito esse, o “hábito” também se desfaz. Desse calibre muitos “paraquedistas” em ambientes espirituais que são movidos pelo egoísmo, não por algum afeto relativo ao Senhor.

Da mesma fonte que verte “habitat”, referindo-se ao lugar com o qual determinada forma de vida de identifica, também jorra, “hábito”. Assim, que tem seu habitat junto ao Santo, certamente, está buscando se santificar também. 

Querer, alguém, viver em ambientes luminosos, pressupõe que esse, não tem coisas a esconder; “Quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus.” Jo 3;21 Assim, temos um traço relevante do habitante que investigamos; pratica a verdade.

Ocorre-me um dito que circula, tendo diversos autores citados; de modo a se tornar dúbia, qual a verdadeira origem; diz:
“O homem semeia um pensamento e colhe a uma ação. Semeia uma ação, colhe um hábito. Semeia um hábito, colhe um caráter. Semeia um caráter e colhe um destino.”

Desse modo, o “círculo virtuoso” que tiver por hábito aprender do Senhor, fatalmente desenvolverá em si o caráter Dele, e terá como destino habitar com Ele, por “longos dias”, a vida eterna.

Malgrado, o verbo aponte para um cumprimento futuro, “quem habitará?” a resposta remete ao presente; quem já habita. Se, como “rito de passagem” início do relacionamento, precisamos, “ir à casa do Senhor”, para estabelecer e fomentar nossa relação com Ele, a rigor, é preciso que façamos das nossas vidas, mediante comunhão e obediência, a casa Dele, para que Ele venha a nós; “... Se alguém Me ama guardará Minha Palavra e Meu Pai o amará; viremos para ele e faremos nele morada.” Jo 14;23

Assim como, quando vamos receber uma visita arrumamos o melhor que podemos nossas casas, e o cuidado será maior, quanto maior for a importância de quem virá a nós, assim, devemos limpar devidamente nossas vidas, para recebermos ao Senhor.

Ele diz: “Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque, que sociedade tem a justiça com a injustiça? Que comunhão tem a luz com as trevas? Que concórdia há entre Cristo e Belial? Que parte tem o fiel com o infiel? Ou, que consenso tem o templo de Deus com os ídolos? Porque vós sois o templo do Deus vivente, como Deus disse: neles habitarei e entre eles andarei; Eu serei seu Deus e eles serão Meu povo. Por isso, saí do meio deles e apartai-vos diz O Senhor, não toqueis nada imundo e Eu vos receberei; serei para vós Pai, e sereis para Mim, filhos e filhas, diz O Senhor, Todo Poderoso.” II Cor 6;14 a 18

Sendo nosso hábito a preservação da comunhão com O Eterno, nos Seus termos, quando Ele estabelecer os Seus escolhidos no “Santo Monte”, por certo estaremos no Divino rol. “O que Me der ouvidos habitará em segurança, estará livre do temor do mal.” Prov 1;33

Diferente do que alguns podem pensar, a vida eterna não é um prêmio que fruiremos depois que morrermos; é uma escolha que devemos abraçar como modo de vida desde agora, mortificando as inclinações carnais da cruz.

Mais que à duração, refere-se à qualidade de vida espiritual, que devemos ter para agradar a Deus. Paulo aconselhou ao jovem Timóteo: “Milita a boa milícia da fé; toma posse da vida eterna, para a qual também foste chamado, tendo feito já, boa confissão, diante de muitas testemunhas.” I Tim 6;12

Por isso, reitero, quem habitará com O Eterno, depois, já habita Nele, desde agora. Se não o faz, a porta ainda está aberta.

terça-feira, 28 de janeiro de 2025

A Onisciência


“O inferno e a perdição estão perante do Senhor; quanto mais, o coração dos filhos dos homens? Prov 15;11

Essa declaração faz lembrar outra; “Para onde me irei do Teu Espírito, ou, para onde fugirei da Tua face?” Sal 139;7

A Bíblia diz mais: “Porque a Palavra de Deus é viva e eficaz; mais penetrante que espada alguma de dois gumes; penetra até à divisão da alma e do espírito, juntas e medulas; é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração; não há criatura alguma encoberta diante Dele; antes, todas as coisas estão nuas e patentes, aos olhos Daquele, com Quem temos de tratar.” Heb 4;12 e 13

Nossos pensamentos e intenções, são atuais; podemos cambiar de uma hora para outra. A Divina Palavra está num texto fixo, que atravessa grande porção de tempo, sem por isso, ficar defasada, sofrer algum anacronismo, perder sua precisão; ela revela fielmente como estão nossos corações, malgrado, tenhamos mudado de posição muitas vezes.

Embora ao olhar do vulgo sejamos vivos, e a Palavra mero livro, uma espécie de volume morto, é exatamente o contrário. Quem se locomove e respira, se, está alienado do Senhor, é só um morto espiritual, na antessala da perdição; ainda pode ser tirado, se der ouvidos ao Evangelho; A Palavra de Deus, apesar de repousar num volume inerte, é “Viva e eficaz.” As questões espirituais não se resolvem no âmbito físico.

A colocação inicial desmonta a pretensão de poder, alguém, se ocultar, ou esconder algo do Senhor. Aquele que vê o inferno e a perdição, não veria nossos corações?

O Salvador denunciou que os homens amaram mais às trevas que à luz; assim, preferem se manter à uma distância “segura” da luz, pensando em suas “reputações.” “Porque todo aquele que faz o mal odeia à luz; não vem para luz, para que suas obras não sejam reprovadas.” Jo 3;20 Esses não almejam alcançar um viver probo; apenas fugir às reprovações.

A privação voluntária da luz, pode, inclusive, “patrocinar” simulacros, de gente que tenta disfarçar seu ódio. Permite que frequentem ambientes onde algumas menções à ela são feitas, desde que, a sua incômoda clareza não esteja presente.

Lugares onde se faz toda uma pantomima sobre a cruz, se encena uma teatralidade “cristã”, se usa O Nome do Santo, a torto e a direito, podem ser frequentados por esses fugitivos disfarçados. Agora, apareça um pregador idôneo, que exponha à Divina Palavra como é, e cause desconforto no ambiente, antes, tão “agradável”; observem se esse “desmancha-prazeres” será convidado outra vez. Não cometerão duas vezes, o mesmo descuido referente à entrada “indevida” da luz.

Fugir dela, pois, não equivale a fugir de ambientas, ditos espirituais, necessariamente. O que causa pavor nos trânsfugas espirituais é a Palavra da Verdade. Desde que alguma falsificação ao gosto do freguês seja apresentada, bastará para que esses incautos enganem a si mesmos.

Mas, se é impossível alguém se furtar à Divina Onisciência, porque tentam se esconder? Porque “o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que não lhes resplandeça a luz do Evangelho da Glória de Cristo, que É A Imagem de Deus.” II Cor 4;4

Não que esses sejam inocentes, meras vítimas do canhoto; já ofereceram a ele suas incredulidades como cais, para que o tal, aportasse a cegueira que tanto lhe convém.

O fato que Deus pode ver nossos corações, por um lado assusta, dada a sujeira que Ele verá; por outro, deveria tranquilizar, pois, a impossibilidade de escondermos algo Dele, traz anexo, a desnecessidade de tentarmos.

E, eventualmente, quando fizermos algum mal, sem dolo, também não careceremos nos defender; Ele saberá de nossa eventual inocência.

O Santo não requer de nós a perfeição, antes, a honestidade e o arrependimento, quando falhamos. Não somos salvos porque paramos de pecar; mas porque começamos a crer.

Mais um aspecto favorável do Santo ver nossos corações é que Ele mostra nossos descaminhos para nós mesmos, não, para terceiros. Assim, nos dá a oportunidade de lidarmos com o mal no qual incorrermos. Pois, uma das qualidades requeridas do “cidadão dos Céus” é, “Aquele que anda sinceramente, pratica a justiça, e fala a verdade no seu coração.” Sal 15;2

Tanto vê os males que cometemos, O Senhor, quanto, a sinceridade do nosso arrependimento, quando esse existir; coloquemos, pois, nossos corações aos pés Dele. O homem como Ele criou estava nu e não se envergonhava; perante Ele seguimos nus; se, nossos pecados forem tratados em Cristo, não restará motivo para nos envergonharmos.

Quando, mediante o necessário processo de santificação, Ele lograr nos olhar sem ver máculas, poderá dizer de nós, como disse de Cristo: “Este é o Meu filho amado; Nele está todo o Meu prazer.”