domingo, 20 de outubro de 2024

Alvo distorcido


“Corríeis bem; quem vos impediu, para que não obedeçais à verdade?” Gal 5;7

Um bom começo não significa que a empresa será levada a um fim venturoso, necessariamente. “Corríeis bem...” disse Paulo aos gálatas. O verbo ter sido usado no pretérito, significa que então, já não corriam mais da mesma forma; a demanda pelo motivo da mudança, também implica o mesmo; “... quem vos impediu...”

A ruptura de uma boa carreira, “necessita” algum obstáculo que a impeça; é a ordem natural. A própria essência do que fora impedido, obedecer à verdade, já evidencia de onde viera o obstáculo. Pela direção do que estava em curso, o apóstolo eliminou A Santa origem. “Esta persuasão não vem daquele que vos chamou.” V 8

Muito se fala em batalha espiritual; nem sempre se entende o quê, ela significa. Não se trata de exorcizar espíritos malignos, tampouco tolher aos tais, o domínio sobre “territórios espirituais” como alguns incautos esposam.

A disputa é travada nas mentes; grassa de origem canhota, uma semeadura paralela à Palavra”, que, coberta de artifícios e seduções, finge ser mais da mesma; porém, induz à desobediência.

Paulo usou mais de uma vez a linguagem bélica para figurar nosso conflito contra o reino das trevas. A Timóteo, disse: “Ninguém que milita se embaraça com negócios desta vida, a fim de agradar àquele que o alistou para a guerra. Se alguém milita, não é coroado se não militar legitimamente.” II Tim 2;4 e 5

Aos efésios descreveu as vestimentas marciais que convêm; “Revesti-vos de toda armadura de Deus, para que possais estar firmes contra as astutas ciladas do diabo.” Ef 6; 11 Ss

Escrevendo aos coríntios entrou nas minúcias do combate que devemos travar: “Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas poderosas em Deus para destruição das fortalezas; destruindo conselhos, e toda altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus; levando cativo todo entendimento à obediência de Cristo;” II Cor 10;4 e 5

A pergunta aquela, feita aos gálatas: “Quem vos impediu para que não obedeçais à verdade?” pode ser respondida pelo ensino supra; “...conselhos que se levantam contra o conhecimento de Deus.” Ensinos que pervertem à verdade; naquele caso, uma tentativa de fusão entre judaísmo e cristianismo, lançara aos gálatas em confusão.

Atualmente, muitos que não têm ministério apologético, na tentativa de combater coisas para as quais não estão preparados, acabam fazendo um serviço à oposição, não a Deus.

Invés da hígida pregação do Evangelho, se ocupam em mostrar o que outros estão fazendo nas “igrejas”, onde lascívia, esquisitices, e outras porcarias congêneres são vividas.

Mostrar essas coisas acaba sendo um desvio de propósito, um marketing gratuito ao canhoto e seus descaminhos.

Alguns pretendem dizer quem vai pro céu e quem pro inferno, geralmente baseados em usos e costumes das suas doentias predileções; outros, invés de denunciar pecados, se perdem caçando abstrações; “religiosidade e sistema” são os pecados da moda que muitos combatem, francamente!!

Mensagens de alguns notáveis desse tempo lembram as encíclicas do Papa. A gente lê dezenas de páginas, encontra falas sociológicas, psicológicas, antropológicas, ideológicas, e nada de apreciação teológica, nenhum verso da Palavra de Deus. Isso é falar muito e não dizer nada.

De lá, dos que colocam tradição e dogmas acima da Palavra de Deus, não se espera nada mesmo. Porém, supostos pregadores do Evangelho lançando cascas ao vento, invés da Santa Semente? “O que semeia, semeia A Palavra;” Mc 4;14 Acorda sonolento!!

Pouco importa se há “pastoras popozudas” escandalizando, se o “Reteté” o festival vazio de esquisitices tem tomado lugares de culto; se o “sistema” está contaminado, ou se alguns padecem de religiosidade excessiva.

Se pregarmos A Palavra como ela é, automaticamente acabaremos expondo tudo o que não é, sem necessidade de fazermos propagando para o canhoto e seus conselhos obscurantistas.

Há muitos que começaram pregando genuinamente à Palavra, e agora se tornaram defensores de “desigrejados”, veementes opositores do sistema ou da religiosidade; bem cabe a inquirição de Paulo apresentada aos gálatas. “Corríeis bem; quem vos impediu para que não obedeçais à verdade?” Também a conclusão do apóstolo é oportuna: “Essa persuasão não vem daquele que vos chamou.”

Urge repensarmos os alvos; por que irmos atrás de vespas invés de abelhas? Ambas ferroam. Mas as últimas oferecem o contraponto do mel. O Evangelho também é combate renhido. Mas, os frutos que produz compensam as dores concorrentes.

Cada um tem dentro de si uma luta particular, dada a natureza em que a queda nos lançou; “Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem pode ser.” Rom 8;7

Precisamos mortificar na cruz essa tendência, invés de dar mídia aos que a alimentam.

A dor do próximo


“Por causa da violência feita ao teu irmão Jacó, cobrir-te-á a confusão, serás exterminado para sempre.” Ob v 10

Juízo contra Edom, um povo de pequena expressão que, pelas próprias forças não se atrevera enfrentar Israel numa peleja. Contudo, quando outras nações o fizeram, por permissão Divina contra Seu povo, os edomitas participaram com júbilo da destruição dos vizinhos.

“... no dia em que estranhos levaram cativo seu exército, os estrangeiros entravam pelas suas portas e lançaram sortes sobre Jerusalém, tu eras também como um deles. Mas tu não devias olhar com prazer para o dia de teu irmão, no dia do seu infortúnio; nem te alegrar sobre os filhos de Judá, no dia da sua ruína; nem alargar tua boca, no dia da angústia;” vs 11 e 12

Quantas vezes acontece assim! Os que não se atreveriam a enfrentar abertamente a um que lhes causa inveja, temor, vendo algum infortúnio tocar a esse comemoram, como se aquilo fosse uma vitória deles. A Palavra de Deus aconselha: “Quando cair teu inimigo, não te alegres, nem se regozije teu coração quando ele tropeçar; para que, vendo-o O Senhor, seja isso mau aos Seus olhos e desvie dele Sua ira.” Prov 24;17 e 18 Se a dor alheia te causa júbilo Deus a remove, para que não piores inda mais tua situação.

Há dois motivos pelos quais não devemos jubilar com as desgraças alheias, mesmo de eventuais desafetos. O primeiro é o plantio; o ensino que devemos fazer ao semelhante o gostaríamos que ele nos fizesse; “Portanto, tudo que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lhe também, porque esta é a Lei e os profetas.” Mat 7;12

O segundo é a colheita; a Justiça Divina nos fará ceifar aquilo que semearmos. Se, a dor alheia nos alegra, eventualmente teremos nossa própria dor, para que a alegria esteja mais perto da sua fonte. “Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo que o homem semear, isso ceifará.” Gál 6;7

Jó era um dos grandes no oriente; rico em gado, terras, um próspero gerador de empregos; ainda, um conselheiro sábio entre seus concidadãos. “Ouviam-me e esperavam, em silêncio atendiam ao meu conselho. Havendo eu falado, não replicavam, minhas razões destilavam sobre eles; porque me esperavam, como à chuva; abriam a sua boca, como à chuva tardia. Se eu ria para eles, não o criam, a luz do meu rosto não faziam abater; eu escolhia seu caminho, assentava-me como chefe, habitava como rei entre suas tropas; como aquele que consola os que pranteiam.” Jó 29;21 a 25

Entretanto, bastou o infortúnio tocar na vida do patriarca, e os admiradores, os “seguidores” sumiram; ou, passaram para o outro lado. “Agora, porém, se riem de mim os de menos idade que eu, cujos pais eu teria desdenhado de pôr com os cães do meu rebanho.” Cap 30;1

Aqueles que outrora não se atreveriam a falar na presença de Jó, então, estavam a rir dele. O Eterno permite que conheçamos os dois lados, carência e fartura, honra e desonra, para que sejamos exercitados em ambos. “No dia da prosperidade goza do bem, mas no dia da adversidade considera; porque também Deus fez a este em oposição àquele, para que o homem nada descubra do que há de vir depois dele.” Ecl 7;14

No caso daquela ralé, os que riram da dor de Jó, nem careciam de um juízo mais incisivo; nada tinham a perder. Mas quando O Eterno restituiu as riquezas e a honra do Patriarca em dobro, àqueles restou se refugiarem nos covis da própria insignificância; quiçá, arranjar outros, com o dobro da distância, para não sofrerem com a dignidade alheia.

A violência não se restringe à imposição física, como pode parecer ao mais descuidado. Mesmo com palavras se pode ser mui violento. “A boca do justo é fonte de vida, mas a violência cobre a boca dos perversos.” Prov 10;11

Sempre existe possibilidade de alguém que errou se arrepender e buscar perdão em tempo. Porém, quando assim não faz, é inevitável que a violência semeada frutifique; é bom que assim seja, para que haja cura. “O homem de grande violência deve sofrer o dano; porque se tu o livrares ainda terás de tornar a fazê-lo.” Prov 19;19

Um homem avisado se mantém a uma distância segura das precipitações emocionais, derivadas do giro da roda da fortuna. O surfista, pela peculiaridade do seu esporte necessita se pautar pelas ondas; não é essa a diretriz do que carece dos frutos do mar.

As desgraças alheias podem ser lições de vida, se as olharmos do mirante mais sábio. Como disse o sanitarista Oswaldo Cruz: “Observando os erros alheios, o homem prudente corrige os seus.”

sábado, 19 de outubro de 2024

Aparente mente


“Tendo aparência de piedade, mas negando sua eficácia. Desses afasta-te.” II Tim 3;5

Os homens dos últimos dias, cuja atuação faria desses, tempos difíceis.

“Tendo aparência de piedade...” Se alguém tiver dúvidas acerca do que é piedade, pense no que significa, impiedade. Aversão à justiça, falta de apreço à verdade, egoísmo, atitudes blasfemas para com Deus, deslealdade ao semelhante, infidelidade, etc. Coloque-se agora a piedade do outro lado, e teremos uma ideia do que encerra.

Devoção, amor a Deus, fé, empatia, temor; compaixão pelo sofrimento alheio; comiseração, dó, misericórdia, etc.

Por que alguém tencionaria aparentar o que não é? Por desejar receber o reconhecimento pelo que, aquilo que aparenta, mereceria. Anseia uma colheita para a qual se recusa a fazer o plantio.

Alguém disse: “A hipocrisia é um elogio que o vício faz à virtude.” Os hipócritas sabem que a virtude é digna de louvores; que andar em suas pisadas nos dignifica, nos faz idôneos, confiáveis aos olhos alheios.

Todavia, as coisas que têm valor têm custo. Por se recusarem a “pagar o preço” em renúncia aos vícios, que a virtude requer, esses farsantes se limitam a uma encenação virtuosa, a um discurso oco, cujo proceder se encarrega de desmentir. “... seu entendimento e consciência estão contaminados. Confessam que conhecem a Deus, mas negam-no com as obras, sendo abomináveis, desobedientes, reprovados para toda boa obra.” Tt 1;15 e 16

A primeira vítima do hipócrita é ele mesmo. Na sua consciência contaminada, interesses rasos posam como mais importantes que os eternos; e esse traidor de si mesmo amontoa cascalho, quando é desafiado a garimpar diamantes.

Uma consciência em paz, é mais que calmaria interior; antes, é a hidrodinâmica que permite a flutuabilidade do barco da nossa fé, no mar da existência. Paulo usa essa figura; “Conservando a fé e a boa consciência, a qual alguns, rejeitando, naufragaram na fé.” I Tim 1;19

Ao mesmo Timóteo, Paulo expressou em que consiste a eficácia da piedade: “Rejeita as fábulas profanas e de velhas, exercita a ti mesmo em piedade; porque o exercício corporal para pouco aproveita, mas a piedade para tudo é proveitosa, tendo a promessa da vida presente e da que há de vir.” I Tim 4;7 e 8

Contrapôs a piedade ao exercício corporal, mostrando que esse, pouco aproveita; para a vida terrena apenas; a piedade toca o devir. Nos garante um viver digno enquanto aqui, e nos credencia a estarmos com Deus, quando a vida daqui deixar de ser. 

Então, os que aparentam piedade negando sua eficácia, são os que fingem acreditar num futuro reino de justiça, mas vivem como se tudo se resumisse à terra apenas.

Pela pressa de obter vantagens, acessos, considerações devidas às pessoas probas, esses ocos envernizados tolhem a si mesmos das venturas porvir. Apostarmos todas as fichas aqui, certamente é o caminho mais fácil; entretanto, somos desafiados ao caminho apertado, à porta estreita, onde riquezas eternas nos esperam. Dos imediatistas está dito: “Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens.” I Cor 15;19

“... Desses, afasta-te.”
A Mesma Palavra que manda irmos em busca dos pecadores, anunciando a mensagem do Amor de Deus, preceitua que nos afastemos dos dissimulados que, tendo aprendido a vereda da vida, preferem seguir pelas amplitudes ímpias da morte.

Tais, não são apenas perdidos carecendo salvação; antes, são infiltrados, com potencial para arrastar aos de bom porte para a mesma perdição. Então, o conselho: “Mas agora vos escrevi que não vos associeis com aquele que, dizendo-se irmão, for devasso, avarento, idólatra, maldizente, beberrão ou roubador; com o tal nem ainda comais.” I Cor 5;11

Diferente de Santo Agostinho, que disse: “Lendo a Bíblia encontrei muitos erros; todos, em mim.” Esses encontram erros nos pastores, no sistema, na existência dos templos, em porções pontuais da doutrina, na Palavra como um todo que careceria ser “atualizada”, etc.

Se tivessem usado suas aguçadas percepções de erros para correção das próprias vidas, seriam os santos que buscam encenar. Porém como disse alguém: “Reconhecemos um louco sempre que o vemos; nunca, quando o somos.”

Embora o enganoso reino das aparências sempre faça suas vítimas, os que são de Cristo podem mais que o visível apenas; “Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. Mas o que é espiritual discerne bem tudo, e ele de ninguém é discernido.” I Cor 1;14 e 15

Se alguém tenciona fazer menção do Santo Nome, pois, tenha em mente que, “Não há criatura alguma encoberta diante Dele; antes todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos Daquele com Quem temos de tratar.” Heb 4;13

sexta-feira, 18 de outubro de 2024

Dias melhores


“Nunca digas: Por que foram os dias passados melhores que estes? Porque não provém da sabedoria esta pergunta.” Ecl 7;10

Embora digam que estamos evoluindo, A Palavra de Deus apresenta em caracteres soturnos, a derrocada moral humana, onde, os “dias maus” se tornam cada vez piores.

O esperável, para quem tem olhos capazes de ir além das aparências, com algum entendimento. Tanto que, como vimos no verso acima, estranhar que a humanidade esteja descendo a ladeira e piorando cada vez mais a vida, seria tolice. “... não provém da sabedoria essa pergunta.”

Imaginemos um projétil apontado a um alvo no infinito, cujo aponte esteja correto; porém, no momento do disparo, o “sniper” estremece um milímetro. Quanto mais esse projétil andar, mais se afastará do alvo que deveria atingir.

Pois, o “projétil” é o homem; o alvo rumo ao infinito do tempo seria seguir espelhando a Imagem de Deus, na qual foi criado. O estremecimento que o desviou do curso foi ter dado ouvidos à oposição.

Quanto mais o homem avança no tempo, mais se perde, afastando-se um pouco a cada dia, do Criador. Logo, estranhar isso é que seria o estranho; enquanto, esperar a incidência da apostasia, é o “normal”; está predito na Palavra de Deus. “... nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos. Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando sua eficácia. Destes afasta-te.” II Tim 3;1 a 5

Os proponentes da teologia liberal, que defendem “atualizações de Deus”, segundo o insano curso do mundo, não passam de reflexos religiosos desse desvio, dos que, tendo aparência de piedade, negam sua eficácia. Usam ainda rótulos religiosos, para a “legitimação” daquilo que A Palavra declara ilegítimo, infame, abominável.

Se, do ponto-de-vista do desenvolvimento tecnológico a humanidade voa, no prisma moral e espiritual, cada vez se torna mais réptil.

Os meios modernos de comunicação são bem vindos, e qualquer um pode voar nas suas asas. Todavia, A Perfeição Divina não comporta mudanças, melhoramentos; dada a imutabilidade do Eterno. De Cristo está dito que Ele veio “... sendo o resplendor da Sua glória, a Expressa Imagem da Sua Pessoa..." Heb 1;3 diz mais: “Jesus Cristo É O Mesmo, ontem, hoje e eternamente.” Heb 13;8

Assim, quem desejar, como o filho pródigo, o caminho de volta para casa, deverá olhar para trás, para identificar onde deixou a vereda direita seduzido por algum simulacro de luz, que cega invés de iluminar; “Assim diz o Senhor: Ponde-vos nos caminhos, e vede, perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho, e andai por ele; achareis descanso para vossas almas; mas eles dizem: Não andaremos.” Jr 6;16

Descanso para as almas parece algo módico, para uma geração irrequieta, que deseja prazeres de toda ordem, e adrenalina. A maioria não sonha com descansar; antes, “curtir.”

Essa corrida atrás das sombras, que A Palavra chama de fuga do medo da morte sob a servidão ao pecado, (visto como os filhos participam da carne e do sangue, também Ele participou das mesmas coisas, para que pela morte aniquilasse o que tinha o império da morte, isto é, o diabo; e livrasse todos os que, com medo da morte, estavam por toda vida sujeitos à servidão. Heb 2;14 e 15) recebe de um espúrio combustível para o motor dos dias maus girar velozmente, colocando apenas pressa, onde o homem deveria vislumbrar um objetivo.

O Salvador segue, “no passo do gado”, oferecendo as mesmas, coisas, sem nenhum apreço pelos açodos do modernismo; “Vinde a Mim, todos os que estais cansados e oprimidos, Eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o Meu jugo, e aprendei de Mim, que sou manso e humilde de coração; encontrareis descanso para as vossas almas. Porque o Meu jugo é suave e o Meu fardo é leve.” Mat 11;28 a 30

Nele, mediante o novo nascimento que faculta, é possível uma “inversão” pontual, nas vidas que se lhe submetem. Os tais, passam a viver dias melhores que os passados, onde e quando, eram escravos do pecado, fugitivos da sombra da morte, errantes ignorando os próprios tropeços. “O caminho dos ímpios é como a escuridão; nem sabem em que tropeçam.” Prov 4;19

Entendermos que os dias presentes e futuros podem ser melhores é o primeiro passo; nos rendermos a Cristo que nos leva a isso, é voltar para a rota, mediante regeneração e santificação, retornarmos ao centro do alvo Divino. “O que me der ouvidos habitará em segurança, e estará livre do temor do mal.” Prov 1;33
Todas as reações:
João Carlos Pereira da Silva e a Mari Santos

quinta-feira, 17 de outubro de 2024

Os nãos, de Deus


“... se pedirmos alguma coisa, segundo Sua vontade, Ele nos ouve.” I Jo 5;14

Alguns entendem mal o ensino para perseverar em oração. O “pedi, pedi...” não encerra o assunto. É um conselho atinente à perseverança.

O Mestre ensinou a submissão ao querer do Eterno, quando os discípulos pediram: “ensina-nos a orar.” Entre outras coisas, disse: “... seja feita a Tua vontade, na Terra, como é feita nos Céus.”

Devemos ter consciência que nossas petições não se opõem ao Divino propósito. Tiago explicou: “Pedis, e não recebeis, porque pedis mal, para gastardes em vossos deleites. Adúlteros e adúlteras, não sabeis que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus.” Tg 4;3 e 4

O Eterno não gosta tanto assim de oração, a ponto de “amolecer” e dar o que alguém deseja, apenas porque esse orou. Podemos pecar orando. Basta pedir coisas segundo o mundo; na linguagem de Tiago, adultério espiritual. “O sacrifício dos ímpios é abominável ao Senhor, mas a oração dos retos é Seu contentamento.” Prov 15;8

Mais que a oração, um culto, onde o ímpio ofereceria sacrifícios, se fazia abominável ao Senhor; portanto, antes do predicado da oração, entra o sujeito e seu caráter. Sendo ímpio, tem coisas a consertar antes de pretender acessar O Santo. “... A oração feita por um justo pode muito em seus efeitos.” Tg 5;16

Assim como a oração depende sua eficácia, de um alinhamento com Deus, tanto quanto ao que está sendo pedido, quanto à comunhão do que ora, de igual modo, o exercício dos dons espirituais. Não são arbitrários podendo ser usados ao bel prazer de quem os recebe.

Por ocasião da pandemia, muitos desafiaram aos que supostamente têm o dom de curar, para que fossem nos hospitais e curassem aos atingidos. Ora, um desafio assim poderia ser feito em qualquer tempo; sempre os hospitais estão repletos de enfermos, não carecemos “ajuda” duma pandemia.

Certo que há muitos charlatães, “agitando águas” que não curam, por “testemunhos” de abalados emocionais, onde nada além disso, de um abalo aconteceu. Entretanto, supor, por causa disso que não haja dons autênticos, seria como parar de crer no ensino das Escrituras, porque há muitos farsantes nesse meio.

A Palavra ensina: “... havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá; porque, em parte, conhecemos, em parte profetizamos; mas, quando vier O que É Perfeito, então o que o é em parte será aniquilado.” I Cor 13;8 a 10

O próprio texto deixa ver, que a cessação dessas coisas acontecerá, mediante um “upgrade” espiritual, um aperfeiçoamento que, tornará essas nuances imperfeitas, desnecessárias. “Quando vier O que É Perfeito; (Jesus) o que é em parte, será aniquilado".

Dons espirituais seguem vigentes, segundo o propósito do Espírito Santo, que se manifesta mediante eles.

Alguns cessacionistas interpretam a vinda do “que é perfeito”, como sendo o Cânon Sagrado; os dons seriam necessários apenas quando A Palavra estava incompleta. Porém, cessaria também o conhecimento, ou a ciência. Assim, todas as exortações para estudarmos à Palavra, meditarmos na Lei do Senhor não fariam sentido, ante a impossibilidade de crescermos em conhecimento.

Menos sentido ainda, a perdição dos que perecem pela ignorância espiritual. “Meu povo foi destruído, porque lhe faltou conhecimento; porque tu rejeitaste o conhecimento, também te rejeitarei, para que não sejas sacerdote diante de Mim; visto que te esqueceste da Lei do teu Deus, também Me esquecerei de teus filhos.” Os 4;6

Mais importante que o júbilo de vermos enfermidades curadas, podermos operar isso ou aquilo, mediante um dom do Espírito em nós, devemos buscar a alegria de estarmos em comunhão como Senhor; pertencermos a Ele. “Não vos alegreis porque se vos sujeitem os espíritos; alegrai-vos antes, por estarem vossos nomes escritos nos Céus.” Luc 10;20

Quanto mais estreita for nossa intimidade com O Pai, mais facilmente entenderemos as coisas pelas quais orar, e outras pelas quais, não.

Eventualmente O Eterno prefere passar conosco por alguma dificuldade, da qual nos ensinará lições, que nos livrar dela sob o risco de alimentar em nós a presunção. Então, diz: “Quando passares pelas águas estarei contigo, quando pelos rios, eles não te submergirão; quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem chama arderá em ti.” Is 43;2

Muitas vezes, recebemos coisas pela quais nem oramos; sequer, pedimos. Outras tantas, pedimos e não recebemos. Dizemos que Deus não as respondeu, quando, na verdade respondeu, não!

Quem tenciona com O Santo algum relacionamento mercantil, ainda não O conhece. “Deus É Amor.” “As muitas águas não podem apagar este amor, nem os rios afogá-lo; ainda que alguém desse todos os bens de sua casa pelo amor, certamente o desprezariam.” Can 8;7

quarta-feira, 16 de outubro de 2024

Íntimos de Deus


“Servindo eles ao Senhor, e jejuando, disse o Espírito Santo: Apartai-me Barnabé e Saulo para a obra a que os tenho chamado.” Atos 13;2

Interessante o relato! não menciona nenhum apóstolo, ou profeta como o veículo usado para manifestação; “disse O Espírito Santo.” Óbvio que o fez mediante alguém! Mas a comunhão era tão intensa, que não havia lugar para partidarismos, egoísmos, essas doenças tão comuns, onde pessoas superficiais visam para si a Glória que pertence ao Eterno.

Muitas “Igrejas” têm um proprietário humano, quando não, uma convenção, que, periodicamente mexe os pauzinhos, atentando a politicagens, nepotismos e conveniências humanas, invés da necessária consulta a quem os rebanhos pertencem.

Apadrinhados sem preparo, sem uma vida digna, ocupam lugares altos. Não poucos de vidas consagradas, testemunho probo e almas preparadas são preteridos, pois, o “Espírito Santo” não os vê.

Na igreja infante já havia voluntarismo de gente que Deus não chamara, que se punha a estragar o trabalho alheio. Hoje a proporção é assustadora.

Paulo sofreu muito com isso; certa vez algumas questões tiveram que ser tratadas num concílio apostólico. A resolução descartava aos voluntários e seus ensinos; dizia: “Porquanto ouvimos que alguns que saíram dentre nós vos perturbaram com palavras, e transtornaram vossas almas, dizendo que deveis circuncidar-vos e guardar a Lei, não lhes tendo nós dado mandamento, pareceu-nos bem, reunidos em acordo, eleger alguns homens e enviá-los com os nossos amados Barnabé e Paulo, homens que já expuseram suas vidas pelo Nome de nosso Senhor Jesus Cristo. Enviamos, portanto, Judas e Silas, os quais por palavra vos anunciarão também as mesmas coisas.” Atos 15;24 a 27

Como sabiam que Paulo, Barnabé, Judas e Silas anunciariam as mesmas coisas? Serviam no mesmo Espírito estavam imbuídos do mesmo propósito, participaram todos da decisão comum. É o modo do Espírito Santo agir; diversidade de dons e pessoas, unidade de propósito.

Disputas periféricas de igreja a x b, de fulano que passou daqui para a acolá; beltrano migrou da lá para cá, são tristes recortes do egoísmo e insubmissão a Deus, não algum progresso da Igreja do Senhor, que não se prende às predileções particulares.

Há mais “despregadores” do Evangelho, que pregadores. Sempre tem um ateu que conhece grego e hebraico, com seus “argumentos” fundados sobre a areia movediça da própria incredulidade; outro que “descobre” livros que a “Igreja escondeu” e claro, ensinariam coisas totalmente desconexas com A Palavra; não poucos, que testemunham decepções que viveram no meio cristão; portanto, se tornaram “desigrejados;” os que passaram a consumir porções de “Teologia liberal” invés da Pura Palavra de Deus e se fizeram expoentes das aberrações que consumiram; deixaram a Sã doutrina e se desencaminharam, etc.

O que todos têm em comum, é que nenhum foi chamado pelo Espírito Santo; se foi, um dia, separou-se e perdeu o rumo; isso os “frutos” produzidos, deixam ver.

Os dons espirituais não são brinquedos aleatórios, antes, ferramentas para laborar com um propósito específico; “Há diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos. Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um, para o que for útil.” I Cor 12;6 e 7

A comunhão necessária com Deus, nos permite uma identidade afetiva até; pouco a pouco aprendemos a amar o que Ele ama, e desprezar o que O Santo despreza. Essa identidade “atrai” O Espírito Santo, de modo a se expressar mais vivamente por nosso intermédio; “Tu amas a justiça e odeias a impiedade; por isso Deus, o Teu Deus, Te ungiu com óleo de alegria mais do que a teus companheiros.” Sal 45;7

Objetaria um intérprete qualquer: Mas esse texto se refere a Jesus; certo. Mas, não fomos chamados para sermos imitadores Dele?

Os que prezam estar com O Santo, vivendo em temor e obediência, se fazem íntimos Dele, a ponto de receber revelações especiais. “O segredo do Senhor é com aqueles que O temem; Ele lhes mostrará Sua Aliança.” Sal 25;14

No caso de um assim, estar em posição influente na Obra de Deus, acaso não lhe diria O Espírito Santo, a quem teria escolhido e para fazer o quê? Não foi O Espírito que perdeu a aptidão para dirigir, ou a condição de falar; mas muitos “líderes”, não O conseguem ouvir mais.

Infelizmente, muito do que se pretende igreja, se institucionalizou e virou empresa, assunto de homens apenas.

Graças a Deus as coisas nem sempre são tão ruins como nos parecem; quando Elias se sentiu só, O Senhor garantiu que havia mais sete mil fiéis.

Como são preciosos aqueles que, nessa ou naquela denominação, temem a Deus e nada acrescentam à Sua Palavra. O Espírito Santo os pode enviar onde aprouver, e falarão todos, as mesmas coisas.

terça-feira, 15 de outubro de 2024

A loucura de crer


“Visto como na sabedoria de Deus o mundo não O conheceu pela Sua Sabedoria, aprouve a Ele salvar os crentes pela loucura da pregação.” I Cor 1;21

A revelação deveria ser tratada como uma joia de ímpar valor. O povo se deixaria moldar pelos Divinos Estatutos, e certamente seria admirado. Relações interpessoais seriam sadias; com Deus, puras e santas.

Depois de entregar Seus preceitos mediante Moisés, pelo mesmo expoente, Deus ensinou sobre as consequências da fidelidade; “Guardai-os pois, e cumpri-os, porque isso será vossa sabedoria e entendimento perante os olhos dos povos, que ouvirão todos estes estatutos, e dirão: Este grande povo é nação sábia e entendida. Pois, que nação há tão grande, que tenha deuses tão chegados como O Senhor nosso Deus, todas as vezes que O invocamos?” Deut 4;6 e 7 Sábios, entendidos e íntimos do Eterno, era o propósito.

Lhes foi facultado conhecer a Deus pela Sua Sabedoria. O problema é que o conhecimento espiritual não é a mesma coisa que o intelectual. Mais que saber algo, como bastaria ao intelecto, requer andar, viver conforme. Um homem inteligente e conhecedor sabe que está escrito: “Ficarão de fora os mentirosos;” um sábio não mente.

Quando algo valioso nos é dado, certamente demanda zelo à altura, pela preservação; se alguém achar que a vigilância para conservação desse bem superior é demasiado custosa, pela sua falta de apreço, fatalmente deixará coisas de rara incidência e ímpar valor, e buscará simulacros; a preguiça de cuidar do que é precioso, necessariamente lançará os relapsos a alternativas mais fáceis, malgrado, fúteis.

Infelizmente o “povo eleito” incorreu nesse grave erro: “Espantai-vos disto, ó Céus, horrorizai-vos! Ficai verdadeiramente desolados, diz O Senhor. Porque Meu povo fez duas maldades: a Mim deixaram, o manancial de águas vivas, e cavaram cisternas, cisternas rotas, que não retêm águas.” Jr 2;12 e 13

O conhecimento do Santo não seria patenteado na capacidade de alguém recitar os Estatutos dados por Ele; antes, em viver o povo, de modo a produzir os frutos que evidenciariam isso.

Isaías explica: “Que mais se podia fazer à Minha vinha, que Eu lhe não tenha feito? Por que, esperando que desse uvas boas, veio a dar uvas bravas? Agora, pois, vos farei saber o que hei de fazer à Minha vinha: tirarei sua sebe, para que sirva de pasto; derrubarei sua parede, para que seja pisada; a tornarei em deserto; não será podada nem cavada; porém crescerão nela sarças e espinheiros; e às nuvens darei ordem que não derramem chuva sobre ela. Porque a vinha do Senhor dos Exércitos é a casa de Israel, os homens de Judá são a planta das Suas delícias; esperou que exercesse juízo, e eis aqui opressão; justiça, e eis aqui clamor.” Is 5;4 a 7

A vide degenerada, incapaz dos frutos tencionados pelo Eterno agricultor resultou de serem relapsos ante os Divinos Ensinamentos. Por isso, para contraponto a essa “vinha” que se tornara falsa pelos frutos produzidos O Salvador disse: “Eu Sou a Videira Verdadeira, Meu Pai É O Lavrador. Toda a vara em Mim, que não dá fruto, tira; limpa toda aquela que dá fruto, para que dê ainda mais.” Jo 15;1 e 2

O intelecto com suas noções “lógicas” tem tudo para pôr os pés pelas patas, pois suas cogitações são, como disse Tiago, “terrenas animais e diabólicas.” Tg 3;15 Há muitos de cérebros privilegiados que são ateus. Sua luz mostra muitas direções, exceto, a da vida.

Por isso Paulo fez distinção entre a Sabedoria de Deus e a pretensão mundana; disse: “Todavia falamos sabedoria entre os perfeitos; não, a sabedoria deste mundo, nem dos príncipes deste mundo, que se aniquilam; mas falamos a Sabedoria de Deus, oculta em mistério, a qual Deus ordenou antes dos séculos para nossa glória; a qual nenhum dos príncipes deste mundo conheceu; porque, se conhecessem, nunca crucificariam ao Senhor da Glória.” I Cor 2;6 a 8

A “loucura da pregação” é refinada ironia; o modo retórico do apóstolo dizer aos “sábios” daqueles dias; aquilo que avaliais como loucura, é a Sabedoria Divina que vos escapa, por estardes presos numa “lógica” maligna, que veda coisas que são de outro âmbito; a fé.

“Mas para os que são chamados, tanto judeus quanto gregos, lhes pregamos a Cristo, Poder de Deus, e Sabedoria de Deus. Porque a loucura de Deus é mais sábia que os homens; e a fraqueza de Deus é mais forte que os homens.” I Cor 1;24 e 25

Não carecemos ser gigantes intelectuais; nos basta sermos como crianças, e crer; depois, pouco a pouco somos iluminados. “A vereda dos justos é como a luz da aurora; vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito.” Prov 4;18