terça-feira, 23 de julho de 2024

O ouro e as riquezas


“Como se escureceu o ouro! Como se mudou o ouro puro e bom! Como estão espalhadas as pedras do santuário sobre cada rua!” Lam 4;1

Seria o ouro degradável? O mencionado acima, parece que, ao passar dos dias perdeu sua cor, pureza. Entretanto, trata-se de uma metáfora, que o verso seguinte esclarece: “Os preciosos filhos de Sião, avaliados a puro ouro, como são agora reputados por vasos de barro, obra das mãos do oleiro!” v 2

Jeremias estava deplorando o empobrecimento moral, espiritual do povo, que, pela desobediência caíra em cativeiro, usando o ouro como figura. Aludiu à ruína do templo também; “... como estão espalhadas as pedras do santuário...” tal pobreza tinha teor espiritual na origem.

Muitas coisas preciosas, avaliamos melhor quando ausentes. Mesmo simples como água e energia elétrica em nossas casas, quando nos faltam, percebemos melhor a importância que têm.

Então, a comunhão com Deus, ou, pelo menos o templo ainda intacto, o santuário acessível a espera que o povo se arrependesse e buscasse concerto, deixara de existir. O tempo de oportunidades dera espaço para outro, o do juízo.

Os invasores babilônios saquearam e queimaram o local de culto dos judeus, o que O Senhor advertira à exaustão, mediante Jeremias, que aconteceria, se não houvesse arrependimento, mudança de vida.

Invés de diluir a degeneração sobre abstrações, como se faz muito, atualmente, “os tempos são outros” dizem, quando, deveriam reconhecer que os humanos são outros, muito piores que os de antanho, nos quesitos, valor, honra, vergonha na cara; Jeremias foi direto; o “ouro” degenerara, os “filhos de Sião”.

Voltando ao valor melhor apreciado após a perda de algo valioso, assim é a comunhão com Deus. Tendo, e deixando de regar diuturnamente, pode parecer “rotina”, algo que, quiçá, passe despercebido ao mais desatento; esse descuido é perigoso, pode colocar a perder, o que deveria ser mantido com zelo.

Pois, perca-se a mesma, de modo a nem mais se atrever a orar, ao peso de eventuais descaminhos, e então veremos em letras garrafais, o quanto ela vale. Como ao filho pródigo, pareceu cansativo, sem graça, ser coproprietário de uma fazenda; tempos depois, se dispunha a ser mero empregado nela.

Tende o homem a ser fiel nas carências, mais que na abundância. Assim, quando fartam os bens, pode faltar noção da Fonte que os deu, O Senhor. Ignorando isso, o canhoto soltou seus cachorros contra Jó, e passou vergonha; pois, o patriarca era fiel na riqueza, coisa mais difícil que, na privação.

Atrevo-me a dizer que, os melhores dias de Davi, foram aqueles nos quais foi fugitivo da perseguição de Saul, errante pelas cavernas, entre proscritos e filisteus; malgrado, fosse ungido para ser rei, no devido tempo. Duas vezes teve aquele que o procurava para matar, em suas mãos, e o poupou, pelo temor do Senhor; mostrando alta dose de nobreza espiritual.

Invés de olhar Batseba nua do alto do palácio, como fez desafortunadamente, quando reinou, olhava para Deus com anseio, das cavernas onde se escondia. “Assim como o cervo brama pelas correntes das águas, suspira minha alma por ti, ó Deus! A minha alma tem sede de Deus, do Deus Vivo; quando entrarei e me apresentarei ante a Face de Deus?” Sal 42;1 e 2

Conhecendo nossa índole, e o perigo de que joguemos diamantes com fundas, se nos forem dados, O Senhor nos mantém em situações humildes, para que nelas preservemos as coisas que têm mais valor, as eternas.

Se, O Criador pode “ostentar” com verdade a posse dos metais valiosos, “Minha é a prata, meu é o ouro, disse O Senhor dos Exércitos.” Ag 2;8 De nós espera que busquemos, prioritariamente, coisas que valem ainda mais; “Aceitai Minha correção, e não a prata; o conhecimento, mais do que o ouro fino escolhido. Porque melhor é a sabedoria que os rubis; tudo o que mais se deseja não se pode comparar com ela.” Prov 8;10 e 11

Naqueles dias, Jeremias escrevia seus lamentos quando era tarde demais; seus avisos foram ignorados e o povo acabou cativo. Nós inda estamos em tempo de mudar de vida, caso recebamos com a devida seriedade as exortações Divinas, mediante os expositores da Sua Palavra. “De sorte que somos embaixadores da parte de Cristo, como se Deus por nós rogasse. Rogamos, pois, da parte de Cristo, que vos reconcilieis com Deus.” II Cor 5;20

Virá tempo em que a longanimidade Divina sairá de cena; então será tarde; “Porque clamei e recusastes; estendi Minha mão e não houve quem desse atenção... Então clamarão a Mim, mas não responderei; de madrugada Me buscarão, porém não acharão.” Prov 1;24 e 28

“Buscai ao Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto.” Is 55;8

segunda-feira, 22 de julho de 2024

Profetas


“Pelejarão contra ti, mas não prevalecerão; porque Eu Sou contigo, diz O Senhor, para te livrar.” Jr 1;19

O que Jeremias tinha, que atraía a fúria alheia, de modo a pelejarem contra ele? Fora escolhido por Deus para ser profeta.

Tanto quanto, mais perto alguém estiver do Senhor, maior será a tendência de ser rejeitado, perseguido, por uma razão simples: O mundo é inimigo de Deus; embora usando O Nome Dele eventualmente, gosta do rótulo e despreza a essência.

Quem vive e ensina a verdade, causa desconforto aos que preferem outro caminho; acaso não foi esse o motivo, pelo qual, O Salvador foi morto?

Ele É a encarnação da Palavra de Deus; “O Verbo Se fez carne, e habitou entre nós; vimos Sua Glória, como a Glória do Unigênito do Pai, cheio de graça e verdade.” Jo 1;14

Já nos dias de Jeremias, fora manifesta a mesma índole que expuseram os coevos do Salvador. “... A Palavra do Senhor é para eles coisa vergonhosa, não gostam dela.” Jr 6;10

Assim, esperável que os religiosos, sobretudo, também não gostassem Dele. O Senhor expôs os motivos dos que O rejeitavam: “... a luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas que a luz, porque suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz; não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas.” Jo 3;19 e 20

Como um profeta idôneo é porta-voz do Eterno, inevitável que sofra ataques, rejeições, oposições de toda sorte.

Os “profetas” que rápido caem nas graças da galera, logram isso porque não estão a serviço do Todo Poderoso. Quem estiver, necessariamente sofrerá as mesmas rejeições que Ele sofre.

Quando O Senhor chamou Jeremias, deixou claro que ele seria um “desmancha-prazeres” dos que se compraziam em pecar; todos eles, se voltariam contra o servo do Senhor. “Tu, pois, cinge teus lombos, levanta-te, e dize-lhes tudo quanto Eu te mandar; não te espantes diante deles, para que Eu não te envergonhe diante deles. Porque, eis que hoje te ponho por cidade forte, por coluna de ferro, muros de bronze, contra toda terra, contra os reis de Judá, contra seus príncipes, seus sacerdotes e o povo da terra.” Jr 1;17 e 18

Um profeta veraz fala A Palavra do Senhor, a despeito do quê, ou, a quem contrarie; a maioria dos que se ouve por aí, não passam de pretensos adivinhadores; totalmente alienados da Palavra da Vida, que nenhum proveito trazem, ao Reino dos Céus.

Dos farsantes daqueles dias, O Senhor disse: “Não mandei esses profetas, contudo, foram correndo; não lhes falei, mas eles profetizaram. Porém, se estivessem no Meu conselho, então teriam feito Meu povo ouvir Minhas Palavras; o teriam feito voltar do seu mau caminho e da maldade das suas ações.” Jr 23;21 e 22

Se naquele tempo havia um consórcio entre otários e vigaristas, entre farsantes e gente que desejava ser enganada, atualmente a coisa piorou; dos de então, foi dito: “Coisa espantosa e horrenda se anda fazendo na terra. Os profetas profetizam falsamente, os sacerdotes dominam pelas mãos deles, e o meu povo assim o deseja; que fareis ao fim disto?” Jr 5;30 e 31

Atualmente, quanto mais bíblico for o pregador, mais rápido será deixado de lado, em prol dos farsantes entregadores de promessas mentirosas, por falta de intimidade com Deus e com Sua Palavra. O povo ainda deseja assim.

Faz lembrar antiga canção, onde uma estrofe dizia: “Mente pra mim, mas diz coisas bonitas.” Malgrado, certo verniz poético de quem foi vitimado por uma paixão e pretende expor isso, no prisma filosófico e espiritual, mentira é sempre mentira; algo que faz dano; oriunda do capeta, para prejuízo de quem, nela acreditar.

Os “pregadores do amor” por incapazes de lidar com a justiça, envernizam mentiras com o açúcar das conveniências que bem conhecem nas suas vítimas. Quisera, fossem meros inúteis a fazer peso sobre a terra; porém, como estão a serviço do “Pai da mentira”, fazem estrago, desencaminhando da verdade, pessoas que poderiam se arrepender e mudar, se fossem confrontadas por ela.

Urge entendermos de uma vez por todas que, quem ministra visando aceitação, buscando agradar às pessoas, não pode agradar a Deus. “Porque, persuado eu agora a homens ou a Deus? ou procuro agradar a homens? Se estivesse ainda agradando aos homens, não seria servo de Cristo.” Gál 1;10

Portanto, quem está ciente de que foi chamado para o ministério da Palavra, aprenda colocar aplausos e vaias no mesmo balaio; o das coisas inúteis. Peleje pela verdade; deixe os levantes da oposição, por conta do Eterno. “Pelejarão contra ti, mas não prevalecerão; porque Eu Sou contigo, diz O Senhor, para te livrar.”

Está escrito


“... apliquei estas coisas, por semelhança, a mim e Apolo, por amor de vós; para que em nós aprendais a não ir além do que está escrito, não vos ensoberbecendo a favor de um, contra outro.” I Cor 4;6

Poderíamos evocar coisas inerentes à Divindade “apenas”, como argumentos para não se ir além do que está escrito; inerrância, autoridade, soberania, sabedoria, perfeição... e seriam razões sobejas para nos mantermos no nosso “quadrado”. 

Entretanto, concorrem vícios humanos que também devem ser combatidos.

Se, excedendo às Escrituras, as pessoas se ensoberbecem em favor de uns, contra outros, temos soberba e parcialidade, desaconselhando também, essa temerária atitude.

A incapacidade humana para julgar retamente, campeia; certa vez Davi julgou a si mesmo e se condenou à morte, pensando que o réu era um estranho; quando o seu pecado foi apresentado pelo profeta Natã, de modo indireto, sem o rei perceber que se tratava dele mesmo. Nossa noção de justiça é boa contra os outros, não contra nós, pela parcialidade.

Daí, nossa total dependência da Palavra Divina, para aferição de todos os caminhos. É necessário aos Olhos da Divina justiça, que sejamos tratados, e tratemos com isonomia. Quem pretende equiparar às próprias inclinações, com A Palavra de Deus, incorre em soberba.

Assisti trechos de uma entrevista, onde um influencer homossexual defendia sua própria salvação, baseado no que sentia em seu coração. “Sei que, o que está escrito lá (na Bíblia) é verdade, mas, não leio, por respeito ao Senhor, por saber que não combina com a verdade da minha alma”. Disse. Defendeu que mesmo agido de modo contrário ao prescrito na Palavra, baseado naquilo que ele sente, estaria salvo.

Sempre que, deixamos A Palavra de lado, e colocamos nosso desejar, sentir, saber, em lugar dela, gostando ou não, estamos trocando-a pelo conselho do diabo. Sim, foi ele que disse ao primeiro casal, que, desobedecendo seriam como Deus, e poderiam decidir por eles mesmos, acerca do bem e do mal.

Ora, quando alguém peca, em pecados sexuais sobretudo, o faz porque recebeu forte estímulo do próprio coração, que desejou aquilo. Sendo o coração humano o aferidor, os pecados se “dissolvem”, submergem nas areias movediças do prazer, patrocinados pela “legitimação” dos desejos. Nesse caso, estaria certo o satanista que disse: “Faz o que tu queres, pois, é tudo da lei!”

Que é o “Negue a si mesmo”, senão, um freio nesses desejos que se opõem à vontade de Deus?

O não ir além do escrito é um limite muito importante; porém, não encerra o assunto; não devemos ficar aquém do que está escrito, como se as diretrizes de nossas vidas fossem coisas autônomas, a serem tomadas alheios ao Criador.

“Eu sei, ó Senhor, que não é do homem seu caminho; nem do homem que caminha o dirigir seus passos.” Jr 10;23 Nos Salmos, temos: “Os Teus Estatutos têm sido meus cânticos na casa da minha peregrinação.” Sal 119;54

A obediência ao Senhor, Seus Estatutos, como um motivo de louvor, não como quem sofre castração de um “direito”, como parece aos que não amam ao Senhor.

No salmo primeiro temos uma bênção prometida ao que, evita os conselhos dos ímpios; o caminho dos pecadores, e a roda dos escarnecedores. Não por se sentir melhor que os tais, mas porque, “... tem seu prazer na lei do Senhor, na Sua Lei medita dia e noite.” Sal 1;2

A Lei do Senhor. O coração humano e seus sentires, por bem intencionados que sejam, segue sendo um impostor, adversário de Deus, traidor do próprio hospedeiro. “Enganoso é o coração, mais que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá? Eu, O Senhor, esquadrinho o coração e provo os rins; isto para dar a cada um segundo seus caminhos e segundo o fruto das suas ações.” Jr 17;9 e 10

Não menos importante que, não excedermos ao escrito, nem omitirmos, concorre o “também está escrito”. Convivemos com os “cortes”, pequenas porções de uma mensagem, entrevista, para evidenciar algo. A Palavra permite “cortes,” desde que, o contexto seja respeitado.

Às vezes imediato, outras, remoto, sempre haverá um, dentro do qual A Palavra deve ser interpretada. O Canhoto “cortou” tentando O Senhor: “Se tu És o Filho de Deus, lança-te daqui abaixo; porque está escrito: Mandará Seus anjos, acerca de Ti, que Te guardem...” Luc 4;9 e 10 O Senhor respondeu: “Também está escrito: Não tentarás ao Senhor teu Deus.” V 12

Enfim: não irmos além do escrito; não ficarmos aquém, nem forçarmos o contexto, contra intenção do autor. Pois, “Toda Palavra de Deus é pura; escudo é para os que confiam Nele. Nada acrescentes às Suas Palavras, para que não te repreenda e sejas achado mentiroso.” Prov 30;5 e 6

domingo, 21 de julho de 2024

Estatura


“Procurava ver quem era Jesus, e não podia, por causa da multidão, pois era de pequena estatura.” Luc 19;3

Zaqueu subindo numa árvore para poder ver a Jesus, compensando a pouca altura. Para surpresa dele, O Senhor o chamou pelo nome, e “se convidou” à casa do cobrador de impostos. “... Zaqueu, desce depressa, porque hoje Me convém pousar em tua casa.” V 5

O “interesse” do Salvador dizendo que, ir à casa dele era uma coisa que lhe convinha. Após o arrependimento para salvação, do pequeno fazendário, O Senhor explicou com mais detalhes, Seus interesses: “... o Filho do homem veio buscar e salvar o que se havia perdido.” V 10

Qualquer perdido é alvo do Divino amor, a ser expresso mediante quem represente a Cristo. “... contai a boa notícia a toda criatura.”

Dado esse bendito interesse, nenhum de nós carece estatura suficiente para ver, ou receber Jesus. Basta estar perdido; sem Ele, todos estão.

Quando alguém o busca com tal sede, ao ponto de se expor como Zaqueu, apenas para vê-lo, certamente, essa motivação íntima agrada ao Senhor; Ele deu ao pequeno curioso, algo além do que desejava. Queria ver; foi habilitado a hospedar, compungido a se arrepender da vida que levara, para sua salvação.

Se, para ver e receber ao Salvador, todos têm e necessária estatura, uma vez recebendo-o, se tornando ovelha Dele, aí a edificação, deve ser buscada como quem, tendo encontrado um pérola de grande valor, coloca vigilantes no entorno, para que, a mesma não seja furtada.

Isso, não pode ser obtido subindo numa árvore, como fez Zaqueu. Carecemos enveredar pelo caminho do aprendizado acerca do Senhor, para que, quando os semeadores de engano visarem nossa “terra”, essa se mostre refratária às suas sementes.

“Ele mesmo deu uns para apóstolos, outros para profetas, evangelistas, pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo; até que todos cheguemos à unidade da fé, ao conhecimento do Filho de Deus, homem perfeito, à medida da Estatura completa de Cristo, para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em redor por todo vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente.” Ef 4;11 a 14

Para salvação a “estatura” de perdidos nos basta. Para prosseguirmos firmes em Cristo, contra toda sorte de enganos enviados para nos desviar, devemos buscar a Estatura Dele, mediante aprendizado, e exercício nas coisas espirituais, para, pelo discernimento, não sermos vulnerados.

Aos que foram omissos nisso, outrora, foi dito: “... vos fizestes negligentes para ouvir. Porque, devendo já ser mestres pelo tempo, ainda necessitais de que se vos torne a ensinar os primeiros rudimentos das Palavras de Deus; vos haveis feito tais que necessitais de leite, não, de sólido mantimento.” Heb 5;11 e 12

Escrevendo a Timóteo, Paulo aconselhou: “... exercita a ti mesmo em piedade; porque o exercício corporal para pouco aproveita, mas a piedade para tudo é proveitosa, tendo a promessa da vida presente e da que há de vir.” I Tim 4;7 e 8

Na conclusão à exortação supra, aos hebreus, temos: “Mas o mantimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm os sentidos exercitados para discernir tanto o bem quanto, o mal.” V 14

Aos que descansam na ignorância, afinal, “Deus escolheu as coisas loucas desse mundo para confundir às sábias”, I Cor 1 28 ss um alerta: Isso é parte de uma diatribe de Paulo contra os supostos sabe-tudo da época, aos quais desafiou: “Onde está o sábio? Onde está o escriba? Onde está o inquiridor deste século? Porventura não tornou Deus louca a sabedoria deste mundo? Visto como na sabedoria de Deus o mundo não O conheceu pela sua sabedoria, aprouve a Deus salvar os crentes pela loucura da pregação.” I Cor 1;20 e 21

Ele escolheu as coisas loucas, no prisma da sabedoria humana, para dar a espiritual, abrindo entendimentos nessa dimensão; mas, nos chamou ao aprendizado. “falamos sabedoria de Deus, oculta em mistério, a qual Deus ordenou antes dos séculos para nossa glória; a qual nenhum dos príncipes deste mundo conheceu; porque, se conhecessem, nunca crucificariam ao Senhor da Glória.” I Cor 2;7 e 8

Se alguém for salvo dum incêndio pela escada Magirus, nu, porque estava se banhando na hora do sinistro, seguirá assim, uma vez que foi salvo nessa condição? Não! Era uma emergência. De igual modo nós, não seguiremos sendo “coisas loucas” porque fomos chamados assim; antes buscaremos aprender, para honrarmos àquele que nos salvou.

“Quem anda com sábios ficará sábio...” Prov 13;20 Em Cristo andamos com Aquele, “Em quem estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e da ciência.” Col 2;3

Descaminhos


“Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, espaçoso o caminho que conduz à perdição, muitos são os que entram por ela; porque estreita é a porta, apertado o caminho que leva à vida, poucos há que a encontrem.” Mat 7;13 e 14

Qualquer pessoa, facilmente entende essa alegoria do Salvador. Que, o caminho para salvação requer renúncias, submissão ao Senhor, ou, o “jugo de Jesus”; enquanto, os que preferem viver de qualquer maneira, a imensa maioria, infelizmente, acabarão na perdição.

A condição arbitrária do ser humano é preservada, há uma prescrição sobre por onde entrar, não uma imposição; porém, é vedado alterar a natureza dos caminhos. Ninguém pode ampliar ao caminho estreito para que fique mais fácil o percurso.

Os que preservam o rótulo sem a essência, andam pela espaçosa avenida da perdição, mesmo com certos escrúpulos por isso. Se pretendem cristãos, mas se mostram refratários às renúncias que, pertencer a Cristo requer; agindo como se fosse possível alargar à vereda da vida, evidenciam que seus corações ainda são mundanos; falta-lhes uma fé sadia que faculte uma entrega incondicional ao Senhor. Como muitos durante o êxodo, que à menor dificuldade na peregrinação, logo suspiravam saudosos pela escravidão do Egito.

Assim, “cristãos” que, quando o estreitamento necessário é apresentado, logo procuram artifícios mundanos, para seguirem “cristãos” e matarem um pouco sua saudade do mundo.
Cada vez que o cristianismo é “modernizado” e novos métodos são evidenciados em prejuízo do conteúdo, sempre teremos mais mundo e menos Palavra da Vida.

Dos Seus, O Salvador espera uma ousadia maior. “Dei-lhes a Tua Palavra, e o mundo os odiou, porque não são do mundo, assim como Eu não sou.” Jo 17;14

Qualquer aversão à Palavra, por pequena que pareça, é uma nuance do ódio contra O Senhor que a deu. Essa balela tolerante e inclusiva, que, invés de pessoas, inclui vícios no caminho que deve ser santo, e antes que, tolerar o diferente com seu direito de crer como aprouver decide andar junto com o oposto, há muito perdeu a noção do caminho estreito.

A ideia do Evangelho é separar, não unir aos diferentes e opostos; esse balaio de gatos vide ecumenismo, onde, todos estão “certos” por errados que estejam, não passa de uma orgia de embriagados espirituais;

escreveu Paulo: “Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque, que sociedade tem a justiça com a injustiça? Que comunhão tem a luz com as trevas? Que concórdia há entre Cristo e Belial? Ou que parte tem o fiel com o infiel? Que consenso tem o templo de Deus com os ídolos? Porque vós sois o templo do Deus vivente, como Deus disse: Neles habitarei, entre eles andarei; Eu serei seu Deus e eles serão Meu povo. Por isso saí do meio deles, e apartai-vos, diz o Senhor; não toqueis nada imundo, e vos receberei; Eu serei para vós Pai, e vós sereis para mim filhos e filhas, Diz O Senhor Todo-Poderoso.” II Cor 6;14 a 18

Não apenas ecumenismo; as igrejas pretas, jogos de luzes em palcos, coreografias, glossolalia descontrolada, os retetés da vida, overdoses de “profecias” sem correções, apenas promessas, são sintomas, de locais enfermos espiritualmente, quando não, mortos.

Embora, meios modernos possam e devam ser usados para difusão da Palavra da Vida, seu teor deve permanecer inalterado. Quem inda faz distinção entre o que é moderno e o que é antigo, no prisma atinente ao teor, preferindo novidades, o faz por falta de noção do que é eterno. “Assim diz o Senhor: Ponde-vos nos caminhos, e vede, perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho, e andai por ele; achareis descanso para vossas almas; mas eles dizem: Não andaremos nele.” Jr 6;16

Dessa “visão suicida” surgem as igrejas “inclusivas” e adjacências, onde predileções comportamentais humanas, acabam recebendo mais valor que A Palavra de Deus. Essa tentativa de “alargar ao caminho estreito”, reitero, é derivada da recusa de trilhar pelo mesmo.

Uma pergunta se impõe: Se as pessoas preferem andar mundanamente, a despeito das consequências previstas que virão, por que precisam de rótulos religiosos para isso?

Porque a oposição sabe que todo homem foi criado para ser um adorador, e traz em si um “vazio com o formato de Deus”, como disse alguém. Assim, o vazio é “preenchido”; as vítimas do canhoto seguem mortas espiritualmente, e ainda servem para combater, atacar, aos que levam a Sã Doutrina a sério. O lobão mata duas ovelhas com uma pedrada. “... o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do Evangelho da Glória de Cristo...” II Cor 4;4

Para quem está cego, qualquer caminho, por vasto que seja, parece estreito.

sábado, 20 de julho de 2024

Escravos


“E chegou-se a um dos cidadãos daquela terra, o qual o mandou para seus campos, apascentar porcos.” Luc 15;15

O filho pródigo, depois de desperdiçar todos os seus bens em busca de prazeres, acabou sem nada, carecendo de meios para sobrevivência. Buscou por trabalho; o que encontrou foi ser cuidador de porcos. O empregador não quer saber se tenho sonhos, projetos, se venho de boa família, etc. Preciso trabalhar para comer; ele tem porcos pra apascentar, é pegar ou largar. Ele pegou.

Há uma diferença entre o momento em que podemos escolher o que melhor nos convém, e outro em que estranhos escolhem nos dar o que lhes parece melhor.

Quando, na casa do pai, certamente podia selecionar afazeres que mais se alinhavam às suas habilidades, predileções até; uma vez que, tinham muitos servos; poderia delegar as tarefas que lhes não apetecesse.

Geralmente as consequências de uma opção infeliz, nos lançam nos desertos, onde deixamos de ter escolha; outros, acabam fazendo-as por nós. O mau uso da liberdade termina em escravidão.

Que o digam tantos que, deixando a sobriedade da vida com seu peso, enveredaram pelo caminho fácil da drogadição. Isso os fez escravos dos vícios, de maneira tal, que se dispõem a fazer o que “for preciso” para mantê-los alimentados. O que um estranho demandar que se faça, em troca de drogas, o viciado na fissura por mais do mesmo, fará; abdicou da sua liberdade, e refém, permite que estranhos façam escolhas por si, quanto aos meios de se drogar; pois, ser livre dessas não está ao alcance do preso infeliz que, avesso ao “caminho estreito” rumo à vida, quando ainda podia, acabou noutro mais estreito ainda, sem nenhuma luz no fundo do túnel.

Oportuna, a frase de Rabelais: “Conheço muitos que não puderam quando queriam, porque não quiseram, quando podiam.”

A perdição nos vícios é mais ampla que drogas e álcool. Tudo aquilo que for oposto à virtude, embora suas peculiaridades inerentes, é um vício. Maledicência, promiscuidade, pornografia, adultério, inveja... Viver nessas águas poluídas, acostuma; de tal modo que a pessoa se ofenderá, se lhe for oferecida a liberdade, uma vez que, não divisa os grilhões que a aprisionam.

Quando O Salvador falou disso aos Seus coevos, eles reagiram como presos sem noção das próprias cadeias. “... Somos descendência de Abraão, nunca servimos a ninguém; como dizes Tu: Sereis livres?” Jo 8;33

Ora, naqueles dias, quem governava sobre os judeus eram os romanos. Permitiam liberdade religiosa, mas, cobravam pesados impostos dos judeus; logo, a expressão, “nunca servimos ninguém”, era desprovida de verdade. Sem contar que, espiritualmente, serviam ao inimigo, e à carne do pecado.

Tinham aos romanos e a Satanás como feitores, além do ego, usurpando Deus. Três senhores concomitantes, e se presumiam livres.

Por isso, a afirmação do Salvador. “Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres.” V 36 Era falsa a noção de liberdade deles.

Eventualmente O Pai permite que apascentemos porcos; digo, colhamos as nefastas consequências das atabalhoadas e inconsequentes escolhas, para que, sofrendo o peso das mesmas, repensemos sobre o vero valor dos bens que desprezamos.

O pródigo ao cotejar sua malcheirosa ocupação com a rotina da casa paterna repensou: “Tornando em si, disse: Quantos jornaleiros de meu pai têm abundância de pão, e eu aqui pereço de fome! Levantar-me-ei, e irei ter com meu pai, e dir-lhe-ei: Pai, pequei contra o céu e perante ti; já não sou digno de ser chamado teu filho; faze-me como um dos teus jornaleiros.” Luc 15;17 a 19

Quem achara indesejável ser administrador na casa do Pai, descera tanto, comera do ruim de tal forma, que se dispunha a ser como mero empregado.

Felizes aqueles que, tendo chegado ao fundo do poço, percebem inda que tardiamente, que a única saída é para cima, invés de tentar escavar para afundar mais.

A liberdade de Cristo ainda nos faz servos; agora, de Deus. Nada de apascentar porcos. Antes, lutamos contra nossas próprias inclinações acostumadas ao mal, para crucificá-las, em obediência ao Senhor. Cada um é capacitado pelo Espírito Santo, a uma determinada função útil à Obra.

Um serviço com alento, sem feitores tiranos a exigir resultados em labores inglórios; a relação com O Senhor é filial, e pelo Pai somos agraciados com O Espírito Santo, para aquilo que é bom aos Olhos Dele.

Em Cristo, tanto a porta, quanto, o caminho, são estreitos. Mas, a obediência espiritual como modo de vida, aos poucos faz natural, aquilo que inicialmente soou doloroso, a cruz. O exercício na piedade, paulatinamente, amplia nosso espaço para a caminhada; Pedro ensina: “Porque assim vos será amplamente concedida entrada no Reino Eterno de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.” II Ped 1;11

sexta-feira, 19 de julho de 2024

"A mais antiga das profissões"


“Venerado seja entre todos o matrimônio e o leito sem mácula; porém, aos que se dão à prostituição, e adúlteros, Deus os julgará.” Heb 13;4

Repercute o vazamento de uma conversa onde, Luís Cláudio Lula da Silva, filho de Lula, chamou à Janja, a primeira dama, daquela palavra dissílaba, fácil de separar, que começa com pu, e termina com ta.

Alguns youtubers, para evitar o termo chulo usam o eufemismo da “mais antiga das profissões”, para se referirem à prostituição. Pois, sem entrar nas intrigas na família presidencial, pretendo me ater um pouco nessa definição “filosófica” da qual discordo, e pretendo patentear por quê.

Desde sempre ouvi esse dito definindo à prostituição, como se fosse um axioma, o que está muito distante de ser verdadeiro.

Prostituição está longe de ser uma profissão. Não passa de um vício derivado do desvio de caráter; embora, possam argumentar sobre incidentes que “patrocinaram” a iniciação de alguém, no referido vício; as vicissitudes da vida que “não deixaram escolha”; a coisa segue sendo o que é. Eventuais atenuantes quanto aos motivos iniciais, podem minorar a culpa de quem escolheu-a; não, dignificar o que pela própria essência é um comportamento indigno.

Para incursionar nas profissões antigas, devemos dispor de registros, quanto mais velhos, melhor, se é que pretendemos opinar com alguma sobriedade. 

Nenhum escrito de domínio público é anterior à Bíblia Sagrada. Segundo Ela, a três primeiras profissões, foram: Governador; a Adão foi dada a gestão de toda a criação; “... Frutificai, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todo o animal que se move sobre a terra.” Gn 1;28

Depois, os dois filhos do primeiro casal, Abel e Caim também escolheram suas ocupações. “... Abel foi pastor de ovelhas, Caim foi lavrador da terra.” Gn 4;2

Assim, temos a seguinte ordem: Primeiro, governador; depois, pastor e agricultor concomitantes. Se alguém conhece algum registro diferente, que o apresente. Senão, estão postos os motivos pelos quais discordo do “axioma” aquele.

Acontece que, a prostituição é deplorada apenas no aspecto sexual; no psicológico e no espiritual é até mais encontrável que naquele.

Na política, como em nenhuma outra esfera social, a prostituição anímica se manifesta. Aquilo que um sujeito candidato jurou que não faria, num debate, é o que fará, uma vez eleito. Simone Tebet e Geraldo Alkmin, chamaram ao ladrão pelo nome, em dias pretéritos. Agora, estão todos no mesmo time.

Uma alma venal, que acoroçoada por interesses rasos, muda de uma afirmação a outra, mercadeja desfazendo compromisso sem respeito à própria palavra, vive assim sua mercância, onde se vende por interesses. Não é outra coisa, senão, uma alma prostituída.

Por isso, dos Seus, O Senhor requer coisas melhores; na definição do Cidadão dos Céus, entre outros predicados, temos: “... jura com dano seu, contudo, não muda.” Sal 15;4 Em Sua Doutrina, O Salvador ensinou: “Seja, porém, vosso falar: Sim, sim; não, não; porque o que passa disto é de procedência maligna.” Mat 5;37

Por fim, a mais perniciosa das prostituições é a espiritual. Há gente que consegue a proeza de ser “cristão”, evolucionista, reencarnacionista, católico, e adepto de alguma crença de matriz afro. Nesse caso nem se trata de prostituição, estritamente; antes, de promiscuidade espiritual.

A prostituição se verifica quando, alguém que conhece as veredas da vida, motivado por alguma “vantagem”, deixa-a e passa a esposar credos alternativos. A Palavra de Deus denuncia à exaustão. Falando contra Israel, que se corrompera pela idolatria, O Eterno diz: “... Ora, tu te prostituíste com muitos amantes; mas ainda assim, torna para Mim, diz o Senhor... Por isso foram retiradas as chuvas, não houve chuva serôdia; mas tu tens a fronte de uma prostituta e não queres ter vergonha.” Jr 3;1 e 3

Encontramos ainda: “Mas chegai-vos aqui, vós os filhos da agoureira, descendência adulterina, de prostituição.” Is 57;3 “Agora lancem eles para longe de Mim sua prostituição, os cadáveres dos seus reis, e habitarei no meio deles para sempre.” Ez 43;9 “Também te prostituíste com os filhos do Egito, teus vizinhos grandes de carne, multiplicaste tua prostituição para Me provocares à ira.” Ez 16;26 etc.

Enfim, profissão é algo de que não nos envergonhamos; antes, professamos abertamente. Aquilo que carece de eufemismos, pois, não fica bem chamar aos bois pelos nomes, o mero escrúpulo de falar a coisa já a desqualifica como profissão.

Dos Seus, O Senhor espera integridade. Isso veta a prostituição e derivados, em todos os âmbitos do ser; “O mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, alma e corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo.” I Tess 5;23