sábado, 6 de julho de 2024

Fidelidade; os dois lados


“Fiel É Deus, pelo qual fostes chamados para a comunhão de Seu Filho Jesus Cristo nosso Senhor.” I Cor 1;9

Quando cogitamos sobre a fidelidade Divina, costumamos pensar no fato de que Ele cumpre o que promete, sobretudo, com o fim de nos abençoar.

Ora, a fidelidade é um princípio, tanto válido para com promessas de bênçãos, quanto, para advertências de juízo. A Imutabilidade do Santo preserva vivas e atuais, ambas as situações.

“Toda a Palavra de Deus é pura; escudo é para os que confiam Nele. Nada acrescentes às Suas Palavras, para que não te repreenda e sejas achado mentiroso.” Prov 30;5 e 6

É doentio pensarmos que, nossas predileções rasas, derivadas da infidelidade natural, movam ao Santo ao ponto de, Ele deixar de ser o que É, porque nos recusamos a ser transformados no que deveríamos ser; “Se formos infiéis, Ele permanece fiel; não pode negar a si mesmo.” II Tim 2;13 Quem caiu da estatura original foi o homem; em Deus “não há mudança, nem sombra de variação.” Como ensina Tiago.

Logo, quando escutamos gente pleiteando por edições à Palavra, acréscimos ou supressões, não podemos ver de outra forma, senão, a ousadia do maligno, em consórcio com a suicida impiedade humana, profanando coisas santas. O Salvador assegurou: “Passarão os Céus e a Terra, mas Minhas Palavras, não hão de passar.” Mat 24;35

Embora, para o mundo, termos como, “inclusão, união, tolerância,” sejam quase santos, em nome deles se possa sagrar ao que Deus abomina, para quem serve ao Eterno, essas coisas têm cheiro de morte, não nos atrevemos a elas. Por outro lado, a fidelidade incondicional tem sido ressignificada, como sendo, “radicalismo, intolerância, fundamentalismo, discurso de ódio.” Se, o ingresso ao Céu fosse decidido pela Terra, aquele não se avantajaria ao inferno; felizmente, não é.

Não raro, escutamos mestres dessa ou daquela doutrina explicando o que Cristo significa, o que fez, qual a real abrangência da Sua obra; sempre alinhada, a explicação, aos mundanos parâmetros, “inclusivos”; pisoteando porções cristalinas da Água da Vida; sujando o que deve ser mantido limpo. Esses, conhecedores das paixões humanas, por serem delas também, reféns, sabem quais cordas vibrar para soarem afinados aos colegas de infortúnio espiritual; assim, arranjam muitos seguidores na avenida ampla da perdição, onde caminham.

Ninguém é obrigado a crer. Cada um pode dispor da sua vida como bem lhe parecer; pois, as consequências das suas escolhas incidirão obre ele, não, sobre o semelhante. “Cada um dará conta de si mesmo a Deus.” Rom 14;12

Porém, quando alguém ousa alterar À Palavra da Vida, aí invade a praia alheia; uma vez que, ensinando falsidades como se, derivadas da Palavra de Deus, leva a perder aos semelhantes que lhe derem ouvidos. A ninguém foi dado esse direito.

Embora esposando expressões com semblante lógico, tiradas com cacoetes evangélicos, abordagens aparentemente altruístas, com certo senso de justiça, se contrariam à Palavra do Senhor, as imanentes “virtudes” da mensagem são apenas alegorias a disfarçar o opositor mor e seus ministros. “Não é maravilha, porque o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz. Não é muito, pois, que seus ministros se transfigurem em ministros da justiça; o fim dos quais será conforme suas obras.” II Cor 11;14 e 15

Os mesmos que ensinam doutrinas que desencaminham de Cristo, depois postam suas “filosofias” libertárias, tipo: “Esforce-se por mudar a si mesmo, não perca tempo tentando mudar o outro.”

Ora, o que é a pregação do Evangelho, que Cristo ordenou, senão, o desejo que o semelhante mude para sua salvação? Por que Jesus chamou aos Seus, de “sal da Terra e luz do mundo”, sendo que, essas coisas, sal e luz, não existem para si mesmos, mas, para servir aos outros? Claro que não devemos nem podemos, decidir nada, pelo semelhante. Todavia, viver de uma forma que seja exemplar, segundo Cristo, e à medida do dom de cada um, ensinar o que aprendemos, é inevitável.

Descobriríamos uma “Pérola de Grande Valor”, e quereríamos apenas para nós? Quatro leprosos de antanho fizeram melhor do que faríamos se agíssemos de modo egoísta; “Então disseram uns para os outros: Não fazemos bem; este dia é dia de boas novas, e nos calamos; se esperarmos até à luz da manhã, algum mal nos sobrevirá; por isso agora vamos, anunciaremos à casa do rei.” II Rs 7;9

As boas novas daqueles dias, se referiam à fartura de pão a uma cidade faminta. As que temos para anunciar, respeitam ao “Pão dos Céus” ao mundo que padece com fome de Deus.


Fiel É Deus, para cumprir tudo o que prometeu; tanto, para acolher aos que buscam pela salvação, quanto, para tolher descaminhos que propõem os errados de espírito.

sexta-feira, 5 de julho de 2024

Contratempo

 “Porquanto não se executa logo o juízo sobre a má obra, o coração dos filhos dos homens está inteiramente disposto para fazer o mal.” Ecl 8;11

Nem o juízo, nem recompensa são imediatos. Se assim não fosse, atitudes seriam poluídas pelos interesses, invés de derivarem da essência de quem atua. Por exemplo, um que se inclinasse a roubar, porém, não o fizesse, apenas porque saberia que sua punição seria imediata. Sua “honestidade” seria exterior apenas, com o coração impuro;
outro que, não se importasse com as necessidades alheias, mas, socorresse, eventualmente, a um carente, pela certeza de uma recompensa imediata. Esse “altruísmo”, também seria um verniz falso a pintar como bom, um coração ruim. Tanto, para o bem, quanto, para o mal, as ações sofreriam a interferência casuística dos interesses, invés de serem derivadas do ser, de cada agente.

Platão, achava oportuno, evitar aos casuísmos, para se cultivar valores superiores. Disse, mais ou menos o que segue: “Quando alguém for considerado justo, lhe caberão por isso, aplausos, louvores; e ficaremos sem saber se o tal é justo, por amor à justiça, ou, aos louvores que recebe. Convém colocá-lo, numa situação em que seja privado de todas essas coisas; se ainda assim, permanecer justo, certamente o é, por causa da justiça.”

As aflições, além de possibilitar que atuemos em consórcio com valores, mais que, com interesses, também têm um aspecto didático; se recebidas no espírito certo, confiantes no Senhor que está acima delas, obram nosso aperfeiçoamento. “Eis que já te purifiquei, mas não como a prata; escolhi-te na fornalha da aflição.” Is 48;10
Como ouro e prata são derretidos para que sejam removidas suas escórias, também, o coração humano carece o concurso das dores, como agentes depuradores.

Anunciando Cristo, Malaquias advertiu: “Mas quem suportará o dia da Sua vinda? Quem subsistirá, quando Ele aparecer? Porque Ele será como fogo do ourives, como o sabão dos lavandeiros. Assentar-se-á como fundidor e purificador de prata; purificará os filhos de Levi, os refinará como ouro e prata; então ao Senhor trarão oferta em justiça.” Ml 3;2 e 3

Há um “juízo” imediato sobre as ações, no tribunal das nossas consciências; tanto silenciam quando as pretendidas atitudes forem meritórias, quanto, acusam quando forem viciosas. Aquele que, pelo Espírito Santo, apurar essa sensibilidade acerca da aprovação ou, rejeição Divina, tem mais chances de errar menos, pois, o exercício nos aperfeiçoa espiritual e moralmente, trazendo de lambuja, o discernimento. “Mas o mantimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm os sentidos exercitados para discernir tanto o bem quanto o mal.” Heb 5;14

No Êxodo, O Eterno permitiu privações ao povo, desejando que ele fosse fiel, mesmo em meio a elas. Infelizmente, a fidelidade não era um valor muito encontrável, então. “Te humilhou, te deixou ter fome, te sustentou com o maná que tu não conheceste, nem teus pais o conheceram; para te dar a entender que o homem não viverá só de pão, mas de tudo o que sai da Boca do Senhor viverá o homem.” Deut 8;3

O que é o desafio a andarmos por fé, senão, um convite a “apostarmos nossas fichas”, numa recompensa no porvir? A fé genuína, não depende de circunstâncias, indícios, sinais. Descansa na Integridade Daquele, no qual crê. “Quem há entre vós que tema ao Senhor e ouça a voz do Seu servo? Quando andar em trevas, não tiver luz nenhuma, confie no Nome do Senhor, firme-se sobre o seu Deus.” Is 50;10

Nos seus dias, Moisés agiu assim: “Pela fé deixou o Egito, não temendo a ira do rei; porque ficou firme, como vendo o invisível.” Heb 11;27

No exercício que nos faculta, na firmeza que enseja mesmo em momentos de grande adversidade é que está a beleza da fé. Pois, “... é o firme fundamento das coisas que se espera, e a prova das coisas que se não vê.” Heb 11;1

Diferente de um devaneio com algo que supomos que nos pode acontecer no devir, a fé forja o modo de viver, dos que creem deveras; “Porque ainda um pouquinho de tempo, o que há de vir virá, não tardará. Mas o justo viverá pela fé; e, se ele recuar, Minha alma não tem prazer nele. Nós, porém, não somos daqueles que se retiram para a perdição, mas daqueles que creem para conservação da alma.” Heb 10;37 a 39

Não pautemos nosso viver pelo imediatismo, pois; afinal, “Tudo tem seu tempo determinado, há tempo para todo o propósito debaixo do céu. Há tempo de nascer e de morrer; tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou;” Ecl 3;1 e 2
“...aquele que crer não se apresse.” Is 28;16

quarta-feira, 3 de julho de 2024

O amor


“... Amarás teu próximo como a ti mesmo.” Mat 22;39

Vi o anúncio de uma palestra: “Aprendendo a se amar.” Então, surgiu a questão: O ser humano não se ama, carece que alguém o ensine?
Forçosa seria a conclusão que o preceito de Cristo é falho. Como eu poderia amar meu próximo como a mim, se, sequer, me amo? Do jeito que falou, subentende-se que o amor próprio é inato; trazemos no DNA, sem que careçamos nenhuma didática para que aprendamos.

O modo como desejamos que as coisas sejam para conosco, serve de parâmetro para que as queiramos, em favor do próximo. “Como vós quereis que os homens vos façam, da mesma maneira lhes fazei, também.” Luc 6;31

Alguns se deprimem, outros que se suicidam; não seriam exemplos de gente que odeia a si mesmo? Em geral, invés de um sentimento mesclado à temperança, que reconhece os próprios erros e eventuais méritos alheios, as pessoas são egoístas, invejosas; padecem por excesso de amor próprio. Ninguém merece ventura alguma, senão, elas.

Daí, um desvio de foco; invés de aproveitar as vicissitudes da vida para se tornarem melhores, os egoístas gastam suas munições, desfazendo das alheias conquistas; “consertam” um erro com outro.

Não se tornam amargas porque não se amam; antes, porque se amam desequilibradamente, fantasiando para si, muito mais que necessitam.

Peregrinos que fizeram a famosa peregrinação de Santiago de Compostela, usando a travessia para meditar, descobriram que precisavam descartar muitas coisas, levando apenas o indispensável; o supérfluo se tornava apenas um peso a dificultar a caminhada.

Na vida é assim. Ombreamos muitos pesos desnecessários, permitindo que a febre das vaidades desequilibre nossas almas, que poderiam ser mais leves, sóbrias, menos fúteis.

Quando alguém, no ápice da dor apela ao suicídio, não o faz por achar que a vida não valha a pena; se ama tão desmedidamente, que acha que não vale apena seguir vivendo daquela maneira que se encontra.

Schopenhauer, em seu excelente “O Livre Arbítrio” diz: “Não pode alguém que possua um revólver, dizer: tenho poder para me matar. Na verdade, o tal possui apenas os meios. Para poder fazer isso, careceria de algo que fosse maior que o amor pela vida, e o medo da morte.”

Talvez a ilusão que uma grande angústia se finde, findando o viver, seja esse “algo” que patrocina a extrema tentativa de fuga, desses que, se amam tanto, que não se permitem não ser belos, ricos, famosos, ou felizes, como acreditam que merecem.

Alguém disse que, a depressão é excesso de passado, e a ansiedade, de futuro. Se, um carece fugir tanto do presente, de modo a nunca estar nele é porque, em algum momento foi convencido que, fugir é o melhor que faz. Caso, se odiasse, invés de fugir de uma situação incômoda, folgaria nela, vendo se danar àquele que odiaria. Assim, não é se amar que as pessoas precisam aprender.

Talvez, direcionar ao próximo a porção que cabe a ele. Uma frase que aprecio sobre posses, “Rico não é aquele que possui mais; antes, o que precisa de menos para viver.”

Acho que essa capacidade de dosar as coisas nas justas medidas, também faz a riqueza das nossas almas, por permitir ver que, quando as coisas não dão muito certas para nós, mesmo assim, podemos amar e fazer que deem para outros, como diz O profeta Jeremias, sobre um que confia no Senhor: “ Será como a árvore plantada junto às águas, que estende suas raízes para o ribeiro; não receia quando vem o calor, mas sua folha fica verde; no ano de sequidão não se afadiga, nem deixa de dar fruto.” Jr 17;8

O excesso de amor própria o levaria alguém a resmungar pela falta de águas abundantes. O amor facultado pelo Senhor, nos faz frutificar, em atenção às necessidades do próximo. “... Mais bem-aventurada coisa é dar do que receber.” Atos 20;35

A arte tentou sublimar o “morrer por amor;” desde dias idos. Píramo e Tisbe, que acabou parafraseado em Romeu e Julieta, é exemplo do amor egoísta, desmedido. A bem da verdade, a Única morte por amor, deveras, foi a de Jesus Cristo. “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu Seu Filho unigênito, para que todo aquele que Nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” Jo 3;16

Antes de chamarmos amor, às nossas inclinações egoístas, meditemos nisso: “O amor é sofredor, benigno; não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece. Não se porta com indecência, não busca seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; não folga com injustiça, mas com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.” I Cor 13;4 a 7

segunda-feira, 1 de julho de 2024

O mal pela raiz


“... certo homem tinha uma figueira plantada na sua vinha; foi procurar nela fruto, não o achando, disse ao vinhateiro: Eis que há três anos venho procurar fruto nesta figueira, e não acho. Corta-a; por que ocupa ainda a terra inutilmente? Respondendo ele, disse-lhe: Senhor, deixa-a este ano, até que eu a escave e esterque; se der fruto, ficará, se não, depois mandarás cortar.” Luc 13;6 a 9

O Salvador ensinou nossa responsabilidade, como ramos na Videira Verdadeira, frutificar, para que, quando demandarmos algo do Senhor, também sejamos ouvidos. “... Eu vos escolhi e nomeei, para que vades e deis fruto, e vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto em Meu Nome pedirdes ao Pai Ele vos conceda.” Jo 15;16

A figueira tipifica gente que está na “vinha” do Senhor, a Igreja, sem ter sido transformada como O Senhor deseja.

Depois de três anos sem nenhum resultado, tinha sobejas razões, o dono da vinha, para mandar cortar a inútil planta. Mas, o vinhateiro interferiu pedindo uma oportunidade, para escavar e tratar das raízes.

Estava tudo bem com o caule, os ramos, e as folhas da referida planta; o problema que a impedia de frutificar, deveria estar nas raízes. Quantos de nós ousam expor deveras seus problemas? Sem isso, a cura não virá.

Muitos, malgrado, frequentem ambientes espirituais, amam ao dinheiro, às coisas materiais; têm uma raiz problemática, que invés de frutos para Deus, produz amarguras para si. “Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e traspassaram a si mesmos com muitas dores. Mas tu, ó homem de Deus, foge destas coisas; segue a justiça, piedade, fé, amor, paciência, mansidão.” I Tim 6;10 e 11

A rejeição de Israel, no Antigo Testamente se deu, precisamente porque se negarem a produzir os frutos anelados pelo Criador; “Porque a vinha do Senhor dos Exércitos é a casa de Israel, os homens de Judá são a planta das Suas delícias; esperou que exercesse juízo, eis aqui opressão; justiça, eis aqui clamor.” Is 5;7

Tendemos a apreciar as consequências das nossas ações errôneas; O Senhor da Vinha, costuma buscar as causas. É necessário ir à raiz do problema, para que a “árvore” possa frutificar.

Noutros casos, há pecados envelhecidos sem ter sido tratados. A pessoa os cometeu e fingiu que nada tinha acontecido; e leu erroneamente, o silêncio Divino, como se fosse permissão.

O Senhor denunciou um caso assim: “Estas coisas tens feito, e Me calei; pensavas que era tal como tu, mas Eu te arguirei, e as porei por ordem diante dos teus olhos.” Is 50;21 Quando O Pai silencia, oferece uma oportunidade para que atuemos em maturidade espiritual, tratando às coisas como Sua Palavra ensina; senão, a disciplina, no devido tempo virá. “Porque o Senhor corrige ao que ama, açoita a qualquer que recebe por filho. Se suportais a correção, Deus vos trata como filhos; porque, que filho há a quem o pai não corrija?” Heb 12; 6 e 7

Felizes daqueles que, uma vez identificados como infrutíferos, ainda têm uma oportunidade onde o Guardião da Vinha, O Espírito Santo, intercede por eles, pedindo uma nova chance; pois, sem isso, a alternativa seria cortar a planta inútil.

Para alguns, parece que A Palavra de Deus é apenas palavras. Não, Palavras poderosas, com um componente espiritual anexo, que opera grandes coisas nos que se deixam conduzir por elas, sendo bons ouvintes. As transformações efetuadas, testificariam da eficácia da Palavra do Senhor. “... o testemunho de Jesus é o espírito de profecia.” Apoc 19;10

O Salmo primeiro apresenta um ditoso que come À Palavra; nela medita dia e noite; invés de mero loquaz, o tal, se torna frutífero. “Pois será como a árvore plantada junto a ribeiros de águas, a qual dá seu fruto no seu tempo; suas folhas não cairão, e tudo quanto fizer prosperará.” Sal 1;3

Para descuidados, nos quais, A Palavra não logra incutir seu espírito, seus ouvidos rebeldes, corações endurecidos, são a terra ruim, que tolhe que esses produzam os necessários frutos de arrependimento, para depois, produzirem também, os da santificação.

Ouvem pregações sobre santidade e não se santificam; sobre a necessidade de transformação no caráter, e não se deixam transformar, frequentam locais onde Cristo é apresentado, mas recusam-se a deixar O Senhor entrar em seus corações. Como a figueira aquela, ocupam à terra inutilmente.

Mais que enxadões, adubo, carecem ouvidos, se desejaram tratar o mal pela raiz. Então, serão tornados frutíferos por longos dias. “Os que estão plantados na casa do Senhor florescerão nos átrios do nosso Deus. Na velhice ainda darão frutos; serão viçosos e vigorosos...” Sal 92;13 e 14

domingo, 30 de junho de 2024

As ilhas


“... Porque a vossa benignidade é como a nuvem da manhã, como o orvalho da madrugada, que cedo passa.” Os 6;4

A “veia obediente” daqueles era mui breve, durava um momento. Uma vez que nos chama à eternidade, pretende, O Eterno, que nossa relação seja perene; “Em todo tempo sejam alvas tuas roupas, nunca falte o óleo sobre tua cabeça.” Ecl 9;8

Não que O Senhor requeira, santidade full time. O que Ele espera é compromisso integral. Que, quando errarmos, tenhamos isso bem claro, não o façamos “sem culpa”, como fazíamos antes de termos relação com Ele; “Porque, quando éreis servos do pecado, estáveis livres da justiça.” Rom 6;20 

Antes que alguém se apresse a defender as vantagens daquela “liberdade”, a questão: “Que fruto tínheis então das coisas de que agora vos envergonhais? Porque o fim delas é a morte.” V 21

Em Cristo somos livres para obedecer, andar conforme Sua Palavra, para o que, somos capacitados por Ele mesmo; “a todos quantos O receberam, deu-lhes poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no Seu Nome;” Jo 1;12

Fazer o que quiser não é ser livre, antes, ser servo dos desejos de inspiração maligna; nossa natureza caída se opõe a Deus e Sua vontade. A liberdade pressupõe limites, uma vez que, me restringe ao meu “quadrado”; no do semelhante, a gestão é dele. Como no trânsito, todos são livres para ir e vir, conforme as regras.

Então, mesmo que nossa retidão não consiga ser integral, dadas as más inclinações, nosso compromisso com O Senhor deve ser pleno; nossas vidas são Dele.

Eventualmente, um famoso, mais comprometido com álcool que com Deus, em meio ao show tem um insight; para suas canções animadoras dos vícios e profere três ou quatro frases com cacoetes espirituais, para delírio da galera que o aplaude efusivamente; essas gotas de orvalho não deveriam confundir ninguém. Guardar 23,59 horas do seu dia, para viver à sua ímpia maneira, depois, reservar um “ganchinho” para decorar a própria popularidade com um souvenir “espiritual” é hipocrisia.

Se falasse e vivesse algo, devidamente espiritual, provavelmente seria vaiado.
A vida com Deus não é a permissão religiosa para singrarmos num mar de lama, e oportunamente ancorarmos em ilhotas “espirituais” em demanda por aplauso dos colegas de navegação.

Antes, é coragem concedida pelo Senhor, de dizer não, a esse sistema falido, confrontando seus valores inversos, em defesa da imutável Palavra da Vida.

Quando fazemos isso, não eclodem assovios, aplausos, interjeições de admiração. No melhor cenário encontraremos compunção, tristeza; no pior, seremos vaiados, xingados, rejeitados. O aplauso do mundo é a exposição do mundano paladar, não, do Divino. “... Vós sois os que justificais a vós mesmos diante dos homens, mas Deus conhece vossos corações, porque o que entre os homens é elevado, perante Deus é abominação.” Luc 16;15

Isso, aos religiosos da época, que, naquela sociedade eram tidos como próceres espirituais.

Dizem que o avestruz é um animal tão estúpido que come qualquer coisa que achar, um relógio até, pode confundir com alimento. Se faz isso, não sei; mas A Palavra de Deus ensina que foi privado de sabedoria, incapaz de cuidar dos próprios ovos que bota;

“Ela deixa seus ovos na terra, os aquenta no pó, se esquece de que algum pé os pode pisar, ou que os animais do campo os podem calcar. Endurece-se para com seus filhos, como se não fossem seus; debalde é seu trabalho, mas ela está sem temor, porque Deus a privou de sabedoria, não lhe deu entendimento.” Jó 39;14 a 17

Ao homem foi dada a capacidade de aprender; a estupidez que deriva da rejeição a Deus e Seus valores, não é uma ignorância inocente, antes uma escolha culpada. “O temor do Senhor é o princípio do conhecimento; os loucos desprezam sabedoria e instrução.” Prov 1;7

Quisera, esses, quando aportam nas suas breves ilhotas, tivessem um lampejo de luz espiritual, para vislumbrarem deveras, como as coisas são! quão urgente é, abraçar à salvação! Mas, em geral sai o “sol”, o orvalho some.

A primeira coisa que precisa aprender, quem desejar excursionar nos domínios de Cristo, é que ser Dele é um desafiador compromisso, sem menor possibilidade de decorarmos vitrines para consumo externo.

Conversão nos leva a olharmos para dentro para nos lavarmos; a natureza joga para a “torcida” demandando aplausos. O primeiro passo é grave; “Negue a si mesmo;” o segundo, “suicida!” "Tome sua cruz e siga-me”.

Nenhum tipo de brilho foi posto na cruz; apenas vergonha. Porém, benditas consequências, uma vez recebida. “... a coroa da justiça... o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; não somente a mim, mas a todos que amarem Sua vinda.” II Tim 4;8

Ilusionistas


“O pecado de Judá está escrito com um ponteiro de ferro, com ponta de diamante, gravado na tábua do seu coração e nas pontas dos vossos altares.” Jr 17;1

Escritos em relevo; tanto o baixo, quanto o alto, podem ser lidos ao tato. Uma espécie de “Braille” mais antigo.

O fato dessa escrita estar gravada nas tábuas do coração é uma figura para a consciência culpada, de quem, recusava ver suas errôneas escolhas, demasiado evidentes, para que pudessem ser ignoradas.

Paulo aludiu a um “tato” espiritual que poderia encontrar a Deus, caso fizesse uma leitura honesta. Ensinou que O Criador limitou os homens no tempo e no espaço, “... para que buscassem ao Senhor, se porventura, tateando, O pudessem achar; ainda que não está longe de cada um de nós;” Atos 17;27

Há tênues aprovações e reprovações nas consciências, que, mesmo quem não aprendeu dos Divinos preceitos, se atentar a elas, pode agir de modo correto: “Porque, quando os gentios, que não têm Lei, fazem naturalmente as coisas que são da Lei, não tendo eles Lei, para si mesmos são Lei; os quais mostram a obra da Lei escrita em seus corações, testificando juntamente, sua consciência, e seus pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os.” Rom 2;14 e 15 Fragmentos do homem original, que apontam o que O Eterno aprova, e vetam o que Ele reprova.

Quando são nossos pecados, não a Deus, que nosso dom táctil percebe, isso significa que, já o conhecemos, sabemos ainda que em parte, Seus preceitos, e identificamos que nosso agir fica aquém deles. Tanto que, os pecados daqueles, além de estar gravado nas tábuas do coração, também estava nas “pontas dos seus altares.” Evidências de um culto hipócrita, de quem recusando-se à obediência, tentava “compensar” com oferendas.

Pois, altares eram locais de culto. Nesses, além de eventual adoração, se buscava o perdão para os pecados.

Quando, um lugar destinado à remissão, se torna um ambiente de pecado, implica que, alguma coisa está poluindo o culto, profanando o que deveria ser santo. A intenção impura, bem como o erro premeditado, fiado na Divina misericórdia, profanam aos cultos; assim, os altares onde deveria manar a remissão se fazem apenas testemunhas de novos pecados.

A figura do ponteiro de ferro gravando erros, também alude à resiliência na maldade; à hipocrisia estabelecida, de quem se recusa a mudar.

Não por acaso, no mesmo contexto, alguns versos adiante o profeta traz: “Assim diz o Senhor: Maldito o homem que confia no homem, faz da carne o seu braço, e aparta seu coração do Senhor!” Jr 17;5

Quando nos “firmamos” em nossas espertezas religiosas, não mais alinhando nosso coração ao do Senhor, deixamos a possibilidade venturosa de paz com Deus, descendo para a masmorra da maldição.

“... faz da carne seu braço...” Isso, mesmo em ambientes de cultos. Se, a mínima desobediência a Deus arbitrar, teremos as digitais da carne, onde deveria gerir, O Espírito. “Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem pode ser.” Rom 8;7

O traço primeiro da maldição é a secura espiritual, associada à cegueira; “Porque será como a tamargueira no deserto, não verá quando vem o bem; antes, morará nos lugares secos do deserto, na terra salgada e inabitável.” Jr 17;6

Desgraçadamente, a maldade enseja uma cegueira seletiva: “... não verá quando vem o bem...” pois, para o mal, os que confiam no próprio braço, onde deveriam fazê-lo, no Senhor, costumam enxergar mui longe.

O que o canhoto, que os domina, busca cegar, é o caminho que conduz a Deus; o demais, deixa ver, estimula até; “Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do Evangelho da Glória de Cristo, que é a Imagem de Deus.” II Cor 4;4

Pois, atualmente a coisa “progrediu” muito, infelizmente. Os cultos vazios de Deus, plenos de pantomimas paralelas que furtam à Palavra do Santo, grassam por toda parte, infelizmente. Cenários e artifícios, distraem às sonolentas plateias, e os magos empurram seus ilusionismos baratos.

Ministros mercenários, egoístas; invés de dispostos ao confronto em defesa da verdade, na maioria das vezes, traficantes de entorpecentes espirituais, distribuidores de “calmantes” mentirosos, por falta de ousadia e honestidade para denunciar pecados.

No mesmo contexto, ainda, Jeremias mostra o lado da moeda que nos convém; “Bendito o homem que confia no Senhor, cuja confiança é o Senhor. Porque será como a árvore plantada junto às águas, que estende as suas raízes para o ribeiro e não receia quando vem o calor, mas a sua folha fica verde; no ano de sequidão não se afadiga, nem deixa de dar fruto.” Vs 7 e 8

sábado, 29 de junho de 2024

Dias maus


“Lembra-te também do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias, e cheguem os anos dos quais venhas a dizer: Não tenho neles contentamento;” Ecl 12;1

Não seria mais fácil, alguém “dedicar-se” a Deus nos seus dias maus, que nos bons? A coerência coloca uma pulga atrás da orelha, um questionamento se, privados pelo tempo, do melhor dos nossos dons, não nos aproximaríamos de Deus, de modo casuísta, oportuno, numa demanda egoísta por socorro, não, por desejo de servir.

Se, no auge de nossa força nos entregarmos à dissolução, como o filho pródigo, não significa que O Pai baterá a porta na nossa cara, voltando-nos, arrependidos, para Ele. Antes, receberá ao suplicante, como fez o pai daquele. Para o amor Divino, salvar alguém “nos acréscimos” como fez com o ladrão na cruz, faz parte do Seu Bendito Ser; Deus É Amor. Como as obras não contam para salvação, mas a fé no Feito de Cristo, quem crê, de coração, mesmo que, no último instante, será salvo.

O questionável é se, tendo alguém vivido na esbórnia nos dias de sua juventude, endurecido o coração no tocante a Deus, entortado a “boca” da alma com o “cachimbo” dos vícios, nos dias em que não tiver mais esse contentamento, volte-se para uma direção que sempre desprezou.

Há uma tendência para certa repetição, nas coisas naturais. “Nasce o sol e se põe, apressa-se e volta ao seu lugar de onde nasceu. O vento vai para o sul, faz o seu giro para o norte; continuamente vai girando o vento, e volta fazendo os seus circuitos. Todos os rios vão para o mar, contudo, o mar não se enche; ao lugar para onde os rios vão, para ali tornam a correr.” Ecl 1;5 a 7

O aprendido em tenra idade se torna parte do ser que acompanha aos dias futuros; “Porventura pode o etíope mudar sua pele, ou o leopardo suas manchas? Então podereis fazer o bem, sendo ensinados a fazer o mal.” Jr 13;23

Há urgente importância de sermos dirigidos nas veredas da virtude desde a infância, para que isso molde-nos, para os dias maduros; “Instrui o menino no caminho em que deve andar; até quando envelhecer, não se desviará dele.” Prov 22;6

Se, de coração tenro, alguém foi avesso aos clamores do Divino amor, quando o mesmo coração estiver endurecido, petrificado pela resiliência nos pecados, é pouco provável que se deixe encontrar. Para nosso hipotético pródigo, os dias maus tendem a ser muito maus.

Infelizmente não são todos que têm oportunidade de encontrarem-se com Deus, na juventude. Nessa enganosa idade, tudo parece fácil; quanto mais desafiador, melhor. Tanta adrenalina a pulsar, por que “perder tempo” com exercícios espirituais?

O pensador “tirou as cordas dos jovens; depois, advertiu-os do risco de serem “livres”; “Alegra-te, jovem, na tua mocidade, recreie-se teu coração nos dias da tua mocidade, anda pelos caminhos do teu coração, pela vista dos teus olhos; sabe, porém, que por todas estas coisas te trará Deus a juízo.” Ecl 11;9

Inegável, que vivemos um tempo de parcas referências espirituais; há mais mercenários, egoístas, que servos de Deus de testemunhos exemplares no horizonte comum. Toda hora um “famoso”, pregador, cantor, é exposto em seu viver miserável, onde, como Esaú, trocou sua “primogenitura” a intimidade com Deus, por um prato de “lentilhas”, a punção dos apetites rasos deveria ter sido tratada na cruz, não, na alcova.

Se, dentre dez expoentes, sete tiverem um bom andar, e três, causarem escândalo, esses três serão “apreciados” enquanto os outros, esquecidos; quando não, medidos com a mesma régua que os que desonraram a sublime chamada ministerial.

Assim como, cada um particular tem seus “dias maus”, tempo em que fraquejam os sentidos físicos, a Igreja também os tem, pela desordenada infiltração de gente indigna que emporcalha às coisas santas.

Paulo advertiu: “nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos. Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites que de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando sua eficácia. Destes afasta-te.” II Tim 3;1 a 5

Conversões genuínas são pouco encontráveis, infelizmente. Quem lembrou do Criador em tempo, fez na própria alma, o “bom depósito”, vive seu “albinismo”, rejeitado, mesmo nos ambientes “santos”.

A tendência dos jovens é buscar prazeres naturais. Quem ainda ousar nas coisas espirituais, descobrirá prazeres que escapam à carne, de origem sobrenatural. Invés de se incomodar com o tédio, exercitará sua “radicalidade” na escalada rumo à santificação. “Com que purificará o jovem o seu caminho? Observando-o conforme Tua Palavra.” Sal 119;9