quinta-feira, 16 de maio de 2024

Almas na prova


“Como o crisol é para a prata, o forno para o ouro, assim o homem é provado pelos louvores.” Prov 27;21

Metais como prata e ouro são derretidos para remoção das impurezas, tantas vezes, quantas, parecer necessário ao que tem a perícia para os purificar.

Essa arte deu origem a alguns provérbios, relativos a purificações maiores; das almas. “Tira da prata as escórias, sairá vaso para o fundidor;” Prov 25;4 “As Palavras do Senhor são palavras puras, como prata refinada em fornalha de barro, purificada sete vezes.” Sal 12;6 Não invertamos as coisas: A prata precisa ser purificada sete vezes, antes de ser comparada À Palavra do Senhor, que já é pura.

Antevendo o Ministério de Jesus Cristo, Malaquias disse: “... Ele será como fogo do ourives, como sabão dos lavandeiros.” Ml 3;2 Duas figuras atinentes à purificação; o sabão que desfaz sujeiras, e o fogo do ourives, que derrete metais, para remoção das impurezas.

Diz o texto inicial que, assim como os metais são refinados nos seus locais próprios, o homem é provado pelos louvores (que recebe), como?

A presente geração é um triste retrato da falta de noção, e desejo de louvores imerecidos. A facilidade de interação global pela INTERNET deixa isso mais evidente. Salomão, parece que estava vivendo nossos dias quando escreveu: “Há uma geração que é pura aos seus próprios olhos, mas nunca foi lavada da sua imundícia.” Prov 30;12

Todos somos livres para “curtir” ou enviar coraçõezinhos a quem postar algo. Todavia, a menor discordância, o mínimo reparo a uma colocação imprecisa, e pronto, estaremos sujeitos a chuvas e trovoadas. Quem somos para nos intrometermos nas vidas alheias?

Seria hipócrita dizer que não gostamos de elogios. Mas, gostamos ainda mais da verdade. Quando a coisa é desmedida, descamba para a lisonja, a sensação é ruim, de desconforto diante da falsidade. Mesmo quando elogiados com verdade, não nos cabe “subirmos à mesa” como se fôssemos alguma coisa. Paulo pergunta com muita razão: “Porque, quem te faz diferente? Que tens tu que não tenhas recebido? Se o recebeste, por que te glorias, como se não o houvesses recebido?” I Cor 4;7

O ego que faz o ser humano sobressair aos demais é uma ideia satânica. Esse tipo de “beleza” onde, um brilha e outros aplaudem, não o é tipo que os Céus apreciam. Quando alguém enche o mundo de caras e bocas e toda sorte de artifícios em demanda de louvores, deixa patente sua febre egoísta, seu desejo de brilhar, ser adorado, na sugestão maligna aquela: “Vós sereis como Deus.”

Se, louvores desmedidos, invés de me constranger, encabular pela certeza da minha indignidade para tais, me fizerem sentir o tal, importante, a última baga da vinha, ainda estou sendo reprovado grosseiramente nesse teste.

A beleza aos Olhos Divinos está mais, no coletivo; na unidade direcional do enxame, no bailado vívido do cardume, no revoar simétrico do bando, na paz harmônica do rebanho.

Momentos como a catástrofe vivida no Rio Grande do Sul, onde todos, grandes e pequenos, famosos e anônimos, ricos e pobres se solidarizam e cada um contribui conforme suas forças, evidenciam nuances da beleza que O Eterno Ama, e preceitua: “... amá-lo (a Deus) de todo coração, todo o entendimento, toda a alma e todas as forças, e amar o próximo como a si mesmo, é mais do que todos os holocaustos e sacrifícios.” Mc 12;33

O amor que folga com a verdade, não considera o próximo uma entidade suprema, intocável que jamais possa ser corrigida, ensinada. Antes, por se importar com o semelhante, ajuda-o de todas as formas, sejam materiais, emocionais ou espirituais.

É na adolescência psíquica que alguém se abala com alheios apreços, sejam aplausos, sejam vaias. Na maturidade, aqueles que a ela chegam, ainda que não se tornem refratários a essas coisas, também não lhes atribuem um peso excessivo. Tanto os aplausos quanto as vaias, podem ter mais a ver com as limitações alheias, que com nossos méritos. Tenho por filosofia, não padecer por doenças alheias.

A maturidade que conta e traz discernimento para a vida, deriva de nossa relação sadia com A Palavra de Deus. Nela as coisas que dizem respeito à vida foram postas; é o manual do fabricante. Os que a rejeitam, não mudam o “manual”, tampouco as razões do Criador. Estão previstos nela.

O discernimento da essência das coisas, nessa miscelânia de falsidades, aparências artificialmente forjadas, deriva de nossa relação com a Palavra de Deus, que nos aperfeiçoa, tanto quanto possível, na limitação imperfeita que aqueda nos lançou; “... o mantimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm sentidos exercitados para discernir tanto o bem quanto, o mal.” Heb 5;14

terça-feira, 14 de maio de 2024

Antes do juízo


“Se Eu enviar a peste sobre aquela terra, derramar Meu furor sobre ela com sangue, para cortar dela homens e animais, ainda que Noé, Daniel e Jó estivessem no meio dela, vivo Eu, diz O Senhor Deus, que nem um filho nem uma filha eles livrariam, mas somente eles livrariam suas próprias almas pela sua justiça.” Ez 14;19 e 20

Quando O Eterno decide julgar um povo, mesmo que, a favor desse haja intercessores de vidas probas, como foram Noé, Daniel e Jó, nada pode ser feito. O juízo que parecer justo ao Santo, será levado a efeito; esses justos, hipoteticamente entre os alvos do juízo, tudo o que poderiam seria receber livramento das suas almas, nada mais. Nem mesmo seus filhos seriam herdeiros da justiça deles.

Enquanto O Criador ainda não está julgando, um intercessor aceitável perante Ele, basta; no caso daquele povo, esse abençoado não fora encontrado. “Busquei dentre eles um homem que estivesse tapando o muro, na brecha perante Mim por esta terra, para que Eu não a destruísse; porém, a ninguém achei.” Ez 22;30

Antes do Juízo, O Senhor passa um “pente fino”, para ver se existe alguém que deva ser preservado: “Longe de Ti que faças tal coisa, que mates o justo com o ímpio; que o justo seja como o ímpio, longe de Ti. Não faria justiça o Juiz de toda terra?” Gn 18;25

Quando O Poderoso ainda se inclina a perdoar, um intercessor probo, basta; “busquei um homem...” Porém, gasta a Santa paciência, então, nem mesmo três santos da estatura de Noé, Jó e Daniel fariam diferença, no sentido de evitar o furor, do Eterno.

Nós que professamos O Santo Nome como sendo nosso Deus, temos preferência no juízo; digo, seremos julgados antes, como alguns textos mostram. Ao mesmo Ezequiel, O Eterno revelou a “prioridade” dos que alegavam compromisso com Ele; “Matai velhos, jovens, virgens, meninos e mulheres, até exterminá-los; mas a todo o homem que tiver o sinal não vos chegueis; começai pelo meu santuário. E começaram pelos homens mais velhos que estavam diante da casa.” Ez 9;6

Pedro transpôs o incidente para a Nova Aliança, e argumentou: “Porque já é tempo que comece o julgamento pela casa de Deus; se, começa por nós, qual será o fim daqueles que são desobedientes ao Evangelho de Deus?” I Ped 4;17

O vasto tempo de espera da bondade Divina, Sua longanimidade, não tem sido devidamente valorizada pela inconsequência de tantos pecadores. Salomão abordou essa indiferença, oportunista: “Porquanto não se executa logo o juízo sobre a má obra, por isso o coração dos filhos dos homens está inteiramente disposto para fazer o mal.” Ecl 8;11

Embora, a intercessão de uns e outros, tenha lá sua eficácia, em última análise, cada um terá que decidir-se sobre Deus, Seu Filho, de modo particular, pessoal; “... Como Eu vivo, diz O Senhor, que todo o joelho se dobrará a Mim, e toda língua confessará a Deus. Cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus.” Rom 14;11 e 12

Por enquanto, no tocante à salvação, um homem na brecha dos nossos pecados, perante Deus, Jesus Cristo, basta; se negligenciarmos a Ele e o que fez, a menos que tenhamos um “plano B”, nosso encontro com o juízo será inevitável.

A Palavra de Deus, depois de rememorar a fidelidade do cumprimento das Palavras faladas em dias idos, e ter apresentado a Cristo como a Expressa Imagem de Deus, questiona sobre a possibilidade de um caminho alternativo para a salvação: “Porque, se a palavra falada pelos anjos permaneceu firme, toda a transgressão e desobediência receberam justa retribuição, como escaparemos nós, se não atentarmos para uma tão grande salvação, a qual, começando a ser anunciada pelo Senhor, foi-nos depois confirmada pelos que a ouviram?” Heb 2;2 e 3

A Paz de Cristo, diferente da dos homens, tem uma incidência vertical; realinha-nos a Deus, a despeito do que o semelhante possa pensar ou sentir, ao nosso respeito; “Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados; e pôs em nós a palavra da reconciliação.” II Cor 5;19

Quando chegar o tempo da ira, que se avizinha célere, então, não haverá intercessor que baste, nada que desvie O Furor do Eterno; acontecerá que, a Espada do Espírito, que, ora luta oferecendo misericórdia para salvação, então, lutará apenas pela justiça, para condenação dos que ignoraram aos apelos do Amor Divino.

Alguns agem como se, o seu tempo fosse infinito; Einstein pensava diferente; “Duas coisas são infinitas, o universo e a estupidez humana; não estou muito certo quanto ao universo.” Então, “Buscai ao Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto.” Is 55;7

segunda-feira, 13 de maio de 2024

A Ira Divina


“... a Terra está contaminada por causa dos seus moradores; porquanto transgredem as leis, mudam Estatutos e quebram a Aliança Eterna. Por isso a maldição consome a Terra...” Is 24;5 e 6

Muitos especulam sobre as causas do que vivemos no Estado. Além da cantilena de sempre, o “Aquecimento Global”, outros aventam a possibilidade de causas espirituais estarem por trás disso.

Então, resgataram vídeos antigos de pregadores que denunciaram a dureza dos gaúchos em relação ao Evangelho; elencaram pesquisas com o alto número de divórcios em nosso Estado, a presença de cultos satanistas e até um cemitério desse tipo foi recentemente inaugurado em Viamão. Tais coisas seriam “atraentes” à Ira Divina.

Eu mesmo, num texto pretérito, aludi ao “Cristo Protetor” e ao fato de a maior autoridade do nosso Estado ser um pervertido sexual, não como as causas necessárias, mas, como nuances de uma sociedade idólatra, e alienada dos valores do Eterno.

Porém, se observarmos o verso inicial, do profeta Isaías, veremos que, a denúncia pela escolha da maldade de costas para O Criador é um fenômeno global. “A Terra está contaminada por causa dos seus moradores...” Não é uma característica exclusiva do Rio Grande do Sul, embora, nossas digitais nisso, sejam bastante graves.

O esperável seria, que, dores lograssem tocar corações, como num desfio a reconsiderar caminhos, escolhas; em geral, não é o que acontece. Talvez, os dias de Salomão fossem menos ruins que esses; escreveu: “Melhor é a mágoa que o riso, porque com a tristeza do rosto se faz melhor o coração.” Ecl 7;3

Malgrado, o heroísmo abnegado de muitos cidadãos, que, se aventuram a socorrer sem nenhum interesse raso, muitas autoridades, que deveriam dar exemplo, são pagas para isso, invés de um engajamento intenso, desinteressado e exemplar, preocupam-se com o que vai dar mídia, o que pode melhorar a imagem desse ou daquele, e render mais votos nas próximas eleições. Qualquer bicho, cavalo, cachorro, vira alvo de disputa se servir de vitrine. Pequenez insiste onde a situação requer grandeza.

Nada consegue melhorar um milímetro, seus corações egoístas, sua sede de poder que engole até a empatia.

No auge da pandemia não foi diferente; quando tudo estava fechado, igrejas até; a “fé” de alguns era tal, que surgiram as “lives”; todos queriam “adorar a Deus”. Pensamos, os mais ingênuos, que, pós calamidade, muitos se arrependeriam, deixariam suas vidas dissolutas e voltariam ao Evangelho. Ledo engano. A impiedade voltou mais pujante que antes; igrejas sérias seguiram sérias; as dos mercenários continuaram roubando.

Temo que tudo se repita. Durante a tragédia, empatia de uns, oportunismo de outros, sofrimento. Depois, vida que seguirá, cada um à sua maneira, sem sinais de que esteja constrangido por ter ofendido ao Eterno, ou, deseje mudar de atitude.

Quem cultuava seus ídolos seguirá a fazê-lo; quem cometia perversões, idem; quem vivia de baile em baile em busca de promiscuidade, também. “... transgredem as leis, mudam os estatutos, quebram a Aliança Eterna. Por isso a maldição consome a terra...”

Possivelmente, os mais “suscetíveis”, deplorem uma denúncia como essa, pela falta de sensibilidade, empatia. Mas, quem adverte contra os descaminhos, em tempos de calmaria, não se torna oportunista se seguir fazendo o mesmo, em dias dolorosos como os atuais. É apenas o ministério do ensino, segundo seu curso, mesmo quando outras coisas podem ensinar também.

Nem sempre quem mais chora num velório é quem mais amava ao que partiu; eventualmente, o remorso por ter tratado mal quem se foi, dá azo ao maior barulho quando se torna tarde demais para mudar. Assim, talvez seja mais sensível quem antevê os perigos, que outro que, em meio a eles, se enche de escrúpulos para depois seguir como antes.

Reitero, a Ira Divina pesa contra toda Terra. Tornados nos Estados Unidos, enchentes devastadoras no Oriente Médio, tufões e tsunamis na Ásia, terremotos na América central, etc.

Tudo isso são gemidos da criação aguardando pelo Criador. “Porque sabemos que toda criação geme, está juntamente com dores de parto até agora.” Rom 8;22

Inevitável nos solidarizarmos com os que sofrem perdas de toda espécie. Na medida das nossas possiblidades, ajudar. Todavia, quem foi capacitado a falar da parte de Deus, não pode ser omisso em tempo nenhum.

O riso das hienas, felizmente, poucas, não mostra o que os outros Estados pensam. Mostra o que aqueles bichos são. A imensa maioria tem feito grandes coisas, enviado socorro e motivação inefáveis. Deus os recompense por isso.

Nada mais eloquente que uma catástrofe dessas para mostrar quão efêmeras as posses. Se, algum bem puder eclodir do meio de tantas dores, seja, aprendermos priorizar as coisas eternas, em face das temporais. “Buscai primeiro, O Reino de Deus e Sua justiça...” Mat 6;33

domingo, 12 de maio de 2024

Cães sapiens


A maturidade chega quando, teorias bonitas que sempre cortejamos, finalmente nos fitam nos olhos e nos convidam para dançar. Ou, como disse David Bowie, é quando nos tornamos o que sempre deveríamos ter sido.

A capacidade intelectiva costuma ser mais célere que o bom siso. Mais facilmente entendemos às coisas, que, as praticamos. Dessa doença, ironias como a de Joelmir Betting: “Na prática, a teoria é outra.” Ou, “O que és, grita tão alto, que não consigo ouvir ao que dizes.” Pregadores puritanos.

Há um componente que, quando anexo à fala pode entortar às palavras retas. Se, a coisa certa é dita com motivações erradas, fingindo conectar o que é desconexo, ou, mesmo o tom do que é falado traz um peso derivado do aguilhão das paixões, cujo fogo, tende a produzir calor, enquanto sonega a luz, teremos um cego tateando crinas, e descrevendo-as como cabelos. Nesses dias sombrios, onde se vibra com a vida de um equino, e silencia quanto a centenas de vidas humanas perdidas...

O reducionismo ao rótulo, que presto desqualifica aqueles, dos quais discordamos, tolhe a análise honesta dos motivos, das escolhas.

Se, eu esposar que gosto da liberdade de expressão, equilíbrio respeitoso entre os poderes, um viés conservador nos costumes, da preservação dos valores cristãos, que sou contra o aborto, a imposição das garras do Estado onde devem habitar os direitos do cidadão, empreendedorismo econômico etc. em lugar de, quem me ouve, pensar sobre isso, se faz sentido defender tais coisas ou não, muitos, por desafeitos a pensar, acharão um atalho.

Se, sua predileção se chocar com algumas dessas coisas, logo me tacharão: Bolsonarista!

Ora, foi Bolsonaro que inventou essas opções? Não. Como que, defendê-las se tornou um adjetivo derivado do nome dele? Por muito tempo Jair foi difamado, chamado de nazista, fascista, golpista... assim, seria uma forma de colar todos esses adesivos em mim, economizando cola?

Ora, eu discordo da esquerda porque eles defendem o aborto, a descriminação das drogas, a estatização, o assistencialismo em detrimento do desenvolvimentismo, censura, imposição do homossexualismo como disciplina nas escolas, a doutrinação ideológica endeusando o comunismo, vertendo a educação em mera doutrinação... etc. não porque os canhotos são “Lulistas”.

Lula e Bolsonaro passarão. Os valores que um e outro defendem, não. É tão mais fácil colar um rótulo que exercitar os neurônios; criticar outrem que avaliar aos próprios motivos. Aliás, narrativa e fake News são gêmeas, univitelinas.

As narrativas que fazem da castração dos direitos, “defesa da democracia”, e das críticas verazes, “fake News”, não são meros frutos da imaturidade cidadã. São derivados da imbecilização coletiva, mão-de-obra barata de quem aprendeu a replicar mentiras, invés de exercitar neurônios.

Cada um pode concordar com, ou, defender ao, que quiser. Mas, se fizer isso à força de gritos, não à persuasão de argumentos, invés de um cidadão cuja individualidade devo respeitar, cujos pensamentos convém considerar, verei um títere, um “idiota útil” como os socialistas chamam, metátese de um câncer social.

A melhor crítica de um postulado político são suas consequências. O que ele produz, valida, ou não, sua defesa. Todavia, para os idiotas úteis, sua bandeira consagra tudo; a adversa desafia ao ataque, como o pano do toureiro, ao touro, nas arenas de Madri.

Desgraçadamente, nos tornamos uma sociedade que, intelectual, moral e espiritualmente cresce para baixo, como rabo de cavalo. Os xingamentos anulam a reflexão, sentenças decoradas substituem ao ensino, repetições de platitudes se pretendem, reflexões filosóficas... como cães que festejam aos conhecidos e latem contra os estranhos, assim o “homo sapiens” ante o que ignora, e o que pensa saber.

A Palavra de Deus denunciou esses dias, onde as predileções particulares usurpariam à verdade. “Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme suas próprias concupiscências; desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas.” II Tim 4;3 e 4

Como buscaria aperfeiçoamento, higidez psicológica, adequação espiritual à vontade de Deus, quem se supõe pronto, independente, maduro, politizado, o último maracujá da latada? A mesma Palavra de Deus deixa patente a desesperança nesses casos. “Tens visto o homem que é sábio aos seus próprios olhos? Pode-se esperar mais do tolo do que dele.” Prov 26;12

Não que, por me atrever em coisas mais altas que o lugar comum, isso signifique maturidade adquirida, ser uma fonte donde só mana, e não precisa receber; antes, estamos em pleno processo de aprendizado, colhendo lições de tropeços diuturnamente; afinal, nesse quesito, as falhas são as melhores docentes.

Enfim, a maturidade não deriva, necessariamente, do curso dos dias. Há muitos meninos velhos. É um apanhado de experimentos que nos faculta crescer com nossas dores, e não sofrer pelas doenças alheias.

A Melhor Aliança


“Agora alcançou Ele ministério tanto mais excelente, quanto é mediador de uma melhor aliança que está confirmada em melhores promessas.” Heb 8;6

Comparação entre a Aliança pelo Sangue de Cristo, com a antiga, na qual, se oferecia sangue de animais em favor dos pecadores. Nele, Ministério mais Excelente, Melhor Aliança, Melhores Promessas.

Os dois acordos de Deus com o povo, vulgarmente chamamos de Antigo, e Novo, Testamentos. João explica: “Porque a Lei foi dada por Moisés; a Graça e a verdade vieram por Jesus Cristo.” Jo 1;17

Por que Deus precisou melhorar àquela? Era ruim? A Palavra responde: “... a Lei é santa, o mandamento santo, justo e bom.” Rom 7;12

Então, foi necessária uma melhoria, por quê? Porque Deus queria tirar os pecados, o que não era possível através da Lei. “Por isso nenhuma carne será justificada diante Dele pelas obras da Lei, porque pela Lei vem o conhecimento do pecado.” Rom 3;20 Foi João Batista que disse: “... Eis O Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.” Jo 1;29

A Lei mostra o que não deve ser feito; mas, não capacita ao seu informado, a andar conforme. Como sua transgressão redunda em morte, Paulo disse que a letra, (da Lei) mata; aludindo ao Feito de Cristo, diz: “... nos fez também capazes de ser ministros de um Novo Testamento, não da letra, mas do espírito; porque a letra mata e o espírito vivifica.” II Cor 3;6

Dos sacrifícios de então, diz: “... é impossível que o sangue dos touros e bodes tire pecados.” Heb 10;4

Por que eram requeridos então? Porque onde o arrependimento era sincero, funcionavam como um cheque pré-datado, cujo resgate seria possível em dias futuros. Os teólogos chamam de um tipo de Cristo. “Mas, vindo Cristo, Sumo Sacerdote dos bens futuros, por um maior e mais perfeito tabernáculo, não feito por mãos, isto é, não desta criação, nem por sangue de bodes e bezerros, mas por Seu Próprio Sangue, entrou uma vez no santuário, havendo efetuado uma eterna redenção.” Heb 9;11 e 12

Como, as placas de trânsito regulamentam o que podemos e o que não, mas, não capacitam ninguém a andar rigorosamente como as regras que prescrevem, assim, a Lei. Informava a todos o que Deus aprova e o que reprova, sem capacitar à necessária obediência, cuja origem não estaria na lei, estritamente, mas no espírito.

A desobediência resultou inevitável, “porque a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à Lei de Deus, nem pode ser.” Rom 8;7

A “purificação” naqueles rituais, era externa, formal, sem tocar na causa dos pecados. Nesse quesito, a diferença entre uma e outra Alianças, é substancial; “Porque, se o sangue dos touros e bodes, a cinza de uma novilha esparzida sobre os imundos, os santifica, quanto à purificação da carne, quanto mais o Sangue de Cristo, que pelo Espírito Eterno se ofereceu imaculado a Deus, purificará vossas consciências das obras mortas, para servirdes ao Deus vivo?” Heb 9;13 e 14

Numa purificação que excede à mera aparência de arrependimento que poderia ser encenada pela carne, e toca na consciência, o espírito do homem, cada vez que a Grandeza do Resgate for lembrada, está a diferença, da antiga Aliança, para outra mais excelente, melhor, fiadora de melhores promessas, aceitável, ante O Eterno.

Se, antes, muitos podiam tratar pecados como aniversários, algo que se repete periodicamente sem compromisso com mudanças, “nesses sacrifícios, porém, cada ano se faz comemoração dos pecados.” Heb 10;3

Agora, O Sangue de Cristo basta para todos os pecados; “... estas coisas vos escrevo, para que não pequeis; se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, O Justo.” I Jo 2;1

Porém, quem não levar suficientemente a sério nosso Santo Advogado, poderá descobrir tardiamente, que a Graça é mais severa que a Lei. “Porque é impossível que os que já uma vez foram iluminados, provaram o dom celestial, se fizeram participantes do Espírito Santo, provaram a boa Palavra de Deus, as virtudes do século futuro, e recaíram, sejam outra vez renovados para arrependimento; pois assim, quanto a eles, de novo crucificam O Filho de Deus, O expõem ao vitupério.” Heb 6;4 a 6

O risco de levarmos algo excelso, santo, de modo superficial, é perdermos o necessário temor; começarmos a achar que nossas predileções rasteiras são iguais à Vontade de Deus. Longe disso.

“... Meus pensamentos não são os vossos, nem os vossos caminhos os Meus, diz o Senhor. Porque assim como os céus são mais altos que a terra, assim, são Meus caminhos mais altos do que os vossos, e os Meus pensamentos mais altos do que os vossos.” Is 55;8 e 9

sábado, 11 de maio de 2024

As obscenas


“... o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz. Não é muito, pois, que os seus ministros se transfigurem em ministros da justiça; o fim dos quais será conforme as suas obras.” II Cor 11;14 e 15

Não bastassem todos os predicados nefastos que acompanham o mal, egoísmo, insensibilidade, crueldade, hipocrisia, violência... necessariamente, se faz acompanhar da mentira.

Não é possível ao tal, um desfile sem alegorias, “in natura” em seu estado “puro.”
Sempre usará vestes furtadas ao bem, um pouco, por autocrítica, um muito para lograr seu intento de ser aceito, onde não seria de jeito nenhum, se aparecesse com suas cores próprias.

Assim, o Capeta se “veste” de anjo de luz, e seus ministros, de ministros de justiça; ouviram, Moraes, Lewandowski, Mendes, Barroso, Toffoli, et caterva?

Na minha infância cresci ouvindo que, “sete é conta de mentiroso”. Por ter aprendido assim, certamente repeti muitas vezes isso, sem me dar conta dos motivos por trás do dito. Quem já leu o Apocalipse viu, por certo, como O Eterno, assina quase tudo com esse número. Sete castiçais, sete igrejas, sete cartas, sete trombetas, sete selos, sete taças, etc.

Assim, o pai da mentira vendeu onde podia, que sete era um número marcado pela mentira. Pois, não podendo ser como Deus, seu desejo antigo, se esforça para atribuir máculas à Perfeição Divina.

Como Jair Bolsonaro, o homem que adotou como slogan, “Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará;” e como lema, “Brasil acima de tudo, e Deus acima de todos”, foi eleito usando o número 17, a canhoto pegou mágoa contra esse número também. 

Assim, sem processo, sem crime, nem jurisprudência, inocentes que foram presos entre os vandalismos dos infiltrados no, 8 de Janeiro, foram sentenciados a 17 anos de Prisão. Papai ficou orgulhoso do Moraezinho.

Agora a sacerdotisa do Capeta, a Madonna, que veio fazer um culto a Ele, em Copacabana no Rio de Janeiro, também cobrou um cachê de 17 milhões. Mais uma nuance do sarcasmo do diabo, esfregado em nossas caras.

Em geral, quando fazemos abordagens assim, escutamos a acusação: “Vocês politizam tudo; até um show inocente!” É verdade esse bilete?

Como a imprensa vendida ao sistema corrupto canhoto aborda as coisas? “Influencer bolsonarista declara...”; “Deputado bolsonarista defende...” Basta o sujeito não ser alinhado ao esquerdismo corrupto, para ser adjetivado assim, pelos próprios da esquerda, onde não há necessidade.

Muitas vezes o sujeito nem é simpatizante de Bolsonaro, apenas, não gosta do PT, suas mentiras e seu Estado corrupto e inchado. Tampouco, é culpa dos “bolsonaristas” se os Ghostbusters viraram fantasmas; digo, se os caçadores de “Fake News” são os maiores mentirosos da praça.

Essas coisas como coerência, lógica, alinhamento entre notícias e fatos, não passa de “ranço burguês.” O que conta são as narrativas, e viva “la revolución!”

Marina Silva disse que a tragédia do RS é por culpa da omissão ambiental de Bolsonaro; ora nos últimos 22 anos eles governaram durante 18; Gleisi Hoffman, afirmou que é por termos um Congresso majoritariamente de direita; que devemos pensar bem nossos votos na próxima eleição; as pessoas morrendo e eles planejando seus futuros às custas de sangue.

Anielle Franco, cuja única credencial que a fez Ministra da Igualdade Racial, é ser irmã da falecida Mariele, pediu preferência a ciganos, quilombolas e macumbeiros, na distribuição dos socorros entre os flagelados. A “Ministra da Igualdade” pedindo um tratamento desigual. Mas, claro, somos nós que politizamos tudo.

Esse governo sem votos, sem dignidade, sem legitimidade vai cair. E todos os que patrocinaram à fraude, também.

Mesmo onde deitam e rolam, o diabo que os inspira e domina se veste de anjo. Na China se diz República Popular; na Venezuela, Cuba e Nicarágua, usa "democracia;" mas todos sabemos como são as coisas por lá.

Aqui, ainda não está tudo dominado, por eles; felizmente, Deus ainda olha com misericórdia para nossa nação. Porém, muita dor ainda, e prejuízos pesarão sobre nosso sofrido Rio Grande do Sul; o que terá reflexos em todo o país.

Não se trata de culpar um governo, esse ou aquele, durante uma emergência; mas, de agir com celeridade e honestidade, usando o aparato estatal, o Exército e todas as forças disponíveis, da sociedade civil, pois, antes da escolha política ou profissão de fé, está a vida das pessoas.

Usar a dor dos flagelados, para perseguir e tentar impor a censura, como faz o “dono da verdade” o Paulo “Pimente”, ou tentar faturar politicamente como fizeram outras canhotas citadas, é de uma obscenidade moral abjeta.

Se ao menos fizessem como seu inspirador mor, e alugassem uma roupa de anjos.
Mas ele está sendo ultrapassado pelos seus discípulos, recolhendo-se envergonhado à sina de um pobre diabo.

O unguento

 “E uma mulher da cidade, uma pecadora, sabendo que ele estava à mesa em casa do fariseu, levou um vaso de alabastro com unguento; estando por detrás, aos seus pés, chorando, começou a regar-lhe os pés com lágrimas, e enxugava lhes com os cabelos da sua cabeça; beijava-lhe os pés, e ungia lhes com o unguento.” Luc 7;37 e 38

A rigor todos somos pecadores; quando o texto da época diz, “uma pecadora” pretende algo além do óbvio. Tratava-se de uma mulher de má fama; prostitutas e publicanos eram considerados pecadores. Os religiosos estariam na Divina aprovação; o povo dependia desses para ser elevado ao patamar das bênçãos; seriam privados das santas bênçãos, por ignorância. “Mas esta multidão, que não sabe a Lei, é maldita.” Jo 7;49

Assim, a mulher que perfumava os pés do Mestre depois de lavar com lágrimas e enxugar com os cabelos era uma prostituta. O fariseu que recebia a Jesus naquele momento, não conseguiu refrear seu ceticismo, tampouco sua religiosidade “santa” que tolheria aceitar o afeto de alguém tão ruim como aquela. “... o fariseu que o tinha convidado, falava consigo, dizendo: Se este fosse profeta, bem saberia quem e qual é a mulher que lhe tocou, pois é uma pecadora.” V 39

Se, O Salvador só aceitasse adoração dos santos teria ficado nos Céus entre os anjos. “... Os sãos não necessitam de médico, mas, sim, os que estão doentes; Eu não vim chamar os justos, mas os pecadores, ao arrependimento.” Mc 2;17

Não significa que os religiosos de então estariam sãos, e que apenas prostitutas publicanos e o populacho fossem pecadores.
Apenas, usou O Mestre, uma sentença lógica, embora, também tenha denunciado a apostasia do sistema religioso de então, chamando-os ao arrependimento. Vendo que, por presunção se recusavam a isso, O Senhor advertiu que os ruins daquela sociedade estavam agindo melhor do que eles. “... Em verdade vos digo que os publicanos e as meretrizes entram adiante de vós no Reino de Deus. Porque João veio a vós no caminho da justiça, e não crestes; publicanos e meretrizes creram; vós, porém, vendo isto, nem depois vos arrependestes para crer.” Mat 21;31 e 32

É uma doença humana derivada das nossas limitações, aquilatarmos as coisas pelo que vemos. Podemos, como Simão o Fariseu de nosso apreço, duvidar de Onisciência Divina por causa de nossa ignorância. Aquele pensara que Jesus carecia ver melhor; “... se Ele fosse profeta saberia...” quando era Simão que estava cego, para as coisas espirituais.

Olhamos mais para o vaso, que para o unguento. Aliás, tornou-se uma canção muito popular no meio Evangélico, o “Vaso de Alabastro”.
O alabastro, sulfato de cálcio hidratado, é uma espécie de gesso. Não havia plástico então, nem vidro, dos quais, são feitos a maioria dos recipientes modernos para perfumes. Era, pois, uma ânfora comum na época de valor ordinário.
O valor para ela, estava no unguento, que a mesma comportava; para Jesus, no amor que ela demonstrava por Ele, naquela atitude ousada, diante de todos.

Depois de ensinar para Simão o que deveras conta ante O Santo, concluiu: “Não me deste ósculo, mas, esta, desde que entrou, não tem cessado de me beijar os pés. Não me ungiste a cabeça com óleo, mas esta ungiu-me os pés com unguento. Por isso te digo que seus muitos pecados lhe são perdoados, porque muito amou; mas aquele a quem pouco é perdoado pouco ama.” Vs 45 a 47

Óbvio que devemos cuidar de nossos vasos (corpos). “Que cada um de vós saiba possuir seu vaso em santificação e honra;” I Tess 4;4 Todavia, o conteúdo é que conta, em última análise, como ensinou Paulo: “Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, não de nós.” II Cor 4;7

O proveito do exercício físico existe, para manutenção da saúde do corpo; é algo bom. Porém, como somos chamados à vida eterna, muito além do alcance de nosso “vaso”, devemos priorizar o exercício espiritual, como aconselhou o mesmo Paulo: “... exercita a ti mesmo em piedade; porque o exercício corporal para pouco aproveita; a piedade para tudo é proveitosa, tendo a promessa da vida presente e da que há de vir.” I Tim 4;7 e 8

Santificação e honra nas quais, devemos possuir nossos corpos, requerem decência, modéstia. Essas qualidades serão um testemunho visível.
Quem se preocupa deveras em agradar ao Senhor, deve ser cioso quanto ao “unguento”; a santificação, comunhão, obediência do que, anda em espírito, é que exala o perfume que O Eterno preza. “Porque para Deus somos o bom perfume de Cristo, nos que se salvam e nos que se perdem.” II Cor 2;15