quinta-feira, 4 de abril de 2024

A Água da Vida


“... Se tu conhecesses o dom de Deus, e quem é que te diz: Dá-me de beber, tu lhe pedirias, e Ele te daria água viva.” Jo 4;10

A mulher se espantara por Jesus, um judeu, falar com ela. Judeus não se comunicam com samaritanos, era a “regra”. Havia uma rivalidade étnica a ser “preservada”; O Salvador parecia não se importar. Para espanto dela, O Senhor disse a frase acima. Se conhecesses o dom de Deus e quem Sou Eu, seria você a pedir água.

Maravilhosa lição de humildade! Podendo dispor de tudo, uma vez que a tudo criou, andarilhar como se, frágil, entre pecadores, desejando um pouco de atenção para falar do Seu amor. Um profeta previra: “Porque eis que O Senhor está para sair do Seu lugar, descerá e andará sobre as alturas da terra.” Miq 1;3

O amor desconhece distanciamento étnico, “leis de silêncio” estabelecidas pela inveja humana, melindres periféricos que poderiam ser óbices à sua manifestação. Apenas ama, a despeito das mesquinharias nossas.

Certas barreiras existem mais na alma que na realidade. Depois que se revelou à mulher, e falou alguns aspectos da vida dela que só Deus poderia conhecer, não tendo convivido, ela foi à sua aldeia e trouxe a muitos para que também escutassem ao “judeu” que pela convenção silenciosa estabelecida, sequer deveria ser ouvido.

Não apenas esqueceram da rivalidade, como constataram que, nem precisavam mais do testemunho da mulher sobre o Messias; eles próprios também criam pelo que tinham ouvido Dele. “muitos mais creram Nele, por causa da Sua Palavra. Diziam à mulher: Já não é pelo teu dito que cremos; porque nós mesmos o temos ouvido, e sabemos que este é verdadeiramente o Cristo, o Salvador do mundo.” Vs 41 e 42

Temos ouvido. O Senhor não operou portentosos milagres entre os samaritanos. Antes, eles cream “por causa da Sua Palavra.” Entretanto, entre os judeus, milagres espetaculares, como curas de cegos, surdos, mudos, leprosos, ressurreições de mortos, foram operados; além, do concurso da Sua Palavra. Entretanto, nem assim os principais O receberam.

“Veio para o que era Seu, os Seus não O receberam. Mas, a todos quantos O receberam, deu-lhes poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no Seu Nome;” Jo 1;11 e 12

Quantos se mantêm distantes do Messias e Seus ensinos, por terem algum preconceito. Alguém ser conhecido como cristão em determinados ambientes, soa como uma coisa maldita; uma ameaça.

O Salvador continua ignorando as barreiras e falando do Seu amor, tentando salvar a alguns mais, antes que o tempo esteja cumprido. Se alguém pensa que o ministério de ensino do Mestre acabou naqueles dias, não entendeu.
Lucas escreveu: “Fiz o primeiro tratado, ó Teófilo, acerca de tudo que Jesus começou, não só a fazer, mas a ensinar...” Atos 1;1

O “primeiro tratado” fora o Evangelho de Lucas. Os atos eram o segundo. Ele disse que Jesus “começara” a ensinar. O ensino não era um trabalho acabado. Os obreiros que Ele escolhe e capacita são extensões Suas, meios pelos quais Ele ainda ensina. “Eis que estou convosco todos os dias até a consumação dos séculos.”

Cada um que trilha na vereda que Ele propôs, tem um quê de mestre, outro, de discípulo; isto é; tanto ensina a outros o que já aprendeu, quanto, é alvo de ensino de gente que sabe mais, e o estimula a crescer, em edificação.

As barreiras humanas, “fundamentalismo, radicalismo, religiosidade, discurso de ódio,” etc. são “proteções” para os que se escondem atrás delas; não, óbices a restringir a caminhada do Senhor, ainda em busca de quem tenha sede espiritual. Como disse à mulher samaritana, reitera: “Aquele que beber da água que Eu lhe der nunca terá sede, porque a água que Eu lhe der se fará nele uma fonte que salta para a vida eterna.” Jo 4;14

Quantos de nós que, vencemos essas e outras barreiras, movidos pelo testemunho de alguém que conheceu ao Messias antes, e nos apresentou. Agora, conhecendo-o também, podemos repetir a fala dos Samaritanos: “já não é pelo teu dito que cremos; más nós ouvimos Sua Palavra, e entendemos que, de fato, Ele É O Salvador; O Filho de Deus."

Conhecer Cristo e andar com Ele, não é fazer parte de um festival de adivinhações, como tantos patifes fazer parecer, furtando A Palavra da Vida, colocando em seu lugar suas obscenidades espirituais que chamam de “revelações.”

Requer conhecer melhor a si próprio, as más inclinações latentes em nós, e sermos gratos ao Salvador, por nos capacitar a triunfar sobre elas. “Miserável homem que eu sou! quem me livrará do corpo desta morte? Dou graças a Deus por Jesus Cristo nosso Senhor...” Rom 7;24 e 25

quarta-feira, 3 de abril de 2024

Varas escolhidas


“... no dia seguinte Moisés entrou na tenda do testemunho, e a vara de Arão, pela casa de Levi, florescia; porque produzira flores, brotara renovos e dera amêndoas.” Nm 17;8

Houvera uma disputa acerca do sacerdócio. O povo acusara a Moisés de favorecimento ao seu irmão Arão, que fora escolhido para sumo sacerdote. O Senhor ordenara que se pusesse doze varas diante de Si no tabernáculo, prometendo que faria florescer a do que fosse Seu escolhido, o que, poria termo à disputa.

Passada a noite, a vara de Arão “... produzira flores, brotara renovos e dera amêndoas.”

A acusação não procedera de todos, mas de dois ou três que desejavam a honra do sacerdócio. Todavia, chamados a colocar suas varas perante O Senhor, não houve um que dissesse: “Estou fora! Confio que Arão e Moisés foram escolhidos por Deus, portanto, não preciso de sinais. Não quero pecar pela insubmissão.”

Infelizmente, más conversações, ruins suspeitas, logram adeptos mais rapidamente que os ensinos santos. Convoquemos alguns a uma renúncia, em prol da santificação, depois, desafiemos aos mesmos a uma rebelião qualquer, prometendo vantagens, e presto veremos assomar a desobediência. “Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à Lei de Deus, nem pode ser.” Rom 8;7

Todos estão prontos a pleitear por seus “direitos”; embora, mui poucos se deem por avisados quanto aos deveres. Em momentos de crise, falta de água, carne até, chamaram o Maná de “alimento vil”, ninguém se voluntariava à liderança; sempre iam cobrar de Moisés. Mas, na calmaria, presto pipocavam candidatos a líderes.

Ainda acontece isso no seio do cristianismo infelizmente. Quem se “voluntaria” a coisas com esse grau de seriedade, certamente não o faz tendo em mira as responsabilidades inerentes; antes, supostos privilégios.

O Eterno prometera que a vara de seu escolhido floresceria; porém, fez melhor. Além de flores deu frutos, amêndoas.

Quando da chamada de Jeremias, que se sentiu mui “criança” para a missão, O Senhor lhe mostrou uma visão e perguntou ao profeta: “... Que é que vês, Jeremias? Eu disse: Vejo uma vara de amendoeira. Disse-me o Senhor: Viste bem; porque velo sobre Minha Palavra para cumpri-la.” Jr 1;11 e 12

Assim como velei pela escolha de Arão que fiz naqueles dias, confirmo tua chamada, era a mensagem a Jeremias.

O “simples” florescer de uma vara morta seria já um estupendo milagre; no entanto, Deus a fez frutificar. 

No Novo Testamento, somos chamados a algo mais que flores; “Não escolhestes a mim, mas Eu vos escolhi e nomeei, para que vades e deis fruto; e vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto em Meu Nome pedirdes ao Pai, Ele vos conceda.” Jo 15;16

Óbvio que esse “tudo” se restringe às coisas que alguém pediria estando em Cristo. “... Se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas passaram e tudo se fez novo.” II Cor 5;17

Mesmo quanto ao Sacerdócio de Cristo antes Dele ter vindo, houve pelo menos dois “voluntários”. “Porque antes destes dias levantou-se Teudas, dizendo ser alguém; a este se ajuntou o número de uns quatrocentos homens; o qual foi morto, todos os que lhe deram ouvidos foram dispersos, reduzidos a nada. Depois deste levantou-se Judas, o galileu, nos dias do alistamento, e levou muito povo após si; mas também este pereceu, e todos os que lhe deram ouvidos foram dispersos.” Atos 5;36 e 37

A Palavra ensina: “Ninguém toma para si esta honra, senão o que é chamado por Deus, como Arão.” Heb 5;4 O Salvador também pontuou: “Todos quantos vieram antes de Mim são ladrões e salteadores; mas as ovelhas não os ouviram.” Jo 10;8

Sendo o primeiro e indispensável passo, o “negue a si mesmo”, sempre que surge um “convertido” com muita sede de renome, privilégios, glória, confundindo púlpitos com pódios, temos fundadas razões para duvidar que o tal nasceu de novo.

Quem se converte deveras, muda seus alvos, necessariamente; “Portanto, se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus. Pensai nas coisas que são de cima, não nas da terra;” Col 3;1 e 2

Ninguém se voluntaria para sofrer. Entretanto, nossa chamada em Cristo, inclui o sofrimento no pacote; nos é honroso passar por ele; “Porque a vós foi concedido, em relação a Cristo, não somente crer Nele, como também padecer por Ele.” Fp 1;29

Desde a igreja embrionária, “voluntários” já faziam estrago; “... alguns que saíram dentre nós vos perturbaram com palavras, transtornaram as vossas almas, dizendo que deveis circuncidar-vos e guardar a Lei, não lhes tendo nós dado mandamento.” Atos 15;24

Na presença de Cristo, nossas “varas” frutificam, sem necessidade de disputas.

terça-feira, 2 de abril de 2024

Sementes de justiça


“O fruto da justiça semeia-se na paz, para os que exercitam a paz.” Tg 4;18

Na verdade, um fruto é uma colheita; embora, traga em si as sementes para nova semeadura. Isaías ensina: “O efeito da justiça será paz; a operação da justiça, repouso e segurança para sempre.” Is 32;17

A consequência da justiça, a paz; que será semeada outra vez; terá reflexos nas relações interpessoais, daqueles que fruem paz com Deus.

A conversão é uma reconciliação, mediada e provida por Cristo; o convertido, não é, necessariamente, uma pessoa boa; antes, alguém mau que, inteirado da sua inimizade com Deus, e da possibilidade de desfazê-la pelos méritos do Salvador, foi ao encontro dessa reconciliação.

“Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados; e pôs em nós a palavra da reconciliação. De sorte que somos embaixadores da parte de Cristo, como se Deus por nós rogasse. Rogamos, pois, da parte de Cristo, que vos reconcilieis com Deus.” II Cor 5;19 e 20

Depois de reconciliados somos feitos “agentes” de reconciliação também; Cristo “... pôs em nós a Palavra da reconciliação.” A Justiça de Cristo atribuída a nós, nos levou à paz com Deus; esse “fruto” que recebemos de graça, também devemos “semear”, para, quiçá, persuadir a outros.

“... para os que exercitam a paz.” A ideia vulgar de paz é atrelada à inércia, ausência de muitos movimentos; uma calmaria contínua, que os amantes da paz desejariam manter.

Entretanto, a exortação menciona a paz como carecendo um exercício, por quê?
O Salvador fez questão de pontuar que a paz que Ele trouxera era diferente da mundana. “Deixo-vos a paz, Minha paz vos dou; não vos dou, como o mundo dá. Não se turbe vosso coração, nem se atemorize.” Jo 14;27

Eva se fizera amiguinha da serpente, com a qual levara altos papos. A promessa do Eterno, que levantaria um “da semente da mulher” para pisar na cabeça da serpente, trazia também um fato novo experimentado pelos que se convertem.

Mesmo que tenham vivido suas vidas pretéritas “como o diabo gosta”, uma vez nascidos de novo, pertencentes a Cristo, a inimizade entre a semente do canhoto e os cristãos se torna inevitável.

Pertencendo a Cristo, seremos atacados em todo o tempo, pelo inimigo Dele; esse, porfia por nos separar do Senhor ao qual passamos a pertencer. Por isso, a manutenção de nossa paz com Deus, requer contínuo “exercício”, de renúncias, aprendizado, edificação, para que não venhamos a ser vítimas do Pai da mentira.

Escrevendo a Timóteo, Paulo também explanou o exercício necessário: “... rejeita as fábulas profanas e de velhas; exercita a ti mesmo em piedade; porque o exercício corporal para pouco aproveita, mas a piedade para tudo é proveitosa, tendo a promessa da vida presente e da que há de vir.” I Tim 4;7 e 8

A promessa de bênçãos do Salvador acena aos pacificadores, o que também requer certo exercício. “Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus;” Mat 5;9

Alguém de índole dócil, avesso a disputas, cordato, se diz que é um sujeito pacífico; outrem, ideologicamente contrário às guerras, defensor e medidas políticas que, supostamente evitem às mesmas, se diz que é um pacifista;

O pacificador é um promotor da paz; alguém que intervém onde há conflito, e labora tentando levar as partes ao armistício. Todo pregador idôneo, do Evangelho, é alguém que, inteirado pela Palavra, da inimizade entre o homem e Deus, sabedor também, da boa notícia, que, em Cristo todos podem reconciliar com Ele, ao ensinar e viver essas coisas, torna-se alguém que semeia a paz, na qual aprendeu a viver, depois de redimido.

O fruto da justiça de Cristo, é a salvação do próprio e a transformação decorrente, a semeadura que tanto pode ser com palavras, quanto, como o exemplo, o convite expresso ou implícito para que outros sigam seus exemplos.

Nem todos os que ainda carecem reconciliar com O Eterno recebem em paz a mensagem de salvação. Uns desdenham outros, usam meios violentos até. No que tange a esses, a justiça terá que usar, oportunamente, outros “argumentos.” “O homem de grande indignação deve sofrer o dano; porque se tu o livrares ainda terás de tornar a fazê-lo.” Prov 19;19

O Evangelho genuíno sempre será um convite; sóbrio, responsável, consequente, confrontador; jamais, uma coação. Quem, invés do exercício da Paz ao qual será chamado, preferir outra postura, considere suas forças e veja se pode lutar contra O Todo Poderoso.

O pré-socrático Estobeu, dizia: “Termina com má fama, quem decide duelar contra o mais forte;” Então, O Santo aconselha: “Que se apodere da Minha força, e faça paz comigo; sim, que faça paz comigo.” Is 27;5

domingo, 31 de março de 2024

Os bandidos bons


“... com a mesma medida com que medirdes também vos medirão de novo” Luc 6;38

Por ocasião da “Paixão de Cristo” a esquerda brasileira publicou uma “homenagem” aos cristãos, trazendo a imagem de Jesus na Cruz, com a seguinte legenda: “Bandido bom, é bandido morto.” Abaixo, “Feliz Sexta-feira Santa!”.

A frase de Jair Bolsonaro, um cristão, tem sido usada de forma desonesta a torto e a direito, para fazer com que ela diga o que não diz.

Como se ele fosse um miliciano que matasse desafetos, justificando em nome duma “causa”, a violência. As mortes de Celso Daniel, Toninho do PT, Eduardo Campos etc. deixam ver que essa prática reside do lado esquerdo. O fato da “eleição” do Lula ter sido festejada nos presídios e ignorada nas ruas deve significar algo.

Ninguém se torna bom por morrer. É uma figura de linguagem que qualquer mentecapto honesto consegue entender, significando o óbvio; que todo o bandido é mau, e só deixa de sê-lo, se deixar de viver. Portanto, defende o autor, se deve tratar aos tais nos rigores da lei, não, com leniência e impunidade, como a esquerda faz.

Nós cristãos acreditamos na conversão, e nas radicais transformações que ela opera. “Tirou-me dum lago horrível, dum charco de lodo, pôs meus pés sobre uma rocha, firmou meus passos.” Sal 40:2

A Palavra de Deus requer nossa “morte” para que sejamos “bons”. Cheias estão as igrejas, de traficantes, assassinos, ladrões, assaltantes que “morreram”, na sua identificação com Cristo, e mudaram de vida; “Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na Sua morte? De sorte que fomos sepultados com Ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos também em novidade de vida.” Rom 6:3 e 4

Invés de erguer a voz pelo desarmamento, pelo fim das guerras como faz o laureado “Papa Francisco”, os cristãos bíblicos ensinam A Palavra de Deus, que, recebida muda, cada um, em particular, reconciliando-o com Deus.

Defender o desarmamento me colocaria no mesmo barco que Lula, Maduro, Ortega, e outros patifes do mesmo calibre; recuso-me a pensar sobre isso. 

Não há nenhuma violência nas armas, antes nas pessoas. Mudados os corações, mudarão as atitudes; senão, com armas, ou sem, a gente pode matar a pedradas, com fez Caim.

Quanto aos cidadãos e suas relações com as autoridades A Palavra de Deus é clara: “Porque ela (a figura de autoridade) é ministro de Deus para teu bem. Mas, se fizeres o mal, teme, pois não traz debalde a espada; porque é ministro de Deus, vingador para castigar o que faz o mal.” Rom 13:4

A paz que Deus aprecia é consequência de um valor maior, não um bem em si mesmo; “O efeito da justiça será paz...” Is 32;17

Outra, baseada na falsidade coletiva, onde, em nome dela todos concordarão em não discordar será feita. O ecumenismo do “Papa” Chico pleiteia por ela. Quando conseguida, será a gota d’água no copo do motim global, o início do fim, o juízo de Deus. “Pois, quando disserem: Há paz e segurança, então lhes sobrevirá repentina destruição, como as dores de parto àquela que está grávida, de modo nenhum escaparão.” I Tess 5:3

Poderia hipocritamente esbravejar contra as guerras, alhures, fazendo minha pose de pacifista, para admiração de incautos. Mas, logrado esse ouro de tolos, sentiria vergonha de olhar no espelho.

Prefiro, antes, esclarecer um ou dois, acerca do Divino propósito, onde meus escritos alcançarem; vai que os tais, consigam a bênção de reconciliar um ou outro, com O Príncipe da Paz, Jesus Cristo?

A Palavra de Deus mira sanar nossos corações, não abafar as consequências, mantendo as causas intactas. “De onde vêm as guerras e pelejas entre vós? Porventura não vêm disto, a saber, dos vossos deleites, que nos vossos membros guerreiam? Cobiçais, e nada tendes; matais, sois invejosos e nada podeis alcançar...” 4:1 e 2

Não é propósito do Eterno salvar o mundo como sistema; será condenado. Seu propósito para o qual nos convida ao engajamento é salvação das almas, em particular; cada uma que der ouvidos à Boa Nova. Fora disso, os discursos podem soar convincentes, aprazíveis, necessários. Com a eficácia de uma agência funerária maquiando mortos.

Quanto aos blasfemos do princípio, que chamaram a Jesus Cristo de bandido, insinuando que, assim, foi justa sua morte, um alerta: Quem tem bandidos de estimação, não são os cristãos. Eles, os canhotos idolatram muitos, inclusive, ao maior de todos.

Portanto, se ele, ao alguns dos tais, se tornarem “bons” de repente, lembrem de sua própria sentença. Afinal, “... com a mesma medida com que medirdes também vos medirão de novo”.

Os insensatos


“Não sejais insensatos, mas entendei qual é a vontade do Senhor.” Ef 5:17

“Insensato significa um que não é são, ou seja, que age de modo inconsequente, sem ter um bom senso das suas atitudes. O insensato é aquele que é insano, anormal, uma pessoa de difícil trato e entendimento. Também costuma ser chamado de desequilibrado, irresponsável.” Enc. de significados

O desequilíbrio que devemos evitar, atina à nossa compreensão da vontade Divina. Em geral, as pessoas frequentam igrejas inclinadas a sentir, mais que, a entender. Todo o iniciado, que começa a ler as Escrituras deveria ouvir seriamente a pergunta que Filipe fez ao eunuco: “... Entendes tu o que lês?” Atos 8:30

Sem entendimento, facilmente seremos desviados do alvo. A edificação foi receitada, “Para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em redor por todo vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente.” Ef 4:14

Por ser nosso coração, (mente, emoções, vontades) a fonte dos nossos sentimentos, o risco de nos enganarmos com o que sentimos é sempre presente, afinal, “Enganoso é o coração, mais que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá?” Jr 17:9

Quando o Eterno elogia a Davi por ser um “homem segundo o Coração de Deus”, está patenteando Sua vontade sobre como devem ser todos; invés de decidirmos por nós mesmos, como sugeriu o traidor, consultarmos antes a Deus, Fonte de toda sabedoria.

Portanto, diferente do que ensina o R. R. Soares, “só faças se sentires no coração;” passemos antes, nossas desejadas atitudes pelo crivo do Espírito, analisando se elas se alinham ao Divino querer. “Sobre tudo o que se deve guardar, guarda teu coração, porque dele procedem as fontes da vida.” Prov 4:23

Se nosso coração estiver alinhado ao Eterno, poderemos dizer, como o salmista: “... todas as minhas fontes estão em Ti.” Sal 87:7

O engano é a ferramenta de trabalho do canhoto; porque sentimos que determinada mensagem é mais “palatável”, mais fácil de ouvir, certa “profecia” está mais alinhada aos nossos anseios, se não vigiarmos nessas coisas, corremos o risco de colocarmos nosso paladar carnal, nossa inclinação natural no lugar do propósito do Senhor. Uma troca tão prejudicial, que, quando feita em dias idos, causou espanto nos Céus; “Espantai-vos disto, ó céus, horrorizai-vos! Ficai verdadeiramente desolados, diz O Senhor. Porque o Meu povo fez duas maldades: a Mim deixaram, o manancial de águas vivas, e cavaram cisternas, cisternas rotas, que não retêm águas.” Jr 2:12 e 13

Paulo advertiu contra a insensatez desse tempo, onde, as pessoas deixariam a Palavra da vida, pelas sedutoras mentiras que se alinham às suas doentias inclinações; “Pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina. Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme suas próprias concupiscências; desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas. Mas tu, sê sóbrio em tudo, sofre as aflições...” II Tim 4:2 a 5

Insensatos são apresentados, como que, embriagados pelas próprias cobiças; tanto que, a exortação a Timóteo em oposição a eles traz: “mas tu, sê sóbrio.”

Quantos simplórios frequentam cultos, e “sofrem” de má vontade a exposição da Palavra de Deus, para depois, no momento da oração, ouvirem o que “Deus lhes dirá”, através de um eventual “profeta”. Cáspita!! A pregação da Palavra por um ministro idôneo, é Deus falando! O que vem depois é passível de engano, sujeito a julgamento; na maioria das vezes, verte de “profetas” que se ocupam mais em ser agradáveis que verdadeiros.

O insensato prefere se sentir bem, a adequar-se à Divina vontade. O “negue a si mesmo” é o primeiro passo para que sejamos salvos; tomarmos a cruz é uma constante na caminhada; o prazer não faz parte, necessariamente, do pacote da salvação. “No mundo tereis aflições...” preveniu O Salvador.

O que devemos buscar após o perdão, é a santificação; um modo de viver alinhado à Palavra do Santo, que trará o silêncio de nossas consciências vivificadas no espírito, pela certeza de estar reconciliados com Deus.

Afinal, o “novo nascimento” é uma forma figurada de descrever a reconciliação que nos salva; “Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados; e pôs em nós a palavra da reconciliação.” II Cor 5:19

Como há doçuras que são danosas à saúde em certos casos, as coisas “doces” de ouvir, forjadas na confeitaria dos falsos profetas também podem ser letais.

Uma mensagem veraz, em geral é sisuda, confrontadora, mas, medicinal; como disse alguém, “A calmaria que te faz dormir, é mais perigosa que a tempestade que te mantém acordado.” “Não sejais insensatos...”

sábado, 30 de março de 2024

A vontade


“... tu habitas no meio da casa rebelde, que tem olhos para ver e não vê, tem ouvidos para ouvir e não ouve; porque são casa rebelde.” Ez 12:2

Termos percepções sensoriais, deveria bastar, para que fruíssemos o que pode ser captado pelos sentidos. Tendo olhos, ver; ouvidos, ouvir; narinas, cheirar; palato, gostar; e tato, tocar. Entretanto, como denunciou o profeta, a aversão à realidade, a rebeldia, tolhe que aceitemos o que próprios sentidos mostram.

Ainda, concorre a necessidade de honestidade emotiva para identificar o que sentimos, intelectual, para admitir o que identificamos, e volitiva, para que queiramos agir de acordo com nossas percepções. Logo, os “sentidos” da alma, mente, emoção e vontade, também carecem se adequar à realidade, se, não a queremos perverter, fugindo rumo às fantasias.

O risco de nos aproximarmos de Deus, pois, é a total ruptura das nossas camuflagens; “Destruirá neste monte a face da cobertura, com que todos os povos andam cobertos, o véu com que todas as nações se cobrem.” Is 25:7 “Adão, onde estás?” Como, então, Ele sabe; mas, proporciona a cada um que se explique.

Deus, por Ser Espírito, Onisciente, não pode ser disperso da realidade pelos nossos disfarces; “Não há criatura alguma encoberta diante Dele; antes, todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos Daquele com quem temos de tratar.” Heb 4:13

Quem tem algo a esconder, pois, não podendo ante A Luz, trai a si mesmo e “esconde-se”; “... a luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas que a luz, porque suas obras eram más.” Jo 3:19

Todos deveriam ler o salmo 139; “Para onde me irei do Teu Espírito, para onde fugirei da Tua Face? Se subir ao céu, lá estás; se fizer no inferno minha cama, Tu ali estás, também. Se tomar as asas da alva, habitar nas extremidades do mar, até ali Tua Mão me guiará e Tua Destra me susterá. Se disser: Decerto que as trevas me encobrirão; então a noite será luz ao redor de mim.” Vs 7 a 11

Dadas as muitas “saias justas” que a verdade veste em quem vive na mentira, o convívio do santo com o ímpio até pode se estabelecer por um tempo; todavia, ao vento de alguma crise se desfará; “Não são assim os ímpios; mas são como a moinha que o vento espalha. Por isso os ímpios não subsistirão no juízo, nem os pecadores na congregação dos justos.” Sal 1:4 e 5

Deixamos crescer juntos, joio e trigo, reféns de nossas imperfeições; O Eterno que vê as coisas como são, eventualmente, intervém; permite uma ruptura para remover dentre os retos, quem não anda como deveria. “Os pecados de alguns homens são manifestos, precedendo o juízo; em alguns manifestam-se depois.” I Tim 5:24 Em alguns casos, pois, apenas no juízo, o real “mérito” de cada um, será conhecido.

Quanto ao espírito do homem, regenerado, esse não carece reparos. Suas faculdades, intuição, comunhão e consciência, sempre apreciarão as coisas segundo Deus. Se ouvirmos e formos após aos seus apreços, estaremos “andando em espírito;" nesse caso, “... nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito. Porque a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte.” Rom 8:1 e 2

O “novo nascimento”, Cristo propicia a quem ouve e crê nas Suas Palavras. A mudança de quem se converte é tão dramática, que, uma “ressurreição” acontece, trazendo à vida o homem espiritual que estava morto. “... vem a hora, agora é, em que os mortos ouvirão a Voz do Filho de Deus, os que a ouvirem viverão.” Jo 5:25

Quando O Senhor falou em “comer Sua Carne e beber Seu Sangue”, os descuidados ouvintes Dele levaram ao pé da letra; aos Seus, explicou depois: “O espírito é o que vivifica, a carne para nada aproveita; as palavras que Eu vos digo são espírito e vida.” Jo 6:63

O espírito não pode pecar; não vê atrativo nenhum no pecado; senão, em estar em comunhão com O Eterno de onde veio. “Qualquer que é nascido de Deus não comete pecado; porque a sua semente permanece nele; não pode pecar, porque é nascido de Deus.” I Jo 3:9

O homem sozinho não pode ser convencido da realidade espiritual; por isso, O Espírito Santo foi dado, junto À Palavra, para que sejamos salvos; “Quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo.” Jo 16:8

Como vimos no princípio, a vontade rebelde abafa o que os sentidos podem captar; o homem sozinho não pode vencer a si mesmo. O Espírito ajuda-o, para vencer, com; convencer.

Brincando com brasas


“Os quais, deixando o caminho direito, erraram seguindo o caminho de Balaão, filho de Beor, que amou o prêmio da injustiça;” II Ped 2:15

Falsos doutores que atuariam nos últimos dias, Pedro os descreveu pormenorizadamente. Os vemos fazendo duas escolhas; uma negativa: “... deixaram o caminho direito...” outra ‘positiva’; “amaram o prêmio da injustiça.”

Balaão, que se dispunha a amaldiçoar solenemente ao povo de Deus por recompensas materiais, foi tomado como tipo desses “doutores.” Àquele O Eterno manifestava vontade de abençoar Seu povo; os “compradores” de maldições aumentavam a oferta e o sujeito se contorcia entre avareza e temor. O que era mais forte nele acabou vencendo; só não foi morto por um ato gracioso da Divina misericórdia. Núm cap 22

Uma coisa seria, alguém, andando no escuro tropeçar; outra, dispor de luz bastante, e ainda assim, deixar a senda iluminada e preferir o escuro, por aversão voluntária à verdade. Escuro tem lá suas “vantagens”, para quem, rejeitando o caminho direito, prefere desvios; “Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz, não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas.” Jo 3:20

Doença milenar; desejar aprovação, sem abandonar o modo réprobo de ser. Dessa matéria-prima são feitos os hipócritas e farsantes vários, que infestam nosso mundo.

Quando nossos erros envolvem ignorância, ainda podemos contar com a leniência Divina; “Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância, anuncia agora a todos os homens, em todo lugar, que se arrependam;” Atos 17:30 O que erramos por não sabermos, continua sendo errado; mas, tem concerto, via arrependimento e perdão.

O Salvador também mencionou a responsabilidade dos que veem; “... Se fôsseis cegos, não teríeis pecado; mas como agora dizeis: Vemos; por isso vosso pecado permanece.” Jo 9:41

Termos luz permite sabermos o caminho que agrada ao Eterno; andarmos nela, é uma escolha nossa, sem a qual, a eficácia da Remissão de Cristo perde-se; “Mas, se andarmos na luz, como Ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o Sangue de Jesus Cristo, Seu Filho, nos purifica de todo pecado.” I Jo 1:7

Quem deixa o caminho direito não é um desinformado; antes, um que, tendo andado um pouco nele, se rebela a vontade Divina. Peca voluntariamente. A Palavra aquilata as consequências: “Porque, se pecarmos voluntariamente, depois de termos recebido conhecimento da verdade, já não resta mais sacrifício pelos pecados.” Heb 10:26

O ignorar a remissão oferecida por Cristo, não, por não saber, mas, por desdenhá-la, equivale a crucificar O Senhor outra vez; “... pois assim, quanto a eles, de novo crucificam o Filho de Deus, O expõem ao vitupério.” Heb 6:6

“... amam o prêmio da injustiça.”
Se as pessoas considerassem, aonde conduzem os bens mal havidos, corrupção, roubo, estelionato, a injustiça em suas multifacetadas formas, lançariam à mesma para longe de si, pressurosos, como quem se livra de uma brasa com as mãos. 

Mas, por haver um hiato de tempo, entre o momento em que o carvão apenas suja, (ações) e quando ardendo queimará (juízo) os ímpios não se importam de brincar com ele, desprezando as necessárias consequências, que, em seu tempo virão.

Ante as frágeis leis humanas, muitas riquezas de origem viciosa podem desfilar airosas, como se, limpas; pois, farsantes conseguem a “proeza” de “lavar dinheiro”, metáfora para maquiar bens injustos como se fossem de meios lícitos.

Perante Deus, esse “verniz” licitante não passa de suja poeira; “Não há criatura alguma encoberta diante Dele; antes, todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos Daquele com quem temos de tratar.” Heb 4:13

O Eterno não cura consequências, antes, trata das causas. São as almas adoecidas pelas cobiças rasteiras que carecem ser lavadas pelo Sangue do Redentor. Por ser um processo com dores e renúncias anexas, os “Cascões” espirituais, preferem se manter longe do banho necessário; “Mas quem suportará o dia da Sua vinda? Quem subsistirá, quando ele aparecer? Porque Ele será como o fogo do ourives, como o sabão dos lavandeiros.” Mal 3:2

Quando, numa lição de humildade O Salvador lavou os pés aos discípulos, Pedro quis recusar; O Senhor pontuou: “... Se Eu te não lavar, não tens parte Comigo.” Jo 13:8

Os pés, tipificam nossos caminhos, escolhas na estrada da vida. Cada um de nós, que não for por Cristo lavado, também não terá parte com Ele, no mundo porvir.

O prêmio da injustiça segue fazendo milionários, poderosos, aos mais vis dos humanos. Quem aprendeu andar e se mantém no caminho direito, sabe aonde isso levará; “... entrei no santuário de Deus; então entendi o fim deles... Como um sonho, quando se acorda, assim, ó Senhor, quando acordares, desprezarás a aparência deles.” Sal 73: 17 e 20