domingo, 20 de novembro de 2022

Questão de honra


“Então disse Saul ao seu escudeiro: Arranca tua espada e atravessa-me com ela; para que porventura não venham estes incircuncisos e escarneçam de mim. Porém seu escudeiro não quis, porque temia muito; então tomou Saul a espada, e se lançou sobre ela.” I Cron 10;4

A batalha estava perdida. Tendo Saul uma leitura clara da situação pediu ao seu pajem que o matasse; temia cair vivo nas mãos dos inimigos e ser escarnecido, quiçá, torturado, antes de ser morto. O Jovem se recusou; então, ele mesmo suicidou-se.

Nem sempre nossa vida é uma questão de múltipla escolha, onde, mesmo havendo uma bússola apontando o Norte, toda a “Rosa dos Ventos” sorri; no caso dele, a escolha possível era binária; morte rápida dando uma ajudazinha, ou morte lenta com escárnios e dores maiores. Escolheu a primeira.

Somos inconsequentes nos momentos de ventos favoráveis e fartura: “A alma farta pisa o favo de mel, mas para a alma faminta todo amargo é doce.” Prov 27;7

Na abundância de bens, liberdade, espaço, tendemos e ser relapsos, nem apreciar devidamente o que temos; coisas que, se as perdêssemos, nos sentiríamos venturosos recuperado uma fração apenas.

Lembrei uma frase do filme “O Livro de Eli”; naquele cenário pós apocalíptico, sem verde nem água, Solara perguntou a Eli como era a vida antes do “Evento”, que deixara a Terra daquele modo; ele respondeu: “Jogávamos no lixo, coisas pelas quais, hoje se mataria.” “... para a alma faminta, todo amargo é doce.”

Com Saul aconteceu isso. Matou sua própria vida, para não sofrer desonra; se a honra era mesmo importante, por que a desprezara, desobedecendo mandados Divinos? Que tardia providencia, tê-la por valiosa quando, pouco serviria! Bastaria ter sido fiel, ouvido À Voz de Deus. O Eterno Teria premiado à obediência e fidelidade com Sua Proteção. Infelizmente, muitos só pensam em consertar o telhado quando está chovendo.

Não raro, agimos como se Deus Fosse Efêmero, e nós, eternos; como se a urgência fosse Dele, não nossa, no tocante à salvação. Tiago adverte: “Digo-vos que não sabeis o que acontecerá amanhã. Porque, que é a vossa vida? Um vapor que aparece por um pouco, depois se desvanece.” Tg 4;14, Portanto, “... hoje, se ouvirdes Sua Voz, não endureçais vossos corações, como na provocação.” Heb 3;15

Nosso país vive turbulências sociais, paralisações, protestos, com justificadas razões, ante escandalosa fraude eleitoral, que, se confirmada a vigência, colocaria a cidadania trabalhadora a serviço do crime organizado, daqui e internacional. Liberdade de crença, culto, escolha, expressão, estão ameaçadas; basta ver como a coisa “funciona” onde as nuvens já estão vermelhas.

Mesmo o “Cometa Vermelho” trazendo em sua cauda toda sorte de lixo, moral e espiritual, aborto, ideologia de gênero, liberação das drogas, corrupção, castração das liberdades, destruição da família, perseguição religiosa, perversão da educação, doutrinando invés de educar, etc. Não obstante isso tudo, surgiram em nosso meio, deploráveis “pastores” esquerdistas. Nomes que prestaram relevantes serviços a Cristo, de repente, passaram por um estranho “evento” em suas almas, das quais, também os verdes pastos e a Água da Vida sumiram.

Não fizemos o melhor uso dos Divinos bens, que até agora, têm sido fartos. Como Saul na tranquilidade do palácio não dava a devida importância à obediência.

Liberdades entre nós (os que não esquerdamos) têm sido malversadas por gente desonesta, mercenários que visam dinheiro e vida fácil invés de apascentarem às almas que O Senhor Ama. “Filho do homem, profetiza contra os pastores de Israel; profetiza, e dize aos pastores: Assim diz o Senhor: Ai dos pastores de Israel que apascentam a si mesmos! Não devem os pastores apascentar às ovelhas?” Ez 34;2

Desse modo, acredito que seja O Amor do Pai, que está permitido que o dragão vermelho aperte um pouco nossas gargantas; quiçá, quando ele for forçado a soltá-las, aprendamos a ser mais parcimoniosos com nossos bens; mais prudentes com nossas ações.

Que paremos, enfim, de ser perdulários, pródigos; pois, o Temor do Senhor é nossa sabedoria; não tratemos Suas Dádivas, como se Ele, não fosse Sábio e Bom. “Como o que arma a funda com pedra preciosa, assim é aquele que concede honra ao tolo.” Prov 26;8

Saul só ponderou o valor da honra quando pouco lhe valia. O inferno está repleto de gente que pregaria A Palavra a plenos pulmões, se tivesse outra chance.

Porém, “Está posto um grande abismo entre nós e vós, de sorte que os que quisessem passar daqui para vós não poderiam, tampouco, os de lá passar para cá.” Luc 16;26

Que possamos apreciar devidamente, nosso tempo. “Ouvi-te em tempo aceitável, socorri-te no dia da salvação; eis aqui agora o tempo aceitável, eis aqui agora o dia da salvação. II Cor 6;2

sábado, 19 de novembro de 2022

Vergonha; até que é bom


“Porventura envergonham-se de cometer abominação? Pelo contrário, de maneira nenhuma se envergonham, tampouco, sabem que coisa é envergonhar-se; portanto cairão entre os que caem; no tempo em que Eu os visitar, tropeçarão, diz O Senhor.” Jr 6;15

Vergonha. O constrangimento interior que pode ser nominado por algumas dezenas de sinônimos, nasce de uma “ruptura” com “o programa original”. Nossa consciência acusa que erramos o alvo, presto esse “prêmio” repousa sobre nossas almas, como uma ave agourenta pressagiando consequências.

A primeira vez que aparece deriva de uma insurgência contra O Criador e Sua Vontade, acoroçoada pelo “profeta” que falou na contramão do Eterno. A casal edênico descobriu uma feiura, antes, desconhecida. “... Ouvi Tua Voz soar no jardim e temi, porque estava nu, escondi-me.” Gn 3;10 Adão não usou o termo me envergonhei; antes, "temi porque estava nu”. O que dá no mesmo.

O Salvador Explicou a lógica dos que se escondem; “Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz; não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas.” Jo 3;20 Geralmente tememos ser reprovados, embora, não nos preocupemos em evitar a prática de ações réprobas.

O simples precisar esconder os feitos é já um testemunho oblíquo de que sabemos que os mesmos são maus. Esse é o papel da consciência, o “antivírus” colocado no “sistema” pelo Santo Programador.

O conhecimento do mal é imediato, onde a consciência ainda não foi cauterizada. “Então foram abertos os olhos de ambos, e conheceram que estavam nus...” Gn 3;7

Depois de praticado o erro somos inseridos num segundo momento; onde reagiremos à informação da consciência. A honestidade intelectual nos desafia a reconhecer nossos erros; palavra que embute a ideia de conhecer de novo. Conhecemos nosso erro quando a consciência nos informou; o reconhecemos, quando damos a mão à palmatória da vergonha, que desafia ao arrependimento.

Samuel Bolton disse: “Se a consciência não for um freio, ela será um chicote.” Tiago mostra o pecado visível, antes de ser praticado; isto é: Ao ser planejado, a consciência já o revela; essa revelação poderá ser o freio; contudo, se, em rebeldia consumarmos o desejo insano, sofreremos os açoites. “... havendo a concupiscência concebido, dá à luz o pecado; o pecado sendo consumado gera a morte.” Tg 1;15

Não é problema termos, eventualmente, maus desejos; todos os temos. Como lidaremos com eles define quem somos. Um sonoro não! por amor é Deus é nossa identificação com Cristo. “Os que são de Cristo crucificaram a carne com suas paixões e concupiscências.” Gál 5;24

Para nos identificarmos na vida, devemos fazê-lo na morte; “Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na Sua morte? De sorte que fomos sepultados com Ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo Foi ressuscitado dentre os mortos, pela Glória do Pai, assim andemos nós em novidade de vida.” Rom 6;3 e 4

O novo nascimento aos que estavam “mortos em delitos e pecados” nos “formata”; reinstala o antivírus; a consciência, antes morta, cauterizada, agora, em Cristo recupera o vigor original.

A dissolução onde acabam os que cauterizaram às próprias consciências os levam a um estado deplorável, onde não têm vergonha de não terem vergonha, (faço mesmo e daí?) como vimos acima. “... de maneira nenhuma se envergonham...”

Assim, embora não a desejemos, eventualmente nos incomode até a alheia, a vergonha não é de todo ruim. Se outro bem não faz, pontua que ainda nos resta certa noção, em relação aos valores do Eterno.

Ele comparou a nação de Israel a uma mulher à qual desposara. Falou Saudoso das núpcias, em dias ulteriores, quando brotara a infidelidade; “... Lembro-me de ti, da piedade da tua mocidade, do amor do teu noivado, quando Me seguias no deserto, numa terra que não se semeava.” Jr 2;2

O desejo pelo que não temos, nem precisamos, concomitante ao desprezo pelo precioso que possuímos é um mal antigo. “Meu povo fez duas maldades: a Mim deixaram, o Manancial de Águas Vivas, e cavaram cisternas, cisternas rotas, que não retêm águas.” Jr 2;13

O Eterno consideraria compreensível a infidelidade da “esposa” se tivesse sido um mau marido também; “Assim diz o Senhor: Que injustiça acharam vossos pais em Mim, para se afastarem indo após a vaidade, tornando-se levianos?” Jr 2;5

Como enfermidade que tolhe a sensibilidade, onde alguém se corta e nem percebe, assim, a prática reiterada do erro; anestesia contra a dor da vergonha. “... tu tens fronte de uma prostituta, não queres ter vergonha.” Jr 3;3

“Um homem nunca deve sentir vergonha de admitir que errou, o que é apenas dizer, noutros termos, que hoje ele é mais inteligente do que era ontem.” Alexander Pope

sexta-feira, 18 de novembro de 2022

"Pacificar o País"


“O efeito da justiça será a paz...” Is 32;17

Muitos “vencedores” nas recentes eleições têm falado em “pacificar o país”; pois, estaria muito polarizado, efervescente, violento.

O que temos contra a paz? Nada.

Acontece que ela não é uma “cor primária” como o são, azul, vermelho e amarelo. Ela é secundária, como o verde, por exemplo, que resulta da mescla entre azul e amarelo. De outra forma: Numa relação de causa e efeito, ou consequência; a paz é uma consequência, não, uma causa.

Pode ser do engano, quando, narrativas artificiosas pintam uma “realidade” fictícia, mirando em retinas, não em corações (O que os olhos não veem o coração não sente); ou, da justiça, quando o império dessa pacifica consciências e deslegitima qualquer levante contrário ao status quo, porque o tal, seria injusto.

Esses “pacificadores”, muitos deles vibraram com a facada sofrida por Bolsonaro; passaram quatro anos se opondo à existência, de um governo conservador; não, a eventual projeto que, porventura quisessem diverso.

Tacharam de “fascistas” aos apoiadores do Jair; a ele de “genocida”; não obstante, tenha liberado trilhões, via Auxílio Emergencial; comprado vacinas em tempo, (mesmo não as querendo para si) e defendido, contra o sistema, o tratamento precoce do vírus, com autonomia dos médicos, sem ingerências de políticos. Mas, seus “idiotas úteis” deixariam de ser úteis, se deixassem de ser idiotas.

Mais; o povo que se “incomoda” com polarizações, protestos, jogava futebol com réplicas da cabeça do presidente; um jornalista falou por todos eles dizendo desejar a morte de Bolsonaro; muitos que escreveram coisas assim, (lançaram moedas nas fontes dos desejos) já receberam em si os seus anseios.

Imaginemos, como ilustração, um sequestro. Por meios violentos, ilícitos, uma quadrilha se apodera de alguém e condiciona a libertação do refém a que se lhes pague alguns bilhões. Entretanto, que a polícia tenha indícios fortes de onde os tais se escondem, bem como, ao refém; o qual, poderiam libertar com devidos cuidados, e prender os sequestradores.

O comandante da polícia autorizaria a ação, tendo todo zelo pela proteção do refém, ou, aconselharia que o bilionário resgate fosse pago, para “pacificar” à situação? Que bosta de paz seria essa??

O esquerdismo faz guerra ao agro, aos militares, aos religiosos, às famílias, à saúde defendendo liberação de drogas, à responsabilidade fiscal, às crianças, querendo desvirtuá-las...

Ressuscitaram a um defunto político, que só poderia concorrer a líder de uma ala do presídio; depois, de modo extremamente tosco, tomaram o poder com a cumplicidade de um tribunal parcial, vendido, que sonegou o direito mais elementar num pleito, a isonomia. Censura aos conservadores, porta aberta aos comunas; inserções radiofônicas aos montes aos canhotos, e nada aos conservadores. Descoberta e denunciada a sujeira com milhares de provas, fizeram ouvidos moucos e seguiram “defendendo à democracia.”

Depois da “apuração” de gráficos retilíneos que se repetiu milimetricamente nos dois turnos, cidadãos indignados saíram às ruas em protesto contra possível fraude, pedindo acesso aos códigos-fontes, para que fossem devidamente auditados os dados, e as dúvidas sumissem.

O TSE na pessoa de Xanduco Donosor, continuou surdo; deu as favas por contadas e passou a perseguir aos “apurofóbicos” que duvidam da sua contagem feita no escuro. Ora, as favas são tão pequenas; no escuro sempre há o risco de que algumas se percam.

Se tudo foi limpo e honesto, como assegura o Emperrador da justiça, qual o problema de mostrar a contagem? Se não foi, como “pacificar” aos milhões de manifestantes que seguem as ruas, há quase três semanas? “Não sabem perder”! Um cacete!

Acaso quando um assaltante fala como Vossa Excelência, “Perdeu mané” e rouba, a vítima não o denuncia na esperança que a polícia o possa reaver? Ninguém sabe ser roubado pacificamente.

Ontem ouvi um “jornalista” altercando com Rodrigo Constantino na Jovem Pan, dizendo que defender os direitos dos manifestantes aos protestos era uma coisa indevida, perigosa. Pode acabar em violências, morte até; sangue, do qual seriam culpados os que os defendem, como o Constantino. É muita filhadaputice!!

O Emperrador disse que os paralisados estão infringindo à lei: “Abuso do poder de manifestação”; Código Alexandrino, capítulo treze, inciso, inventei; Pena prevista: Bloqueio de bens! Os que estão com sede de justiça lembram antigo comercial de certo refrigerante: “Provoque sua sede até não aguentar mais.”

Devemos suportar toda sorte de ataques, quando eles fazem oposição; lá acionam suas garras de Wolverine; quando, com as chaves dos cofres viram ursinhos de pelúcia, recheados com grana.

Nós outros devemos sofrer pianinhos, quando roubados, pois, a paz dos predadores de barrigas cheias seria mais importante que o direito à vida, e à justiça, das presas.?

"Se você vê uma fraude e não diz "fraude", você é uma fraude."
Nassim Nicholas Taleb

quinta-feira, 17 de novembro de 2022

Ilha da Fantasia


“O mais moço deles disse ao pai: Pai, dá-me a parte dos bens que me pertence. Ele repartiu por eles a fazenda. Poucos dias depois, o filho mais novo, ajuntando tudo, partiu para uma terra longínqua, e ali desperdiçou seus bens, vivendo dissolutamente.”

“O mais moço... o filho mais novo”.
Às vezes passamos por alto a esse detalhe. Era o mais jovem dos irmãos que acalentava desejos de aventuras, concomitantes com a aversão às responsabilidades do trabalho rotineiro.

“O sangue jovem não obedece a um velho mandado.” Shakespeare.

O tempo imprime em nossas almas, lições que recebemos na escola da vida, a experiência; o método mais doloroso de aprendizado, porém o mais eficaz.

Um jovem ainda vê a experiência pelo lado teórico, da fantasia. Essa costuma sonegar percalços, desacreditar na possibilidade de falhas, vislumbrar finais felizes para todos os incidentes, superestimar os próprios feitos, acondicionar estreitamentos futuros no vasto estado de ânimo presente, que não estará, quando o futuro vier; enfim, esperar uma cumplicidade com a sorte que nem a sorte acredita. Isso tudo devidamente fervido no caldeirão da ousadia culminará, inevitavelmente, na poção das decepções.

A precipitação do pródigo é uma “Ilha da Fantasia”, na qual, todos atracaram seus barcos. Exceto, os que ainda atracarão.

O que significa pródigo? Que dissipa seus bens, que gasta mais que o necessário; gastador, esbanjador, perdulário. Muitos, pelo uso que fazem, parecem pensar que, pródigo significa perdido, arrependido. Ele arrependeu-se quando se viu perdido, voltou; mas, não foi daí que herdou sua alcunha.

Melhor avalia os bens, quem já sofreu sua privação; um jovem, bem nascido, que de nada teve falta, não raro, despreza às águas limpas sentindo anseios por cisternas rotas.

Foi no fundo do poço, no ponto mais “alto” da sua derrocada, que viu como boas as sinas dos empregados da casa paterna; ele que vira como ruim, à própria. “Tornando em si, disse: Quantos jornaleiros de meu pai têm abundância de pão e eu aqui pereço de fome!” V 17 Se é preciso tornar a si pra recuperar a sensatez, quem a deixa, necessariamente está fora de si.

Já ouvi questionamentos sobre, onde a fidelidade é mais difícil; na carência, ou, na fartura? Experiências pretéritas de fartura, plenitude, culminaram em fracassos; um terço dos anjos, criaturas perfeitas, sem falta de nada, caíram após as seduções do inimigo; o primeiro casal, num jardim de delícias, em plena comunhão com O Criador, também sucumbiu ao comício do canhoto.

Esses eram inferiores aos anjos. Assim foram criados, sabendo a Presciência Divina que cairiam; por isso diz que “O Cordeiro foi morto antes da fundação do mundo.” Ou seja: O Resgate foi decidido e aceito, antes da queda.

Natural concluirmos que, tendo fracassado a desejada fidelidade em âmbito de fartura, de plenitude, aprouve ao Criador, produzir os caracteres desejados, a partir de um cenário de carências.

Mesmo eventuais abastados, materialmente, nas coisas que contam para a vida eterna, as espirituais, nascem indigentes, pobres; “Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o Reino dos Céus;” Mat 5;3

Os vencedores daqui lidam com o mínimo necessário aos Olhos Divinos, para, aprendendo apreciar o básico, não devanear com fantasias, como o jovem mencionado. 

Por isso, independente das circunstâncias materiais nas quais vivamos, a todos os salvos O Senhor poderá dizer o mesmo: “... Bem está, bom e fiel servo. Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te Colocarei; entra no gozo do teu Senhor.” Mat 25;23

A fidelidade no pouco requer o despejo de um intruso que nos invadiu; amalgamou-se às nossas almas, como se, parte delas fosse; o pecado. “Se faço o que não quero, já não faço eu, mas o pecado que habita em mim. Acho então esta lei em mim, que, quando quero fazer o bem, o mal está comigo.” Rom 7;20 e 21

O “negue a si mesmo” requerido por Cristo significa crucificarmos, via renúncia, esse “eu” que não sou eu; mas, um intruso que me escraviza, para que novo ente seja gerado, não mais escravo; liberto e regenerado, segundo O Salvador.

Quem se desgarra da casa do Pai, não carece tornar a si; antes, tornar a Cristo. “De sorte que fomos sepultados com Ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela Glória do Pai, assim andemos também em novidade de vida.” Rom 6;4

Anjos perfeitos, sem carência de nada caíram; não poucos salvos, imperfeitos, frágeis, limitados, fazem proezas, perdem vidas terrenas até, sem duvidar da Integridade Divina.

Essa ousada entrega das “coisas loucas desse mundo”, empresta sua didática até aos Céus; “Para que agora, pela igreja, a multiforme Sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e potestades nos Céus.” Ef 3;10

terça-feira, 15 de novembro de 2022

Tumor


“Ninguém hoje gosta da verdade: a utilidade e o interesse próprio há muito tempo foram substituídos pela verdade.” Nikolai Berdiaev

Essa frase do filósofo ucraniano foi escrita por volta do ano 1900; portanto, o “hoje” a que ele se referiu é bem antigo, se, cotejado com o nosso.

Mais ou menos na mesma época, o multifuncional Ruy Barbosa, (político, advogado, jornalista, escritor, diplomata, tradutor, orador, etc.) mencionou o “triunfo das nulidades”, grandes poderes nas mãos dos maus, crescimento das injustiças... e cunhou sua célebre ironia sobre “sentir vergonha de ser honesto.”

O apodrecimento moral da humanidade é algo que rasga muitos céus, nas asas do tempo; embora, nunca tenha cheirado tão mal, quanto agora.

Nossa mais alta corte em termos de autoridade, embora padeça de nanismo, seja baixa, em saber e honestidade, tem dado azo a toda sorte de aberrações. 

Parcialidades, militância política, atropelo dos preceitos constitucionais, aos quais, deveria defender; e pasmem! depois de uma leva de medidas autoritárias, tolhendo direitos de livre expressão aos cidadãos que lhes pagam os altos salários, enfim, depois de terem implantado a censura contra um lado da nossa política, os conservadores, “em defesa da democracia”, claro!
Agora, Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Carmem Lúcia, Lewandowski, e o famigerado imperador do Xandaquistão, Alexandre de Morais, (outras fezes com os mesmos vermes, Temer e Dória, também estavam por lá) foram palestrar em Nova Iorque, sobre “Democracia e liberdade”! Put@ k p4r1w!! Que gente sem noção, sem caráter, sem vergonha!!!

Não basta todo autoritarismo difuso, país em polvorosa, cidadãos indignados, tolhidos nos direitos elementares, depois de uma “eleição” extremamente irregular, não bastando isso tudo, digo, ainda precisam do escárnio como cereja na torta. Será que foram às suas custas, ou temos que pagar essa nojeira também?

Cidadãos brasileiros que vivem nos States os “receberam” com muitos adjetivos, aos quais eles fizeram jus; mas, exigem respeito; uma ova!! Respeito se conquista, não se impõe.

Quem atua de modo desprezível como têm feito, apenas está colhendo o que plantou; os impropérios que ouviram por lá permeiam o imaginário da maioria da nação; outros, se pudessem chegar à mesma distância que aqueles, repetiriam a dose.

Por muitos anos fomos drogados por futebol, novelas e carnaval. Agora, acabaram o Brasileirão, a Libertadores, e quase passaram despercebidos; estamos a menos de uma semana da Copa do Mundo e o povo nem aí.

Finalmente o brasileiro despertou! Percebeu que está em jogo sua liberdade, seus direitos civis; não está disposto mais, a emprestar seu labor para usufruto do crime organizado, com seus dois braços; o armado de fuzis, e o de sofismas, mentiras e corrupção, que desfila nos corredores dos três poderes. (às vezes excursiona a New York também).

Pena que tenhamos demorado tanto para percebermos o que importa; mas, “libertas quae sera tamen” como diz na bandeira de Minas Gerais.

Não se faz uma faxina como a que estamos precisando com medidas simpáticas, nem com o anestésico dos eufemismos a tontear verdades duras, para que essas sejam ditas de modo brando. Não se cura câncer com Dipirona! O tumor é maligno, está espalhado; a cirurgia é urgente.

Não raro, as virtudes dos conservadores são usadas contra eles. Sua estrita e ciosa observância da lei, às vezes irrita. Do outro lado vale tudo; golpe baixo, dedo no olho, areia nos olhos, mordidas, soco inglês, doping... de nossa parte, ai de que, não “joguemos dentro das quatro linhas.

Ora, mesmo jogando segundo as leis, no constitucional impeachment da Dilmanta, foi “Górpi”; agora, manifestações lídimas, democráticas, justas, ordeiras, são “atos criminosos”, “levantes golpistas”, “manifestações antidemocráticas” e o escambau!!

Gastar palavras com essa gente que não tem limites, não está nem aí para valores, coerência, fatos, lógica, verdade, etc. é ridículo e inútil como oferecer pastagem aos predadores. O único “argumento” que esses “ouviriam” seria a força.

Por não confiar no Judiciário nem no Congresso, com justificadas razões, o povo decente do país aglomera-se em torno dos quartéis em busca de socorro junto às forças armadas.

Não faço ideia de qual será o desfecho disso; qualquer pessoa com dois neurônios inda ativos, com a honestidade intelectual sem vírus, notou que se protagonizou na “Ilha de Vera Cruz” a maior e mais vexatória fraude de todos os tempos. Uma vitória sem festa, sem carreatas, buzinaços, por estrita falta de vencedores.

Dezenas de urnas com zero votos para Bolsonaro, onde seus proporcionais fizeram bastante, no primeiro turno. Censuras de um lado, porta aberta do outro; inserções radiofônicas tolhidas, etc. Mas temos que aceitar calados. Desconfio que não.

"O segredo do relacionamento saudável não está na omissão dos fatos nocivos, mas sim em não se ter fatos desta natureza a se omitir." Ulisses Drago de Campos

segunda-feira, 14 de novembro de 2022

Pra onde olhar?


“Os olhos dos que veem não olharão para trás; os ouvidos dos que ouvem estarão atentos.” Is 32;3

À vinda do Rei da Justiça, os capazes de ver distintamente não olhariam para trás. Uma figura de linguagem que significa retroceder; desejar voltar para onde se estava; postura desaconselhada pelo Salvador. “... Ninguém, que lança mão do arado e olha para trás, é apto para o Reino de Deus.” Luc 9;62

Quando anjos retiraram apressados à família de Ló da condenada Sodoma, ordenaram que eles fugissem sem olhar para trás; coisa que a mulher desobedeceu; “A mulher de Ló olhou para trás e ficou convertida numa estátua de sal.” Gen 19;26 Era a estrita salvação da vida que estava em jogo; ela tinha consigo a preciosidade a salvar; porém, quem coloca o coração em predileções doentias corre o risco de sacrificar ao precioso por apego ao vil.

Eventualmente não calculamos os custos de uma empresa. Vendo essa se revelar mais difícil do que o sonhado, muitas vezes tendemos a recuar, achar melhor a rotina antiga que a luta presente.

O Senhor ensinou: “Qual de vós, querendo edificar uma torre, não se assenta primeiro a fazer as contas dos gastos, para ver se tem com que acabar? Para que não aconteça que, depois de haver posto os alicerces, não a podendo acabar, todos que a virem comecem a escarnecer dele, dizendo: Este homem começou edificar e não pôde acabar.” Luc 14;28 a 30

“Assim, qualquer de vós, que não renuncia tudo quanto tem, não pode ser Meu discípulo.” v 33
Se, presumimos seguir a Cristo preservando conforto, aceitação, vida mansa, quiçá, aplausos humanos até, ainda não entendemos o que está em jogo. “Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós, odiou a Mim. Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu, mas porque não sois do mundo, antes, Eu vos Escolhi do mundo, por isso, o mundo vos odeia.” Jo 15;18 e 19

Usamos tomar decisões no calor das emoções, sem um aprofundamento devido; quando o calor arrefece, tendemos a não querer mais, o que quisemos acossados pelo instante. O Senhor comparou esse modo de agir, ao cair de sementes sobre pedras. “Da mesma forma os que recebem a semente sobre pedregais; os quais, ouvindo A Palavra, logo com prazer a recebem; mas não têm raiz em si mesmos, antes são temporãos; depois, sobrevindo tribulação ou perseguição, por causa da palavra, logo se escandalizam.” Mc 4;16 e 17

Embora pareça escolha ordinária, aos olhos menos avisados, a conversão é extremamente radical. Desafia-me a perder a vida como estava acostumado, para ganhar uma nova, eterna, como Cristo Quer que eu viva; “Quem achar sua vida perdê-la-á; quem perder sua vida, por amor de Mim, achá-la-á.” Mat 10;39

Apenas os que conseguem ver no âmbito espiritual, não recuam às dificuldades do caminho; “Os olhos dos que veem não olharão para trás...”

Quem compreende deveras, o que significa Jesus Cristo, mesmo que, eventualmente olhe para trás, acossado por suas fraquezas, não voltará atrás; sabe para onde vai, em ambos os casos; prosseguindo, ou voltando. “O Reino dos Céus é semelhante ao homem, negociante, que busca boas pérolas; encontrando uma pérola de grande valor, foi, vendeu tudo quanto tinha, e comprou-a.” Mat 13;45 e 46

O voltar atrás significa que, para nós, as promessas Divinas não são tão preciosas assim; que valham sofrermos em demanda delas. Todavia, quem possui olhos espirituais, apenas pelo que recebe aqui, (perdão, justificação, O Espírito Santo, dons, paz de espírito, distância do medo da morte, etc.) sabe o quanto vale a pena ser fiel.

Nossa dupla natureza, espiritual, depois do Novo Nascimento, mas, ainda carnal, nos tenta às inquietações; ao anseio pelas coisas no nosso tempo, quiçá, da nossa maneira; “Porque necessitais de paciência, para que, depois de haverdes feito a Vontade de Deus, possais alcançar a promessa... o justo viverá da fé; se ele recuar, Minha Alma não tem prazer nele.” Heb 10;36 e 38

Se, ele olhar para trás, voltar, estará por sua conta. O Criador não manda ninguém pro inferno; as pessoas vão para lá com suas próprias pernas. Preferem planícies da comodidade, prazeres irresponsáveis rumo ao abismo da perdição, a escalar a encosta das renúncias, em cujo topo, espera a vida eterna.

Como num automóvel, as luzes potentes apontam pra frente, pra iluminar o caminho; as traseiras são tênues, para que sejamos vistos, não para vermos. Os carros, embora precisem manobras retroativas, não foram feitos pra andar pra trás.

Assim nossas almas; quem olha para trás não pode ver muito longe; “Teus olhos olhem para a frente; tuas pálpebras olhem direto diante de ti.” Prov 4;25

domingo, 13 de novembro de 2022

A "vitória" do PT


“Jamais diga uma mentira que não possa provar.” Millôr Fernandes

Pois, o TSE contou uma das grandes, que determinado candidato fez 60 milhões de votos sendo assim, eleito; porém, a coisa não colou, nem vai.

A mesma está eivada de irregularidades, de tal forma, que num país minimamente justo, três vezes o “vencedor” teria perdido.

Primeiro: Não poderia concorrer tendo diversos crimes seus julgados e condenados em três instâncias. A canetada do Fachin mostrou que ele também não poderia ter sido guindado ao STF, por falta das duas credenciais básicas; reputação ilibada (para pretenso jurista militância política pretérita estraga a reputação) e notável saber. Seu tribunal corroborara a condenação do larápio; mas em tempo “oportuno” ele “descobriu” que o CEP estava errado!? Não sabe ler?

Segundo: Falta de isonomia na campanha. Censura, restrições, prisões, bloqueios de toda sorte aconteceram apenas do lado dos conservadores, (O TSE agiu como sendo parte da equipe de campanha petista) enquanto, a esquerda podia e fazia tudo, com estrondoso silêncio da corte. 

Apenas no Nordeste, foi provado que 154 mil inserções radiofônicas foram sonegadas à campanha de Bolsonaro; denunciada a roubalheira com robustas provas, invés de adiar a eleição, investigar e reparar as injustiças como faria qualquer tribunal decente, O Xandão ameaçou aos denunciantes, como se, o grave fosse a descoberta, não o roubo.

Terceiro; invés de uma apuração transparente que permitisse ser conferida e auditada, se fosse o caso, tivemos um segredo de Estado ao qual apenas o Xandão e asseclas tiveram acesso.

Um estranho gráfico retilíneo repetiu-se no primeiro e no segundo turnos; evidência de fraude. Uma apuração limpa traria oscilações várias em ambos os sentidos. Mesmo os militares que foram convidados a conferir a aludida transparência, foram mantidos à distância dos meios de fiscalização.

Três irregularidades gigantescas, bastantes para desqualificar ao “presidente eleito”; poderia pedir música no Fantástico. Será que existe alguma, cuja letra exalte a um ladrão movido a fraude?

Para poder “provar a mentira” como disse o Millôr, seria necessário um mínimo de verossimilhança. Quem apoiava ao Lula? Falou mal dos religiosos; dos militares; dos policiais; do agro; dos enfermeiros; chamou aos patriotas de Ku Klux Klan... ah, mas falou bem do COVID.

Para encher uma praça precisava lotar ônibus de lugares distantes, pra amontoar alguns “Cumpanhêros”; nunca pode sair às ruas. Por outro lado, no Sete de Setembro milhões de patriotas fizeram estrondosas “manifestações antidemocráticas”. Coerente, aliás, para quem acha Venezuela, Nicarágua e Cuba, nações democráticas.

Após o “resultado” invés de passeatas nas ruas de todo o país, foguetórios e festas dos presumidos sessenta milhões de “vencedores”, um tímido e breve arranjo na Paulista e nada mais. Por que essa gente não mostra sua força? Porque não tem. Numa eleição honesta com apurações limpas, o petismo não faz trinta por cento dos votos.

Agora temos dois cenários desoladores. De um lado, a escória moral da nação sujando lugares altos assanha-se na divisão sôfrega e precipitada do butim, dada a “honestidade” forçada de quatro anos. Nomes baixos de gente abjeta são cogitados para lugares altos.

A cidadania deveria trabalhar para o crime organizado. Pautas como soltura de bandidos e destruição dos valores da família e perseguição “estratégica” aos cristãos já são expostas sem pudor nenhum.

Nem assumiram ainda, (nem sei se o farão) e já começam a desmentir promessas de campanha, acenar com gastos descontrolados; afinal, tem muitas aves de rapina e predadores do erário famintos; quatro anos de abstinência! haja grana!!

Sem contar os expoentes do lixo internacional, como Maduro e Fernandes que já trouxeram seus pires socialistas, sonhando com grana daqui, para cobrir roubos e incompetências de lá.

Do outro lado, imensa leva de patriotas inconformados com a roubalheira que grita diante dos quarteis, pedindo aos militares a devida faxina; auditoria nas urnas eletrônicas para que, o vero resultado seja conhecido.

Não sei qual será o fim disto, mas temo que termine em banho de sangue. Os militares foram ameaçados pelo “eleito” que fala em desmilitarizar à polícia e criar uma “Guarda Nacional” estilo bolivarianos, que estaria a serviço (sabemos) do comunismo, não do Estado, como estão as Forças Armadas.

Além desse desprezo do possível “Comandante”, pesa contra os militares e necessidade de prestarem continência, homens de reputação ilibada, diante de um ladrão. Não acredito que a “vitória” do sistema cole tão fácil assim.

Pois, voltando ao Millôr, contaram uma grotesca mentira que não podem provar.

Mesmo que o ladrão assumisse, como seria a país, que pela primeira vez na história começaria um governo tendo o povo nas ruas em indignada oposição? O Mecanismo poderá pagar para ver, dobrar a aposta.

Agora falam em “defesa das instituições democráticas” os canalhas que sempre rasgaram à Constituição.