quinta-feira, 21 de abril de 2022

O Insano Carro Flex


“Digno És, Senhor, de receber glória, honra e poder; porque Tu Criaste todas as coisas; por Tua Vontade são e foram criadas.” Apoc 4;11

Interessante esse presente e pretérito no tocante à criação; “... são e foram criadas.” A ideia é que a criação ainda acontece no presente. Diverso da doutrina evolucionista, de que as coisas sofrem “melhoramentos” para adaptação ao meio, quando O Criador intervém, cria algo novo.

A salvação em Cristo busca por um “modelo” que se perdeu, sofreu avarias; daí, uma regeneração; mesmo assim é algo novo. A mudança requerida é tal, que o processo é chamado de “nascer de novo.”

O Eterno, no prisma biológico, aparentemente não cria mais nada atualmente; mas, no aspecto espiritual Seu Labor não cessa. “Meu Pai trabalha até agora...” disse O Salvador; e ainda não parou.

Como vimos ao princípio, pelos “direitos autorais” a Ele cabem, glória, honra e louvor; a quem nada fez, exceto, invejar, subverter, perverter, usurpar, caberia o quê?

Imaginemos um carro sofisticadíssimo, o mais caro de todos, cujos componentes foram meticulosamente planejados; um para mover o motor; outro, para conduzir eletricidade; facultar torque; arrefecer a temperatura; condicionar o ar interior; sinalizar movimentos do motorista; frear... etc. Quem investiria alto num modelo assim, para fazer “gambiarras”?

A presunção é que a coisa foi metodicamente estudada e testada, para saber como funcionaria satisfatoriamente; nenhum homem psicologicamente sadio pretenderia fazer modificações, arriscando perder a funcionalidade do precioso veículo.

Pois, o ser humano é esse “veículo” sofisticado, Criado pelas Mãos do Eterno. Pelo projeto original funcionaria bem, movido apenas pela Água da Vida.

Entretanto, um novo “engenheiro” surgiu dizendo que o motor era “flex”; assim, funcionaria ainda melhor se fosse deixada a energia da ordem Divina e abastecido com “satanina e humanina independentis” dois combustíveis “novos”, até então, ignorados.

Originalmente, dado o “Molde” no qual foi inspirado, o “carro” funcionaria pelas vias da justiça, verdade, obediência, santidade, retidão, amor, paz... seu motor não envelheceria, nem careceria reparos.

Contudo, depois da mistura de combustíveis, começou a errar pelos caminhos da inveja, ódio, morte, mentira, perversão, impurezas... assim, o carro que não sofreria a ação do tempo acabou no lixão, no ferro velho.

A falta do “Combustível original” levou o homem a buscar simulacros, que, se aparentemente a joça inda funciona sem aquele, nunca chega ao desempenho que tivera antes da mistura; nem anda mais pelas vias para as quais fora criado.

Alguém definiu com propriedade que todo homem traz dentro de si um vazio com o Formato de Deus. Enquanto esse não for devidamente preenchido, o ser humano seguirá errante e sem paz. “O efeito da justiça será a paz...” Is 32;17 Que O Criador defina como o “carro” deve funcionar parece mui justo.

Porém, quanto mais o rio do tempo corre, mais o ser humano perde-se nas corredeiras do vício. O “dínamo” que potencializaria a capacidade de amar desinteressado, não funciona sem o combustível original; então, as forças geradas pelos combustíveis alternativos fomentam o ódio, perversão, infidelidade, mentira... os valores invertidos.

Quando alguém aplaude pornografia travestida de arte, blasfêmias maquiadas de liberdade de expressão, tirania camuflada em democracia, ladrões da política como benfeitores, no fundo, não está dizendo que gosta dessas coisas; mas que odeia seu oposto.

Que lhe falta paladar apurado para apreço da verdadeira beleza; que detesta saber que poderia usar o combustível puro; mas, o caminho que levaria ao “posto” lhe é muito estreito para seu “carro” inflado de presunções; que os tiranos lhe servem, ao menos para fazer outros sofrerem também, já que lhe falta ousadia para erradicar as razões de seu sofrimento; que ladrões em evidência representam, ao menos, a ideia que o roubo compensa...

O Salvador continua buscando em Seu amor, quem ouse lhe dar ouvidos; ser abastecido outra vez, pelo combustível da Palavra de Deus, para rodar segundo o projeto original. “Clamou este pobre, e o Senhor o ouviu; o salvou de todas as suas angústias.” Sal 34;6

Não importa o dano que a “máquina” sofreu ao longo do tempo. Quem Criou o modelo sabe como o regenerar. Nele, todas as peças serão transformadas. “Se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas passar e tudo se fez novo”. II Cor 5;17

Então, a energia usada para odiar se fará serviçal do amor; necessidade de se esconder sob a capa da mentira será curada pelo bálsamo da verdade; o risco ao colidir contra a morte será desfeito pelo “airbag” da vida eterna.

A gasolina tá cara? Aos Seus, O Senhor abastece de graça. “O Espírito e a esposa dizem: Vem. Quem ouve, diga: Vem. Quem tem sede venha; quem quiser tome de graça da Água da Vida.” Apoc 22;17

terça-feira, 12 de abril de 2022

Os "Profetas" e as estrelas


“Até quando sucederá isso no coração dos profetas que profetizam mentiras, só profetizam do engano do seu coração?” Jr 23;26

A falta da Palavra de Deus escrita fazia da figura de um profeta, algo fora de série. Deus comissionava aos que Escolhia e colocava nesses Sua Voz, mediante a qual conduzia ao povo.

Certa vez, três reis estavam dúbios sobre uma empresa bélica, e alguém lhes lembrou de Eliseu; “... Aqui está Eliseu, filho de Safate, que derramava água sobre as mãos de Elias. Disse Jeosafá: Está com ele a Palavra do Senhor. Então o rei de Israel, Jeosafá, e o rei de Edom desceram ter com ele.” II Rs 3;11 e 12

Um profeta idôneo era a “Bíblia” de então; “Está com ele A Palavra do Senhor.” O falso seria com um livro de heresias atual, um convite ao desvio; placa pro descaminho. Daí, a severidade com que Deus julgava aos tais, e ainda julgará.

Passados os “rudimentos do mundo”, ou cumprida a “plenitude dos tempos”, o trato de Deus com a humanidade mudou: “Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho.” Heb 1;1

O Ministério do Filho de Deus, diferente dos profetas pretéritos não trouxe assomos pontuais da Palavra de Deus; era a Palavra Divina “full time”. Não se limitou a predições ou juízos, como foram, aqueles; Ele se dedicou ao ensino dos valores do Reino, com Suas significativas e eloquentes parábolas, e demonstrações práticas de cuidado e amor.

Quatro repórteres documentaram Seus feitos e ensinos; A Palavra de Deus ganhou o mudo, sem necessitar de profetas, como antes. Apenas pregadores. A coisa melhorou depois, com a impressão de livros.

Era difícil julgar uma profecia, porque seria necessário acessar o íntimo do profeta para saber a origem de sua fala. Só um profeta idôneo, usado por Deus, poderia denunciar aos falsos, como fazia Jeremias.

O povo comum, geralmente era refém deles; os falsos, por descompromissados com a verdade miram na aceitação; para obter a essa, acenam com facilidades. Ainda é assim. “Os profetas profetizam falsamente, e os sacerdotes dominam pelas mãos deles, e o meu povo assim o deseja;” Jr 5;31 Quem prefere o fácil ao veraz, sempre terá mais apreço pelos falsos profetas.

Quando as consequências vieram, ao verdadeiro vidente, só restou chorar sobre uma terra arrasada; “Os teus profetas viram para ti, vaidade e loucura, não manifestaram tua maldade para impedirem teu cativeiro...” Lam 2;14

Hoje, com A Palavra Divina escrita, e relativamente conhecida, o falso não requer uma incursão na intimidade de quem fala para ser descoberto; basta um conhecimento sólido do que está escrito, para se cotejar a profecia com isso; saltará ao espírito de quem investiga, o discernimento sobre a fonte que, eventualmente, jorra.

“Porventura deita alguma fonte de um mesmo manancial água doce e água amargosa?” Tg 3;11 Assim, ao menor sinal de impureza da “Água”, é bom desconfiarmos da fonte. “... todas minhas fontes estão em Ti.” Sal 87;7

O verossímil só é preciso para enganar, onde, as potenciais vítimas do engano tenham algum senso crítico; um mínimo conhecimento da Palavra. Onde isso não se verifica os falsários deitam e rolam.

Os “profetas” de WhatsApp da atualidade estão tão seguros da cegueira adjacente, que nem se preocupam com essa coisa “trabalhosa” de buscar verossimilhança. Que a coisa soe verdadeira.

Quem tiver estômago para tal, os ouvirá durante meia hora sobre o que “Deus lhes revelou”, sem sequer menção, de um verso da Bíblia, onde Deus Revelou Seus Pensamentos a toda humanidade.

Não há mais profetas como aqueles do Antigo Testamento; “A lei e os profetas duraram até João; desde então é anunciado o Reino de Deus...” Luc 16;16

O Espírito Santo, eventualmente, usa alguém, quando Lhe apraz, para revelar algo oculto; mas, reitero, não há mais profetas como aqueles. Quando alguém prega A Palavra revelada com honestidade, destreza, de certo modo profetiza, pela natureza da Palavra; “Rugiu o leão, quem não temerá? Falou O Senhor Deus, quem não profetizará?” Am 3;8

Quem “ajeita” a interpretação, por conveniências rasas, desejo de agradar, alinhamento histórico com a heresia mor de sua denominação, etc. Se faz um falso profeta.

Além disso, a coisa certa em lábios errados também fica falsa. É necessário que a vida “profetize”, senão, de novo, “Confessam que conhecem a Deus, mas negam-no com as obras, sendo abomináveis, desobedientes, reprovados para toda a boa obra.” Tt 1;16

Os falsos profetas terminarão no lixão da história; contudo, “os que a muitos ensinam a justiça, resplandecerão como as estrelas sempre e eternamente.” Dn 12;3

“Amai para entendê-las; pois só quem ama pode ouvir as estrelas.” Olavo Bilac

segunda-feira, 11 de abril de 2022

Os defeitos do Bolsonaro

 
“O que justifica o ímpio e o que condena o justo, tanto um quanto o outro são abomináveis ao Senhor.” Prov 17;15


Sendo a vida, imenso teatro, tanto nossas ações são vistas pelos outros, quanto, as alheias, por nós. A pessoa pode decidir não “se meter” em nada; é direito particular. Mas, numa roda mais restrita, ou no foro íntimo, compactuará com algumas atitudes e depreciará outras; não tem como ser diferente. Não há neutralidade possível.


Como vimos acima, tanto nossa justificação, quanto, condenação, terão consequências perante O Eterno. Nesse sentido devemos entender o “... Bem-aventurado o que não condena a si mesmo naquilo que aprova.” Rom 14;22 Ou, noutras palavras, feliz aquele que aprova, apenas as coisas contra as quais não pesam condenações.


Quando defendo Bolsonaro, o faço por identidade de valores, sem sonegar eventuais restrições necessárias; não gosto da cegueira voluntária, da idolatria. Ele mesmo reconhece que falou coisas indevidas, precipitou-se, excedeu-se, escolheu mal, teve que reconsiderar, voltar atrás; afinal, não é perfeito. O que mais poderíamos esperar, no prisma moral, de alguém falho como nós?


Na verdade, muitos de nós são bem piores; a diferença é que ele é um homem público, tudo que faz vira manchete; sobretudo, algum erro; até onde não erra é atacado cinicamente pela maioria do “Jornalisme” atual.


Aí surgem edições dos piores momentos dele, como “pedras de toque” para aferir seu caráter. Será que é mesmo assim que se deve agir a bem da verdade e decência?


Pois, esses que montam tais edições e lançam na cocheira dos muares úteis, para que esses desfrutem, esquecem algumas coisinhas que convém lembrar: Diziam que O Bolsonaro não poderia ser eleito, porque perseguiria negros, gays, mulheres, solaparia às instituições, ameaçava à democracia... “Ele não!” Seu mandato está terminando quase; nada disso aconteceu.


Onde estão atuando “Indiana Jones e os caçadores do erro cometido” que passam ao largo desses erros de avaliação, calúnias, e escavam grutas antigas sepultadas pelos fatos novos?


Pior: Um erro derivado de uma intemperança verbal no calor do momento, como a discussão com Maria do Rosário, por exemplo, é diferente de uma coisa feita, fria, calculada e sistematicamente, como as campanhas contra Bolsonaro.


“Nunca antes na história deste país”, um homem governou sofrendo oposição da imprensa, do Congresso, STF, Governadores, e uma horda de “artistas” desmamados da Ruanet; tendo ainda, o concurso de uma pandemia, durante a qual, medidas insanas fomentadas pelos opositores se encarregaram de envilecer à economia; de quebra, tendo que administrar uma herança maldita de bilhões em dívidas, deixada pela quadrilha que o antecedeu.


Visto esse espectro todo, não dá para negar, ante a recuperação de grande parte da malha rodo/ferroviária, provisão, enfim, de água aos nordestinos, mediante a transposição e milhares de poços artesianos, o socorro a milhões de pessoas com o “Auxílio Emergencial”, fim do toma-lá-dá-cá, que entregava pastas e orçamentos de ministérios para partidos corruptos, a reforma trabalhista, etc. Não dá para negar que o resultado do trabalho do Bolsonaro é bastante satisfatório; exceto, para quem vivia de corrupção e viu estragado o seu “negócio.” 

Não sou idólatra do presidente, mas, me agradam seus feitos e me identifico com bandeiras que ele defende; Deus, família, valores cristãos, liberdade, democracia...


Olhando possíveis postulantes, nenhum chega a um décimo do que ele representa nesses valores que me são caros. Quando as “pesquisas” dizem que o único adversário “possível” seria o Lula, aí nem careço dos feitos do Jair para decidir; os do Lula são muito mais “eloquentes”.


Não é preciso que ninguém me diga o óbvio; que não posso impor minhas escolhas a ninguém, ou que cada um tem (ainda) liberdade de votar como quiser. Apenas, é próprio das pessoas inteligentes fundamentarem, mediante argumentos, suas escolhas; no caso de quem escreve, como eu, tornar públicos esses fundamentos.


Como parecerá aos olhos de cada um, isso não me diz respeito. Ninguém precisa pensar, nem parecido, comigo.


Dizem ainda que Bolsonaro está aquém da “Liturgia do Cargo”; pois, seria um tanto destemperado no falar. Quando penso nas falas de Dilma e Lula, jamais analisadas, nesse prisma, pelos críticos de agora, vejo uma filhadaputice a mais, desfilando com roupas de argumento. A veste não cai bem. Como também sou “mui malo” de liturgia e uso eventualmente uns palavrões, nem ligo.


Explicar-me-ei: Prefiro um destemperado com sabor de honestidade, a um refinado cheio das mesóclises como o Temer, e corrupto. Lula e Dilma, quando aprenderem o idioma lusitano serão analisados, por enquanto, deixa.


Enfim, com todos os defeitos dele, sou grato ao Bolsonaro pelo que ele fez e representa. “O coração ingrato assemelha-se ao deserto que sorve com avidez a água do céu e não produz coisa alguma”. Muslah-Al-Din-Saad
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Vida de gado


“Toda multidão da terra dos gadarenos ao redor lhe rogou que se retirasse deles... aconteceu que, quando voltou Jesus, a multidão o recebeu, porque todos O estavam esperando” Luc 8;37 e 40

Duas multidões antagônicas. Uma pedindo que O Salvador se afastasse; outra, esperando que Ele chegasse. Por quê essas unanimidades, tanto a favor, quanto, contra? Porque, malgrado, tenha sido criado ímpar, peculiar, individual, o ser humano tende a se tornar ave de bando. Ser condicionado pelo que os outros dizem ou fazem.

O que são os blá blá blás, dos tais “Influencers”, ou, os anúncios feitos por celebridades, das vantagens disso ou daquilo, senão, berrantes a chamar pelo rebanho?

As claques de auditório colocadas para “puxar” reações que os patrões desejam? As mirabolantes “pesquisas eleitorais” que asseguram que oito é oitenta, e vice-versa, com pretensões de precisão?

O insistente desfile das “páginas de fãs” de determinada “cantora” vulgar, de pornomusic, dizendo que a "música" da mesma está no top dos tops das galáxias? O clássico “Tantos milhões de pessoas não podem estar erradas.”

Quando um “Homo Sapiens” se atreve a “filosofar” diz que qualidade supera quantidade; porém, quando vive “in natura”, sem condimentos de saber alheio, faz isso; pousa na bosta porque bilhões de moscas não podem estar erradas.

Segundo filósofos antigos, “A multidão é um monstro acéfalo”; (sem cabeça) que pode ser conduzido por uma “corda” bem frágil. Os berros de um ou dois igualmente vazios que presumirem saber o que querem, ou, para onde vão.

Os mesmos que cantaram “Hosanas ao Filho de Davi” estendendo vestes e ramos diante Dele, quando entrou em Jerusalém num burrico, poucos dias depois, estimulados pelos gritos excitados de meia dúzia a serviço do Sinédrio gritavam: “Crucifica-o! Crucifica-o!” “É mais fácil, sem dúvida, enganar a uma multidão, que um só homem.” Heródoto

A excitação humana emanada das multidões é fogo que produz calor sem produzir luz. Por isso, o conselho da Palavra de Deus: “Não seguirás a multidão para fazeres o mal; nem numa demanda falarás, tomando parte com a maioria para torcer o direito.” Ex 23;2 “Pontos cardeais” na Bússola Divina; não fazer o mal, nem torcer o direito; a despeito do que fizer, a multidão. 

O que “todo mundo está fazendo” costuma ser um apelo irresistível à alma humana; quanto mais jovem, maior esse apelo. Basta que três ou quatro colegas tenham um petrecho tecnológico mais hightec que o dele, por exemplo, e presto jovem pedirá um igual aos seus pais. “Também quero um; todo mundo já tem menos eu.”

Quando Pilatos tentou usar a multidão como agravante acusatório contra Jesus, O Senhor esqueceu da galera, e chamou o indivíduo à responsabilidade; “A tua nação e os principais dos sacerdotes entregaram-te a mim...” Jo 18;35 “... Todo aquele que é da verdade ouve Minha Voz.” V 37 Como disse Paulo: “... cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus.” Rom 14;12

O que todo mundo faz é o ordinário, estéril, fácil. “Toda unanimidade é burra”, teria dito Nélson Rodrigues; ou, “Quando todos estão pensando o mesmo, ninguém está pensando grande coisa.” Benjamin Disraeli.

O Salvador desafiou os Seus à opção difícil, mas, vital, em lugar da fácil e suicida; “Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, espaçoso o caminho que conduz à perdição; muitos são os que entram por ela; porque estreita é a porta, apertado o caminho que leva à vida, poucos há que a encontrem.” Mat 7;13 e 14

As multidões antagônicas do princípio tinham presenciado milagres de Jesus. Uma, a libertação de um possesso e precipitação de uma vara de porcos ao mar; outra, curas e multiplicação do pão. Ambas as situações evidenciavam O Poder do Salvador.

Mas, tendemos a reduzir O Eterno à nossa reles estatura; se Ele não operar segundo desejamos, quiçá permitir que uns porcos se percam, teremos “razões” para rejeitá-lo. Enquanto o ego, o si mesmo estiver no trono, O Salvador não entrará.

“Eis que Estou à porta, e bato; se alguém ouvir a Minha Voz, e abrir a porta, Entrarei em sua casa...” Apoc 3;20 Abrir a porta do coração para a entrada Dele, significa amar; “Se alguém Me ama, guardará a Minha Palavra, e meu Pai o amará; viremos para ele e faremos nele morada.” Jo 14;23

Todo mundo faz inúmeras coisas indecentes, obscenas, imorais; nosso desafio, dos cristãos é andar na contramão, na Vontade de Deus. “... apresenteis vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.” Rom 12;1 e 2

domingo, 10 de abril de 2022

O preço da liberdade


“Pois olhou desde o alto do Seu Santuário... para ouvir o gemido dos presos, soltar os sentenciados à morte;” Sal 102;19 e 20

Sentença que pesava sobre toda humanidade, como ensina Paulo: “Por um homem entrou o pecado no mundo, pelo pecado a morte, assim, a morte passou a todos os homens, por isso que todos pecaram.” Rom 5;12

Invés de dizer que o pecado passou a todos os homens, por isso todos morreram, diz que a morte, (consequência do pecado original) passou a todos os homens, por isso, todos pecaram.

Adão morreu porque pecou; sua posteridade peca porque está morta. “Nós não temos pecados, - como disse Paul Washer – somos pecado”. Consequentemente, sem Cristo estamos mortos. “Porque o salário do pecado é a morte...” Rom 6;23

Então, “... aquele que não nascer de novo, não pode ver o Reino de Deus... aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no Reino de Deus.” Jo 3;3 e 5

Sempre oportuno lembrar que morte espiritual é alienação de Deus, não inexistência. O novo nascimento requerido é a regeneração em Cristo.

Toda humanidade existe, com seus mais de sete bilhões; mas, a maioria está morta. Por isso Jesus fez questão de pontuar que Sua Mensagem se destinava aos mortos; “... quem ouve Minha Palavra, e crê Naquele que Me Enviou, tem a vida eterna; não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida. Em verdade, em verdade vos digo que vem a hora, agora é, em que os mortos ouvirão a Voz do Filho de Deus; os que a ouvirem viverão.” Jo 5;24 e 25

Esse “ouvir”, demanda entender, crer e obedecer, para herdar a vida com O Senhor.
Isaías, também aludiu à vinda de Um Libertador; “O Espírito do Senhor Deus está sobre Mim; porque O Senhor Me Ungiu, para pregar boas novas aos mansos; enviou-me a restaurar os contritos de coração, proclamar liberdade aos cativos e abertura de prisão aos presos;” Is 61;1

Sendo a prisão, alienação no pecado e morte, a libertação é a reconciliação para a vida; “Tudo isto provém de Deus, que nos reconciliou Consigo mesmo por Jesus Cristo, e nos deu o ministério da reconciliação; isto é, Deus estava em Cristo reconciliando Consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados; pôs em nós a palavra da reconciliação.” II Cor 5;18 e 19

Por respeitar o arbítrio que deu, O Eterno abre as prisões e chama para fora; porém, não força ninguém a ser livre, caso esse não queira, sinta-se melhor na prisão.

O Salvador desafiou: “Eu Sou a Porta; se alguém entrar por Mim, salvar-se-á; entrará, sairá e achará pastagens.” Jo 10;9 Notemos a condicional, “se”, preservando o direito de escolha.

“Entrar” por Ele demanda sair da mentira que nos aprisiona; daí, além do “negue a si mesmo” indispensável, acresce, em prol de quê, devemos nos renunciar: “Jesus dizia, pois, aos judeus que criam nele: Se vós permanecerdes na Minha Palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos; conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” Jo 8;31 e 32

Ele veio soltar os “sentenciados à morte”; sentença que verteu do Criador, quando fez, tanto a obediência, quanto, o pecado, serem consequentes. De certa forma disse ao primeiro casal, o que reiterou depois; “Os céus e a terra tomo hoje por testemunhas contra vós, que te tenho proposto vida e morte, bênção e maldição; escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e tua descendência.” Deut 30;19

O “problema” da liberdade é o concurso da responsabilidade; lidamos mal com isso. O “sonho de consumo” do pecador seria fazer o que bem entendesse, sem consequências; no entanto, “De que se queixa, pois, o homem vivente? Queixe-se cada um dos seus pecados.” Lam 3;39

Assim, embora o mundo esteja no maligno, e seu espírito seja patrocinador do egoísmo e de toda sorte de maldades, o que aprisiona ao ser humano são suas próprias predileções. “Porque a inclinação da carne é morte; mas a inclinação do Espírito é vida e paz. Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem pode ser.” Rom 8;6 e 7

Primeiro veio “O Ministério da Condenação” a Lei; “... porque pela lei vem o conhecimento do pecado.” Rom 3;30 Para que essa deixasse evidente nossa necessidade do Salvador; “... a lei nos serviu de aio, para nos conduzir a Cristo, para que pela fé fôssemos justificados.” Gál 3;24

A libertação está proposta; por uma vereda; “porque estreita é a porta, apertado o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem.” Mat 7;14 O que Cristo Dá é muito; vale à pena ser um dos poucos.

sábado, 9 de abril de 2022

Nossa vã teoria


“Disse-lhe Jesus: Vai, o teu filho vive. O homem creu na palavra que Jesus lhe disse e partiu.” Jo 4;50

Um de linhagem nobre procurara ao Salvador pedindo que Ele descesse para curar seu filho que estava à morte. O Senhor fez um comentário como a testar sua fé; “Se não virdes sinais e milagres, não crereis.”

Ele reiterou seu pedido de urgência; “... Senhor, desce, antes que meu filho morra.” v 49 então, O Mestre disse as palavras acima. “Vai o teu filho vive.”

Muitos não entendem bem o papel da fé. Equacionam-na como uma “força” que ajuda as coisas Divinas acontecerem. Não é bem assim.
Usam textos como: “Vai, a tua fé te salvou.” Ou, “Não fez ali muitas maravilhas, por causa da incredulidade deles.” Mat 13;58 etc.

Claro que a fé é indispensável. Todavia, não é um “aditivo” sem o qual o Poder Divino diminui. Onde estava a fé humana quando Ele ressuscitou Lázaro? À Filha de Jairo? Ou, quando Ele próprio ressuscitou? Fez essas e tantas coisas mais sem nenhuma participação da nossa fé.

No início, o que feriu O Coração do Criador foi a dúvida. A Palavra Divina foi posta em dúvida pela do inimigo; o homem ouviu a esse.

Há uma dúvida honesta derivada das nossas insipiências que nos leva a considerar diferentes aspectos de uma questão. Para os que estudam filosofia, engenharia, medicina, e afins, certa dose de dúvida é saudável. Até na Palavra de Deus Escrita, quando não entendemos. Enseja prudência, cautela, experimentos antes de afirmar que determinada coisa é assim ou assado.

Porém, tem uma dúvida moral que é afrontosa. Quando alguém íntegro nos conta algo que afirma saber, ou ser, e duvidamos do que ele nos diz, implicitamente o chamamos de mentiroso. No Caso de coisas ditas por Deus é blasfêmia. “Quem crê no Filho de Deus, em si mesmo tem o testemunho; quem a Deus não crê mentiroso o fez, porquanto não creu no testemunho que Deus de Seu Filho Deu.” I Jo 5;10

Então, a fé que “possibilita” operação de milagres de Deus é a que atribui ao Eterno, Integridade, Verdade, Justiça.

Tiago coloca o volúvel hospedeiro das dúvidas como inepto para a relação abençoada com Deus. “Se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente; não lança em rosto, e ser-lhe-á dada. Peça-a, porém, com fé, em nada duvidando; porque o que duvida é semelhante à onda do mar, que é levada pelo vento, lançada de uma para outra parte. Não pense tal homem que receberá do Senhor alguma coisa.” Tg 1;5 a 7

Não diz que Deus não pode dar; apenas, que não honrará ao que duvida. Sim, a fé é uma questão de honrar a Deus, não duvidando do Seu Santo Ser, nem da Sua Infalível Palavra. “... aos que me honram honrarei, porém os que me desprezam serão desprezados.” I Sam 2;30

Quando, num momento de euforia coletiva, um dia após O Salvador ter multiplicado os pães e peixes, muitos se “voluntariaram” para “fazer a Obra de Deus”, O Senhor colocou a fé como ponto de partida. “... Que faremos para executarmos as obras de Deus? Jesus respondeu: A obra de Deus é esta: Que creiais naquele que Ele Enviou.” Jo 6;28 e 29

Sabemos, dito por Tiago, que a fé sem obras é morta. Todavia, as obras da fé são um testemunho da sua veracidade, não um suplemento. Agir conforme crê, testifica da crença; “... mostra-me a tua fé sem tuas obras, e te mostrarei minha fé pelas minhas obras.” Tg 2;18

Como o homem de nosso texto inicial, ao qual O Senhor disse: “Vai o teu filho vive. O homem creu na Palavra que Jesus lhe disse e partiu.” Agiu conforme A Palavra do Senhor sem hesitar.

A teoria da fé me leva a fazer determinadas afirmações; a prática demanda atuar conforme. “Todavia o fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: O Senhor conhece os que são Seus; qualquer que profere o Nome de Cristo aparte-se da iniquidade.” II Tim 2;19

Paulo denunciou alguns teóricos vãos; “Confessam que conhecem a Deus, mas negam-no com as suas obras, sendo abomináveis, desobedientes, e reprovados para toda a boa obra.” Tt 1;16

Enfim, a fé não é uma força que possibilita a ação Divina; antes, uma confiança irrestrita que agrada ao Seu autor; Jesus Cristo. “Ora, sem fé é impossível agradar-lhe; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que Ele existe, e que É galardoador dos que o buscam.” Heb 11;6

“Pobreza e afronta virão ao que rejeita a instrução, mas o que guarda a repreensão será honrado.” Prov 13;18

sexta-feira, 8 de abril de 2022

O Inimigo Interior


“Vós bem intentastes mal contra mim; porém Deus o intentou para bem, para fazer como se vê neste dia...” Gn 50;20

Os irmãos de José temendo que ele se vingasse dos males passados, uma vez que Jacó, o pai, era morto. José não diminui a culpa deles; apenas, enfatizou que Deus tirara o bem, até mesmo, das maldades deles.

Nos salmos encontramos O Eterno “tirando leite de pedras” mais uma vez; “Certamente a cólera do homem redundará em Teu louvor; o restante da cólera tu o restringirás.” A cólera humana, Ele pode usar em Seu favor; a que não for assim, desfazer.

Paulo disse: “Sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo Seu propósito.” Rom 8;28

A diferença entre nossa visão e A do Eterno, tentamos suprir com nossas sentenças limitadas; dizemos que “há males que vêm para bem”, ou que “Deus escreve certo por linhas tortas.” Por exemplo. Os ateus propõem que a fé é cega; por “ver” coisas na dimensão Divina. Eles são cegos, porque privados dessa faculdade que vê ao largo.

Outra sentença surrada é a de que, “as aparências enganam.” Não sei se são, estritamente, elas, ou, as conclusões que derivamos delas; por, tendo vislumbrado a superfície, imaginamos por nossa conta, o profundo.

Os que temem a Deus e se lhe submetem, herdam dessa intimidade com O Pai, luzes que escapam aos demais; “O segredo do Senhor é com aqueles que O temem; Ele lhes mostrará Sua Aliança.” Sal 25;14 O homem espiritual pode ver coisas que ao natural passam obscuras; “Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. Mas, o que é espiritual discerne bem tudo, e de ninguém é discernido.” I Cor 2;14 e 15

Ao profeta Samuel, O Eterno ensinou: “... Não atentes para sua aparência, nem para a grandeza da sua estatura, porque o tenho rejeitado; porque O Senhor não vê como vê o homem; pois, o homem vê o que está diante dos olhos, porém o Senhor olha para o coração.” I Sam 16;7

Desgraçadamente, nem aos nossos próprios corações conseguimos ver claramente; quantos de nós, em dado momento, nos vemos praticando coisas que, jamais imaginamos que fossem possíveis praticarmos?

Há um “inquilino” em nossas almas, que tende a furtar as vontades, e nos deixar apenas com as boas intenções; “Porque sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum; com efeito o querer está em mim, mas não consigo realizar o bem. Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero, faço. Ora, se faço o que não quero, já não faço eu, mas o pecado que habita em mim.” Rom 7;18 a 20

O nascer de novo, seguir após Cristo, possibilita mortificar esse pendor suicida; “Porque a inclinação da carne é morte; mas, a inclinação do Espírito é vida e paz.” Rom 8;6

Nosso coração tende a nos trair; seu engano adoecido faz com que pensemos ser melhores que somos. O Senhor ensina: “Enganoso é o coração, mais que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá? Eu, o Senhor, esquadrinho o coração, provo os rins; para dar a cada um segundo os seus caminhos, segundo o fruto das suas ações.” Jr 17;9 e 10

Então, quando O Salvador requer; “Negue a si mesmo”, invés de tolher minha liberdade de ação, como poderia parecer a uma apreciação vulgar, Ele demanda que eu me livre de um traidor. Das garras de um míope presunçoso que acredita ver muito longe. “Há um caminho que ao homem parece direito, mas no fim dele são os caminhos da morte.” Prov 14;12

Todos advogam a lei da semeadura e ceifa, sem se dar conta do quê, ela encerra. Não significa que, os que fazem o bem vão para o Céu, ou outros para o inferno; como se, a definição de bem e mal fosse mesmo nossa; a diferença entre semeaduras não é entre bem e mal; antes, entre carne e espírito.

O que confia em si mesmo, no próprio braço, confia na carne; mas, quem adota para si os Pensamentos Divinos, anda em espírito. “Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo que o homem semear, isso ceifará. Porque o que semeia na sua carne, da carne ceifará corrupção; mas o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará vida eterna.” Gál 6;7 e 8

O maior dos males, a morte de um inocente crucificado, Deus transformou no maior dos bens, salvação de pecadores. Das dores verte alegria; mas, jamais transforma desobediência, rebeldia, em credencial.