segunda-feira, 11 de abril de 2022

Vida de gado


“Toda multidão da terra dos gadarenos ao redor lhe rogou que se retirasse deles... aconteceu que, quando voltou Jesus, a multidão o recebeu, porque todos O estavam esperando” Luc 8;37 e 40

Duas multidões antagônicas. Uma pedindo que O Salvador se afastasse; outra, esperando que Ele chegasse. Por quê essas unanimidades, tanto a favor, quanto, contra? Porque, malgrado, tenha sido criado ímpar, peculiar, individual, o ser humano tende a se tornar ave de bando. Ser condicionado pelo que os outros dizem ou fazem.

O que são os blá blá blás, dos tais “Influencers”, ou, os anúncios feitos por celebridades, das vantagens disso ou daquilo, senão, berrantes a chamar pelo rebanho?

As claques de auditório colocadas para “puxar” reações que os patrões desejam? As mirabolantes “pesquisas eleitorais” que asseguram que oito é oitenta, e vice-versa, com pretensões de precisão?

O insistente desfile das “páginas de fãs” de determinada “cantora” vulgar, de pornomusic, dizendo que a "música" da mesma está no top dos tops das galáxias? O clássico “Tantos milhões de pessoas não podem estar erradas.”

Quando um “Homo Sapiens” se atreve a “filosofar” diz que qualidade supera quantidade; porém, quando vive “in natura”, sem condimentos de saber alheio, faz isso; pousa na bosta porque bilhões de moscas não podem estar erradas.

Segundo filósofos antigos, “A multidão é um monstro acéfalo”; (sem cabeça) que pode ser conduzido por uma “corda” bem frágil. Os berros de um ou dois igualmente vazios que presumirem saber o que querem, ou, para onde vão.

Os mesmos que cantaram “Hosanas ao Filho de Davi” estendendo vestes e ramos diante Dele, quando entrou em Jerusalém num burrico, poucos dias depois, estimulados pelos gritos excitados de meia dúzia a serviço do Sinédrio gritavam: “Crucifica-o! Crucifica-o!” “É mais fácil, sem dúvida, enganar a uma multidão, que um só homem.” Heródoto

A excitação humana emanada das multidões é fogo que produz calor sem produzir luz. Por isso, o conselho da Palavra de Deus: “Não seguirás a multidão para fazeres o mal; nem numa demanda falarás, tomando parte com a maioria para torcer o direito.” Ex 23;2 “Pontos cardeais” na Bússola Divina; não fazer o mal, nem torcer o direito; a despeito do que fizer, a multidão. 

O que “todo mundo está fazendo” costuma ser um apelo irresistível à alma humana; quanto mais jovem, maior esse apelo. Basta que três ou quatro colegas tenham um petrecho tecnológico mais hightec que o dele, por exemplo, e presto jovem pedirá um igual aos seus pais. “Também quero um; todo mundo já tem menos eu.”

Quando Pilatos tentou usar a multidão como agravante acusatório contra Jesus, O Senhor esqueceu da galera, e chamou o indivíduo à responsabilidade; “A tua nação e os principais dos sacerdotes entregaram-te a mim...” Jo 18;35 “... Todo aquele que é da verdade ouve Minha Voz.” V 37 Como disse Paulo: “... cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus.” Rom 14;12

O que todo mundo faz é o ordinário, estéril, fácil. “Toda unanimidade é burra”, teria dito Nélson Rodrigues; ou, “Quando todos estão pensando o mesmo, ninguém está pensando grande coisa.” Benjamin Disraeli.

O Salvador desafiou os Seus à opção difícil, mas, vital, em lugar da fácil e suicida; “Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, espaçoso o caminho que conduz à perdição; muitos são os que entram por ela; porque estreita é a porta, apertado o caminho que leva à vida, poucos há que a encontrem.” Mat 7;13 e 14

As multidões antagônicas do princípio tinham presenciado milagres de Jesus. Uma, a libertação de um possesso e precipitação de uma vara de porcos ao mar; outra, curas e multiplicação do pão. Ambas as situações evidenciavam O Poder do Salvador.

Mas, tendemos a reduzir O Eterno à nossa reles estatura; se Ele não operar segundo desejamos, quiçá permitir que uns porcos se percam, teremos “razões” para rejeitá-lo. Enquanto o ego, o si mesmo estiver no trono, O Salvador não entrará.

“Eis que Estou à porta, e bato; se alguém ouvir a Minha Voz, e abrir a porta, Entrarei em sua casa...” Apoc 3;20 Abrir a porta do coração para a entrada Dele, significa amar; “Se alguém Me ama, guardará a Minha Palavra, e meu Pai o amará; viremos para ele e faremos nele morada.” Jo 14;23

Todo mundo faz inúmeras coisas indecentes, obscenas, imorais; nosso desafio, dos cristãos é andar na contramão, na Vontade de Deus. “... apresenteis vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.” Rom 12;1 e 2

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