domingo, 14 de fevereiro de 2021

O Big Father


“Se eu pecar, tu me observas...” Jó 10;14

Há um conto entre os Sufis, nômades do oriente médio sobre um pai que tinha doze filhos; preferia um dos mais novos porque tinha um diferencial espiritual em relação aos demais; era invejado por eles; o próprio pai, às vezes era desprezado por manifestar essa preferência.

Um dia o pai resolveu testá-los. Chamou os doze, deu a cada um uma pequena ave ordenou que saíssem e matassem a mesma onde ninguém pudesse ver, depois voltassem para ter com ele. Saíram cada um para um rumo; em pouco tempo voltaram com a missão cumprida, exceto um; o jovem preferido pelo Pai que voltou com sua ave viva.

Questionado por que não fizera como fora ordenado disse ser impossível. Não encontrei lugar nenhum onde pudesse matá-la sem que os Olhos de Deus vissem. 

Então os outros irmãos entenderam em quê, residia a diferença entre eles. Isso não os fez considerar a Onipresença Divina, nem a sagacidade espiritual do irmão; antes, aumentou-lhes a inveja.

Qualquer semelhança com Jacó e seus filhos, sobretudo, José, possivelmente não seja coincidência; uma vez que sua reverência especial pelo pai derivada do Temor de Deus é fato bíblico; essas coisas transmitidas oralmente entre gerações de nômades acabam sofrendo pequenas viações de narrativa; embora, o fundo moral e espiritual permaneça.

Qualquer um, pois, que tiver essa ciência fatalmente dirá com Jó: “Se eu pecar tu me observas...”

Quando nossas atitudes ainda dependem da aprovação humana, ou de serem ocultas pra não terem reprovação, “amaram mais as trevas que a luz porque suas obras eram más...” ainda estamos longe de ter aprendido a sentença aquela de que importa mais obedecer a Deus que aos homens.

Perante Ele, “todas as coisas estão nuas e patentes...” O pecado, dado o Ser a Quem ofende é algo tão grande que não se pode ocultar; felizmente Ele proveu o “Sabão dos Lavandeiros” em favor dos que se arrependem, O Sangue de Cristo; o perdão.

O ministério planejado pelo Eterno para Seus filhos, uma vez alcançada sua plenitude pretende isso; o conhecimento pessoal de Deus; “Porque esta é a Aliança que depois daqueles dias Farei com a casa de Israel, diz o Senhor; Porei Minhas Leis no seu entendimento, em seu coração as escreverei; Eu lhes serei por Deus, eles me serão por povo; não ensinará cada um a seu próximo, ou seu irmão, dizendo: Conhece o Senhor; Porque todos Me conhecerão, Desde o menor deles até ao maior.” Heb 8;10 e 11

Quem alcançou uma consciência viva no Espírito não carece instruções externas, uma vez que O Mestre reside em si e consigo fala.

Isso, no estágio de perfeição espiritual, coisa para qual, nos falta muito aprendizado ainda. Escolher o que se deseja ouvir; ou, ouvir com preguiça o que Deus, mediante Seus servos nos quer ensinar, são vícios que têm forjado meninos velhos onde deveriam habitar homens perfeitos.

“Porque, devendo já ser mestres pelo tempo, ainda necessitais de que se vos torne a ensinar os primeiros rudimentos das palavras de Deus; vos haveis feito tais que necessitais de leite, não, sólido mantimento. Porque qualquer que ainda se alimenta de leite não está experimentado na palavra da justiça; é menino. Mas o mantimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm sentidos exercitados para discernir tanto o bem quanto o mal.” Heb 5;12 a 14 A maturidade enseja discernimento.

Portanto, o projeto onde o ensino sobre conhecimento de Deus não será mais necessário está longe de ser concluído; por ora, ensinadores que Ele capacitou e escolheu têm muito trabalho ainda; “Ele mesmo deu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para obra do ministério, para edificação do Corpo de Cristo; até que todos cheguemos à unidade da fé, ao conhecimento do Filho de Deus, homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo.” Ef 4;11 a 13

Agora, o realce é sobre discernir heresias mortais, os ventos de doutrinas, que serão impotentes contra os que se revestiram de Cristo e Nele cresceram.

Ao neófito a Onipresença Divina soa como ameaça; o homem maduro folga nela; pois, muitas vezes as aparências podem estar contra nós; a certeza da Divina presença que vê as coisas como são, conhece os motivos, exime-nos de maiores explicações; basta o silêncio da consciência.

Assim, se pecarmos Deus nos observa; se formos inocentes observa também, e absolve com aprovação do Seu Espírito.

As perguntas de Davi: “Pra onde fugirei do Teu Espírito, ou onde me esconderei de Tua Face”, seguem sem respostas. Contudo, não precisamos matar ao ser alado que Deus quer vivo.

sábado, 13 de fevereiro de 2021

Ainda, fora da caixa


“Não seguirás a multidão para fazeres o mal; nem numa demanda falarás, tomando parte com a maioria para torcer o direito.” Ex 23;2

O efeito manada, Maria vai com as outras, som do berrante, nunca foi prescrito ao povo de Deus. Invés de ir após a galera, fomos ensinados a seguir o direito, a justiça.

Nos provérbios encontramos instrução semelhante; temor do Senhor e respeito às autoridades é aconselhado, invés das agitações sociais; “Teme ao Senhor, filho meu, e ao rei, não te ponhas com os que buscam mudanças, porque de repente se levantará sua destruição; a ruína de ambos, quem o sabe?” Prov 24;21 e 22

Dada a essência desse mundo legada pelo seu príncipe, as coisas altas nele, via de regra, são rasteiras perante O Eterno; “... Vós sois os que justificais a vós mesmos diante dos homens, mas Deus conhece vossos corações, porque o que entre os homens é elevado, perante Deus é abominação.” Luc 16;15

A diferença entre o agitador político, e o indivíduo, o cidadão, é que aquele precisa da força da opinião pública para sua causa, enquanto a este, a luz da própria consciência basta.

Normalmente as pessoas mais vazias são as mais barulhentas, como um tonel vazio na ribanceira; pois a incapacidade pra ouvir a si próprias nos domínios da consciência fomenta suas necessidades de serem ouvidas, mesmo que tenham apenas tolices pra dizer; “O tolo não tem prazer na sabedoria, mas só em que se manifeste aquilo que agrada seu coração.” Prov 18;2 Por isso, “Até quando ele vai pelo caminho, falta-lhe entendimento e diz a todos que é tolo.” Ecl 10;3 Perde cada oportunidade de calar a boca!!

Se, salvos ora são chamados “o remanescente fiel”; outra, “pequeno rebanho”; ainda, “poucos escolhidos”, parece que o concurso das multidões, ou o amparo da opinião pública não serão coisas encontráveis em nossa saga. Quem anseia ser fiel nesses tempos tenebrosos deverá contar “apenas” com O Senhor.

Pois Ele, porque Ama a pureza e demanda santificação dos Seus, trata com o indivíduo, não com a massa. Embora, para efeitos funcionais, todo o individualismo deva ser proscrito prevalecendo a ideia de corpo, comunhão dos salvos, pelo prisma da justiça, cada um se apresentará em particular; “... cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus.” Rom 14;12

Essa balela de “visão social da Igreja” onde iniciativas coletivistas preponderam sobre as pessoais é uma coação, uma imposição a tolher o arbítrio, que O Eterno preza.

Pior; a visão política onde bandidos deixam de ser pessoas más que praticam o mal, sendo apenas “vítimas da sociedade” a cantilena insuportável dos comunistas, perante O Todo Poderoso é só uma leniência para com o crime que Ele abomina. “Acaso não fará justiça O Juiz de toda a Terra?” como disse Abraão.

Assim, enquanto o príncipe desse mundo e seus adidos laboram pela massificação tecnológica e cultural, usando, sobretudo, a imprensa corrupta que dominam, O Senhor chama indivíduos a passarem das trevas para a luz; da morte para a vida.

A multidão sempre foi estúpida; os gregos chamavam de besta acéfala; Um monstro sem cabeça.

Mas nunca foi tão parva como atualmente. Há poucos dias começou a campanha de apavoramento mundial, inflacionando muito certo mal, seja pela falência econômica, (mal necessário ao great reset) seja pelo domínio das massas; ou, ambas as coisas.

Feito isso, o próximo passo dos que apregoam a redução populacional da Terra como meta era convencer a humanidade a ser cobaia de uma “vacina” de eficácia dúbia e efeitos colaterais ignotos.

Passados alguns dias, nem se fala mais nisso; agora a luta é para ver quem será “cobaiado” primeiro; pessoas eminentes vacinam-se em público, como se, algo realmente vital e bom carecesse propaganda; fala-se até em criar leis punitivas contra os que estão furando a fila em busca do “imunizante”.

Nenhum sinal que os vacinados estão imunes; senão para esses, mediante comprovação, a vida social voltaria ao normal; entretanto a tara por máscaras e lockdowns não arrefeceu um milímetro. Os mentores disso devem estar rindo atrás das cortinas.

Criou-se uma narrativa besta igual à multidão, que os homens prudentes são loucos, “negacionistas”, por exigirem o mínimo de coerência dos que tocam o berrante. 

O gado que se apressa à castração da liberdade seriam cidadãos conscientes; quem se atrever a pensar fora da Matrix, óbvio, estará por fora.

O excesso de tecnologia em mãos insipientes hipertrofiou a estupidez e forjou uma massa acrítica, incapaz de pensar.

Alguns engraçadinhos no auge do lockdown disseram que deveríamos, invés de irmos trabalhar, ir para a casa das tias; tiaquieta, tiacalma, tiassusega.

Pois, ficaram algumas tias de fora, que seria oportuno visitar agora; tialumia, tiapruma, tiacorda!

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021

As coroas dos coroas


“Coroa de honra são as cãs, quando elas estão no caminho da justiça.” Prov 16;31

Interessante a prudência aqui; o texto não atribui honra aos cabelos brancos em si; mas, o faz a esses, quando estão no caminho da justiça. 

Inevitável lembrar certo dito de Ruy Barbosa: “Não te impressiones com os cabelos brancos; pois, os canalhas também envelhecem.”

Há tantos patifes envelhecidos por aí, que, jamais conheceram vergonha, tampouco têm pálida ideia do que seja honra; quando falam e atuam deixam patente, quão nada valem.

Se, “O ouvido prova palavras como o paladar prova o alimento”, esses já serviram tantas porcarias insossas, que quando determinada chamada traz o nome ou a foto do “mestre cuca” da vez, nosso paladar recusa-se a provar; vamos em frente como se, não tendo visto nada. Foi o que vimos, aliás; não valem nada.

Contudo a figura excede à ideia de honra, uma vez que se faz coroa; como se, quem a usasse fosse rei, em determinado sentido.

Alguém que vive num mundo tão mau, pleno de tentações, incentivos e apelos à injustiça, se, contra isso tudo seguir amando e praticando o justo, de certa forma reina com Cristo, no império do domínio próprio.

A figura evoca ainda o acabamento de algo; por exemplo: Quando dizemos que determinada empresa foi coroada de êxito. Isso não pretende figurar um reino; mas, o ter sido acabado algo com sucesso, conforme o intento.

Embora a salvação facultada por Jesus Cristo seja pura e plena graça, aos que a receberem e nela perseverarem está proposta a coroa da justiça. “Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; não somente a mim, mas a todos que amarem Sua vinda.” II Tim 4;8

Pois, a Bondade Soberana do Eterno considera justos, aos injustos que reconhecem isso, arrependem-se e se deixam guiar segundo a Justiça de Cristo.

Assim como o vencedor de determinado pleito só se verifica no fim, na “maratona” da salvação somos exortados à perseverança até a linha de chegada. “... aquele que perseverar até o fim será salvo.” Mat 10;22

Assim, a coroa da justiça de Deus é nossa salvação; coroa de honra, “nossa justiça” em Cristo.

Quanto mais o rio do tempo flui, mais se aprofunda nos imensos cânions da impiedade; o império da injustiça e da mentira que nos cerca e assedia, tudo faz para remover dádivas que nos foram entregues. Todavia, nos cabe a mesma exortação dada a certa igreja: “Eis que venho sem demora; guarda o que tens, para que ninguém tome tua coroa.” Apoc 3;11

São maciços os ataques à família, Deus, moral, bons costumes, e pasmem! até patriotismo, esse óbice ao anseio satânico de um império global, também está na sua alça de mira.

Todavia, ainda que, majoritariamente o poder esteja nas mãos dos maus, nossa Suprema Corte atue como embaixada do crime, a imensa maioria dos parlamentares seja de carreiristas que atinam aos interesses rasos, pessoais, invés de públicos, malgrado isso tudo, digo, os que aprenderam amar a justiça não se dobrarão; serão ousados até à morte, se necessário, no Senhor. “Em Deus faremos proezas; porque Ele é que pisará nossos inimigos.” Sal 60;12

Então, que a geada do tempo cubra nossas cabeças; homens ímpios sigam fazendo propaganda das “vantagens” das suas impiedades; os caminhos da vida não são fins em si; mas o objetivo ao qual conduzem é que os qualificará no final, se foram bons ou maus; “Há caminhos que ao homem parecem direitos, mas no fim são caminhos da morte.” Prov 14;12

Pois, se para as coisas atinentes aos feitos dessa vida, a maioria demanda o gozo de certo vigor físico, para as da vida eterna pesa mais a resiliência espiritual dos exercitados pelo Senhor. “Porque o exercício corporal para pouco aproveita, mas a piedade para tudo é proveitosa, tendo a promessa da vida presente e da que há de vir.” I Tim 4;8

Enfim, que esse mundo veloz e perseguidor das sombras desfaça das coisas antigas; para quem milita pelos bens eternos não é a mão do tempo que fará mudar a sua atuação.

Enquanto a velocidade do mundo tecnológico fabrica robôs de carne e osso, os jurássicos do Senhor ainda se ocupam de frutificar andando pelas veredas antigas. Quando, enfim, pesar a fome de justiça, frutos valerão mais que máquinas.

“O justo florescerá como a palmeira; crescerá como cedro no Líbano. Os que estão plantados na casa do Senhor florescerão nos átrios do nosso Deus. Na velhice ainda darão frutos; serão viçosos, vigorosos, para anunciar que o Senhor é reto. Ele é minha rocha; Nele não há injustiça.” Sal 92;12 a 15

A idolatria de Deus


“Os filisteus, ouvindo a voz de júbilo, disseram: Que voz de grande júbilo é esta, no arraial dos hebreus? Então souberam que a Arca do Senhor era vinda ao arraial.” I Sam 4;6

Os hebreus sofreram revés numa batalha contra os Filisteus; então, os anciãos aconselharam que a Arca de Deus fosse tirada do seu lugar e levada ao front; uma espécie de “convocação” para que O Eterno pelejasse por eles. 

Chegado o “Reforço” fizeram um carnaval; uma gritaria que até no acampamento inimigo se ouvia. Há alguns “avivamentos” que não passam de engano de mortos.

Um vício ainda atual, infelizmente, grassava naqueles dias já. Quando a vida está calma, tudo vai bem se vive à nossa maneira; porém, surgido um revés, Deus, socorro! Ora, a permissão do triunfo dos Filisteus era juízo, avisado pelo Criador mediante um profeta, dada a profanação dos filhos do Sacerdote Eli e a omissão deste, em corrigi-los.

Hoje, quando tudo vai bem, uns chamam ao Salvador de travesti, outros encenam no Carnaval a humilhação do Rei dos Reis sob os pés de Satanás. Aí vem um adiantamento do juízo e todos começam com súplicas. Eu canto a mesma música em céu de brigadeiro ou sob tempestade; O Eterno É Santo, É Rei; Digno de Ser Amado; Deve Ser Temido.

Portanto, era desnecessária a atitude aconselhada pelos anciãos de “trazer Deus” à batalha, uma vez que Ele, em Seu Juízo já estava nela.

Se, no ponto-de-vista das relações humanas é bom termos respeito às opiniões dos mais velhos, no que tange à sabedoria, nem sempre eles têm a luz necessária. “Na verdade, há um espírito no homem, a inspiração do Todo-Poderoso o faz entendido.” Jó 32;8

Como ensina A Palavra que um abismo chama outro, além de uma concepção rasteira do Santo, segundo a qual, Ele contaria para socorrer no mau tempo, mas podia ser profanado na calmaria, tinham outra menor ainda, sobre a Sua Presença. Achavam que O Todo Poderoso que enche Céus e Terra habitava na Arca; dependendo assim, da ambulância desta para poder se locomover.

Quando o Artefato chegou ao acampamento, na concepção rasa deles, Deus chegara.

Entretanto, houve nova derrota humilhante; de quebra, a Arca da Aliança também acabou em mãos inimigas; “Deus foi capturado”.

Ora, sendo a queda, a entronização do eu, em lugar de Deus, natural que a regeneração comece justo aí; “Negue a si mesmo, tome sua cruz e siga-me”; noutras palavras, como se, O Salvador dissesse: “Saia do trono! Não te pertence! Deixe que O Pai Reine através de Mim.”

Entretanto, muito do que se tem chamado de fé no meio cristão visa estabelecer uma “co-regência” onde Deus É Rei para fazer minhas vontades. Na hora do socorro Ele conta muito; na das decisões morais, valores, certo e errado, santo e profano, nós nos viramos sozinhos, graças a Deus!

Não poucos safados travestidos de pregadores têm vendido a fé como um meio de obter coisas em “Nome de Jesus”. 

Ora, seria estúpido usar diamantes numa funda, uma vez que uma reles pedra pode fazer a mesma função, sem custo; aqueles por seu imenso valor podem muito mais.

Assim a fé para obter coisas simples alcançáveis mediante trabalho; ela excede em muito ao existir para me satisfazer; seu fim é mais alto e valioso; “Sem fé é impossível agradar-lhe; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que Ele existe e É galardoador dos que O buscam.” Heb 11;6

Pois, esses perdulários de preciosidades ensinam a entregarmos a Deus apenas nossos problemas; da vida cuidamos nós!

Contudo, o preceito Bíblico demanda um pouco mais; “Entrega teu caminho ao Senhor; confia Nele, e Ele o fará. Fará sobressair tua justiça como a luz, e teu juízo como o meio-dia.” Sal 37;5 e 6

Notemos que a direção Divina traz no pacote justiça, juízo. Embora o que merecíamos tenha caído sobre Cristo, mesmo sendo salvos pela graça, digo, há um quê de justiça do qual Deus não abre mão. Que nossa vontade submeta-se À Sua. Ele é Deus!

Se, os incautos aqueles achavam que O Todo Poderoso seria movido movendo-se a Arca, agora o conceito caiu ainda mais; ensinam que movendo bibelôs, moedas, sal, azeite, rosas, lâmpadas, lenços e demais porcarias desse tipo, se pode obter Favor Divino.

As coisas preciosas em mãos inimigas, agora já não são a Arca e seu conteúdo; mas, vidas enganadas que acreditam nesses pilantras.

Deus não se deixa ver em objeto nenhum; antes, revela-se na Sua Palavra; Essa ensina a prática da justiça, na qual os filhos obedientes são regenerados; “Quanto a mim, contemplarei Tua Face na justiça; e me satisfarei da Tua semelhança quando acordar.” Sal 17;15

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2021

Nossas escolhas refletem-nos


“O que anda com sábios ficará sábio, mas o companheiro dos tolos será destruído.” Prov 13;2

Duas parcerias possíveis; andar com sábios ou com tolos; no primeiro caso resulta uma aquisição dos valores com os quais se identifica; “ficará sábio”. No segundo, apenas a herança do juízo preparado contra tolos; “será destruído”.

Algumas cogitações são possíveis sobre essas duas escolhas antagônicas; quem admira um sábio a ponto de querer andar com ele, vê nos dons dele, uma espécie de ideal; “o que quer ser quando crescer”. No entanto, quem opta pela companhia dos tolos não precisará crescer nada para ser como os tais; já tem a “estatura” exata dos seus mestres.

Quiçá, possa ser por isso que o tal prefere as companhias mais rasas; invés de vislumbrar na luz de outrem uma dádiva a ser buscada, vê apenas uma ameaça ao seu “conforto” como alguns que rejeitaram pessoalmente ao Salvador. “... a luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas que a luz, porque suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz; não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas. Mas, quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que as suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus.” Jo 3;19 a 21

Quem anela andar com os sábios visando ser como os tais, de certa forma já é; se, não no conteúdo, pelo menos, na escolha. São esses “sábios” que A Palavra encoraja a instruir, uma vez que a instrução não atuará no vazio; “Dá instrução ao sábio, ele se fará mais sábio; ensina o justo, ele aumentará em doutrina.” Prov 9;9

Por isso Paulo advertiu que não se gaste muito latim com o adepto de heresias; “Ao homem herege, depois de uma e outra admoestação, evita-o, sabendo que esse tal está pervertido, e peca, estando já em si mesmo condenado.” Tt 3;10 e 11 Não sei o que é pior; se, a companhia dos tolos ou, ser sábio aos próprios olhos; repousar “seguro” na ignorada ignorância.

Profuso o hábito dos “descobridores” de doutrinas novas, ou erros do “sistema religioso” que saem por aí “reformando” a todos que não se encaixem em suas doentias e fanáticas idiossincrasias.

Um “sábio” espiritual, sabe primeiramente de sua ignorância e limitação; mais; que “Nenhuma profecia Bíblica é de particular interpretação”; podendo o tal, laborar em equívoco; quanto à pouca luz que possui será sempre devedor ao Bendito Espírito Santo.

Estará sempre pronto a mudar, crescer, aperfeiçoar-se, desde que, convencido por melhor luz do que a sua.

Há pouco deparei com um comentário que citava uns quatro versos bíblicos atacando a quem denuncia como um erro o homossexualismo; não julgueis, o cisco e a trave, a hipocrisia, que, não sendo observados têm feito muitos se dizentes cristãos, a agir com “preconceito”.

Embora não pretenda eu ser sábio pelo conteúdo, tenho por sábia toda escolha semelhante, de quem aproxima-se de outrem que sabe, para aprender mais. No caso, de Cristo.

Porém, há uma diferença diametral entre aproximar-se do Senhor com anseio de aprender, e decorar meia dúzia de versos conforme interesses e jogar os tais contra o vento, como se, esses fossem testemunhas de alguma insensatez Divina; ou, como se, O Santo edificasse ao que destruiu, como disse Paulo.
Que tipo de pessoa tentaria usar à Palavra de Deus contra Deus? Um sábio, ou um tolo? “Não há sabedoria, inteligência, nem conselho contra o Senhor.” Prov 21;30

A Palavra de Deus, buscada na motivação correta, apreendida, vivida é Fonte da Água da Vida; não entendo por que, tantos mortos dela se aproximam se, não têm intenção de beber para ser ressuscitados. 

Usam porções escolhidas a dedo, como se, a dádiva que labora para dar vida, de repente adoecesse e passasse a corroborar escolhas mortas. “O mandamento do Senhor é puro, ilumina os olhos. O temor do Senhor é limpo...” Sal 19;8 e 9

O Eterno nunca força ninguém a nada; propõe dois caminhos, adverte da chegada de cada um e permite escolhas; a quem O escolhe, protege, ensina, disciplina e abençoa; quem preferir à oposição que o faça; todavia não profane ao Santo misturando-O com o que Ele abomina. “... assim diz o Senhor Deus; Ide, sirva cada um os seus ídolos, pois que a mim não me quereis ouvir; mas não profaneis mais o meu santo nome com as vossas dádivas e com os vossos ídolos.” Ez 20;39

Embora não tenha na Bíblia o “Diga-me com quem andas e direi quem és”, o que somos influencia, direciona nossas escolhas; se somos de Cristo escolhamos ao que Ele aprova; senão, qual sentido de mencionarmos Sua Palavra?

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

Os nossos testemunhos


“Contudo, não deixou a si mesmo sem testemunho, beneficiando-vos lá do céu, dando-vos chuvas e tempos frutíferos, enchendo de mantimento e alegria vossos corações.” Atos 14;17

Interessante a leitura; chuvas e tempos frutíferos, cujo efeito era suprimento da vida com alegria, eram testemunhos de Deus sobre Si mesmo. O Salvador ensinara que essas coisas incidem sobre justos e injustos; apontando a universalidade do Amor Divino.

Noutra parte, se evocou à criação toda, com mesmo fim; fazer conhecido O Criador. “Porquanto o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lhes manifestou. Porque Suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto Seu Eterno Poder, quanto Sua Divindade, se entendem; claramente se veem pelas coisas que estão criadas...” Rom 1;19 e 20

Paráfrases do que dissera Davi: “A lei do Senhor é perfeita, refrigera a alma; o testemunho do Senhor é fiel, dá sabedoria aos símplices. Os preceitos do Senhor são retos, alegram o coração; o mandamento do Senhor é puro, ilumina os olhos.” Sal 19;7 e 8 Refrigério, fidelidade, sabedoria, retidão, alegria, pureza e luz; bens derivando dos Preceitos do Senhor.

Se, para efeito de Seu testemunho O Eterno permite que se evoque Seus feitos, para testificar de nosso novo nascimento e filiação espiritual, não são nossas obras realçadas; se fossem estragariam tudo.

Como, “O castigo que nos traz a paz estava sobre Ele...” (Jesus Cristo) é nossa identificação com o que Ele Fez por nós que evidencia nossa salvação; “Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na Sua morte?” Rom 6;3

Um viver que honre ao Salvador, testifica que fruímos Sua eficácia. “... não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte; nem se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas no velador; dá luz a todos que estão na casa. Assim resplandeça vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas boas obras e glorifiquem vosso Pai, que está nos Céus.” Mat 5;14 a 16

A Doutrina de Cristo é a Luz que ilumina à vereda da salvação, para recebê-la não basta que vejamos o caminho simplesmente; antes, que trilhemos; “Mas, se andarmos na luz, como Ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo pecado.” I Jo 1;7

A prática como “acessório” do conhecimento espiritual fora posta pelo Próprio Senhor; dissera: “... Se vós permanecerdes na Minha palavra, verdadeiramente sereis Meus discípulos; conhecereis a verdade e a verdade vos libertará.” Jo 8;31 e 32

Esse é o grande “problema” do cristianismo; não existem teoricamente salvos. Não é um patrimônio a ser recebido no intelecto como mera reflexão filosófica; é uma dádiva que deve repousar no coração; desse modo, todo nosso ser e agir acusarão a presença de Cristo: “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas passaram; eis que tudo se fez novo.” II Cor 5;17

As testemunhas do Salvador, invés de ter algo a contar, simplesmente, são chamadas a ser; “recebereis virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda Judéia, Samaria e até aos confins da terra.” Atos 1;8

Quando Paulo diz que devemos trazer “Calçados os pés na preparação do Evangelho da paz”, o risco aqui é que se faça uma leitura superficial; como se o texto dissesse, pregação. Não! ele diz, preparação.

Nosso novo modo de vida em Cristo, necessariamente despertará curiosidade de quem nos vir assim; agir bem, como testemunha de Cristo é preparar o caminho, como João Batista; após a preparação, eventualmente a porta se abrirá para a pregação; então, “... estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós” I Ped 3;15

Nos tribunais humanos, testemunhas são chamadas para estabelecer a ocorrência dos fatos, ou, conforme o interesse das partes, remontar a vida pregressa dos querelantes;

Os renascidos em Cristo vivem fatos novos; a maldade passada da qual testificam é a própria. “Tirou-me dum lago horrível, dum charco de lodo, pôs os meus pés sobre uma rocha, firmou meus passos.” Sal 40;2

Se, um dos vetos da Lei era não dar falso testemunho, muito menos na era da Graça, onde nossa responsabilidade aumentou, por ter O Todo Poderoso chegado ainda mais perto de nós.

Spurgeon dizia: “Ninguém é obrigado a se declarar cristão; mas, se o fizer, diga e se garanta.” Aja com tal, interpreto.

Se, o testemunho do Amor Divino é abrangente, sobre justos e injustos, o da Sua Salvação é mais preciso; demanda andar em espírito mortificando a carne na cruz.

domingo, 7 de fevereiro de 2021

A luz desprezada


“O bom entendimento favorece, mas o caminho dos prevaricadores é áspero.” Prov 13;15

Paralelismo antitético; quando a segunda parte opõe-se à primeira. Aspereza coloca-se em oposição ao favor; bom entendimento, à prevaricação.

Mas o que é prevaricar? Descumprir um dever por interesse, má fé; abusar de poder, transgredir costumes, adulterar...

Normalmente temos fidelidade, vigilância, prudência, temor do Senhor, como valores na trincheira oposta ao pecar; mas agora vemos, invés de um lapso moral, outro intelectual; a conclusão dessa análise é que, alguém não peca por ser mau, apenas; antes, por além de mau ser estúpido, não entender as consequências.

Não que isso atenue; o pecado deixe de ser o que é por causa disso; apenas, que por esse lapso, a cegueira leva o homem a agir de modo imediatista ao sabor do momento, sem pesar as consequências, muitas vezes, letais.

Agur confessou que ver impiedade e tolice prósperas quase que cegou seu entendimento; “Pois eu tinha inveja dos néscios, quando via a prosperidade dos ímpios. Porque não há apertos na sua morte, mas firme está sua força.” Sal 73;3 e 4

Essas e outras cogitações semelhantes o assaltaram, até que se refez: “Se eu dissesse: Falarei assim; ofenderia a geração dos teus filhos.” V 15

O entendimento recebido na Casa de Deus apontou mais adiante; “Até que entrei no santuário de Deus; então entendi o fim deles. Certamente Tu os puseste em lugares escorregadios; tu os lanças em destruição. Como caem na desolação, quase num momento! Ficam totalmente consumidos de terrores.” Vs 17 a 19

“Há caminhos que ao homem parecem direitos, mas no fim são caminhos da morte.” Prov 14;12

Por isso o esforço do maligno para apagar a Luz; “... o deus deste século cegou entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do Evangelho da Glória de Cristo, que é a Imagem de Deus.” II Cor 4;4

Muitos devaneiam com revelações de coisas novas; mas, não se ocupam em entender o que já foi revelado, em cuja luz, nossas vidas podem ser edificadas. Balaão já tinha ouvido um não! categórico e seguiu insistindo; “O que desvia os seus ouvidos de ouvir a Lei, até sua oração será abominável.” Prov 28;9

Pela importância disso que Paulo afirmou que orava pelos efésios, “Para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, Pai da glória, vos dê em Seu Conhecimento o espírito de sabedoria e revelação; tendo iluminados os olhos do vosso entendimento...” Ef 1;17 e 18

Nossa própria vaidade pode ser obstáculo ao entendimento. A demanda maior nem é por um intelecto perspicaz; mas, vontade submissa.

Em linhas gerais, salvas algumas porções polêmicas e desnecessárias para salvação, a Doutrina de Cristo é simples, óbvia até. O problema é que temos uma geração de “especialistas”; esses não se ocupam do óbvio.

“Mas temo que, assim como a serpente enganou Eva com sua astúcia, também sejam de alguma sorte corrompidos vossos sentidos e se apartem da simplicidade que há em Cristo.” II Cor 11;3

Gastamos hebraico, grego, latim, códigos da Bíblia, gematria, etc. para “demonstrar” como serão as coisas na reta final; quem será o Anticristo, de onde... essas coisas têm valor mas não são essenciais. Mal usadas podem desviar a atenção do que é vital.

O essencial é que entendamos como deve ser nossa relação com O Salvador e Seu Corpo; se essa estiver bem, o juízo vindouro, armações do Falso Profeta, do Pai da Mentira não nos surpreenderão; na hora certa haveremos de discernir.

Se, o bom entendimento favorece, aqueles que entendem que o alvo de saber mais é andar ainda melhor, invés de se exibir como sabedor, quanto mais andamos nessa senda de santificação, mais luz receberemos. Pois Deus “... reserva a verdadeira sabedoria para os retos. Escudo é para os que caminham na sinceridade” prov 2;7

Quando a Palavra afirma que a fé vê o invisível, esse “vê” significa mais, entende do que vê; e entendendo como será depois, mesmo que agora não seja nada daquilo, não desfalece, confia; “Porque ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; ainda que decepcione o produto da oliveira, os campos não produzam mantimento; ainda que as ovelhas da malhada sejam arrebatadas, nos currais não haja gado; todavia, me alegrarei no Senhor; exultarei no Deus da minha salvação.” Hc 3;17 e 18

Muitas vezes em nossa insanidade nos preocupamos em entender astros, estrelas, espaço, onde não podemos ir; e sequer nos ocupamos com o sentido dos passos onde vamos; “Quem pode entender seus erros? Expurga-me tu dos que me são ocultos.” Sal 19;12

Além dos maus passos que entendia, Davi sabia que havia mais; esse entendimento o fez orar de modo sábio assim.