domingo, 24 de janeiro de 2021

O Cristão e a Ira


“Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra;” Mat 5; 5

Frequentemente se equaciona mansidão com fraqueza, como se fossem a mesma coisa mas, não é bem assim. Animais extremamente fortes, como os elefantes podem ser mansos. Mansidão, pois, trata de força sob controle, não a ausência dela.

Ninguém psicologicamente sadio ousaria pretender ser tão ou mais forte que Aquele que venceu o pecado, o mundo, o diabo e a morte. Contudo, Ele disse: “... aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração ...” Mat 11; 29

Em algum momento teremos que lidar com a ira. Somos advertidos pela Palavra que “... a ira do homem não opera a justiça de Deus.” Tg 1; 20 Portanto, parece uma postura que convém evitar.

Paulo diz: “Irai-vos e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira.” Ef 4; 26 Na verdade ele estava parafraseando o salmista que dissera: “Perturbai-vos e não pequeis; falai com o vosso coração sobre a vossa cama e calai-vos.” Sal 4; 4

Então, temos nos textos sagrados uma concessão para até, nos irarmos, sem todavia, em cima disso cometermos pecado.

Na verdade, apesar de ser alistada nos “pecados capitais” pelo catolicismo, a ira em si, nem mesmo pecado é. Só um absoluto pusilânime pode contemplar injustiças, covardias, obscenidades, sem um quê de irritação, sem certa dose de ira, mal estar.

Ló em Sodoma provou muito disso; “(Porque este justo, habitando entre eles, afligia todos os dias a sua alma justa, vendo e ouvindo sobre as suas obras injustas); II Ped 2; 8

Jesus quando encontrou o comércio usurpando o lugar da adoração ao Senhor, em Seu zelo não conteve a ira; “Tendo feito um azorrague de cordéis, lançou todos fora do templo, também os bois e ovelhas; e espalhou o dinheiro dos cambiadores e derribou as mesas;” Jo 2; 15
Aliás, se Ele vier passar em revista tudo que se faz em Seu Nome atualmente é considerável o número de “mesas” a virar.

Cheia está a fraseologia dos Evangelhos de expressões que denotam uma saudável ira; expressões como “vá e não peques mais”, “também não te condeno” e afins, podem ser ditas com voz amorosa, suave; contudo, “hipócritas, raça de víboras... sepulcros caiados... cegos condutores de cegos...” e outras tantas trazem necessariamente um componente emocional mais quente que a fala comum.

Alguns advogam uma “mansidão” full time como se todas as situações devessem receber o mesmo tratamento, como se fôssemos robôs programados, não seres humanos suscetíveis de sentimentos.

Paulo pensavam que as respostas deveriam ser específicas a cada situação; “A vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para que saibais como vos convém responder a cada um.” Col 4;6

Esse “temperar com sal” faz nossa fala agradável a Deus que ama à verdade; aos humanos nem sempre.

Alguns, mercê de uma má interpretação do ensino que nossa luta não é contra carne e sangue, acham que não devemos polemizar, nem criticar aos “irmãos” que distorcem as Escrituras.

Ora, no mesmo texto que fala isso, manda os servos de Deus cingirem-se com a verdade, que não é outra coisa, senão, além de serem verdadeiros no agir denunciarem a mentira ao ministrar.

A couraça da justiça demanda não cometer injustiça, nem concordar com quem comete; assim as demais “armas”.

A luta por Cristo contra poderes espirituais opostos envolve participação humana, de ambos os lados. “Não é maravilha, porque o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz. Não é muito que seus ministros se transfigurem em ministros da justiça; o fim dos quais será conforme suas obras.” II Cor 11; 14 e 15

Como assistir ao obsceno desempenho desses ministros sem uma saudável dose de ira? Até Deus a sente. “Deus é juiz justo, um Deus que se ira todos os dias.” Sal 7; 11

Não estou advogando melindrosos, irritadiços por coisas pequenas, egoístas, banais; esses, ante uma correção qualquer, invés de se arrependerem, mudarem de rumo, derrubam o beiço como Caim; se isolam como se, vítimas de injustiças. Nesses, a cruz tem muito trabalho a realizar.

Agora tratando-se de cristãos maduros, a paz necessária é com Deus; a horizontal é desejável mas, mera possibilidade, nem sempre factível. “Se for possível, quanto estiver em vós, tende paz com todos os homens.” Rom 12; 18

De nossa vontade, pois, devemos laborar pela paz; mas, se o preço for condescender com a violência à doutrina, Às Escrituras, lembremos da advertência de Jeremias: “Maldito aquele que fizer a obra do Senhor fraudulosamente; maldito aquele que retém a sua espada do sangue.” Jr 48; 10

“Dá-me asco essa falsa humildade, que no fundo gera a omissão e acaba nivelando tudo a padrões baixíssimos.” Clécio Almeida

sábado, 23 de janeiro de 2021

O Inchaço "no espírito"


“... Como tendes falado vaidade, visto mentira, portanto eis que Eu sou contra vós, diz O Senhor Deus.” Ez 13;8

Profetas que lograram a proeza de encontrar a adversidade de Deus. Seus produtos eram vaidade e mentira.

Vaidade em certo grau todos temos; quando nos vestimos para sair, nos arrumamos diante do espelho, algumas nuances dela nos tocam.

Como a palavra sugere é aquilo que é vão; em medida normal, não me faz réprobo nem aprovado diante de Deus que, atina a valores mais altos.

Entretanto, quem tem um ministério profético, sacerdotal, em lugar de atuar segundo devidas demandas se, preencher o tempo laboral com vaidades peca; pois, repousa sobre ele o dever, do qual se omite; “Porque os lábios do sacerdote devem guardar o conhecimento, da sua boca devem os homens buscar a lei porque ele é mensageiro do Senhor dos Exércitos.” Mal 2;7

Havendo expectativa sobre essa responsabilidade, quando atua segundo a vaidade não segundo Deus, acaba produzindo mentiras.

Muitas vezes não dimensionamos corretamente o papel da verdade, sobretudo, no que tange à relação com Deus.

Duas nuances nos alienam dela: uma voluntária, consciente; a mentira; outra temerária; o laborar em erro por ousar desconhecendo à verdade.

Outro dia deparei com um vídeo de certo ministério que se denomina “Em Espírito e Verdade”.

Ouvi o que era ensinado. O ministro disse que o Apocalipse foi escrito antes do ano 70; pois, João recebera ordem de “medir o Santuário”; depois de tal ano o mesmo deixou de existir, sendo destruído pelo General Tito.

Disse mais: Que a “Vinda de Jesus” se deu então, não haverá outra; foi juízo para com aquela geração, pois, Ele disse: “Eis que venho sem demora”, como poderia significar dois mil anos? concluiu.

Paulo definiu ministros dessa estirpe como “inchados em suas carnais compreensões”; Embora os pais da igreja tenham estabelecido a cronologia do Apocalipse no ano 96 da presente era, ele contesta, “baseado” em sua compreensão do que significa a ordem: “Mede o santuário.”

Se soubesse ler veria três tempos distintos já na introdução do livro: “Escreve as coisas que tens visto, as que são e as que depois destas hão de acontecer;” cap 1;19

Sendo a Revelação estrita aos judeus, cumprida até ao ano 70, segundo ele, João teria que falar até àquele tempo apenas; contudo, Deus pensava além; “... Importa que profetizes outra vez a muitos povos, nações, línguas e reis.” Cap 10;11

O “Eis que venho sem demora” deve ser interpretado como ensinou Paulo: “Comparando as coisas espirituais com as espirituais”. Como labora “em espírito e verdade” deve ser fácil.

Aquilo que para Deus acontece em tempo preciso, aos nossos olhos demora muito; mesmo bênçãos de caráter pessoal; o que dizer dos tratos com o planeta inteiro?

Pedro advertiu desses “ministérios” que surgiriam no fim: “Nos últimos dias virão escarnecedores, andando segundo suas próprias concupiscências, dizendo: Onde está a promessa da sua vinda? porque desde que os pais dormiram, todas as coisas permanecem como desde o princípio da criação... Amados, não ignoreis uma coisa, que um dia para o Senhor é como mil anos, mil anos como um dia. O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia; mas é longânime para conosco, não querendo que alguns se percam, senão que todos venham a arrepender-se.” II Ped 3;3, 4, 8 e 9

Dando o Apocalipse todo como cumprido já, onde se deu a marca universal sem a qual não se compraria nem venderia? Quando o juízo da prostituta espiritual, Babilônia? Quando o ministério das duas testemunhas mortas, vistas em todo o planeta ao mesmo tempo? Onde e quando a imagem que falaria foi adorada??? Etc.

Esses tão atraídos por um “erro” cometem uma centena, desrespeitando gente séria que enxerga melhor que eles.

Toda heresia deva ser combatida, todo erro, mentira; contudo, às vezes está diante do espelho o alvo que deve ser enfrentado.

Quem teme a Deus, mesmo discordando em eventuais polêmicas lícitas, de interpretações pontuais, deve receber meu respeito; pois, o “Cidadão dos Céus” ... honra os que temem ao Senhor;” Sal 15;4

Já vi e ouvi tanto imbecil falando desrespeitosamente de grandes teólogos do passado, ignorando que, só tem uma Bíblia em seu idioma sobre a qual consegue produzir seus inchaços carnais, graças ao labor daqueles bravos que a traduziram, com as dificuldades inerentes às suas épocas.

Lutar contra erros, heresias, pela verdade é lutar com Deus; todavia, ousar na arena das coisas espirituais sem esses predicados é lutar ‘contra’ Deus.

Quem não possui chamada, ou preparo, sempre poderá refugiar-se em algo melhor do que tão inglória luta: “... o tolo, quando se cala, é reputado por sábio ...” Prov 17;28

terça-feira, 19 de janeiro de 2021

Ora vá, sina!!


Se, você visse o capeta, soubesse que era ele, sobre um carro aberto fazendo buzinaço, distribuindo cestas básicas, brinquedos, doces para as crianças, enfim, fazendo o diabo pela sua atenção, você iria atrás e pegaria uma “beira”??? Diria como alguns incautos que o bicho não é tão feio como parece?

Não posso ouvir as respostas, mas presumo que imensa maioria preferiria deixar a “bênção” pra lá, não pelas coisas em si, das quais, poderia necessitar, mas por não confiar em quem a está distribuindo. Vai saber o que o “benfeitor” poderá demandar em troca disso, depois...

Pois, o “establishment” adotou esse vírus como seu malvado favorito, tocou terror desde sempre; quando algumas vozes defenderam que tratamento precoce à base de Cloroquina resolvia a parada, até gente do PSOL que defende uso de drogas pesadas, “temeu pela segurança” da dita medicação. 

Enfim, uma descoberta que deveria ser recebida com espocar de foguetes e replicada pelo mundo todo, numa sociedade minimante sadia, foi abafada como se a mesma fosse uma maldição.

Aí, meu cavalo começou a desconfiar que a saúde púbica era só pretexto nobre para um súcia de filhos da puta manipularem à população global para fins escusos.

Agora que, impera a “Imunidade de rebanho” nome que os médicos dão para uma situação onde o desenvolvimento de anticorpos por si só já “Vacina” grande parte da população, surge uma “vacina” em tempo recorde; é recebida com buzinaço, por gente incauta lobotomizada, incapaz de pensar.

Ora, essa “NASCOXAVAC que querem nos empurrar precisaria ser testada em muitos, sobretudo em grupos de risco; os testes deveriam ter uma carência relativamente ampla de tempo, para se poder afirmar científica e categoricamente que a coisa não produz efeitos colaterais.

Pandemias sempre ocorreram e jamais se fez uma vacina durante, por ser absolutamente impossível algo científico, sério e probo.

Um dos responsáveis pela ANVISA que teve seu voto transmitido como se fosse um julgamento de Impeachment, tal a pressão da mídia e grupos obscuros pela aprovação da bosta, um desses digo, invés de afirmar categoricamente que a coisa foi testada e é garantida, afirmou que aprovava seu uso emergencial, sob pressão de “grupos não ligados à saúde”. Como assim cara pálida?

Então, quando meu cavalo percebe que os grandes entusiastas da dita coisa, são também proponentes do impedimento do Presidente sem motivo algum, a grande mídia prostituta, e gente como Dória, Gilmar Mendes, Luciano Huck, Amoedo, et caterva, ele me proibiu de levá-lo ao veterinário.

Disse que eu o submeter à essa temeridade vergonhosa eu nunca mais o montarei. Então, como desacostumei de andar à pé, acho que não darei as boas-vindas a essa droga.

Pesquisas feitas às pressas têm tanta coerência como apregoar o valor do silêncio aos gritos.

Se o novo filme dos velozes e corruptos tem 50% de eficácia, quem a tomar, pode levar a vida normal, ou 50% fica em casa e o restante sai às ruas? Usa máscaras dia sim dia não; álcool gel em uma das mãos apenas, ou criarão uma máscara que cubra 50% das vias respiratórias? 

Se, não oferece segurança, garantia nenhuma, nem permite que nossas vidas voltem ao normal, serve para quê, essa bosta?

Desde o início fui contra o “fique em casa”, trabalhei o ano todo; quando quiseram obrigar uso de máscaras até dentro do carro, ameaçando multar eu dei soco na mesa e mandei que multassem.

Sei que morreram pessoas infelizmente, mas repito, não é nem dez por cento dos números oficiais. 

Todas as mortes, quaisquer que sejam as causas acabam no vala comum da COVID. Mais uma razão para meu cavalo desconfiar que há interesses escusos por trás.

Muitos desses que desenvolvem sua “consciência crítica” pela Globo, acusavam aos “negacionistas”, rótulo que colam nos que recusam ser manipulados por cretinos como eles, acusavam-nos, digo, de indiferença criminosa; “agem assim enquanto não é com eles;” pois, foi comigo.

Tive todos os sintomas, consultei, tomei medicamentos, fique treze dias em isolamento; faz dois dias que voltei ao trabalho. Não mudei nada meu modo de pensar.

Dissera que essa, era mais uma enfermidade com a qual “convivemos e conmorremos” criei uma palavra, para definir meu pensamento e segue o mesmo.

Não quero ser “protegido” por bandidos! Detesto uma “Democracia” cheia de palavras proibidas onde quem as usar pode ser penalizado; sofrer prejuízos, ou exclusão de conteúdos até; que porra de liberdade de expressão é essa??

Nos Estados Unidos fizeram valer a vergonhosa vitória do Joe Frauden. 

Aqui breve o poder voltará para as mãos de sempre, infelizmente.

Mas, enquanto tiver voz eu denunciarei isso; não serei gado marcado dessa canalhocracia global!! Enfiem suas vacinas naquele lugar! Em mim, nem amarrado. Cambada de vampiros assassinos!!

Coautoria do Pecado


“Não odiarás a teu irmão no teu coração; não deixarás de repreender o teu próximo; por causa dele não sofrerás pecado”. Lev 19; 17

Acostumamos com a ideia que a condenação da omissão seja originada em Tiago; mas, na verdade, vem desde Moisés.

Os judeus de então foram orientados a exortarem seus irmãos em caso de pecado, sob pena de sofrerem punição. A profecia sem a qual o povo se corrompe, é um agente inibidor do mal que deve residir, em parte, em todo o servo de Deus. Esse é o sentido do “sal da terra”, enquanto a luz tem mais a ver com o testemunho de vida. Com “pregar” pelo exemplo.

Se tivermos a concepção que devemos fugir das polêmicas, e sermos “bonzinhos’ como o Soares que não critica ninguém e “cura” a todos, acabaremos sendo inúteis ao propósito do Senhor. 

O ministro idôneo é verdadeiro, não bajulador; pesca almas, não aplausos.

Quando Jeremias compôs suas Lamentações sobre as ruínas de Jerusalém, atribuiu aos profetas “bons” a causa do desastre. “Os teus profetas viram para ti, vaidade e loucura, e não manifestaram tua maldade, para impedirem teu cativeiro; mas viram para ti cargas vãs e motivos de expulsão.” Lam 2; 14 O que esses profetas receitaram se tornou motivo de rejeição por parte de Deus, estranha receita!

Paulo aconselhou ao jovem Timóteo a não participar de pecados alheios, não se tornar, por assim dizer, coautor dos mesmos. “A ninguém imponhas precipitadamente as mãos, nem participes dos pecados alheios; conserva a ti mesmo puro.” I Tim 5; 22

O assunto em pauta era a consagração de obreiros, que se fazia, como foi com o mesmo Timóteo, mediante imposição de mãos.

Não que se não possa orar com imposição de mãos pelos pecadores, sobretudo arrependidos; nesse caso, o ministro se identifica com a necessidade do pecador e por ele intercede; porém, na apresentação para o ministério, significa identidade de valores, de caráter, recomendação; então, se a imposição for sobre um sujeito dúbio, de vida errada, o que o recomenda se faz partícipe dos seus pecados.

Claro que a omissão não se restringe ao ministério profético; antes, em Tiago, tem mais a ver com o socorro dos necessitados que outra coisa qualquer.

Mas, contemplar o erro e silenciar, na melhor das hipóteses, é falta de zelo para com Deus, sinal claro de falta de amor. O salmista foi incisivo quanto a isso: “Pois falam malvadamente contra ti; Teus inimigos tomam o Teu Nome em vão. Não odeio eu, ó Senhor, aqueles que te odeiam, e não me aflijo por causa dos que se levantam contra ti? Odeio-os com ódio perfeito; tenho-os por inimigos.” Sal 139; 20 – 22 Para os superficiais que acham que tudo se resume ao “amor” eis um assunto para refletir!

Fácil é, pois, entender às limitações de um errado de espírito, as precipitações de um neófito qualquer, e até suportar incompreensões, ou, indelicadezas de um assim; agora, suportar o teatro nauseabundo de um herege contumaz sem se irritar, sem reagir de modo enfático é muito difícil. Nem se trata do medo de ser punido por omissão; antes, da ira que dá ao ver o povo ludibriado, e O Santo Nome de Deus profanado.

Adotamos em parte, no meio cristão, a faceta mundana e amoral, que amar é ser sempre agradável, simpático, cordato. Aquele de quem a Bíblia fala que ninguém tem maior amor que Ele, Jesus, não foi assim.

Na verdade, o profeta está para a batalha espiritual como um atalaia era posto sobre os muros, para avisar ao povo, de que o exército inimigo aproximava; um cochilo, uma falta de aviso era derrota certa, mas o sangue derramado era culpa do atalaia, figura que Deus usou para com Ezequiel. “Mas, se quando o atalaia vir que vem a espada, e não tocar a trombeta, não for avisado o povo, a espada vier e levar uma vida dentre eles, este tal foi levado na sua iniquidade, porém o seu sangue requererei da mão do atalaia.” Ez 33;6

Em nossos dias, as heresias vêm como um exército armado em busca dos servos do Senhor; aqueles que foram postos “em cima do muro” para ver mais longe, devem bradar a plenos pulmões, para que não sejam apanhados desprevenidos, os que dependem de seu aviso.

Não sejamos omissos para que não prospere a iniquidade, e nem sejam ceifados por faltar aviso, eventuais simples, de coração sincero.

Possuir uma arma como a que temos, uma espada de Um Rei e não usá-la oportunamente, além de um desperdício, encerra uma maldição.

“Maldito aquele que fizer a obra do Senhor fraudulosamente; maldito aquele que retém a sua espada do sangue.” Jr 48;10

segunda-feira, 18 de janeiro de 2021

Tristezas sem sal


“Melhor é a mágoa que o riso, porque com a tristeza do rosto se faz melhor o coração.” Ecl 7;3

A superioridade da mágoa não tem a ver com sentimentos; antes, com o produto gerado; “Faz melhor o coração.”

O contexto dessa reflexão é genérico; tristeza pela perda de um ente querido, mera dor emocional sem nenhum outro componente; “Melhor é ir à casa onde há luto, que ir à casa onde há banquete, porque naquela está o fim de todos os homens; os vivos o aplicam ao seu coração.” V 2

Aplicar ao próprio coração as lições de quão fugaz é a vida; haurir lições, era o que o sábio tencionava dizer com, “faz melhor o coração.”

Se nesse cotejo a tristeza leva vantagem, Paulo fez questão de partir a mesma em duas fatias; dois motivos distintos, um com resultado proveitoso, outro não. “Porque a tristeza segundo Deus opera arrependimento para salvação, da qual ninguém se arrepende; mas a tristeza do (ou, segundo o) mundo opera a morte.” II Cor 7;10

Como diferir a tristeza segundo o mundo, de outra, segundo Deus?

Numa análise simples, uma nuance me ocorre; a tristeza segundo o mundo é quando somos atacados, atingidos por nossos defeitos; segundo Deus, quando somos afligidos pelas nossas qualidades.

Natural ocorrer a figura de dois governantes de nosso país; um ex, desprezado por ser ladrão, corrupto, mentiroso; outro perseguido, caluniado por ser cristão e honesto. 

O Senhor ensinou: “Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o Reino dos céus; bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem, perseguirem e, mentindo disserem todo mal contra vós, por minha causa. Exultai e alegrai-vos, porque é grande vosso galardão...” Mat ;10 a 12

Padecer coisas por ser desonesto, safado, é apenas tristeza segundo o mundo; por outro lado, padecer por ser decente, honesto, a tristeza daí derivada é a dita tristeza segundo Deus.

A coisa não se esgota aí; no contexto Paulo disse que a dura carta que escrevera contristou aos coríntios para arrependimento; nesse caso uma tristeza por saber que ficou abaixo da linha de pobreza espiritual, moral; agiu de modo indigno, ímpio. 

Logo, se a tristeza pode ser partida em duas, quanto à relação espiritual, segundo o mundo ou segundo Deus, essa última pode ser partida outra vez; em motivos externos, inveja, perseguição, e íntimos; vergonha, arrependimento.

Diferente dos pregadores “positivos” atuais, Pedro colocou o sofrimento como uma necessidade para os fiéis; “Porque é coisa agradável, que alguém, por causa da consciência para com Deus, sofra agravos, padecendo injustamente. Porque, que glória será essa, se, pecando, sois esbofeteados e sofreis? Mas se, fazendo o bem, sois afligidos, isso é agradável a Deus. Porque para isto sois chamados; pois, também Cristo padeceu por nós, deixando-nos o exemplo, para que sigais suas pisadas.” I Ped 2;19 a 21

Os gregos também viam a tristeza como medicinal; uma grande comoção que levassem o povo às lágrimas era desejada, buscada; a “Catarse”; tal “tratamento” segundo criam, limpava às pessoas de superficialidades, futilidades várias, egoísmos, mesquinharias; levava-as a meditar no sentido mais profundo das coisas.

Invés dessas novelinhas açucaradas sempre com o “final feliz” onde, até o cachorro e o macaco encontram a metade da banana, esse; do osso, aquele; os dramaturgos escreviam e encenavam tragédias; o epílogo era de grande tristeza, morticínios revelações inesperadas, dor.

Assim se no conteúdo eles podiam ter problemas em seu modo de pensar, na forma de ver a tristeza como medicinal, estavam certos.

O que deu azo a escrever sobre isso foi ter revisto um breve vídeo sobre a tragédia da Chapecoense; o choro das pessoas as exortações para perdoar picuinhas, preocupar-se com o que deveras interessa. Mesmo tendo passado mais de quatro anos já, a coisa ainda comove.

No entanto, a maioria dos jornalistas que naquele momento de dor pareciam pregadores do Evangelho, passada a “catarse” voltaram às vidinhas ordinárias de sempre, não aprenderam nada.

Essas comoções pontuais não são a tristeza aquela, que faz melhor o coração; são derivadas do medo, pois poderia ter sido com eles; ou, remorso por ter dito ou feito algo contra alguém que morreu tragicamente.

Se as tristezas várias que nos assolam não forem pregoeiras a nos levar para a tristeza segundo Deus, o arrependimento, serão nuvens que não trazem chuva; folhas ao vento; “... vossa benignidade é como a nuvem da manhã, como orvalho da madrugada, que cedo passa.” Os 6;4

O bom da tristeza segundo Deus é que dentro dessa casca está a semente da alegria; “Os que semeiam em lágrimas segarão com alegria.” Sal 126; 5 afinal, “... O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã.” Sal 30;5

domingo, 17 de janeiro de 2021

Seriedade da Graça


“... nenhuma expiação se fará pela terra por causa do sangue que nela se derramar, senão com o sangue daquele que o derramou.” Nm 35;33 A culpa humana incidia sobre a terra, inclusive.

A Lei da expiação ou, remissão prescrevia que crimes de sangue tivessem pena de morte; ensino desenvolvido depois na Epístola aos Hebreus; “... sem derramamento de sangue não há remissão.” Heb 9;22

Quando Adão transgrediu um limite cuja sentença era a morte, de certo modo, “derramou sangue”; seu próprio e da sua descendência. Tanto que, com a perda da inocência vieram medo, culpa e vergonha; O Criador Baniu-os do Jardim; matou um animal e os vestiu com a pele do mesmo. Sangue inocente já foi derramado, como consequência do culpado.

Todavia, se olharmos de novo à sentença inicial, veremos que o sangue requerido para remissão era o do culpado; “daquele que o derramou.” Um bicho como substituto não servia.

Por isso, o sacerdócio antigo, onde os pecados eram “remidos” com sangue de animais era só um “tipo profético”, um símbolo de uma redenção, ainda a ser feita. A Epístola aos Hebreus chama de “correção”; ensina que as coisas do Antigo Pacto eram “sombras” das futuras, “Consistindo somente em comidas, bebidas, várias abluções e justificações da carne, impostas até ao tempo da correção.” Heb 9;10

Embora aquilo tivesse seu valor para o propósito que foi estabelecido, não ia além dele; para a remissão veraz se requeria algo Maior; “Porque nos convinha tal sumo sacerdote, santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores, feito mais sublime do que os Céus; que não necessitasse, como os sumos sacerdotes, de oferecer cada dia sacrifícios, primeiramente por seus próprios pecados, depois pelos do povo; porque isto fez Ele, uma vez, oferecendo a si mesmo.” Heb 7;26 e 27

Se, O Eterno quis aqueles sacrifícios como símbolos, não como uma remissão definitiva havia a necessidade do “Segundo Adão” inocente para remir o mal que o primeiro fizera; “Porque é impossível que o sangue dos touros e bodes tire pecados.” Heb 10;4

“Por isso,
(Cristo) entrando no mundo, diz: Sacrifício e oferta não quiseste, mas corpo me preparaste... Então disse: Eis aqui venho, para fazer, ó Deus, Tua Vontade. Tira o primeiro, para estabelecer o segundo.” Heb 10;5 e 9

Seu “jugo” foi levar a Vontade de Deus às últimas consequências. Quando nos desafia a tomarmos o mesmo, deseja que andemos em igual exemplo de submissão. Pois, Ele, “Esvaziou a si mesmo, tomando forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; achado na forma de homem, humilhou-se, sendo obediente até à morte, e morte de cruz.” Fp 2;7 e 8

Não que a cruz em si fosse uma necessidade; a necessidade aos Olhos Divinos era outro sangue inocente, do calibre do que Adão derramara, para remissão. 

A Cruz era um “upgrade” um requinte de crueldade; o jeito romano de punir a quem consideravam culpado. Por isso a ênfase que Ele foi obediente até à morte, e “morte de cruz”. Isto é; de modo cruel, espetaculoso.

Como Seu Jugo de submissão culminou nisso, nós que somos chamados a nos identificarmos com Ele, figuradamente somos desafiados a tomarmos nossa “cruz” também.

Conversão é identificação com Sua Entrega; “Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na Sua morte? De sorte que fomos sepultados com Ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida.” Rom 6;3 e 4

Os judeus ciosos da Lei de Moisés não entenderam o significado da morte Dele; não obstante, Isaías tenha ensinado que seria assim; “Ele foi ferido por causa das nossas transgressões, moído por causa das nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre Ele; pelas suas pisaduras fomos sarados.” Cap 53;5

Se, as coisas dadas mediante Moisés eram um esboço segundo os “rudimentos do mundo” até o tempo da “correção”, a era da Graça é muito mais séria que a Lei.

Afinal, “Quebrantando alguém a Lei de Moisés, morre sem misericórdia, só pela palavra de duas ou três testemunhas. De quanto maior castigo cuidais, será julgado merecedor aquele que pisar o Filho de Deus, tiver por profano o Sangue da Aliança com que foi santificado e fizer agravo ao Espírito da graça?” Heb 10;28 e 29

Se, transgredir ao “esboço” culminava em pena de morte, devemos, antes de nos escudarmos imprudentemente no “Deus É Amor”, adotar visão mais ampla; “Considera a bondade e a severidade de Deus...” Rom 11;22

Cristo esvaziou-se do Seu Poder; da Santidade, não. Logo, “Segui a paz com todos e a Santificação, sem a qual, ninguém verá O Senhor” Heb 12;14

sábado, 16 de janeiro de 2021

Vidas Secas

“Mandei vir seca sobre a terra, os montes, o trigo, o mosto, o azeite e sobre o que a terra produz; como também sobre os homens, o gado e todo o trabalho das mãos.” Ag 1; 11

Nos dias de Ageu, o povo dedicava-se às suas coisas e negligenciava as do Senhor; naquele contexto significava edificar o templo para a devida adoração. Como punição pela indiferença o Senhor enviara estio sobre a terra; quiçá, o povo reconsideraria seus caminhos, mas nada. Então levantou o profeta para adverti-los.

O mundo tem explicações “racionais” para todos os fenômenos naturais; aquecimento global, “el ninho”, “la ninha” etc. Os filhos de Deus porém, devem considerar a Sua ação e Governo se, de fato, creem Nele. “Sucederá algum mal na cidade, (juízo) sem que O Senhor o tenha feito?” Am 3;6

No Novo Testamento, o Templo do Espírito Santo somos nós, o que não significa que não deva ser edificado; antes, Paulo ensina: “Tendo por certo isto mesmo, que aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até ao dia de Jesus Cristo;” Fp 1; 6

Como naqueles dias, temos tempo para “nossas casas” e não para a do Senhor. Isto é, gastamos tempo com toda sorte de entretenimento, jogos, novelas, músicas, etc. E quase nada investimos no crescimento espiritual. Qual a consequência disso? Seca.

Invés de podermos dizer como Davi, “Alegrei-me quando disseram vamos a casa do Senhor.” Sal 122; 1 Nos alegramos com coisa fúteis, superficiais, quando não, profanas. Consequência da seca, falta de pão.

A palavra “Ambulância” na própria, está escrita ao contrário. Posta assim pra ser lida pelo retrovisor, quando estamos adiante dela; assim são as consequências. Escritas para serem lidas “à posteriori” entendendo, então, quem vem atrás, as causas. Invés disso, de rever posturas aprendendo com erros os sedentos cambiam o desnecessário.

Quantos “testemunham” suas “vitórias” depois de terem migrado para as igrejas da fé “inteligente” onde finalmente foram “abençoadas”; pois, tendo vivido uma década em igrejas sérias, isso não lhes trouxe vantagem alguma.

Se tivessem edificado a casa do Senhor, ao invés de um culto indiferente, alheio, não teriam falta de nada; pois, o manancial da Água da Vida não seca; “Mas aquele que beber da água que Eu lhe der nunca terá sede, porque a água que Eu lhe der se fará nele uma fonte, que salta para a vida eterna.” Jo 4; 14

Essa sedução da “prosperidade” parece atraente onde existe cegueira espiritual; porém, para quem tem olhos, soa obscena.

Quem congrega em igrejas sérias, e não edifica-se por negligência, acabará seduzido por alguma fraude como consequência; não obstante todo o esforço do Espírito Santo para edificar sua casa, segue sem teto, retirante de onde deveria estar estabelecido.

Não faria dano um “vento de doutrina” contra uma casa edificada na Rocha; contra malocas de palha faz. Se, o diligente espiritual tem sentidos exercitados para discernir, esses são presas fáceis de enganadores.

Diz uma fábula árabe que o machado queria se misturar às árvores; algumas estavam desconfiadas. Mas, vendo o cabo de madeira uma incauta disse; esse é dos nossos.
Assim esses sem tetos; basta parecer com um pregador, escamotear um ou dois textos bíblicos de já dão boas-vindas à morte como as árvores da fábula.

Nesses casos, a peregrinação se dá não por falta de alimento, mas de apetite espiritual, coisa que deveria ser normal nos renascidos. “Desejai afetuosamente, como meninos novamente nascidos, o leite racional, não falsificado, para que por ele vades crescendo;” I Ped 2;
2

Deus afirmou ser o dono da prata e do ouro necessários à edificação. “As palavras do Senhor são palavras puras como prata refinada em forno de barro, purificada sete vezes.” Sal 12; 6

Acontece que, o “ouro” nesse caso é produzido à partir de nossa relação com a palavra; pois, “a fé vem pelo ouvir, e ouvir a Palavra de Deus.” Esse ouvir, claro! implica obedecer mesmo em meio a provações, a fornalha que purifica o ouro da fé. “Te purifiquei, mas não como a prata; escolhi-te na fornalha da aflição.” Is 48;10

“Para que a prova da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro que perece e é provado pelo fogo, se ache em louvor, honra e glória, na revelação de Jesus Cristo;” I Ped 1;7

Não existem atalhos nas coisas espirituais, ou edificamos segundo Deus, ou podemos construir templos majestosos aos olhos humanos, os quais, aos de Deus serão ídolos detestáveis apenas.

Deus está pronto a soprar nossas cabanas de palha e edificar com pedras preciosas, se tão somente o convidarmos a ser nosso Mestre-de-obras. “Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que edificam.” Sal 127; 1