domingo, 30 de agosto de 2020

Suprema Humilhação da Justiça



Uma coisa que deixa Kiko e Chaves, meus dois neurônios, disputando uma bola quadrada é nossa incoerência. Desprezamos à falsidade, e morremos de medo da sinceridade.

Se, alguém é falso conosco odiamos ao saber; se é sincero, mas do teor da sinceridade discordamos, também lidamos mal, como se, preferíssemos ser enganados, à dor de ser contrariados, eventualmente. Como não lembrar da música aquela? “Mente pra mim mas, diz coisas bonitas...”

Não poucas vezes fui excluído, algumas excluí desafetos de meu rol de amizades, pelo “péssimo” hábito de dizer o que penso. 

Nossa sociedade precisa Voltaire, digo, voltar à filosofia aquela; “Não concordo com uma palavra do que dizes; mas defenderei até a morte teu direito de dizeres o que pensas.”

Nem sempre digo, claro! só, quando suponho que o interlocutor tem estatura suficiente para lidar com algo diferente do lugar comum, da falsidade corrente, ou da ditadura do “politicamente correto”.

Me engano ao julgar outrem por meus valores e, tardiamente descubro que o presumido Golias era só um Zaqueu, que precisa subir para enxergar alguma coisa.

A mentalidade filosófica que lida com argumentos, não com paixões, e nesses coteja visões opostas em busca da verdade está cada vez mais notável, pela ausência, que pela existência.

Nesse antro de cérebros walking deads, grassa a pós verdade; alquimia que muda fatos ao sabor das paixões, pelo “toque de Midas” das narrativas fraudulentas.

Se essa pandemia de desonestidade intelectual fosse uma doença dos arrabaldes mentais até se explicaria; ser, um trabalhador braçal como eu o ignorante, normal, acontece.

Mas, os maiores doentes disso são juristas, políticos de renome, e sobretudo, jornalistas.

Diferente da outra pandemia, o tratamento dessa demandaria rasgar máscaras invés de usá-las. A vacina seria o apreço pela verdade, mas como foi Bolsonaro que “descobriu a cura”, que “a verdade liberta” deve ser descartada. Tudo o que ele faz ou diz, deve estar errado.

O quê se dizia dele durante a campanha? “Ele não!” É “nazista, fascista, racista, machista, homofóbico”... Se eleito perseguirá negros, mulheres, gays, implantará uma ditadura restringindo liberdades, etc.

Pois, está há vinte meses no poder. Onde se registrou mínimo deslize segundo aquelas sombrias “previsões”? Os que aquilo diziam já fizeram “mea culpa” e disseram que estavam enganados, que os fatos os desmentiram? Nada! O Jair segue não prestando por outros motivos que eles vão inventar.

O Problema não são os presumidos defeitos do Bolsonaro; é sua existência que incomoda; sobretudo, tendo a chave do cofre que sempre foi do “Mecanismo”.

Aquela facada dado pelo celerado do Adélio pode ser adjetivada de mil maneiras; covardia, traição, desespero, frieza, vileza, e o escambau; mas, para efeito dessa análise, ela foi um atestado de autocrítica do Sistema.

Sabiam que o homem era imbatível nas urnas, e incorruptível no poder. Os que hoje sofrem de “crise de abstinência de propina” como bem definiu Roberto Jefferson, prevendo a crise atual tentaram se antecipar a ela com aquele “argumento”.

O jeitão tosco e impulsivo do Bolsonaro não mudou, nem precisa, isso não nos incomoda. Nem a eles, mas não tendo nada mais a falar as prostitutas fingem que são freiras com seus falsos escrúpulos moralistas. Canalhas!!

Dezenas de atos ditatoriais foram tomados pelo militante STF; expuseram publicamente uma reunião de Estado sem motivos para que o fizessem; atuam contra a liberdade de expressão, sobretudo, perseguindo jornalistas e blogueiros identificados com o Presidente.

Mas, não era ele a ameaça de ditadura? Fabricaram a fictícia propagação de “fake News”. Tudo o que apoiar ao Governo Federal deve ser falso por sua ótica doentia.

Desgraçadamente nossa sociedade foi treinada para chamar cães de Majestade, quando eles se assentam na cadeira do rei. 

Digo, militantes ordinários, parciais, rábulas indignos, palhaços mentirosos dever ser nominados de “excelência” porque se alojam indignamente num lugar que deveria ser nobre, a Suprema Corte; têm agido reiteradamente em defesa de bandidos e da desordem democrática, pela interferência indevida em outros poderes. São um partido de oposição, não um poder moderador como deveriam ser.

A coisa é tão “Suprema” que outro dia Luiz Roberto Barroso fez uma “live” com o conselheiro pornográfico de crianças e adolescentes, Filipe Neto; Gilmar Mendes, por sua vez fez outra com os terroristas do MST. Mas eu os devo chamar de “Excelências”, claro!

Não bastassem essas coisas o “Excelente” Barroso gravou um vídeo/áudio em inglês, para consumo externo onde diz que a democracia por aqui está ameaçada e a esperança de salvaguarda são eles...

P*** que o pariu!!! O sujeito se presume intelectual, escritor de livros, jurista?? O Chaves aqui acaba de se esconder em seu barril de vergonha alheia.

“A justiça sem a força é impotente, a força sem justiça é tirana.” Blaise Pascal

As Moscas no Mel


“Come mel, meu filho, porque é bom... é doce ao teu paladar. Assim será para tua alma o conhecimento da sabedoria...” Prov 24;13 e 14

Interessante figura; como mel ao paladar, o conhecimento da sabedoria, à alma.

Ezequiel quando se lhe deu um livro com as Palavras do Senhor para que comesse registrou: “Filho do homem, dá de comer ao teu ventre, enche tuas entranhas deste rolo que eu te dou. Então o comi; era na minha boca doce como mel.” Ez 3;3

Porém, João teve dupla sensação; “Tomei o livrinho da mão do anjo, e comi-o; na minha boca era doce como mel; havendo-o comido, meu ventre ficou amargo.” Apoc 10;10

Se, crescer em conhecimento, tem um quê de doce, também tem uma parcela de amargo, como versou Salomão; “Porque na muita sabedoria há muito enfado; o que aumenta em conhecimento, aumenta em dor.” Ecl 1;18

Não que o conhecimento seja doloroso; mas, pela luz que enseja nos leva a ver coisas que doem. Inicialmente nossas próprias maldades; depois, maldades adjacentes, mal disfarçadas com as pífias máscaras humanas; e tantas obscenas, sem disfarce nenhum.

A própria vida de Salomão foi, de certa forma, um reflexo desse trânsito entre doce e amargo, nas coisas que escreveu. Seu lado doce pintou o amor nos Cantares; “As muitas águas não podem apagar este amor, nem os rios afogá-lo; ainda que alguém desse todos os bens de sua casa pelo amor, certamente desprezariam.” Cap 8;7

No tempo amargo, na velhice, quando escreveu o Eclesiastes desprezando quase tudo, inclusive à sabedoria, como mera vaidade. “... me engrandeci, sobrepujei em sabedoria a todos os que houve antes de mim em Jerusalém; meu coração contemplou abundantemente a sabedoria e o conhecimento. Apliquei meu coração a conhecer a sabedoria os desvarios e loucuras; vim a saber que também isto era aflição de espírito.” Cap 1;16 e 17

No intermédio foi um filósofo escrevendo Provérbios; “Ele (O Senhor) reserva a verdadeira sabedoria para os retos. Escudo é para os que caminham na sinceridade, para que guardem as veredas do juízo. Ele preservará o caminho dos seus santos.” Cap 2;7 e 8

As sensações de doçura, ou, amaras, não são testemunhas confiáveis; muitas delas não têm relação com os fatos circunstantes, mas com nossa percepção deles; se essa for doentia, fabricaremos nossas próprias amarguras.

“Sábio é quem não se aflige com o que lhe falta e se alegra com o que possui.” Demócrito. 

Assim a sabedoria não seria uma ferramenta para produzir coisas, mas para ensinar como reagir a elas, algo com o qual Salomão também concordava; pois, dissera: “No dia da prosperidade goza do bem, mas no dia da adversidade considera; porque Deus fez a este em oposição àquele, para que o homem nada descubra do que há de vir depois dele.” Ecl 7;14

O alvo da sabedoria espiritual não é o produto de sensações, ainda que essas acompanhem seres sensíveis; sua excelência reside nos frutos preciosos aos quais conduz; “Riquezas e honra estão comigo; assim como bens duráveis e justiça. Melhor é meu fruto que o ouro; que o ouro refinado, e meus ganhos mais que a prata escolhida. Faço andar pelo caminho da justiça, no meio das veredas do juízo. Para que faça herdar bens permanentes aos que me amam, e eu encha seus tesouros.” Prov 8;18 a 21

Assim, invés de “doçuras” eventuais quase sempre enganosas, o cardápio predileto no restaurante dos falsos profetas, a sabedoria espiritual insta conosco para que, nela busquemos bens permanentes; ou seja: Vida Eterna.

Por isso, Aquele que a dá, quando chamou a si cansados e oprimidos, não lhes acenou com doçura; antes, com um “Jugo suave”, cujo “peso” ensejaria “descanso às almas”.

E, Paulo aconselhando ao jovem Timóteo lhe prescreveu que exercitasse mais à alma nas virtudes celestes, que o corpo, tendo em vista os bens permanentes propostos; “... exercita a ti mesmo em piedade; porque o exercício corporal para pouco aproveita, mas piedade para tudo é proveitosa, tendo a promessa da vida presente e da que há de vir.” I Tim 4;7 e 8

O duplo sentir de João, doce na boca e amargo no ventre também nos ensina algo; Na boca a Palavra de Deus é doce; fácil recitar. Agora no ventre, comer, praticar, traz o concurso do amargo; luta contra nossa natureza inclinada ao vício.

Cheias estão as redes sociais de trechos da Palavra de Deus partilhado por gente que nem liga para ela. Mel é produto de abelhas, no qual as moscas se lambuzam gostosamente.

Não que seja vetado a ninguém fazer isso; mas excelência é ter a Palavra nos lábios e comê-la também. Diamante não foi feito para usar na funda.

sábado, 29 de agosto de 2020

Maus Samaritanos

“Levai as cargas uns dos outros, e assim cumprireis a lei de Cristo.” Gál 6;2

Normalmente quando pensamos em cumprir leis, o que nos ocorre é a observância de certas regras, diretrizes, às quais, atentando agimos bem. Nunca a ideia de empatia, solidariedade é a primeira coisa que ocorre ao meditarmos no assunto.

Entretanto, a “Lei de Cristo” invés de um rígido conjunto de normas prescreve um modo solidário de se relacionar com o semelhante. Não sem razão, os Dez Mandamentos foram resumido a dois; amor a Deus e ao próximo.

Se, “o cumprimento da Lei é o amor”, onde esse estiver fará coisa certa, a despeito de saber dos pormenores ou não. Amor ágape, entenda-se; não o mero sexo e derivados que, insanos chamam de “amor”.

Contudo, mercê de algum egoísmo, e certamente de ignorância sobre partes importantes, nem sempre avaliamos devidamente a “carga” do semelhante.

O que ocorre amiúde é que, sendo a cruz alheia “mais leve” que a nossa, somos “vítimas de salteadores,” mais que, “samaritanos”.

Por quê, a carga alheia parece fácil, enquanto a nossa pesa sobremaneira? A primeira razão, óbvia, é que, por ser alheia, não sentimos seu peso; e, mesmo repetindo à exaustão que as aparências enganam, tomamos nossas decisões calcados nessas enganadoras.

A facilidade para com os pesos alheios é tal, que mesmo os Fariseus atavam pesados fardos e lançavam sobre terceiros, era mui leve a coisa, para eles.

Outros fatores concorrem para que nossas cargas pareçam mais pesadas. Um deles, é a parcialidade de nossas aferições.
Sempre houve e sempre haverá em nosso redor pessoas que desfrutam posições superiores à nossa, também inferiores. Adivinhe com quais usamos cotejar nossa sorte? Fulano (a) sim que é feliz, tem isso, aquilo, vive aqui, acolá, pode fazer tais e quais coisas...

Se é vero que muitos desfrutam de coisas que não temos, também é que dispomos de coisas que fazem falta a outros tantos.

Outro fator determinante para o erro das nossas análises é que sempre cogitamos das nossas sinas em momentos adversos, de dores, privações; quando tudo nos vai bem nem nos ocupamos em pensar nisso. Assim, se “vendemos nossas ações na baixa” natural pensar que as alheias valham mais que elas.

Ainda ignoramos uma faceta doentia da alma humana que por prezar o amor próprio mais que a verdade, tende a viver “vitrines” em sociedade, enquanto esconde tanto quanto pode seus entulhos íntimos.

Podem estar vivendo as maiores privações, dores, carências, humilhações até; para efeito de consumo externo as pessoas buscam ostentar uma alegria, realizações, bens, que nem sempre condizem com a realidade; uma vez mais, sabedores do logro das aparências não nos furtamos em buscar sua enganosa sombra. A “leveza” da cruz alheia pode pesar chumbo.

Por último, é sempre oportuna a distinção entre meios e fins. O Salvador ensinou: “A vida de qualquer um não consiste na abundância do que possui”. 

Quantas pessoas famosas, ricas, saudáveis, de repente, sem nenhum sinal prévio que sugerisse algo assim, se suicidam, matam, cometem desatinos assomando um deserto que, a redoma de ouro e fama disfarçavam?

Assim, embora os meios materiais sejam coisas importantes, muitas vezes cargas mortais, como escórias se mesclam ao ouro; cegadas pelo brilho desse nem ligamos para aquelas.

O Senhor ensinou a ordem devida das riquezas a se buscar; “Buscai primeiro o Reino de Deus, e Sua Justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.” Mat 6;33

As coisas necessárias à manutenção da existência devem ser tratadas como tais, não como se fossem o sentido da vida; Paulo ampliou: “Mas os que querem ser ricos caem em tentação, em laço, e muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína. Porque o amor ao dinheiro é raiz de toda a espécie de males; nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e traspassaram a si mesmos com muitas dores.” I Tim 6;9 e 10

Pelo prisma, dos valores verdadeiros, muitas vezes alguém está carregado de joias quando o supomos de pedras. “As estrelas podem ser vistas do fundo de um poço escuro, quando não podem ser discernidas do topo de um monte. Assim também, muitas coisas são aprendidas na adversidade, com as quais o homem próspero nem sonha.” Spurgeon

Aí, como a samaritana observamos que ele não tem como tirar água comum, estando ele pleno da Água da Vida”.

Mas, o fato que, das dores Deus pode forjar riquezas não é motivo da nossa omissão para com quem sofre.

O sacerdote e o levita ignoraram ao ferido, pois, tinham “deveres” religiosos a espera.

Ora, meus interesses posso cuidar quando quiser; mas, as cargas do próximo nem sempre estão próximas; quando estiverem, um pouco, são minhas.

segunda-feira, 24 de agosto de 2020

Somos Psicopatas?


Deparei com um vídeo de “Elias Obeid Artista”. Cujo título é “Toda religião é uma psicopatia.” (doença de alma)

Agravou todos os credos; acusou a religião de tolher nossa atuação como cidadãos que fazem valer seus direitos, pois, ante um agravo sofrido, atribuímos aquilo aos espíritos não a quem nos maltrata; afirmou: “Religião é um empecilho para a evolução humana”.

Citou algumas nuances da crença espírita, mas se deteve mais sobre o cristianismo; de Cristo disse que o respeita como Xamã, (curandeiro) mas blasfemou Dele como Mestre, sobretudo, ridicularizou o ensino sobre dar a outra face.

Segundo ele, ínfima minoria detém a maior parte das riquezas da Terra; a solução seria uma revolução que tomasse essas riquezas e as distribuísse igualmente.

Paulo desafiou que surgisse uma cabeça pensante capaz de propor soluções, fazer as grandes perguntas que, respondidas colocariam a humanidade na senda da sabedoria. “Onde está o sábio? Onde está o escriba? Onde está o inquiridor deste século...” I Cor 1;20

Com uns dois milênios de atraso, enfim, surgiu o homem apto a colocar a nave Terra na devida rota; pena que Paulo não possa ver.

Contudo, verificada a coisa com algum critério surgem problemas. Temeridade filosófica; erro de perspectiva; de método; por ignorância histórica e antropológica.

A temeridade filosófica= Não é próprio de um filósofo fazer afirmações categóricas sobre aquilo que desconhece; um dos grandes, Aristóteles dizia: “A pior forma de desigualdade é considerar iguais, aos que são diferentes.”

A única crença que pode ser chamada de religião, no sentido étnico da palavra, (que religa homem e Deus) é na Pessoa Bendita de Cristo.

Essa ensina que todas as outras são falsas, “Ninguém vem a Pai senão por mim;” disse O Senhor; dos deuses alternativos fala também; “...fazei bem, ou fazei mal, para que nos assombremos, juntamente o vejamos. Eis que sois menos do que nada; vossa obra é menos do que nada...” Is 41;23 e 24

Portanto, colocar todas as religiões no mesmo balaio é maldade ou estupidez.

A perspectiva= Nunca foi parte dos ensinos de Cristo nem de Seus seguidores a proposição de um “mundo melhor”; O mundo sempre foi apresentado como principado usurpado de Satã, que jaz no maligno, está condenado e, em tempo será julgado; os veros servos de Deus são estrangeiros, embaixadores, peregrinos nele com missão de salvar almas mediante o Evangelho, não o planeta.

Portanto, julgar ao cristianismo porque ele não faz o que não se propõe a fazer, soa mais como elogio que crítica.

O método= Invés de argumentos verazes e demonstração de lapsos doutrinários parte para ofensas e blasfêmias com uma “hermenêutica” rasa, tosca em flagrante inaptidão para interpretar textos; ora, oferecer a outra face é uma figura de linguagem para “Dar nova oportunidade” a quem falhou conosco; o cristianismo sadio não considera toda a maldade como possessão; isso é exceção, não regra; e adverte aos maus que prestarão contas por seus feitos.

Somos desafiados e vencer o mal com o bem numa intenção de emular ao arrependimento, “amontoar brasas sobre suas cabeças” não porque sejamos sub-cidadãos.

Ignorância histórica e antropológica= Acaso o ilustre nunca ouviu falar sobre “Revolução socialista” e que a “Religião é o ópio do povo”?

Essas bostas já foram ditas por Karl Marx em meados de 1800. Ah, mas ele sabe disso! Então por quê não assume abertamente que seu discurso é só mais do mesmo do velho lixo comunista ateísta? Tal foi experimentado em mais de sessenta países; em nenhum logrou o teórico e prometido igualitarismo a tal, “justiça social”? Sempre acabou em tirania, ditadura, enriquecimento dos cabeças e miséria do povo, com milhões de mortes de opositores.

Propor isso deriva da ignorância antropológica; sobre o ser e o agir do ser humano sem Deus. Quando quer cooptar idiotas úteis esse promete liberdade, igualdade, o cacete. Quando um naco de poder está em suas mãos se revela apenas um diabo encarnado que joga com vidas, sentimentos, e direitos alheios em prol de suas cobiças doentias. Mas a psicopatia é a religião, claro!!

Não que eu defenda religiões que nada valem; mas, desagravo a Cristo e Sua Doutrina, pois essa transforma quem a ouve. Não prioriza os males sociais, ainda que aconselha eventual socorro onde necessário.

Como todos os males que assomam na terra derivam dos corações humanos, nos que se deixam persuadir o Médico dos Médicos faz o necessário transplante. “Dar-vos-ei um coração novo, porei dentro de vós um espírito novo...” Ez 36;26

Feito isso, trabalhamos não por um mundo melhor, mas, por um Reino que por agora, não é desse mundo.

Sim há muitas almas doentes; pecados, ignorância, presunção... quando lobos virarem ruminantes teremos um mundo melhor com essa “matéria prima”...

domingo, 23 de agosto de 2020

A Luz da Lei


“...que é que o Senhor teu Deus pede de ti, senão... Que guardes os mandamentos do Senhor, seus estatutos, que hoje te ordeno, para teu bem?” Deut 10;12 e 13

A Lei, não visa restringir-nos coisas boas, ou deixar patente quem manda, como se atentasse a algum capricho Divino; no fundo, as cercas que nos limitam visam nos proteger, não, tolher algo bom. “... te ordeno para teu bem.”

Sempre oportuna a oração do salmista: “Abre Tu meus olhos, para que veja as maravilhas da Tua Lei.” Sal 119;18

Disse mais: “A lei do Senhor é perfeita, refrigera a alma; o testemunho do Senhor é fiel, dá sabedoria aos símplices.
Os preceitos do Senhor são retos e alegram o coração; o mandamento do Senhor é puro, ilumina os olhos.” Sal 19;7 e 8


Quando aludo à Lei do Senhor, entretanto, não me refiro aos Dez mandamentos que na Nova Aliança, foram reduzidos por Cristo a dois; Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.

Encerrando Seus ensinos comissionou Seus servos a fazer discípulos dentre toda a criatura, “Ensinando-os a guardar todas as coisas que Eu vos tenho mandado;” Mat 28;20

Então, por Lei do Senhor tenho como alvo todos os preceitos da doutrina de Cristo.

Acaso um pai que vete más companhias, vícios aos filhos estará sendo caprichoso, ou amoroso? Normalmente as restrições incomodam ao homem natural porque ele busca as digitais do “bom”, onde deveria buscar o bem.

O alvo Divino é outro; “Sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo Seu propósito.” Rom 8;28

O Salvador ensinou: “No mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo...” Deixou claro que nosso desafio é a perseguição do bem sem desanimar, crucificando ao bom; suportarmos assédios do fácil, pela busca constante do valioso. Ou, por acaso pecar não muito mais fácil que obedecer?

Quando Paulo cotejou a situação dos convertidos romanos com seu passado sem compromisso, “Porque quando éreis servos do pecado estáveis livres da justiça”, não perguntou se lhes fora bom viver daquela forma; mas, onde as escolhas pretéritas os tinham conduzido; “que fruto tínheis então, das coisas que agora (em Cristo) vos envergonhais?” Rom 6;20 e 21 Se, sua vida sem restrições lhes fora mais fácil, os conduzira à vergonha, não à salvação.

A excelência do caminho reside mais no alvo, na chegada, que na facilidade do percurso; “A doutrina do sábio é uma fonte de vida para desviar dos laços da morte.” Prov 13;14

Paulo usou as privações voluntárias e disciplinadas de um atleta como exemplo; “Todo aquele que luta de tudo se abstém; eles o fazem para alcançar uma coroa corruptível; nós, porém, uma incorruptível. Pois, assim corro, não como a coisa incerta; assim combato, não como batendo no ar. Antes subjugo meu corpo, o reduzo à servidão, para que, pregando aos outros, eu mesmo não venha de alguma maneira ficar reprovado.” I Cor 9;27

O que é um falso profeta, senão um ensinador do “bom”, onde deveria prescrever o bem? “... cometem adultérios, andam com falsidade, fortalecem as mãos dos malfeitores, para que não se convertam da sua maldade...” Jr 23;14

“... fortalecem as mãos dos malfeitores...” Invés de exortar pecadores ao arrependimento aprovam seus descaminhos, atentando mais à aceitação humana que à Divina.

Um profeta idôneo os desafiaria a mudar de rumos; “Se, estivessem estado no Meu Conselho, então teriam feito Meu povo ouvir Minhas Palavras; o teriam feito voltar do seu mau caminho, da maldade das suas ações.” Jr 23;22

A aperfeiçoamento espiritual tencionado não é uma escalada em “conquistas” do bom, mas uma ampliação no discernimento do bem. “O mantimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm os sentidos exercitados para discernir tanto o bem, quanto o mal.” Heb 5;14

Não que O Eterno tenha algo contra prazeres, alegrias; apenas, em Sua Sabedoria faz distinção necessária entre a época do plantio e a da colheita. Pois, “Tudo tem seu tempo determinado; há tempo para todo propósito debaixo do céu... tempo de plantar, tempo de arrancar o que se plantou;” Ecl 3;1 e 2

O tempo onde toda a lágrima será enxugada é futuro. Agora concorrem aflições “Os que semeiam em lágrimas segarão com alegria.” Sal 126;5

Se fosse possível plantar uma coisa e ceifar outra... Sobre nossas escolhas também pesa o determinismo biológico; “reproduzam conforme sua espécie.”

“Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; tudo o que o homem semear, isso também ceifará. Porque o que semeia na carne, da carne ceifará corrupção; mas o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará vida eterna.” Gál 6;7 e 8

sábado, 22 de agosto de 2020

A Nossa "Mulher Adúltera"


“Vendo todos isto, murmuravam, dizendo que entrara para ser hóspede de um homem pecador.” Luc 19;7

Isso quando Jesus disse que lhe convinha pousar na casa de Zaqueu, o publicano.

Uma questão: Havia alguns que não eram pecadores, com os quais seria lícito pernoitar, ou, ninguém poderia dormir fora de casa?

Numa sociedade moralista e hipócrita, o conceito de pecado era absurdamente superficial. Prostitutas e publicanos, principalmente; os demais, religiosos sobretudo, eram todos “do bem”; se, Jesus tivesse pernoitado na casa de um dos que depois O entregariam para ser crucificado estaria “tudo certo”; o Mestre errou o endereço, parece.

Ora, quando conceituo como pecado simplesmente as coisas que não gosto, enquanto acarinho no íntimo meus desatinos favoritos, é a “Bíblia” do Diabo minha diretriz, não a Bendita Palavra de Deus. Lá diz: “Vós sereis como Deus decidindo o bem e o mal.”

O episódio da mulher adúltera que foi levada ao Senhor, o Qual, delegou o veredicto ao júri popular, com a condição que só executasse a pena quem não tivesse pecados, deveria nos ensinar algo. Paulo ensina, aliás; “Porque, se julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados.” I Cor 11;31

Óbvio que julgar a si mesmo não é decidir de modo autônomo sobre o que é bem, e o que é mal; essa é dica da oposição. O contexto da frase é a celebração da Ceia do Senhor, o que implica cada um analisar a si mesmo segundo Sua Palavra, não as próprias predileções.

Afinal, o pecado tanto é pecado quando me dá prazer, quanto, quando me dá asco. Pois, para O Santíssimo enseja a segunda sensação sempre, jamais dá alguma alegria Àquele que “É tão puro de olhos que não pode ver o mal...” Hc 1;13

O “não julgueis”, biombo atrás do qual se tentam esconder tantos melindrosos ante a mensagem, não equivale a “não pregueis a Palavra”, como querem fazer parecer. Essa não é o meu juízo, antes, do Senhor; quando prego-a julga a mim também, pela mesma medida.

Há um grande diferença entre pretender ser fonte de algo, ou mero canal para fluxo d’outra fonte; um obreiro idôneo é, por assim dizer, uma extensão do Senhor, à medida que deixa patente Seus Juízos; “Porque os lábios do sacerdote devem guardar o conhecimento, da sua boca devem os homens buscar a lei porque ele é mensageiro do Senhor dos Exércitos.” Mal 2;7

O episódio da mulher adúltera é convenientemente pervertido em seu significado, como se pretendesse que cada um, seguisse pecando e não “se metesse na vida alheia”; “atire a primeira pedra quem não tem pecados” se canta em prosa e verso após aberrações, como adultério, até.

Se, é vero que O Salvador sempre foi leniente, perdoador, também é que, nunca tratou pecado por outro nome menos “ofensivo”; “Perdoados estão os teus pecados; vá e não peques mais!” eram suas abordagens usuais.

Quando desafiou aos “sem pecado” a atirarem a primeira pedra, fez duas coisas concomitantes; primeira: Expôs a hipocrisia dos que, zelosos contra terceiros ignoram aos próprios erros; segunda: Estabeleceu prioridade para nossa aplicação do Juízo Divino. Primeiro nossos erros, depois os de terceiros.

O que noutra parte disse de modo explícito; “Como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, estando uma trave no teu? Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho, então cuidarás em tirar o argueiro do olho do teu irmão.” Mat 7;4 e 5

O “Também Eu não te condeno” frase do Salvador à mulher aquela, já deparei com “interpretações” blasfemas insinuando que Jesus estaria “confessando pecados”, por isso não a poderia julgar. A Palavra de Deus verte por homens idôneos, não pelos Dan Browns da vida.

Não julgou porque não era essa, então, Sua Missão; “Porque Deus enviou Seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por Ele.” Jo 3;16

Entretanto, virá outra vez, agora como Juiz, não mais como Salvador; as mesmas coisas que ensinou serão os parâmetros do julgamento; “Quem me rejeitar, não receber Minhas Palavras, já tem quem o julgue; a Palavra que tenho pregado, essa o há de julgar no último dia.” Jo 12;48

Ainda convém ao Senhor se hospedar com pecadores como Zaqueu. Não que tenha algum apreço pelo pecado, mas ama suas vítimas a tal ponto, que deu-se em resgate por elas; só seguirá refém do sequestrador mor, quem amar os pecados mais que a vida.

Ante tal demonstração de misericórdia, amor, Zaqueu comoveu-se rumo ao arrependimento.

No fundo, nossa alma viciada em pecados é a “mulher adúltera” que, mais que apedrejada deve ser crucificada. Feito isso, o Senhor também lhe dirá. “Não te condeno, não peques mais.”

quinta-feira, 20 de agosto de 2020

As riquezas ignoradas


“... me foi dada esta graça de anunciar entre os gentios, por meio do evangelho, as riquezas incompreensíveis de Cristo” Ef 3;8

Falar das riquezas de Cristo, desejá-las, sentir-se partícipe delas, quem não quer?

Não são nada módicas, aliás; “... estejam unidos em amor, enriquecidos na plenitude da inteligência, para conhecimento do mistério de Deus Pai, e Cristo, em quem estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e ciência.” Col 2;2 e 3

Contudo, quando a condição para participar disso é posta, “... por meio do Evangelho...” a coisa muda de figura. Pois, o Evangelho tem algumas nuances desagradáveis ao homem natural.

Se, traz a alentadora notícia do amor imensurável de Deus, a ponto de dar Seu Filho para nosso resgate; a correspondência necessária desafia-nos a crucificarmos o que de mais amado temos, o ego; “negue a si mesmo, tome sua cruz e siga-me.” Correr atrás de riquezas é muito fácil.

Porém, tais, para nós seriam bens materiais, com quais construiríamos nossos impérios particulares, alheios ao Reino de Deus. No entanto, os tesouros aludidos mencionam “sabedoria e ciência”, não prata, ouro, ou outros metais quaisquer.

Afinal, se a condição indispensável ao ingresso no Reino é o “negue-se”, as riquezas em apreço já não podem ser as minhas, mas as que O Rei prescreve. Se vou atrás dos meus “valores”, que tipo de renúncia pratico?

A sabedoria discursa sobre valores em “causa própria”; “Aceitai minha correção, não a prata; e conhecimento, mais que o ouro fino escolhido. Porque melhor é a sabedoria que os rubis; tudo o que mais se deseja não se pode comparar com ela. Eu, a sabedoria, habito com a prudência; acho o conhecimento dos conselhos. O temor do Senhor é odiar o mal; soberba, arrogância, mau caminho e boca perversa, eu odeio. Meu é o conselho, a verdadeira sabedoria; sou o entendimento; minha é a fortaleza.” Prov 8;10 a 14

Quando mencionam o dito do Salvador, que veio para que tivéssemos vida e vida em abundância, “convenientemente” os que apreciam o casulo mais que a borboleta, pervertem a interpretação para que coisa signifique, vida com fatura.

A abundância prometida é de vida, não de coisas. Paulo amplia: “Tendo, porém, sustento, e com que nos cobrirmos, estejamos com isso contentes. Mas os que querem ser ricos caem em tentação; em laço e muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína. Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda espécie de males; nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e traspassaram a si mesmos com muitas dores.” I Tim 6;8 a 10

Vejo seguido uns dizendo que esse foi um ano perdido; referindo-se às restrições de diversão. Eis o seu conceito de “vida!” Porém, no meio desses males todos, muitos se acham; reconciliam com O Príncipe da vida; daí não se trata de mero ano, mas de uma vida toda ganha.

A sabedoria espiritual nunca desfila na passarela das cobiças naturais trajando um modelo para se ganhar dinheiro ou prazeres; antes, por ser muito mais excelente que quaisquer metais, seu “produto” é superior também; “Porque a sabedoria serve de sombra, como de sombra serve o dinheiro; mas a excelência do conhecimento é que a sabedoria dá vida ao seu possuidor.” Ecl 7;12

Então, se, as riquezas de Cristo mediante o Evangelho são “tesouros de sabedoria e ciência” que atinam à vida não às coisas, qualquer um pode ser enriquecido; se, invés dos pregoeiros das moedas ouvir aos que apregoam o genuíno Evangelho.

Se, vulgarmente se diz, reverberando a Maquiavel que “os fins justificam os meios”, nas coisas atinentes ao Reino de Deus, esse Nobre Fim, restringe os meios. “Entrai pela porta estreita...” Mat 7;13

Spurgeon dizia: “Ninguém é obrigado a se dizer cristão; mas, se o fizer, diga e se garanta.” Ou seja: Porte-se como tal.

Alguns incautos presumem que a “porta estreita” seja a igreja. Frequentar uma igreja te faz tão “cristão”, quanto, morar numa garagem te transformaria em carro.

A porta estreita é a cruz; renúncia das tendências naturais nocivas pelos valores do Reino. “Os que são de Cristo crucificaram a carne com suas paixões e concupiscências.” Gál 5;24

Enfim, as riquezas de Cristo estão ao alcance de qualquer um; entretanto, assim como a tempestade testa a resistência de uma casa, as provações testam-nos a fé; “A obra de cada um se manifestará; na verdade o dia a declarará, porque pelo fogo será descoberta; e o fogo provará qual é a obra de cada um.” I Cor 3;13

E, o “fogo” só é uma ameaça para quem o sofre sem Deus; não, os enriquecidos Nele; “... Estarei contigo... quando passares pelo fogo, não te queimarás...” Is 43;2