Um espaço para exposição de ideias basicamente sobre a fé cristã, tendo os acontecimentos atuais como pano de fundo. A Bíblia, o padrão; interpretação honesta, o meio; pessoas, o fim.
terça-feira, 18 de agosto de 2020
O Cobertor curto
“As coisas encobertas pertencem ao Senhor nosso Deus, porém, as reveladas pertencem a nós e nossos filhos para sempre, para que cumpramos todas palavras desta Lei.” Deut 29;29
Quando ouvimos que as coisas encobertas pertencem a Deus, muitas vezes passamos por alto; quiçá, nos permitimos uma inquietação superficial.
Ele saberia das amplitudes cósmicas, se há mais planetas habitáveis, extraterrestres, estrelas, galáxias... Nós outros saberíamos das coisas do nosso mundinho. Será? Digo, será que é assim que se interpreta?
Se, “há muito mais entre o Céu e a Terra do que supõe nossa vã filosofia”, também há muito mais coisas encobertas, que supõe nossa presunção de conhecimento.
As coisas reveladas, no contexto, eram as palavras ensinadas mediante Moisés; os Dez Mandamentos e seus desdobramentos em mais de seis centenas de variáveis. “Pertencia-lhes” para cumprir, não como um contingente autônomo de conhecimento.
As encobertas, invés de precisarmos uma nave “Enterprise” para a “jornada nas estrelas” como imaginado pelo cinema, estão muito mais perto que ousaríamos supor.
“A glória de Deus está nas coisas encobertas; mas, a honra dos reis em descobri-las.” Prov 25;2
Se, podem ser descobertas, então as que nos interessam não estão na estratosfera, no espaço; mas, em nosso existenciário mesmo.
A tendência de quem age mal é, acusado pela consciência, tentar ocultar, invés de corrigir; salvas felizes e raras exceções. Por isso, aliás, os coevos Dele mantinham distância do Salvador. “Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz...” Jo 3;20
Ainda que possamos, como os gatos, cavar e esconder nossas... “obras”, diante de Deus não funciona; nosso “escuro” é nosso, não Dele. “O espírito do homem é a lâmpada do Senhor, que esquadrinha todo interior; até o mais íntimo do ventre.” Prov 20;27
A função da Palavra do Senhor, que atua em consórcio com Seu Espírito é acender essa “Lâmpada” para que nossas coisas encobertas sejam tratadas; se, não preferirmos que sigam enfermas, nossas almas.
“Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, mais penetrante do que espada alguma de dois gumes; penetra até à divisão da alma e espírito, das juntas e medulas; é apta para discernir pensamentos e intenções do coração. Não há criatura alguma encoberta diante Dele; antes todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos Daquele com quem temos de tratar.” Heb 4;12 e 13
Quem tiver honestidade interior, além de assumir os erros que sabe que praticou, ainda suspeitará que sua ignorância seja maior que a honestidade; que poderia albergar erros ocultos de si mesmo, e orará como Davi. “Quem pode entender seus erros? Expurga-me Tu dos que me são ocultos.” Salm 19;12
Há coisas ignoradas à exaustão, muito além dos nossos erros, conhecidos ou não. Aquilo que, presumimos como “coisas reveladas” pelas aparências, muitas vezes é apenas o disfarce das encobertas que, vindo à luz ensejam grandes decepções, onde pareciam habitar as mais ricas bênçãos.
Por causa desse lapso, a observação que não sabemos orar como convém, a menos que O Espírito ore em nós; daí o conselho de, uma vez feitas nossas petições, anexarmos a ressalva aquela: “Todavia, não seja como Eu quero; mas, como tu queres.”
Vai que a água onde peço para nadar tem crocodilos e não sei... Os que “Determinam, ordenam, decretam” coisas foram devorados há muito pelos monstros da presunção blasfema e da ignorância espiritual.
É nessa dimensão, onde o vero ser das coisas nos escapa, que entram os “olhos da Fé”; esses não ensejam ver, mas confiar irrestritamente Naquele que tudo vê.
Às vezes Deus permite que deixemos nossos “esqueletos” no armário por muito tempo; não conseguindo nos persuadir ao arrependimento, resta-lhe o juízo que nos descobre e humilha. “Estas coisas tens feito, e me calei; pensavas que era tal como tu, mas te arguirei, e as porei por ordem diante dos teus olhos.” Sal 50;21 Pois, “O homem que muitas vezes repreendido endurece a cerviz, de repente será destruído sem que haja remédio.” Prov 29;1
Quando demanda arrependimento e confissão dos que ama, O Senhor não busca com essa “delação premiada” descobrir algo; antes, despertar-nos ao amor pela verdade que liberta, mesmo que, eventualmente envergonhe.
Quem esconde seus erros, no fundo é um traidor de si mesmo em consócio com o Capeta que lhe persuade ao engano. “Quem encobre suas transgressões nunca prosperará, mas o que as confessa e deixa, alcançará misericórdia.” Prov 28;13
Dizem que o avestruz esconde a cabeça na areia ao ser ameaçado e se sente “seguro”; parábola viva de tantos pecadores. Daquele se depreende certa inocência, pois, “Deus o privou de sabedoria, não lhe deu entendimento.” Jó 39;17
Dos Filhos Deus espera mais; “Filho meu, se teu coração for sábio, alegrar-se-á o meu...” Prov 23;15
domingo, 16 de agosto de 2020
Não conta a minha astúcia
“Porque a sabedoria deste mundo é loucura diante de Deus; pois está escrito: Ele apanha os sábios na sua própria astúcia.” I Cr 3;19
Se, aparentemente temos uma linguagem ambígua aqui, que, ora predica os mesmos sujeitos como sábios, outra, como astutos, também temos uma dupla arena onde são avaliados; “Neste mundo e diante de Deus.”
Assim, aquilo que o mundo aquilata como sabedoria, aos Olhos Divinos não passa de astúcia; e, embora ambas tenham alguns traços em comum, nos reflexos que geram, são coisas bem distintas.
Mas, onde reside a fronteira entre elas? Digo, onde uma pretensa luz deixa de ser sabedoria para cair na astúcia?
Bem, eu diria que a astúcia reside em certa habilidade, aptidão para os meios, enquanto a excelência da sabedoria habita na nobreza dos fins.
Se, a astúcia pode prevalecer até pelo engano, a sabedoria só se firma pela essência. “São justas todas palavras da minha boca: não há nelas nenhuma coisa tortuosa nem pervertida. Todas elas são retas para aquele que as entende bem, justas para os que acham conhecimento. Aceitai minha correção, não a prata; o conhecimento, mais que o ouro fino escolhido. Porque melhor é a sabedoria que os rubis; tudo o que mais se deseja não se pode comparar com ela.” Prov 8;8 a 11
Usar a habilidade de entendimento para fins vis invés de nobres, é a “luz” entenebrecida; a prostituição do saber dobrando resistências a serviço da maldade; um simulacro de rocha, de isopor, flutuando sobre o pântano fétido de interesses rasos.
Se O Eterno É leniente para com a ignorância, “não toma em conta seus tempos” no dito de Paulo, É mui zeloso com a luz pervertida a serviço do mal.
Por isso, a severidade do juízo para com os que enxergam mais longe. “... muitos de vós não sejam mestres, sabendo que receberemos mais duro juízo.” Tg 3;1
Logo, o inferno está mais perto de um charlatão, um falso profeta, do que de um assassino que ainda poderá se arrepender em tempo.
O Salvador também apreciou de passagem aos ser dos astutos; “... portanto, a luz que em ti há são trevas, quão grandes serão tais trevas!” Mat 6;23 Muito mais culpado o cego voluntário, que o impossibilitado de ver, óbvio!
Lembro um vídeo do Padre Paulo Ricardo, onde ele denunciava infiltrações comunistas no catolicismo; dizia mais ou menos o seguinte: “Queres conhecer as motivações, intenções de alguém? Observe contra o quê, ele está combatendo.” Se combate contra o pecado, (interpreto) é cristão; mas, se invés disto dilui a coisa em males sociais, e dirige contra o liberalismo e o capitalismo suas diatribes, é só um comunista imiscuído.
Bem, para afeito de escrutínio entre astúcia e sabedoria esse conselho pode servir; pois, “Não há sabedoria, nem inteligência, nem conselho contra o Senhor.” Prov 21;30
Então, quem lutar contra O Senhor, seja diretamente, seja contra Sua Palavra, Ensinos, Seus servos, Seus valores, não está a serviço da sabedoria; no máximo, da astúcia.
Falando das nossas armas, aliás, Paulo as disse eficazes para combater aí; “Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas poderosas em Deus para destruição das fortalezas; destruindo conselhos, e toda a altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus; levando cativo todo entendimento à obediência de Cristo;” II Cor 10;4 e 5
Por isso os príncipes do Sinédrio que decidiram entregar O Salvador aos romanos para “salvar” sua situação, nunca poderiam ser avaliados como sábios, coisa que o mesmo Paulo fez, justo no contexto do verso inicial desse tratado. “Falamos sabedoria de Deus, oculta em mistério, a qual Deus ordenou antes dos séculos para nossa glória; a qual nenhum dos príncipes deste mundo conheceu; porque, se a conhecessem, nunca crucificariam ao Senhor da Glória.” I Cor 2;7 e 8
A sabedoria é muito mais um estado de espírito, um princípio, que um contingente; “O temor do Senhor é o princípio do conhecimento; os loucos desprezam a sabedoria e a instrução.” Prov 1;7
Quem está de posse disso é sábio em princípio; sabedor de Quem é O Senhor, e que é carente de saber mais, invés da presunção espinhosa que recusa conselhos, postura do “sábio aos próprios olhos”, esse é ensinável; “Dá instrução ao sábio, ele se fará mais sábio; ensina o justo, ele aumentará em doutrina.” Prov 9;9
O sábio não é um intelecto brilhante; antes, um iluminado pelo espírito Santo, rumo a um alvo que brilha.
“Os que forem sábios resplandecerão como o fulgor do firmamento; os que a muitos ‘ensinam a justiça’, como as estrelas, sempre, eternamente.”
Eles não têm potenciais seus; são bênçãos do Todo Poderoso em busca de um fim excelente; ensinar Sua Justiça.
sábado, 15 de agosto de 2020
As mortes de papel
No tempo em que os cachorros mijavam nos postes; digo, quando as coisas atinentes à coerência, verdade, lógica, bom siso, etc. ainda tinham valor, a vida era mais fácil de ser vivida, entendida. Os pais sabiam mais que os filhos, Balaão era o profeta e a mula não falava nada.
Agora que grassa a pandemia da hipocrisia, do cinismo, na era da pós verdade, onde narrativas fajutas deixam as masmorras e sobem na mesa, as palavras já não fazem sentido.
Os valores esmaecidos, aos poucos deixam cair seus quadros, outrora excelsos, que pendiam nas paredes do tempo. Argumentos lógicos e coerentes no lixo, e as paixões doentias empunhando o timão do desgovernado Titanic da humanidade.
Antes, quando um médico tinha que falar com um paciente terminal, não raro depois de o medicar o tranquilizava dizendo: “Você vai ficar bem”, mesmo não sendo assim; pois, via num estado de ânimo elevado mais vantagem que o oposto, e contava pequenas “mentiras” pra não agravar ao que já era grave.
Agora, a imprensa prostituta e todos os “Urubulinos” do Mecanismo corrupto que sempre nos roubou, comemoram as presumidas 100 mil mortes que querem lançar no colo do Presidente, cujos poderes confiscaram via STF, e cujos conselhos pró abertura parcial da economia temendo desemprego, e medicação desde cedo via cloroquina, foram veementemente atacados, boicotados, rejeitados, por ser “anticientífico;” esses mesmos que não veem problema nenhum na legalização das drogas.
Dados oficiais das agências onde se emitem certidões de óbito dizem que o número de mortes não aumentou nada de um ano para outro no mesmo período, malgrado a “matança” exponencial do famigerado vírus.
Se em determinado período analisado houve aproximadamente 110 mil mortes, e nesse ano tivemos mais cem mil, mantida a incidência deveríamos ter por volta de 200 mil, contando algumas variáveis de gente que morreu de uma causa e morreria igualmente de outra.
Se, a imprensa fosse ao essencial apenas, para não assustar, como o médico aquele; mas, prefere inflacionar o número de mortos, trabalhar por alarmismo e histeria, invés de fatos; (fatos aliás escondidos como a autópsia de muitos italianos que malgrado o diagnóstico de vírus morreram de outras causas e foi ignorado) quais valores ou objetivos pretende defender?
A própria OMS, ora quer isolamento, outra não; ora exige máscaras para todos, outra só para profissionais da saúde; uma hora teremos vacina chinesa, russa, israelense, finalmente, americana. Por quê essa barulheira toda desconexa, contraproducente e alarmista?
Aos poucos as digitais do capeta começam a aparecer na lupa das “soluções” propostas. Muitos líderes internacionais já defendem que problemas globais demandam um Governo Global para resolver. Bingo!!
Esses canalhas defensores do governo único, a Nova Ordem Mundial detêm quase todos os veículos de comunicação; são eles os feitores desse escarcéu todo.
Não que a doença não exista, mas é tratável e seus danos não chegam a 5 % do que tem sido apregoado por essa corja de canalhas que jogam com vidas como se fossem meras coisas ao dispor de suas cobiças desmedidas pelo poder.
É como se tivéssemos a cura do câncer, dos infartos, dengue, broncopneumonia, etc. afinal, não se morre mais dessas coisas só do bichinho aquele. Patifes!!
Não fossem os caminhos alternativos à informação, as possibilidades via NET, e seríamos reféns desses biltres que nos fariam gato e sapato. Sabem os que conhecem as Escrituras Sagradas, que o império global do Capeta é inevitável; Deus permitirá; em seu tempo irá acontecer.
Entretanto, é nosso papel resistir, tanto quanto possível; pois, se o capeta fará uma sucursal do Inferno aqui, que o faça sem nossa cooperação, com nossa oposição, aliás.
Portanto, não contem comigo para a função que eles mesmos chamam de “idiota útil” aqueles que, por eles manipulados acabam reverberando seus desejos, dos pretensos donos do mundo.
Recuso-me a posar de máscara e postar nas redes, ou ecoar seu chavão friamente calculado: “Proteja quem você ama! Fique em casa”. Eu amo à verdade e viso protegê-la rasgando às vestes da mentira, mesmo as forjadas com a seda dos sofismas.
Algumas regrinhas deveriam ser básicas para quem se atreve a pensar de fora da caixa; o que é bom para a esquerda e para a Globo, não presta para o país.
Ademais, valores espirituais eternos estão em jogo; embora aos mais sonolentos a coisa não passe de inclinação ideológica ou opção política, no fundo, dados os valores em jogo, trata-se de optar entre luz ou trevas, vida ou morte, verdade ou mentira, Jesus ou o Capeta.
Não que a direita seja de convertidos exemplares; mas, os valores conservadores se alinham aos preceitos de Deus. Me recuso a esposar qualquer valor ou prática que exalte ao traidor. Ele não!!!
Vendo no escuro
“Porque Deus não sobrecarrega o homem mais do que é justo, para o fazer ir a juízo diante Dele.” Jó 34;23
Aparentemente, uma contradição aqui; dado que o Mesmo Senhor testificara que Jó era “sincero, reto, temente a Deus e que se desviava do mal”, as perdas, de bens, familiares, saúde, reputação, pelas quais passava, soavam necessariamente, como sobrecarga, peso excessivo. Que raio de juízo era aquele, que dava ao justo a sorte dos ímpios?
A ideia corrente passava ao largo disso; “Eis que Deus não rejeitará ao reto; nem toma pela mão aos malfeitores;” cap 8;20
Tanto que, sempre que nos colocamos a meditar sobre o tema, “o sofrimento dos justos”, uma das primeiras coisas que assomam é a saga de Jó.
Diferente dos “batalhadores espirituais” modernos, ele não atribuía aquilo ao inimigo; antes, ao Senhor; “Quem não entende, por todas estas coisas, que a mão do Senhor fez isto? Na Sua Mão está a alma de tudo que vive; o espírito de toda carne humana.” Cap 12; vs 9 e 10
Embora, tenha sido a inveja do inimigo a causa, sem a permissão do Eterno nada aconteceria; então, estava certo em afirmar que aquilo tudo derivara da “Mão do Senhor”.
Sua convicção em seu relacionamento com O Santo era tal, que ousava expor a vida confiadamente; “Ainda que me mate, Nele esperarei; contudo, meus caminhos defenderei diante Dele. Também Ele será minha salvação; porém, o hipócrita não virá perante Ele.” Cap 13;15 e 16
Quando O Eterno finalmente decidiu falar com o infeliz, não o acusou de iniquidade, mas de ignorância; “Quem é este que escurece o conselho com palavras sem conhecimento?” cap 38;2
E ao emitir juízo de valor sobre o que fora dito, aos amigos de Jó O Senhor censurou, e validou os ditos dele; “... Meu servo Jó orará por vós; porque deveras a ele aceitarei, para que não vos trate conforme vossa loucura; porque vós não falastes de mim o que era reto como meu servo Jó.” Cap 42;8
Então, se o livro começa e acaba patenteando sua retidão, por quê aquela carga excessiva toda?
Porque embora estivesse no meio da tsunami, não era o “barco” de Jó o alvo. Tratava-se da luta milenar entre Deus e o inimigo. Esse defendendo interesses rasos, fisiológicos como motivo de adoração; enquanto, O Eterno pautando o relacionamento por valores espirituais, como, fidelidade, lealdade, temor, integridade...
Os que, como Edir Macedo e adjacências apregoam a tal “fé inteligente” que oferta coisinhas em demanda de coisonas, derivam essa “inteligência” dos valores defendidos pelo Capeta.
Quem estava sob julgamento não era o infeliz Jó, estritamente; mas, os valores que ele representava, em aposição aos argumentos fajutos do canhoto.
Quando O Eterno fez aquela série de perguntas, cujas respostas demandariam que Jó fosse muito maior que era para respondê-las, nas entrelinhas estava dizendo: Jó meu filho, bem sei de tua integridade, que és justo e temente, mas existem muitas coisas maiores que ignoras; por um pouco estou tratando dessas; então ele se refez; “... relatei o que não entendia; coisas que para mim eram inescrutáveis, e eu não entendia. Escuta-me, pois, e falarei; te perguntarei, e tu me ensinarás. Com o ouvir dos meus ouvidos ouvi, mas agora te veem meus olhos. Por isso me abomino, me arrependo no pó e na cinza.” Cap 42;3 a 6
Então, pontualmente O Criador tomou Seu servo “emprestado” para juízo do Capiroto e suas falácias; depois, julgou Seu servo como bem lhe pareceu; “... o Senhor virou o cativeiro de Jó, quando orava pelos seus amigos; o Senhor acrescentou, em dobro, tudo quanto Jó antes possuía.” Cap 42;10
Quando Deus demanda fé para um relacionamento agradável consigo, não o faz porque seja um Ser carente de afirmação, cujas carências seriam acalmadas pela nossa fé; antes, por Ser Eterno, Onisciente sabe de coisas que nos escapam; quando nos requer “firmes como quem vê o invisível”, nos deseja tornar aptos para o que Ele já está vendo; só Ele sabe onde nossas escolhas nos levam.
Notemos, finalmente, que o momento da mudança na história de Jó não foi quando se lamentava tentando entender aquilo; mas, “O Senhor virou o cativeiro de Jó quando orava pelos seus amigos...”
Esse é um sintoma de fé sadia; que, tendo encomendado a própria vida aos Divinos cuidados pode descansar nisso e se ocupar das necessidades alheias.
Quando não vir nada inteligível, explicável, como Jó, que veja a Deus; será o bastante; “Quem há entre vós que tema ao Senhor e ouça a voz do seu servo? Quando andar em trevas, não tiver luz nenhuma, confie no nome do Senhor, e firme-se sobre o seu Deus.” Is 50;10
quinta-feira, 13 de agosto de 2020
Estamos mesmo evoluindo?
“A terra... murcha... enfraquecem os mais altos do povo da terra... está contaminada por causa dos seus moradores...” Is 24;4 e 5
“... toda a criação geme, está juntamente com dores de parto até agora.” Rom 8;22
Tanto Isaías, quanto Paulo apresentam o planeta Terra em decrepitude, envelhecimento. Isso, à luz de um raciocínio lógico derruba duas crenças bastantes difusas; Evolucionismo e Espiritismo.
Embora o primeiro pretenda ser científico, o segundo espiritual, ambos os postulados se apoiam na mesma premissa; as coisas evoluem, seja uma espécie se transformando noutra superior; ou, espíritos sendo aperfeiçoados.
Quando refutamos à doutrina espírita citando porções bíblicas, como Isaías 8;19 e 20, ou, Hebreus 9;27, por exemplo, nos ridicularizam como fanáticos ineptos que levam um “mito ao pé da letra” forma jocosa para desfazer da lídima interpretação.
Eles se dizem filósofos; portanto, amantes do saber; não desceriam ao rés do chão desses primitivismos, a debater com insignificantes como nós.
Então, em respeito a esse argumento que já encontrei repetido em sua literatura, minhas objeções não serão bíblicas, não que isso seja nocivo, mas, como sua arena aceitável é filosófica, assim seja.
Um pensador, pré-socrático chamado Heráclito dizia: “Em questões filosóficas ou de fé, ninguém tem direito de dizer ao oponente; seu modo de ver/crer está errado porque se opõe ao meu, que é correto; pois, - ensinava - o outro poderá dizer a mesma coisa, o que arrastaria a questão, ao infinito. O falso deve ser demonstrado como tal, em si mesmo, não porque se opõe a outro que se presume verdadeiro.”
Não é literal; é forma que lembro, mas, asseguro que o teor é esse.
Desse modo, em atenção ao conselho dele tentarei refutar o que presumo errôneo, sem o valioso apoio da Bíblia.
Olhando para a vida sob qualquer prisma, artístico, filosófico, espiritual, político, qual a nossa percepção? Estamos evoluindo, ou, como rabo-de-cavalo, crescendo pra baixo?
A arte já nos deu Bethoven, Mozart, Camões, Aleijadinho, Homero... hoje temos Anitta, Vittar, Naldo, sertanejos “universitários", Ludmilla...
A filosofia, o citado Heráclito, Sócrates, Platão, Aristóteles, Kant... hoje temos algum que será lembrado daqui há trinta anos?
Não só a filosofia veraz hiberna, como a mera capacidade de pensar logica e coerentemente está ausente.
Temos pessoas zelosas por ovos de tartarugas à favor do assassinato de fetos; o “Meu corpo minhas regras” vale para o corpo da mãe, o nascituro que se dane; muitos são contra o uso de remédios eficazes que salvam vidas, e à favor da liberação de drogas letais. Um lenhador conseguiria emprego no Saara, antes que um desses aprendesse a coerência.
No âmbito espiritual tivemos John Bunyan, Charles Spurgeon, Sundar Sing, Jonathan Edwards... hoje temos Macedo, Santiago, Soares, Duque...
A política já deu Ruy Barbosa, Oswaldo Aranha, Deodoro da Fonseca... hoje temos Lula, Dilma, Rodrigo Maia... diga lá caro filósofo, são traços de evolução ou de apodrecimento?
Mais, segundo a doutrina espírita, os sofrimentos derivam dos ditos Karmas; dívidas de males feitos em vidas passadas, que as pessoas trazem ao nascer, para “pagar” nessa, a fim de serem purificadas.
Se há uma coisa em que o espiritismo concorda com o cristianismo, essa é no quesito caridade; necessidade de socorro.
Pois bem, o Pedrinho é um morador de rua que, em vidas passadas foi muito rico e egoísta; agora encarnou para ser mendigo e pagar suas culpas pretéritas.
Aí bate em minha porta pedindo comida, pleito que devo atender, pois, caridade é um princípio do ensino espírita. Mas, solícito nisso estarei fazendo bem a ele, ou mal?
Se, veio para sofrer e pagar suas culpas, amenizando sua dor não estarei atrapalhando seu pagamento? Pensando em lhe fazer um bem, lhe faço, no fundo, um mal?
Que doutrina é essa que, de um lado apregoa o valor purgatório do sofrimento, de outro aconselha que se estrague isso? Não sem razão, foi para filósofos atenienses que Paulo, ao apresentar a Cristo disse que “Deus não toma em conta os tempos da ignorância.”
Segundo ele, para ambas as fomes, de saber ou de vida, o “Pão é o Mesmo”. “Porque os judeus pedem sinal, e os gregos buscam sabedoria; mas nós pregamos a Cristo crucificado, que é escândalo para os judeus, e loucura para os gregos. Mas para os que são chamados, tanto judeus como gregos, lhes pregamos a Cristo, poder de Deus, e sabedoria de Deus.” I Cr 1;22 a 24
Nem gastei chumbo com Darwin, pois, após a descoberta do DNA, cabe a eles demonstrar que as mutações são possíveis, não a nós refutar ao inverossímil.
É mais fácil nos desprezar como ignaros e fanáticos, que tomar a espada dos argumentos e ousar no Coliseu das ideias, contra o Leão da Verdade.
A prostituição nossa de cada dia
“Assim farei cessar em ti a tua perversidade, a prostituição trazida da terra do Egito; não levantarás os teus olhos para eles, nem te lembrarás nunca mais do Egito.” Ez 23;27
O Eterno denunciando a prostituição de Israel; dizendo que ela seria entregue aos seus “clientes” os gentios, cuja idolatria imitava.
Havia múltiplos deuses no Egito. As dez pragas enviadas então, além de esmigalhar a arrogância de Faraó tinha uma função didática de ensinar a diferença entre O Todo Poderoso, e os bonecos humanos; por quê os deuses egípcios não os protegeram, se eram mesmo deuses? Os judeus deveriam ter refletido nessas coisas.
Entretanto, malgrado a inutilidade desses, deixada patente quando da Divina intervenção libertadora, um deles, o bezerro Ápis, parece que impressionava aos judeus, por alguma razão.
Tanto que, quando Moisés “demorou” a descer do Monte de Deus, os afoitos que queriam um deus palpável, visível para seu culto persuadiram Aarão a fazer uma réplica daquele; o famigerado Bezerro de Ouro.
Não obstante a punição exemplar com milhares de idólatras mortos, depois de estabelecidos na terra, atendendo a valores políticos invés de espirituais, Jeroboão, temendo que para cultuar no templo que ficara sob domínio de Roboão, o povo se voltasse àquele, tomou suas “providências”; “Assim o rei tomou conselho; fez dois bezerros de ouro e lhes disse: Muito trabalho vos será o subir a Jerusalém; vês aqui teus deuses, ó Israel, que te fizeram subir da terra do Egito. Pôs um em Betel, e outro em Dã. Este feito se tornou pecado; pois, o povo ia até Dã para adorar o bezerro.” I Rs 12;28 a 30
Notemos que, além do colocarem aquelas abominações como alternativas ao Altíssimo, ainda lhes deram os créditos pelos feitos do Senhor. “...deuses... que te fizeram subir da terra do Egito.”
Pensar que a divisão do reino, Israel com dez tribos e Judá com duas, se dera como juízo pela idolatria de Salomão, que atendendo a política também, vivera temendo mais aos homens que a Deus. Quem não aprende com erros históricos tende a repeti-los.
Noutra parte O Eterno deixa patente; “Eu Sou o Senhor; Este é Meu Nome; Minha Glória, pois, a outrem não Darei, nem Meu Louvor às imagens de escultura.” Is 42;8
Quando esse tema é abordado muitos católicos se ofendem como se fosse um ataque religioso; não é. Uma testemunha de Jesus, não precisa jurar com a mão sobre a Bíblia que irá dizer a verdade, tão somente a verdade, nada mais que a verdade. Ele não pode agir de outra forma; sabedor como disse Paulo, que, “Nada podemos contra a verdade, senão, pela verdade.” II Cor 13;8
Outro dia católicos tradicionais ardiam em zelo porque o “Papa Francisco” recebeu um ídolo indígena a tal Paccha Mama nos jardins do Vaticano. Vociferavam contra a idolatria do pontífice, tendo suas casas repletas de imagens. Qual a diferença?
“Esse é meu santinho de devoção, mas Deus é mesmo dizem.” O Mesmo que proibiu imagens de toda espécie; “Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não te encurvarás a elas nem as servirás...” Êx 20;4 e 5
Já li padres afirmando que as imagens “canônicas” são lícitas, pois, Deus mesmo mandou fazer uma serpente de metal e dois querubins sobre a Arca. Esse argumento prova exatamente o contrário; tanto era proibido fazer imagens, que só O Eterno ordenando pontualmente, para determinado fim, se faria. Isso não é defesa da verdade, mas sofisma.
Contudo, a idolatria é bem mais ampla que o culto de imagens. Temos muitos “Evangélicos” idólatras também. Os da prosperidade seu ídolo favorito é o dinheiro. Por esse fazem imagens da “Arca da Aliança” cruzes, portais, fetiches vários, mantos, lenços, lâmpadas, sal, óleo, rosa, etc. todos ídolos do mesmo quilate, tudo abominação diante do Altíssimo.
Havia uma disputa sobre o local correto para se cultuar, entre samaritanos e judeus; Aqueles o faziam no monte Gerizim os judeus no templo. A Samaritana questionou ao Salvador sobre o local certo e Ele apontou para o modo certo. “Nossos pais adoraram neste monte, e vós dizeis que é em Jerusalém o lugar onde se deve adorar... os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e verdade; porque o Pai procura tais que assim o adorem.” Jo 4;20 e 23
A única “Imagem” aceitável ante Deus é Cristo em nós. Não será visível em si mesma, mas nas consequências. Pois, invés de furtar à Glória de Deus, realça-a; “Resplandeça vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos Céus.” Mat 5;16
quarta-feira, 12 de agosto de 2020
Esqueletos nos Armários
“... Das minhas ofensas me lembro hoje;” Gen 41;9
Havia uma crise; Faraó sonhara algo que sabia ser relevante; nenhum dos seus conselheiros conseguia interpretar o sentido.
Então, o copeiro lembrou do prisioneiro José, que, dois anos antes, quando estivera preso com ele, aquele lhes interpretara corretamente a dois sonhos.
A que ofensa ele se referia? Prometera falar na casa real em defesa do preso inocente que o ajudara; “... lembra-te de mim, quando te for bem; rogo-te que uses comigo de compaixão, e faças menção de mim a Faraó; faze-me sair desta casa... O copeiro-mor, porém, não se lembrou de José, antes se esqueceu dele.” Vs 14 e 23
Geralmente em momentos de angústia somos solícitos, generosos; facilmente prometemos grandes coisas, para que sejamos livres do que, eventualmente, nos angustia; mesmo uma ninharia como a interpretação de um sonho; mas, passado o mau tempo e retornado o sol, nem sempre nos damos ao cuidado de honrarmos o que prometemos. “O telhado devemos reparar em dias de sol, não quando está chovendo.” Benjamin Franklin
Por isso O Salvador preceituou que nosso sim, deve ser sim; o não, não. Sendo o que for além disso, de procedência maligna.
Normalmente, quando pensamos em vencer a angústia são às suas dores que nos referimos; nem sempre, às tentações ao erro que essas mesmas dores podem induzir.
Salomão disse: “Se te mostrares fraco no dia da angústia é que tua força é pequena.” Prov 24;10
No entanto, usar palavras vãs, promessas fúteis para nos evadirmos a ela, não é vencê-las, mas, “acrescentar pecado a pecado,” no dito de Isaías. Como versa determinado hino da Harpa Cristã onde somos desafiados à valentia, essa engloba algo mais que triunfar às adversidades; “... a ti também vencer, sê valente!”
Há dois momentos cruciais em que nossas defesas estão fragilizadas; os angustiosos, por razões óbvias, e os de exaltação, algo não tão óbvio assim.
O que são as lisonjas, elogios desmedidos, bajulações, senão, tentações testando nossas defesas contra gente falsa que nos tenta enganar?
“Como o crisol é para a prata, o forno para o ouro, assim o homem é provado pelos louvores.” Prov 27;21
Normalmente não vemos assim, como uma prova, os elogios desmedidos. Embora sejam marcas digitais de hipocrisia, falsidade, nós incautos da silva os engolimos sem mastigar, como se fossem justas medidas de alheio reconhecimento ao nosso presumido valor.
Se na lógica mercante “quem desdenha quer comprar”, nas relações interpessoais, quem bajula quer enganar. Habacuque chegou a denunciar uns que além das bajulações faziam banquetes enganadores para descobrir segredos mediante o álcool; “Ai daquele que dá de beber ao seu companheiro! Ai de ti, que adiciona à bebida o teu furor, e o embebedas para ver sua nudez!” Hc 2;15
Às vezes a realidade precisa alguns acessórios para nos curar do torpor da nossa própria vaidade, para estabelecer diante de nós outra vez, a justa medida das coisas sem o inchaço do engano.
Ao falastrão Pedro que prometera ser fiel a Jesus mesmo à morte, o Salvador usou o canto do galo como acessório, e pontualmente expôs a fragilidade da qual ele nem desconfiava; no verso em apreço, o sonho do Faraó foi o “canto do galo” que acordou ao sonolento copeiro, para um lapso de caráter ao qual ele nem ligava, sequer percebia.
É infinito o manancial dos recursos do Pai; pode trazer insônia a Dario; um enigma “insolúvel” mediante Nabucodonosor, um leitor de crônicas perante Assuero... Qualquer coisa O Eterno usa, quando, para o bem da Sua Obra, alguma memória hibernante precisa ser desperta. A primavera de um fato novo tira o urso polar da sua letargia.
Uma máxima asiática diz que deveríamos escrever as ofensas recebidas na areia, e os benefícios na rocha. O que, outra coisa não é, senão, os preceitos do perdão e da gratidão desfilando com vestes poéticas.
Mas, quando sou eu o ofensor, não a vítima das ofensas, precisarei, como o Filho Pródigo, errar entre porcos para perceber o mal que fiz?
Numa geração doente como a atual, onde só é permitido elogios, o menor sinal de correção, ressalva, já soa a intromissão indevida, se Deus não fizer o “galo cantar” para mim, como não seguirei adormecido no confortável saco de dormir dos meus pecados?
Todos temos “esqueletos” no armário da memória e se o deixarmos fechado como se estivesse tudo bem, seguirá tudo mal; morreremos abraçados aos nossos erros, a menos que O Senhor nos desperte em tempo.
A verdade não nos embriaga para que a língua se solte; normalmente escava o “sítio arqueológico” dos nossos lapsos, para que os “ossos” passados permitam a compreensão da vida, e correção de rumos enquanto ainda dá.
Assinar:
Postagens (Atom)