Mostrando postagens com marcador poder da palavra. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador poder da palavra. Mostrar todas as postagens

domingo, 19 de outubro de 2014

A Espada Poderosa de um Rei



“Retendo firme a fiel palavra, que é conforme a doutrina, para que seja poderoso, tanto para admoestar com a sã doutrina, quanto, para convencer os contradizentes.” Tt 1; 9

Paulo está ensinando ao jovem pastor Tito, e dá o conselho supra: Que a palavra fiel seja retida com firmeza em busca de certa consequência. “...para que seja poderoso, tanto para admoestar com a sã doutrina, quanto, convencer aos contradizentes.”  

Muito se tem falado sobre poder da palavra em mensagens sadias, outras, nem tanto. Essas últimas chegam ao absurdo de dizer que nossas palavras têm poder de criar o que afirmam quando atuam no mundo espiritual. Longe disso. Embora cheia esteja a Bíblia de exortações para que creiamos, tenhamos bom ânimo, ousadia, confiança, etc. em lugar algum ensina uma doutrina tipo, “pensamento positivo”, como meio de conseguir qualquer coisa. 

Quando o mesmo apóstolo escreve aos filipenses sobre o objeto adequado aos  pensamentos, tem o fito de que se mantenham em santidade, não, obtenham bens. Disse: “Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro,  o que é honesto, o que é justo, o que é puro, o que é amável, o que é de boa fama, se há alguma virtude, se há algum louvor, nisso pensai.” Fp 4; 8 

A mera introdução do verso deixa claro que trata-se de um adendo às coisas mais importantes que já foram ditas; daí, “Quanto ao mais...”  O cerne do ensino aos filipensess pode ser resumido no mesmo conselho dado a Tito; “Retendo a palavra da vida, para que no dia de Cristo possa gloriar-me de não ter corrido nem trabalhado em vão.” cap 2; 16  

Não tinha os pensamentos deles como alvo; antes, “A Palavra da vida”.  Se, disse apenas, “retendo”, a Tito, acresceu: “retendo firme”. 

Por que é necessária firmeza?  Porque é uma arma de guerra; como tal, será alvo de ataques. As chuvas e os ventos na parábola dos dois fundamentos, que testariam a nossa casa. Ora, a firmeza em tempo bom repousa, mesmo estando presente; só é testada deveras nas adversidades. 

Se, por um momento João Batista pareceu ter dúvidas a respeito de Jesus, quando enviou a perguntar se era Ele mesmo que haveria de vir, O Salvador deu testemunho de sua firmeza. “Tendo se retirado os mensageiros de João, começou a dizer à multidão acerca de João: Que saístes a ver no deserto? uma cana abalada pelo vento?... E eu vos digo que, entre os nascidos de mulheres, não há maior profeta do que João o Batista;...” Luc 7; 24 e 28   

Quem estava inquieto com o ministério de Cristo eram os seus discípulos que não tinha entendido o “convém que ele cresça e eu diminua...”  Assim, os abalos estavam neles, não no Batista; o Mestre deixou isso claro.

Há um provérbio chinês que diz: “A palavra que tens dentro de ti é tua escrava; a que deixas sair, tua senhora.”  Deus comporta-se assim, para com Sua Palavra. “...Viste bem; porque eu velo sobre a minha palavra para cumpri-la.” Jr 1; 12 

Quando Paulo acentua que a retenção da Fiel Palavra nos faz poderosos, noutra parte ensina porquê. “Porque nada podemos contra a verdade, senão pela verdade.” II Cor 13; 8 Aí reside o Poder, na Palavra de Deus, não na nossa. A nossa pode, tanto quanto, alinha-se àquela. 

Quando mencionamos a Palavra de Deus retamente, respeitando contexto, objetivo, estamos empunhando uma Espada mais perene que os Céus e a Terra. “O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão de passar.” Mat 24; 35 

Se, nos dias de Tito  era necessário preservar a Palavra com firmeza, nesse tempo, em que ventos de liberalismo, ecumenismo, modernidade sopram fortes como nunca, mais premente ainda é o preceito de Paulo. 

E, olha que, no contexto dos dois fundamentos não era a Palavra em si que estava em realce, antes, o cumprimento. O que edificara na rocha ouvia e praticava; o que, sobre areia, apenas ouvia. 

Assim, a retenção firme da Palavra demanda mais que repetição, mas, agir conforme. Adiante, escrevendo ao mesmo Tito, aliás, Paulo denuncia essa discrepância de ter as palavras, e faltarem as ações correspondentes. “Confessam que conhecem a Deus, mas negam-no com as obras, sendo abomináveis, e desobedientes, e reprovados para toda a boa obra.” Tt 1; 16 

Então, nossa postura em relação à Palavra deve ser a mesma de Deus: “Velo para cumprir.” Ele, como quem se responsabiliza pelo que falou; nós, como quem será responsabilizado pelo que ouviu. 

“Toda a Palavra de Deus é pura; escudo é para os que confiam nele. Nada acrescentes às suas palavras, para que não te repreenda e sejas achado mentiroso.” Prov 30; 5 e 6

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Se evoluímos, por que descemos?

“A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira.” Prov 15; 1
 
Parece que o jeito de falar tem a possibilidade tanto de desviar, quanto, atrair o furor. Embora, normalmente o conteúdo se associe à forma, digo, palavras conciliadoras são proferidas com jeito manso, educado, e agressivas com voz forte, isso não é regra.

Conheci  um sujeito que se dizia pastor, sem nenhum caráter; quando contestado em suas falcatruas conseguia proferir as maiores ofensas sem alterar o tom da voz, o que irrita ainda mais, não bastasse o teor sórdido.

A meu ver, o contraste supra da palavra branda com a dura  sugere conteúdo e forma. Assim, nada valeria falar como um padre no confessionário, sussurrando, se as palavras proferidas cortarem como facas; posto que mascaradas de brandas, seriam duras.

“Porventura o ouvido não provará as palavras como o paladar prova as comidas?” Jó 12; 11 Basta ler o contexto da assertiva pra ver que não se refere ao tom, mas, ao que estava sendo dito. Os amigos de Jó exortavam-no ao arrependimento; a acusação sem provas era que seu sofrimento deveria advir de alguma culpa. O infeliz suspirou: “Vós, porém, sois inventores de mentiras, todos, médicos que não valem nada. Quem dera vos calásseis de todo, pois isso seria a vossa sabedoria.” Cap 13; 4 e 5

A frase evocou-me um proverbio indiano: “Quando falares, cuida para que tuas palavras sejam melhores que teu silêncio.” Aqueles, não tiveram esse cuidado.
 
Claro que, numa eventual contenda com exasperação mútua, um sábio interviria com palavras brandas tentando levar as partes a se desarmarem, para buscar conciliação; diverso do tolo; “Os lábios do tolo entram na contenda, e a sua boca brada por açoites.” Prov 18; 6
 
Sempre que consideramos o poder da palavra imediatamente pensamos na de Deus. Certo, nada há igual. Contudo, mesmo a humana tem lá sua força. É capaz de grandes coisas, tanto para bem, quanto, mal.  “A morte e a vida estão no poder da língua; e aquele que a ama comerá do seu fruto.” Prov 18; 21

Isso não nos autoriza a sair decretando, ordenando coisas, para que aconteçam como ensinam alguns pavões abobados. Antes, adverte que sejamos prudentes ao falar, pois, um falso testemunho, por exemplo, pode condenar à morte um inocente; como, o oposto, livrá-lo. “Há alguns que falam como sendo uma espada penetrante, mas a língua dos sábios é saúde. O lábio da verdade permanece para sempre, mas a língua da falsidade, dura só um momento.” Prov 12; 18 e 19 

O mesmo texto interpreta que o fio dessa “espada” mortal é a falsidade.
Acontece que, as coisas que cobramos de terceiros acabam sendo leis pra nós; como esperar de outrem o que não oferecemos? “Mas eu vos digo que de toda a palavra ociosa que os homens disserem hão de dar conta no dia do juízo. Porque por tuas palavras serás justificado, e por tuas palavras serás condenado.” Mat 12; 36 e 37
 
Afinal, o poder espiritual “trabalha” sobre nossas palavras à exata proporção que se alinham à do Senhor; Paulo Ensina: “Retendo firme a fiel palavra, que é conforme a doutrina, para que seja poderoso, tanto para admoestar com a sã doutrina, quanto para convencer os contradizentes.” Tt 1; 9 

Assim, o poder da Palavra em âmbito espiritual é de Deus, não nosso; a nossa pode lograr outros feitos, como vimos.


Nem tudo, porém, pode ser dito de forma branda; cada espada tem sua própria bainha. Ouçamos o Mestre: “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! que devorais as casas das viúvas, sob pretexto de prolongadas orações; por isso sofrereis mais rigoroso juízo.” Mat 23; 14 ou, João Batista; “…Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira futura? Produzi frutos dignos de arrependimento;” Mat 3; 7 e 8 Coisas assim não podem ser ditas à meia voz.

Entretanto, quando da farsa do Julgamento do Salvador, ele foi agredido por um serviçal do Sumo sacerdote, e  redarguiu com uma pergunta branda: “…Se falei mal, dá testemunho do mal;  se bem, por que me feres?” Jo 18; 23 Se tivesse dito; canalha! Seria ferido mais; mas, ao requerer motivos para a violência num gládio de palavras desarmou o valentão.

Palavras, esses veículos possíveis à razão, que nos faria superiores aos animais, depois da queda nos têm inferiorizado. Os instintivos são fiéis aos instintos; a maioria das falas humanas são laços.

Às vezes a brandura da forma disfarça o veneno do teor; outras, a ênfase acentuada na mentira reveste-a de verossimilhança. Felizes os que têm paladar apurado! O simples dá crédito a cada palavra, mas o prudente atenta para os passos.” Prov 14 ; 15