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sábado, 15 de novembro de 2014

Posso confiar no homem?



“Assim diz o Senhor: Maldito o homem que confia no homem, faz da carne o seu braço e aparta o seu coração do Senhor!” Jr 17; 5 

Não poucas vezes deparo-me com esse texto mal interpretado.  A ideia é que devemos fazer uma terra arrasada dos caracteres humanos; nenhum presta; confiamos apenas em Deus. 

Se, como cidadãos da terra, denunciarmos má gestão de governantes, pleitearmos melhorias nesse campo, também a exortação é essa; que devemos confiar em Deus e deixar como está.

Seria essa a ideia do texto de Jeremias? Que fôssemos tão, “Cidadãos do céu” que deveríamos nos omitir, ante, desmandos e corrupções da Terra? Temo que não. O verso deixa ver que, o “maldito” em questão faz mais que confiar no homem. Coloca a “carne” num patamar Divino; “aparta seu coração do Senhor.” Se, o fiel é chamado, pio, o outro não passa de ímpio. 

Ímpios fazem mais que desobedecer, chegam a negar a existência, não apenas a autoridade de Deus. O salmista ensina:  “Porque o ímpio gloria-se do desejo da sua alma; bendiz ao avarento, renuncia ao Senhor. Pela altivez do seu rosto o ímpio não busca a Deus; todas as suas cogitações são que não há Deus.” Sal 10; 3 e 4  

Se, o cristão exibir, como convém, os predicados alistados no salmo 15, tal, é confiável. Porta-se de modo que, “ainda que jure com dano seu, não muda;” eu confio nele, o quero como amigo. Conheço poucos assim, infelizmente, mas, esses poucos valem por muitos. 

Como seria miserável a vida  se cada um formasse sua “ordem unida” como exército de um homem só!  Nas congregações de salvos, a regra é o bom caráter. Certo que, não é um ambiente dedetizado; antes, falham os honestos, e dissimulam entre eles, muitos desonestos também. O que, em absoluto, nivela por baixo. 

Sou cidadão do céu; logo a “Constituição” de lá, a Bíblia, vale para mim. Contudo, sou também da Terra, pagador de impostos, portanto, mantenedor proporcional dos serviços públicos, dos quais, tenho total direito de exigir, se, não a excelência, um mínimo de competência, e  máximo de probidade. 

Quero essa ladroagem toda da Petrobrás e adjacências, devidamente esclarecida; os culpados, exemplarmente punidos. Exijo isso, sem “confiar no homem”, no sentido de colocá-lo em lugar de Deus; sem descrer de Deus a ponto de, achar que se não fizermos a devida justiça, Ele não Fará.

As coisas da administração terrena são diversas das espirituais, mas, relacionam-se. Muitos “evangélicos” publicam vídeos na Internet dizendo que Aécio seria maçom, portanto, deveríamos evitar votar nele. Ora, maçom, hindu, budista, ateu, cristão... o que está em jogo é a atuação de modo probo segundo as leis da Terra; questões espirituais são de outra alçada. 

Ademais, se o prisma fosse esse, o que dizer de Lula e Dilma no campo espiritual? Seriam exemplos de cristãos os que disseram que “fariam o diabo” pra ganhar as eleições. Na verdade ensinaram maldade ao Capiroto; deve estar depressivo sentindo-se superado após a última campanha.   

Acho extremamente nocivo o reducionismo do ser humano a um rótulo qualquer. De que valor, deixo ao juízo alheio; mas, há em mim um pensador, um poeta, um homem, um cristão e um cidadão razoavelmente esclarecido. 

Não me importo de ser contrariado, posso ser amigo de quem pensa diverso. O que incomoda é a vigarice intelectual; ou, o uso da vigarice alheia, mentira tantas vezes repetidas que se acostumou como verdade. Quem quiser discordar que o faça baseado em argumentos; assim, quem sabe, de posse de postulados verazes, plausíveis, até me ilumine, ajude a pensar melhor. Agora a repetição robótica da mentira não melhora em nada minha luz; ainda desperta  minha má vontade. 

Sei que ter posições firmes e claras nos torna pessoas que os outros amam ou odeiam, não há neutralidade. São dessa veia os que Deus escolhe. Como filtros a separar o  café e a borra; ou,  o precioso do vil, como disse o Eterno ao mesmo Jeremias: “Portanto assim diz o Senhor: Se tu voltares, então te trarei, e estarás diante de mim; e se apartares o precioso do vil, serás como a minha boca; tornem-se eles para ti, mas não voltes tu para eles.” Jr 15; 19 

Deus ama a justiça. Ela se dá bem tanto no Reino dos céus, como nas coisas da Terra. Aliás, é precisamente pelo “divórcio” dessas Leis das do Reino que não só o homem, em particular, mas, todo o planeta geme sob maldição. “Na verdade a terra está contaminada por causa dos seus moradores; porquanto têm transgredido as leis, mudado os estatutos, e quebrado a aliança eterna. Por isso a maldição tem consumido a terra;...” Is 24; 5 e 6