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domingo, 26 de maio de 2019

Pelo fim da tortura

“Aquilo que é torto não se pode endireitar; aquilo que falta não se pode calcular.” Ecl 1;15

Estudiosos dizem que Salomão escreveu “Cantares”, cuja ênfase é o amor conjugal, quando jovem e apaixonado; “Provérbios” cujo mote é a sabedoria, na maturidade; por fim, na velhice, o “Eclesiastes”, que realça, sobretudo, a decepção com as conquistas “debaixo do sol”; tudo vaidade, perda de tempo, no fim não haverá proveito nenhum.

Faz sentido. Ninguém escreve algo com um “purismo” intelectual tal, que seu contexto de vida não dê nenhum empurrãozinho. Estado de ânimo e contexto, não raro, influenciam nosso apreço da vida.

No verso supra, sua decepção com o que lhe pareceu imutável; as más inclinações do caráter humano; “Aquilo que é torto não se pode endireitar...”

Nos seus dias, ainda não. Porém o precursor do que endireitaria, O Messias, começou sua pregação justamente nesse ponto. “Preparai o caminho do Senhor! Fazei veredas direitas para vossos pés.”

Claro que João Batista não pretenda que seus ouvintes lograssem a auto-retidão para a passagem do Senhor. Ao por em epígrafe seus pecados deixaria patente a necessidade do Salvador. Isso era “Preparar o caminho”. Forjar uma plateia atenta às “Palavras de Vida Eterna.”

Parece que a sequência do verso, que aponta um lapso incalculável segue na mesma linha do início; “... aquilo que falta não se pode calcular.”

Se, sua humana decepção não divisava um modo de endireitar o que estava torto, nem calculava a demanda pra isso, ao menos, sua prudência de homem velho o fez encerrar o escrito aconselhando-nos uma abertura para a Palavra de Deus; “De tudo o que se tem ouvido, o fim é: Teme a Deus; guarda Seus mandamentos; porque isto é o dever de todo homem. Porque Deus há de trazer a juízo toda obra; até o que está encoberto, quer seja bom, quer seja mau.” Cap 12;13 e 14

Davi, seu pai, já escrevera sobre o incalculável preço da salvação; “Aqueles que confiam na sua fazenda, se gloriam na multidão das suas riquezas, nenhum deles de modo algum pode remir seu irmão; dar a Deus o resgate dele, pois, a redenção da sua alma é caríssima, (a tentativa) cessará para sempre.” Sal 49;6 a 8

Quando o jovem rico apareceu perante o Salvador, cheio de justiça própria, e O Senhor observou: “Ainda te falta uma coisa”, essa “coisa” é a incalculável, tanto para Davi, quanto, para Salomão. O preço da redenção da alma. Diante desse, o jovem, bem como todos os magnatas do mundo, descem de seus tronos e viram reles mendigos.

Quando Ele ensinou que uma alma salva vale mais que o mundo inteiro perdido não é figura de linguagem; e a escala de valores celeste sendo apresentada a nós. Tendemos a mensurar coisas pelo volume, não, pelo valor.

Certa vez, um amigo meu perguntou-me: “Se, no final das contas houver cem milhões de salvos, um bilhão de perdidos, quem venceu a peleja? Deus ou o inimigo”? Pensei um pouco surpreso e então respondi o que me ocorreu; “quanto a mim, prefiro um pacote de bolachas a um caminhão de lixo.” Agora, muito tempo depois, mais maduro, pensando melhor, ainda acho que a resposta foi boa.

Sei, a figura é pesada e fere o orgulho de quem ouve; mas, a própria existência do orgulho prova já que a coisa é veraz. Que, Deus recicla lixo quando nos salva. Nos pega do monturo de pecados e refaz segundo Cristo.

Cheia está a Terra de propriedades suntuosas, adornos sofisticados, títulos honoríficos de excelência disso, daquilo, santidades, reverendos e o escambau. Quando o juízo vier, todo aquele que não tiver nascido de novo estará no lixão da eternidade. Dramático assim.

Essa geração de porcelana e cristal, onde tudo fere, quebra, é bulling, homofobia, gordofobia, magrofobia, safadofobia e o cacete, esse monte de frescuras que supostamente é posto para proteger, muitas vezes é apenas para fazer intocáveis, aqueles, que o Toque do Espírito Santo junto com A Palavra traria da morte para a vida.

Na minha infância motejávamos um do outro, brincávamos, apelidávamos; todo mundo viçou sem problemas; tínhamos café no bulling; digo, têmpera para lidar com isso sem mimimis psíquicos.

Então, é preciso romper cercas que vetam acesso ao Senhor, senão a observação aquela, que, o que é torto não se pode endireitar prevalecerá para a perdição de muitos.

Dizemos que Deus escreve certo por linhas tortas. Na verdade escreve reto para vidas tortas, tencionando que essas convertam-se adotem para si os Seus caminhos.

“Quem é sábio, para que entenda estas coisas? Quem é prudente, para que as saiba? Porque os caminhos do Senhor são retos; os justos andarão neles, mas os transgressores neles cairão.” Os 14;9

terça-feira, 15 de maio de 2018

Pequenos e Grandes

“Qualquer que receber este menino em meu nome, recebe a mim; e quem que receber a mim, recebe o que me enviou; porque aquele que entre vós todos for o menor, esse mesmo é grande.” Luc 9;48

A aparente contradição na fala do Salvador deriva da existência de duas escalas distintas de grandeza; aliás, opostas.

O padrão mundano, que, “canoniza” gente indigna sem valor; e O Divino, que honra aos que, cientes da própria indignidade esvaziam-se de pretensões de grandeza; esse esvaziamento agrada a Deus, de modo que recompensa honrando aos que têm a si mesmos em baixa consideração. Isso lembra uma frase do Talmude que diz: “A grandeza foge de quem a persegue e persegue a quem foge dela.”

Dos “grandes” do mundo, Ruy Barbosa fez um preciso diagnóstico: “De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto.” Claro que ele não se envergonhava de ser honesto. Estava abominando a desonestidade exaltada, apenas.

Os que anseiam ser frutíferos espiritualmente devem observar o conselho de Paulo: “Não atente cada um para o que é propriamente seu, mas, cada qual também para o que é dos outros. Então, haja em vós o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus, que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, mas, esvaziou-se tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; achado na forma de homem, humilhou-se a sendo obediente até à morte, e, morte de cruz.” Fp 2;4 a 8

Embora alguns falsificadores da Palavra ensinem que o homem deve ter auto-estima em alta, A Bíblia nos desafia à humildade; nosso problema não é baixa consideração sobre nós mesmos, antes, orgulho. Se, somos exortados ao auto-esvaziamento, “negue a si mesmo” é porque o homem alienado do Criador é cheio de si; orgulhoso.

Muitos confundem religião com salvação. Pregamos uma mensagem tendo a Palavra de Deus como fonte, e tribunal de apelação, para nossos argumentos; eventuais orgulhosos atingidos por ela, presto escudam-se no direito de terem suas religiões, como se, forjar religiões fosse o fito da Palavra.

Ela foi dada para gerar filhos para Deus; atua denunciando a todos nós como pecadores, alienados Dele, carentes de salvação; mais; garante que se não nos arrependermos para “nascer de novo” estamos fora, sejamos religiosos ou, não. Isso fere o orgulho de muitos. A mensagem evangélica saudável não tenciona ferir orgulho, apenas; antes, crucificar.

Na história do Fariseu e do Publicano O Salvador mostrou que uma pessoa pode ser religiosa e, cheia de si ao mesmo tempo. Patentear solenemente insana pretensão de pureza, quando, sequer aceita perante O Santo é. O Senhor dissera ao sacerdote Eli: “... os que me honram honrarei, porém, os que me desprezam serão desprezados.” I Sam 2;30

Os que se fazem pequenos aos próprios olhos, e lhes basta a aprovação Divina, malgrado, a rejeição humana, a esses, O Senhor honra; a alguns exalta ainda na Terra, embora, a justiça cabal esteja guardada para o além.

Tristemente somos a geração mimimi, onde tudo fere, tudo melindra, tudo deve ser “politicamente correto” ou será um “ismo” qualquer, “fobia” quando não, “Bullying”. Ora, se você quer ser salvo para ver a Bendita Face do Senhor um dia, pare de frescura! Tome tenência! A verdade só ofende a quem se escuda na mentira e os mentirosos estão fora do Reino.

O evangelho não é um compêndio para por em realce os pretensos direitos ímpios; antes, uma declaração de Amor de Deus, que reservou a Si o direito de expor os termos em que considera correspondido o Seu Amor. Esses são cristalinos: “Se me amais, guardai os meus mandamentos... Aquele que tem meus mandamentos e os guarda é o que me ama; quem me ama será amado de meu Pai; Eu o amarei e me manifestarei a ele. Jo 14;15 e 21

Quem nega seu orgulho encravando-o na cruz, não se atreve a altercar contra a Palavra de Deus como se, a mesma fosse fruto para discussões, debates; sabe que é a “Constituição do Reino”; esforça-se para cumpri-la. Os demais, que diferença faz, se estão fora mesmo?

Os que têm vida espiritual sadia sabem que os lugares altos são duros, pesados; não os almejam, pois, não olham para eles como vendo privilégios, antes, responsabilidade. Todavia, os carnais, os bobos alegres anseiam títulos, posições, renome; sua busca doentia pelas glórias da Terra patenteia o quão pouco acreditam na recompensa do Céu.

“A grandeza não consiste em receber honras, mas, em merecê-las.” Aristóteles

quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

Os incorrigíveis

“Ouve o conselho, recebe a correção, para que no fim sejas sábio.” Prov 19;20

Num primeiro momento isso parece pacífico, fácil de assimilar; entretanto, nas veredas práticas a coisa não é bem assim. Somos a geração mais melindrosa de todos os tempos. “Lista negra” é racismo; um apelido inofensivo qualquer é bullying; usar devidamente o artigo masculino já soa a machismo; deveria ser x, parece; a ditadura do politicamente correto tudo faz para massificar tolhendo aos indivíduos, com suas qualidades e defeitos, na amorfa e insossa amálgama da massa.

Nesse espírito, qualquer nuance de correção, por necessária que seja, fatalmente vai deparar com falas diretas, ou, indiretas para que cuidemos de nossas vidas; somos livres para “curtir” elogiar, nada mais. Ensinar é pretensão; corrigir, invasão indevida.

Uma cristã compartilhou inadvertidamente um texto com valores totalmente diversos da Palavra; adverti-a sobre isso, mas, o fiz de modo educado; ela me excluiu do seu rol de amigos; outra, postou uma frase faltando uma palavra, o que revertia o sentido; mais uma vez, tentei ajudar; meu comentário foi apagado, embora, tenha ela corrigido o erro.

Outro dia deparei com uma “navegante” postando frases com as palavras “limdo” e “abemçoe”; educadamente avisei pelo chat para não envergonhá-la. Que nada, segue fazendo ainda mais barbáries com o pobre do m mais perdido que sapo em cancha de bocha. Em suma, só podemos aplaudir ou, calar.

Faz tempo, postei um anglicismo qualquer que num aspecto estava errado; uma amiga que é professora de inglês, cordialmente avisou-me do erro. Editei, corrigi e agradeci a gentileza dela, não doeu nada, antes, melhorou meu texto, me fez crescer.

Porém, como essa geração plena de melindres, suscetibilidades, avessa a toda sorte de correção lidará com as coisas de Deus? Ora, a conversão é bem mais que um ajuste ortográfico de pequena monta; é uma mudança radical de mentalidade; cambiando nosso parco modo de pensar pelo Divino. “Deixe o ímpio o seu caminho, o homem maligno os seus pensamentos e se converta ao Senhor, que se compadecerá dele; torne para nosso Deus, porque grandioso é em perdoar. Porque meus pensamentos não são os vossos, nem vossos caminhos os meus, diz o Senhor.” Is 55;7 e 8

Paulo em sua epístola aos Romanos amplia a ideia; “Não vos conformeis com este mundo, mas, transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis a boa, agradável e perfeita, Vontade de Deus.” Rom 12;2

Claro que, correção não é algo agradável, mas, seu fruto é precioso. O preceito visa um fim, não, um sentimento. “Ouve o conselho, recebe a correção, para que “no fim” sejas sábio.” Prov 19;20

A epístola aos Hebreus desenvolve mais; “Na verdade, toda a correção, no presente, não parece ser de gozo, senão, tristeza; mas, depois produz um fruto pacífico de justiça nos exercitados por ela.” Heb 12;11

Um pouco antes, explica sua existência e os motivos, e, coloca dura sentença aos que a rejeitam: “Porque o Senhor corrige ao que ama; açoita a qualquer que recebe por filho. Se, suportais a correção, Deus vos trata como filhos; porque, que filho há que o pai não corrija? Mas, se estais sem disciplina, da qual todos são participantes, sois então bastardos, não, filhos.” VS 6 a 8

Precisamos nos situar; ou, somos seres em estágio de aperfeiçoamento, enriquecimento cultural, espiritual, filosófico, que, eventualmente carecem correção; ou, somos obras acabadas, perfeitas; nossos atos e palavras refletem nossa perfeição.

Dado o fim a que conduz, A Palavra de Deus aquilata a correção como superior às pedras preciosas de alto valor; “Aceitai minha correção, não a prata; e o conhecimento, mais do que ouro fino escolhido. Porque melhor é a sabedoria do que os rubis; tudo o que mais se deseja não se pode comparar com ela.” Prov 8;10 e 11
Eli o sacerdote perdeu o posto, os filhos e a vida; fez Deus alterar uma promessa que lhe havia feito, por ter se mostrado incorrigível, justo, em corrigir as profanações de seus filhos; “Por que pisastes meu sacrifício e minha oferta de alimentos que ordenei na minha morada; honras aos teus filhos mais que a mim... Portanto, diz o Senhor Deus de Israel: Na verdade tinha falado que a tua casa e a casa de teu pai andariam diante de mim perpetuamente; porém, agora, diz o Senhor: Longe de mim tal coisa, porque aos que me honram honrarei, porém, os que me desprezam serão desprezados.” I Sam 2;29 e 30

Servir Deus alheio à Sua disciplina não é servi-lO; é profaná-lO.


“Já vi jovens com a vida perdida serem salvos por correção e disciplina rigorosa. Mas o que mais vi, foram jovens bons se perderem por exagerados elogios.”
Bruce Lee