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domingo, 16 de fevereiro de 2020

Todo homem tem um preço?


Outro dia debati com um amigo que estimo, discordando de uma mensagem que ele partilhou que dizia o seguinte: “Maldito é o dinheiro, que cala a boca de uns, compra a amizade de outros e acaba com o caráter de vários.”

Claro que um dilema filosófico dessa grandeza abarca coisas tantas que não pode ser devidamente abordado num breve comentário. Fiz o que pude e não pude muito.

Entretanto, minha objeção foi de que os que estão à venda, ou, que “Cada homem tem um preço” como citou ele, não deriva de um caráter que se vendeu; mas, de um lapso de caráter que, por conveniências sociais o algo assim, fingia existir, mas que, não fora devidamente testado; uma vez feito isso o dito lapso veio à tona.

Não acho, pois, que todo o homem tenha um preço; alguns poucos têm valor. E quem tem preço, nem mesmo homem é; apenas um simulacro, um arremedo, uma fraude.

Platão dizia mais ou menos o seguinte: “Quando alguém for reputado justo lhe caberão por isso aplausos e encômios (elogios); aí ficaremos sem saber se o tal é justo por amor à justiça ou, pelos louvores que recebe. Convém, pois, colocá-lo numa situação em que todos esses bens lhe sejam negados; se, ainda assim permanecer justo, então o é, por amor à justiça.”

Diria que uma versão greco-filosófica do preceito bíblico: “Seja primeiro testado, depois sirva.”

O problema de tornarmos o dinheiro culpado dos desvios de caráter, necessariamente fará inocentes os homens que capitularam aos seus assédios; desse modo teria feito bem o Papa Francisco em receber com honra de estadista ao príncipe dos ladrões “Made in Brazil” como fez.

Claro que vivemos um vasto deserto de valores, doloroso. Mais ou menos como no filme “Trezentos;” os venais são o inumerável exército persa; mas, existem alguns espartanos pra fazer frente.

Justo, nesse momento ditoso em que temos a nos presidir um “espartano” que durante três décadas de vida pública viveu entre as enxurradas da corrupção e se manteve no seco; invés de fazermos uma terra arrasada nivelando a todos por baixo, devemos realçar eventuais ilhotas de virtude no oceano do vício que nos cerca.

Cheia está a Internet, infelizmente, de execuções massivas de cristãos pelos celerados do ISIS, que preferem perder suas vidas à negar a sua fé; então não é só o dinheiro que não pode abalar a quem verazmente possui caráter; nem mesmo a nefasta morte consegue.

O dinheiro é uma coisa amoral, que nas cercanias de gente imoral pode lograr os feitos aqueles alistados no post, ora criticado.

Mas se ele pode comprar silêncio, amizades e a aparência de caráter, só o faz de almas prostitutas. E nem todas as almas são assim.

O que o dinheiro pode fazer se resume a três coisas; avalia, transforma e conserva bens e serviços. O que passar disso é o homem, não o dinheiro que faz. Digo, atitudes de escopo moral escapam às mãos do dinheiro por ser ele privado de arbítrio e vontade.

A Bíblia condena os mercenários que fazem coisas que deveriam ser movidas por sentimentos em troca de dinheiro; o culto a Mamon; amor ao dinheiro; a simonia. Todas ações humanas tendo a cobiça como motor e o dinheiro como mero combustível.

Portanto, com o devido respeito ao aludido amigo, acho errado dizer que todo o homem tem um preço, sob o prisma da corrupção, embora, todos tenhamos no aspecto da salvação, o que escapa em muito ao pífio alcance das moedas. “Aqueles que confiam na sua fazenda, se gloriam na multidão das suas riquezas, nenhum deles de modo algum pode remir seu irmão, ou dar a Deus o resgate dele. Pois, a redenção da sua alma é caríssima; cessará para sempre. Sal 49;6 a 8

Pedro reitera a seriedade do que custou nossa salvação para que sejamos vigilantes em preservá-la; “Se invocais por Pai aquele que, sem acepção de pessoas julga segundo a obra de cada um, andai em temor, durante o tempo da vossa peregrinação, sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que por tradição recebestes dos vossos pais, mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado.” I Ped 1;17 a 19

Ainda somos crianças espirituais; nos atrapalhamos com essa coisa enganosa de confundir meios com fins; descansamos nossa segurança eterna na sombra errada; “Porque a sabedoria serve de sombra, como de sombra serve o dinheiro; mas a excelência do conhecimento é que, sabedoria dá vida ao seu possuidor.” Ecl 7;12

“O cofre do banco contém apenas dinheiro; frusta-se quem pensar que lá encontrará riqueza.” 
Drummond

domingo, 26 de maio de 2019

Pelo fim da tortura

“Aquilo que é torto não se pode endireitar; aquilo que falta não se pode calcular.” Ecl 1;15

Estudiosos dizem que Salomão escreveu “Cantares”, cuja ênfase é o amor conjugal, quando jovem e apaixonado; “Provérbios” cujo mote é a sabedoria, na maturidade; por fim, na velhice, o “Eclesiastes”, que realça, sobretudo, a decepção com as conquistas “debaixo do sol”; tudo vaidade, perda de tempo, no fim não haverá proveito nenhum.

Faz sentido. Ninguém escreve algo com um “purismo” intelectual tal, que seu contexto de vida não dê nenhum empurrãozinho. Estado de ânimo e contexto, não raro, influenciam nosso apreço da vida.

No verso supra, sua decepção com o que lhe pareceu imutável; as más inclinações do caráter humano; “Aquilo que é torto não se pode endireitar...”

Nos seus dias, ainda não. Porém o precursor do que endireitaria, O Messias, começou sua pregação justamente nesse ponto. “Preparai o caminho do Senhor! Fazei veredas direitas para vossos pés.”

Claro que João Batista não pretenda que seus ouvintes lograssem a auto-retidão para a passagem do Senhor. Ao por em epígrafe seus pecados deixaria patente a necessidade do Salvador. Isso era “Preparar o caminho”. Forjar uma plateia atenta às “Palavras de Vida Eterna.”

Parece que a sequência do verso, que aponta um lapso incalculável segue na mesma linha do início; “... aquilo que falta não se pode calcular.”

Se, sua humana decepção não divisava um modo de endireitar o que estava torto, nem calculava a demanda pra isso, ao menos, sua prudência de homem velho o fez encerrar o escrito aconselhando-nos uma abertura para a Palavra de Deus; “De tudo o que se tem ouvido, o fim é: Teme a Deus; guarda Seus mandamentos; porque isto é o dever de todo homem. Porque Deus há de trazer a juízo toda obra; até o que está encoberto, quer seja bom, quer seja mau.” Cap 12;13 e 14

Davi, seu pai, já escrevera sobre o incalculável preço da salvação; “Aqueles que confiam na sua fazenda, se gloriam na multidão das suas riquezas, nenhum deles de modo algum pode remir seu irmão; dar a Deus o resgate dele, pois, a redenção da sua alma é caríssima, (a tentativa) cessará para sempre.” Sal 49;6 a 8

Quando o jovem rico apareceu perante o Salvador, cheio de justiça própria, e O Senhor observou: “Ainda te falta uma coisa”, essa “coisa” é a incalculável, tanto para Davi, quanto, para Salomão. O preço da redenção da alma. Diante desse, o jovem, bem como todos os magnatas do mundo, descem de seus tronos e viram reles mendigos.

Quando Ele ensinou que uma alma salva vale mais que o mundo inteiro perdido não é figura de linguagem; e a escala de valores celeste sendo apresentada a nós. Tendemos a mensurar coisas pelo volume, não, pelo valor.

Certa vez, um amigo meu perguntou-me: “Se, no final das contas houver cem milhões de salvos, um bilhão de perdidos, quem venceu a peleja? Deus ou o inimigo”? Pensei um pouco surpreso e então respondi o que me ocorreu; “quanto a mim, prefiro um pacote de bolachas a um caminhão de lixo.” Agora, muito tempo depois, mais maduro, pensando melhor, ainda acho que a resposta foi boa.

Sei, a figura é pesada e fere o orgulho de quem ouve; mas, a própria existência do orgulho prova já que a coisa é veraz. Que, Deus recicla lixo quando nos salva. Nos pega do monturo de pecados e refaz segundo Cristo.

Cheia está a Terra de propriedades suntuosas, adornos sofisticados, títulos honoríficos de excelência disso, daquilo, santidades, reverendos e o escambau. Quando o juízo vier, todo aquele que não tiver nascido de novo estará no lixão da eternidade. Dramático assim.

Essa geração de porcelana e cristal, onde tudo fere, quebra, é bulling, homofobia, gordofobia, magrofobia, safadofobia e o cacete, esse monte de frescuras que supostamente é posto para proteger, muitas vezes é apenas para fazer intocáveis, aqueles, que o Toque do Espírito Santo junto com A Palavra traria da morte para a vida.

Na minha infância motejávamos um do outro, brincávamos, apelidávamos; todo mundo viçou sem problemas; tínhamos café no bulling; digo, têmpera para lidar com isso sem mimimis psíquicos.

Então, é preciso romper cercas que vetam acesso ao Senhor, senão a observação aquela, que, o que é torto não se pode endireitar prevalecerá para a perdição de muitos.

Dizemos que Deus escreve certo por linhas tortas. Na verdade escreve reto para vidas tortas, tencionando que essas convertam-se adotem para si os Seus caminhos.

“Quem é sábio, para que entenda estas coisas? Quem é prudente, para que as saiba? Porque os caminhos do Senhor são retos; os justos andarão neles, mas os transgressores neles cairão.” Os 14;9