terça-feira, 15 de maio de 2018

Pequenos e Grandes

“Qualquer que receber este menino em meu nome, recebe a mim; e quem que receber a mim, recebe o que me enviou; porque aquele que entre vós todos for o menor, esse mesmo é grande.” Luc 9;48

A aparente contradição na fala do Salvador deriva da existência de duas escalas distintas de grandeza; aliás, opostas.

O padrão mundano, que, “canoniza” gente indigna sem valor; e O Divino, que honra aos que, cientes da própria indignidade esvaziam-se de pretensões de grandeza; esse esvaziamento agrada a Deus, de modo que recompensa honrando aos que têm a si mesmos em baixa consideração. Isso lembra uma frase do Talmude que diz: “A grandeza foge de quem a persegue e persegue a quem foge dela.”

Dos “grandes” do mundo, Ruy Barbosa fez um preciso diagnóstico: “De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto.” Claro que ele não se envergonhava de ser honesto. Estava abominando a desonestidade exaltada, apenas.

Os que anseiam ser frutíferos espiritualmente devem observar o conselho de Paulo: “Não atente cada um para o que é propriamente seu, mas, cada qual também para o que é dos outros. Então, haja em vós o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus, que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, mas, esvaziou-se tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; achado na forma de homem, humilhou-se a sendo obediente até à morte, e, morte de cruz.” Fp 2;4 a 8

Embora alguns falsificadores da Palavra ensinem que o homem deve ter auto-estima em alta, A Bíblia nos desafia à humildade; nosso problema não é baixa consideração sobre nós mesmos, antes, orgulho. Se, somos exortados ao auto-esvaziamento, “negue a si mesmo” é porque o homem alienado do Criador é cheio de si; orgulhoso.

Muitos confundem religião com salvação. Pregamos uma mensagem tendo a Palavra de Deus como fonte, e tribunal de apelação, para nossos argumentos; eventuais orgulhosos atingidos por ela, presto escudam-se no direito de terem suas religiões, como se, forjar religiões fosse o fito da Palavra.

Ela foi dada para gerar filhos para Deus; atua denunciando a todos nós como pecadores, alienados Dele, carentes de salvação; mais; garante que se não nos arrependermos para “nascer de novo” estamos fora, sejamos religiosos ou, não. Isso fere o orgulho de muitos. A mensagem evangélica saudável não tenciona ferir orgulho, apenas; antes, crucificar.

Na história do Fariseu e do Publicano O Salvador mostrou que uma pessoa pode ser religiosa e, cheia de si ao mesmo tempo. Patentear solenemente insana pretensão de pureza, quando, sequer aceita perante O Santo é. O Senhor dissera ao sacerdote Eli: “... os que me honram honrarei, porém, os que me desprezam serão desprezados.” I Sam 2;30

Os que se fazem pequenos aos próprios olhos, e lhes basta a aprovação Divina, malgrado, a rejeição humana, a esses, O Senhor honra; a alguns exalta ainda na Terra, embora, a justiça cabal esteja guardada para o além.

Tristemente somos a geração mimimi, onde tudo fere, tudo melindra, tudo deve ser “politicamente correto” ou será um “ismo” qualquer, “fobia” quando não, “Bullying”. Ora, se você quer ser salvo para ver a Bendita Face do Senhor um dia, pare de frescura! Tome tenência! A verdade só ofende a quem se escuda na mentira e os mentirosos estão fora do Reino.

O evangelho não é um compêndio para por em realce os pretensos direitos ímpios; antes, uma declaração de Amor de Deus, que reservou a Si o direito de expor os termos em que considera correspondido o Seu Amor. Esses são cristalinos: “Se me amais, guardai os meus mandamentos... Aquele que tem meus mandamentos e os guarda é o que me ama; quem me ama será amado de meu Pai; Eu o amarei e me manifestarei a ele. Jo 14;15 e 21

Quem nega seu orgulho encravando-o na cruz, não se atreve a altercar contra a Palavra de Deus como se, a mesma fosse fruto para discussões, debates; sabe que é a “Constituição do Reino”; esforça-se para cumpri-la. Os demais, que diferença faz, se estão fora mesmo?

Os que têm vida espiritual sadia sabem que os lugares altos são duros, pesados; não os almejam, pois, não olham para eles como vendo privilégios, antes, responsabilidade. Todavia, os carnais, os bobos alegres anseiam títulos, posições, renome; sua busca doentia pelas glórias da Terra patenteia o quão pouco acreditam na recompensa do Céu.

“A grandeza não consiste em receber honras, mas, em merecê-las.” Aristóteles

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