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domingo, 17 de março de 2019

A "feiura" de Jesus

“A glória desta última casa será maior que a da primeira, diz o Senhor dos Exércitos; neste lugar darei a paz...” Ag 2;9

A segunda casa, então, era o segundo templo que era construído, dada a destruição do primeiro, pelos exércitos babilônios. A Glória referida tinha a ver, em parte, com o portento da própria edificação, ornamentada com recursos Daquele que possui a prata e o ouro; mas, sobretudo, porque naquela casa seria apresentado O Príncipe da Paz; “... neste lugar darei a paz, diz O Senhor...”

Lá no oitavo dia de vida O Messias foi apresentado; aos trinta anos se apresentou interpretando um texto de Isaías ao Seu respeito; depois travou embates com Escribas, Fariseus Saduceus...

O fato de que Deus daria a paz não significa que a mesma seria recebida nos termos Dele; não foi; como lamentou o próprio Salvador; “Quando ia chegando, vendo a cidade, chorou sobre ela, dizendo: Ah! se tu conhecesses também, ao menos neste teu dia, o que à tua paz pertence! Mas agora isto está encoberto aos teus olhos.” Luc 19;41 e 42

Parece que a rejeição não derivou de uma aversão pela paz em si; mas, de uma dificuldade de visão; a Dádiva Divina esteve de algum modo “encoberta” aos olhos. À sua rejeição e perseguição ao Messias estava anexa uma maldição que trazia exatamente isso: Cegueira. “Escureçam-se seus olhos, para que não vejam; faze com que os seus lombos tremam constantemente.” Sal 69;23

Quando Isaías pintou a “feiura” do Messias que “justificou” Sua rejeição, não devemos entender literalmente como se tratando de lapsos físicos. “... não tinha beleza nem formosura, olhando nós para Ele, não havia boa aparência nele, para que o desejássemos. Era desprezado, o mais rejeitado entre os homens, homem de dores, experimentado nos trabalhos; como um de quem os homens escondiam o rosto, era desprezado, não fizemos dele caso algum.” Is 53;2 e 3

Se, fosse uma pessoa de traços disformes, cuja presença fosse desagradável não seria ovacionado por uma multidão quando da Entrada Triunfal em Jerusalém. O silêncio dos quatro repórteres sobre seus traços são fortes indícios de que Ele era uma pessoa normal, nesse quesito.

Quando O Profeta diz que Ele “não tinha beleza nem formosura... boa aparência...” provavelmente alegoriza ao apreço que fariam de Sua Doutrina; a mesma em momento algum lhes aparentou desejável. Não esperavam um pobretão oriundo da Galileia; tampouco, andando sem exército, desarmado, falando de amor, perdão, até mesmo, para os opressores romanos. Pior: Chamando de hipócritas aos veneráveis religiosos e prometendo precedência no Reino às prostitutas e publicanos. Isso era feio demais; indesejável.

A suma é que Deus deu O Príncipe da Paz em termos que eles não queriam; aí, sendo chamados a votar num “concurso de beleza” entre Cristo e um assassino, preferiram esse.

A sina deles figura à de muitos nos dias atuais. Também desejam paz com Deus; porém, recusam os termos propostos; Reino dos Céus? Tamo junto! Cruz? Tô fora!

Pedro chamou ao próprio corpo de tabernáculo, o qual deixaria na morte; disse ainda que somos casas espirituais. “Vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual, sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo.” I Ped 2;5

Nosso “primeiro templo” foi destruído pelo pecado na queda; também necessitamos da reconstrução espiritual recebendo ao Príncipe da Paz. Isso foi chamado pelo Salvador de “Novo nascimento”. Se, após o desterro da queda tendemos ao egoísmo autônomo, independente, na regeneração somos desafiados a voltar ao começo; viver de modo a agradar a Deus. “Oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus...”

Nada a ver com ofertar dinheiro pra ganhar mais dinheiro como ensinam certos patifes; antes, sacrificar na cruz, às vontades enfermas cambiando-as pela de Deus; “... apresenteis vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” Rom 12;1 e 2

Como no templo aquele, nossa glória depende da presença do Príncipe da Paz, ao qual, recebendo nossa visão será ampliada.

Foi a beleza da Santidade do Senhor que o fez indesejável aos que viviam longo consórcio com a feiura do pecado. “... a luz veio ao mundo; os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz, e não vem para a luz, para que as suas obras não sejam reprovadas.” Jo 3;19 e 20

Os que são reedificados Nele, o veem, enfim, como de fato É. “... adorai o Senhor na beleza da santidade.” Sal 29;2

sábado, 16 de fevereiro de 2019

Servos da Ignorância

“Muitíssima gente estendia suas vestes pelo caminho; outros cortavam ramos de árvores, e espalhavam pelo caminho. A multidão que ia adiante, e a que seguia, clamavam dizendo: Hosana ao Filho de Davi; bendito o que vem em nome do Senhor. Hosana nas alturas!” Mat 20;8 e 9

O Salvador jamais buscou popularidade, sucesso terreno entre os homens, mas houve momentos como o relatado acima, em que foi ovacionado; recebido com festa. A dita Entrada Triunfal.

No entanto, a massiva aprovação que O saudava derivava da ignorância, não de uma compreensão clara da Pessoa, nem da missão do Salvador.

A excitação popular vinha da errônea expectativa que, O Senhor estabeleceria Seu Reino, então, livrando-os do jugo romano. Nessa enganosa esperança fizeram a coisa certa; Receberam-no como Rei, embora, não entendendo a natureza do Seu Reino, tampouco, as circunstâncias.

Engana-se quem pensa que a fé saudável seja como pipoca; que, a um breve calor espoca e saltita crescendo em estatura e leveza; muda sua cor opaca por uma nova alvura. Tendemos a “canonizar” nossos desejos quando devaneamos que cumpri-los para nós seria o alvo Divino. Nesse caso nós seríamos deuses e, O Eterno não passaria de nosso servo. O rabo abanaria o cachorro.

Crer em Deus não é mero acreditar na Sua Existência e tê-la como patrocinadora das minhas ambições naturais pecaminosas.

Antes, requer que eu abdique meus caminhos tortuosos, meus pensamentos viciosos e me submeta ao Santo que primeiro de tudo deseja mudar minhas mesquinharias rasteiras por valores melhores.

“Buscai ao Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto. Deixe o ímpio seu caminho; o homem maligno seus pensamentos e se converta ao Senhor, que se compadecerá dele; torne para nosso Deus, porque grandioso é em perdoar. Porque meus pensamentos não são os vossos, nem, vossos caminhos os meus, diz o Senhor. Porque assim como os céus são mais altos que a terra, são os meus caminhos mais altos que os vossos; e meus pensamentos mais altos que os vossos.” Is 55;6 a 9

Conversão demanda que troque meus pensamentos pelos Divinos, “a Mente de Cristo;” minhas antigas aspirações não terão importância, uma vez que fui inserido numa dimensão superior que busca por coisas melhores, como exortou Paulo: “Portanto, se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus. Pensai nas coisas que são de cima, não nas que são da terra; porque já estais mortos; vossa vida está escondida com Cristo em Deus.” Col 3;1 a 3

Veraz mudança de pensamento fatalmente ensejará mudança de atitudes; “... como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida.” Rom 6;4

E, o câmbio de ações mudará o ser; a regeneração à Imagem e Semelhança do Santo; fim da Obra do Salvador. “... daqui por diante a ninguém conhecemos segundo a carne; ainda que também tenhamos conhecido Cristo segundo a carne, contudo agora já não o conhecemos deste modo. Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo.” II Cor 5;16 e 17

Então, o Ministro idôneo de Cristo, antes de tudo é um ensinador de justiça; labora pela conversão dos perdidos e edificação dos salvos, não, para legar “facilidades” em “Nome de Jesus” a gente de entusiasmo carnal que vibra na ignorância de Cristo e de si mesma, não discernindo entre trevas e luz.

Nosso labor, dos ensinadores da Palavra é para o “... aperfeiçoamento dos santos, para obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo; até que todos nós cheguemos à unidade da fé, ao conhecimento do Filho de Deus, homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo, para que não sejamos mais meninos inconstantes...” Ef 4;12 a 14

Infelizmente, na maioria dos lábios O Nome do Todo Poderoso é um conceito oco; uma ideia piedosa para compartir em redes sociais, tipo: “Quem tem Deus tem tudo, alcança tudo, conquista tudo.”

Primeiro, O Santo não é nossa propriedade, algo que possamos ter; É Nosso Senhor ao Qual nos cumpre servir. Isso, nos Seus Termos, segundo Sua Palavra. E, quem O serve deveras, nem precisa tocar trombetas sobre isso; as pessoas que o (a) conhecem presto identificarão, pois, “... não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte;” Mat 5;14

Os demais, apenas tomam O Santo Nome em vão, excitados pela própria ignorância. Muitos dos que aclamaram ao Rei dos Reis na Entrada Triunfal, depois se juntaram a outra multidão que gritava: Crucifica-o! Pois suas doentias expectativas foram frustradas.

Deixemos vãs esperanças na cruz para que, na consumação do Reino, dele façamos parte.