“Por isso não deixarei de exortar-vos sempre acerca destas coisas, ainda que bem as saibais, e estejais confirmados na presente verdade”. II Ped 1;12
Pedro reiterando seu propósito de “chover no molhado”; de dizer novamente coisas que os cristãos de então, já sabiam.
Eis uma questão! Por quê, carecemos ouvir de novo aquilo, do qual, já fomos inteirados? A verdade precisa ser repetida todos os dias em palavras, porque a mentira e a maldade, não cansam de se repetir, em ações.
Os cristãos são seres “duplos”; têm duas naturezas. A carnal, comum a todos, e a espiritual, derivada do “novo nascimento” pela conversão. Esse que renasceu, é ensinado pela Palavra da Vida, para que veja às coisas como Deus as vê. É um processo longo, que demanda aprendizado, (edificação) e prática do que aprendemos, para santificação.
Do homem espiritual A Palavra diz: “Porque, segundo o homem interior, tenho prazer na Lei de Deus”. Rom 7;22 Todavia, a carne pende para outro lado; “Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à Sua Lei, nem pode ser.” Rom 8;7
Paulo explica essa disputa íntima que pulsa nos cristãos, usando os filhos naturais de Abraão, como figuras. “Como então aquele que era gerado segundo a carne perseguia o que o era segundo o Espírito, assim é agora”. Gál 4;29 Tanto, no aspecto dos não convertidos enfrentando aos que são, quanto, no íntimo de cada um, a natureza carnal se rebelando contra demandas espirituais.
A segurança de salvação é entregue aos que ouvem o Espírito, invés da natureza perversa. “Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito”. Rom 8;1
Eventualmente as pessoas tomam a figura da cruz, emprestada, tentando realçar um aspecto difícil do seu viver; tal sina, - dizem - é a minha cruz. Na verdade, a cruz que somos chamados a levar, é bem mais que uma pessoa de difícil trato, uma enfermidade, um relacionamento doentio.
Cada vez que, persuadidos pelo Espírito dizemos um sonoro “não!” aos desejos carnais, estamos “crucificando” à natureza pecaminosa por amor a Cristo, em nome de submissão a Ele. “Digo, porém: Andai em Espírito, e não cumprireis a concupiscência da carne. Porque a carne cobiça contra o Espírito, e o Espírito contra a carne; estes opõem-se um ao outro, para que não façais o que quereis... os que são de Cristo crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências”. Gál 5;16, 17 e 24
Assim, nossa cruz tem a ver com vícios que pulsam em nossas almas, mais que, com pessoas de nosso convívio.
Em todo tempo, os convertidos ouvem ao “comício” dessa perversa, a carne, tentando arrastá-los à prática das coisas de sempre, de quando não conheciam a Cristo.
Antes, pelo fato de estarem espiritualmente mortos, podiam pecar à vontade, sem sequer se darem conta que estavam ferindo ao Senhor e colocando suas almas a perder. “Porque, quando éreis servos do pecado, estáveis livres da justiça”. Rom 6;20
Pecavam sem culpa, sem dor, porque existiam, sem vida, sem Deus. Assim como um prisioneiro faz suas barbáries atrás das grades, porque nada tem a perder, os carnais, de certa forma se portam.
A repetição dos ensinos de cunho espiritual, soam como um contraponto a esse “discurso”, perverso e suicida da natureza, que, tendo o prazer imediato como alvo, não se importa de colocar a perder, preciosidades de eterno valor.
Cada vez que a Palavra é pregada de modo idôneo, pelo meio que for, estará O Espírito Santo trabalhando através dela, para fazer aquilo para o quê, veio; “Quando Ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo”. Jo 16;8
Enquanto existir alguém que, precisa ser convencido que autonomia é pecado, submissão a Cristo para ser perdoado é uma demanda justa, e quem isso não fizer seguirá para o juízo, perdido, a Palavra da vida terá plenas razões para ser pregada, enfatizada, reiterada; tanto, sob o ponto de vista de anunciar à salvação para quem não tem; quanto, para que perseverem em obediência, não lancem o diamante da vida, com a funda do desleixo, os que a têm.
Contam historiadores que Abraham Lincoln, foi acusado por opositores de ser um homem de duas caras, ao que, respondeu: “Acham que se eu tivesse duas, usaria essa?” Aludindo à sua notável feiura.
Os cristãos, no aspecto visto acima, são de duas caras; uma, natural; outra, espiritual.
Pois, aprendamos com a ironia de Lincoln, e demos preferência para a que faz melhor figura ante os Céus. “Assim, considerai-vos como mortos para o pecado, mas vivos para Deus em Cristo Jesus nosso Senhor”. Rom 6;11