“Por isso, não sejais insensatos, mas entendei qual é a vontade do Senhor.” Ef 5;17
Em geral, equilíbrio, bom siso, juízo, forjando um agir com lucidez e ponderação, segundo a lógica humana é a razão. Adotar posturas coerentes com os hábitos estabelecidos em nossa sociedade, no pleno domínio das faculdades, da prudência, seria a sensatez; enquanto, fora disso, loucura.
No prisma espiritual a situação diverge. Acontece que as coisas, nesse âmbito, são tributárias a outro tipo de saber. Por isso, sua “lógica” também é diferente. Paulo pontua: “Falamos Sabedoria de Deus, oculta em mistério, a qual, Deus ordenou antes dos séculos para nossa glória, sendo que, nenhum dos príncipes deste mundo conheceu, porque, se a conhecessem, nunca crucificariam ao Senhor da Glória.” I Cor 2;7 e 8 Embora da morte do Salvador tenha resultado a possibilidade da nossa salvação, alguém sábio, espiritualmente, jamais faria coisas contra a justiça, é a ideia de Paulo.
Se, a razão no escopo humano atina à preservação no comportamento estabelecido ao longo do tempo, a renúncia dos modos fúteis de viver, de quando, alienado da vida espiritual, é o “bom siso” no qual somos desafiados a permanecer, em Cristo; “Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus que apresenteis vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional; não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis a boa, perfeita e agradável vontade de Deus.” Rom 12;1 e 2
Se, a vida “racional” é não sermos conforme este mundo, necessária a conclusão que, a vida espiritual tem razões que a própria razão, (natural) desconhece. “Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; não pode entendê-las porque elas se discernem espiritualmente; mas o que é espiritual discerne bem tudo, e de ninguém é discernido.” I Cor 2;14 e 15
Os “loucos” estão numa dimensão distinta, onde, são os olhos da fé que veem, não os naturais.
“Porque a Palavra da Cruz é loucura para os que perecem, mas para nós que somos salvos, é o poder de Deus.” I Cor 1;18 Vemos que a “loucura” não é em si mesma; mas, na apreciação dos refratários à Palavra da Cruz. Aos olhos dos que veem de fora. Deveríamos nos importar com a “visão” de quem não entende? Se, nas suas escolhas perecem, que autoridade têm para avaliar às nossas?
Paulo apresenta os Divinos motivos: “Visto com, na sabedoria de Deus o mundo não O conheceu pela Sua sabedoria, aprouve a Ele salvar aos crentes pela loucura da pregação.” V 21
Ainda, faz um desafio aos “sensatos” aos grandes expoentes do ateísmo, para que expliquem tudo o que existe excluindo O Criador; que mostrem seu saber, façam perguntas ante as quais A Palavra de Deus fique sem resposta; “Onde está o sábio? Onde está o escriba? Onde está o inquiridor deste século? Porventura, não tornou Deus, louca, a sabedoria deste mundo?” v 20
Visto isso, acrescenta: “Ninguém engane a si mesmo; se algum de vós se tem por sábio neste mundo, faça-se louco para ser sábio.” I Cor 3;18
Assim, voltamos ao ponto de partida; que a sensatez dos renascidos é derivada de Mente Divina, não da nossa; “Por isso, não sejais insensatos, mas entendei qual é a vontade do Senhor.”
Os que pretendem fazer “boa figura” perante esse sistema iníquo, e ainda serem ministros do Evangelho, estão numa tentativa inglória de fundir água e vinagre. Terão que trair a uma das partes, ou a ambas, sendo uns farsantes que, como um camaleão, absorvem a cor do ambiente.
A “sensatez” mundana requer que sejamos conforme o sistema, porém, os de Cristo, não são. “Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu; mas, porque não sois do mundo, antes, Eu vos escolhi dele, por isso, que o mundo vos odeia.” Jo 15;19
Dizer que ama a Cristo é relativamente fácil; porém, viver isso deveras, pagando o preço que é requerido, aí é coisa para gente espiritualmente ousada, corajosa, com um apego às convicções maior que o medo das aflições. O Mestre preveniu: “Tenho vos dito isto, para que em Mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo; Eu venci o mundo.” Jo 16;33
O mesmo Senhor ensinou como poderemos demonstrar amor por Ele: “Se guardardes os Meus Mandamentos, permaneceis no Meu amor; do mesmo modo que tenho guardado os Mandamentos do Meu Pai, e permaneço no Seu Amor;” Jo 15;10
Habilidade retórica, num debate, pode encenar que alguém tem razão; a harmonia em obediência com a Mente Divina, nos levará a viver, segundo as razões que Deus tem.