quinta-feira, 13 de julho de 2023

Recuo camuflado


“O justo viverá da fé; se ele recuar, Minha Alma não tem prazer nele.” Heb 10;38

Viver da fé, embora não esteja pormenorizado o que significa, sendo o “recuar” a alternativa, implica, obviamente que, viver da fé é prosseguir, perseverar.

Concomitante à nossa perseverança, veremos O Eterno alegre conosco. Ele não tem prazer nos que recuam. Dos que perseveram, é lícito inferir que Ele diria algo semelhante ao que disse de Jesus: “... Nele está Meu prazer.”

Perseverar evoca a ação de esforçar-se, enfrentar adversidades por um objetivo.

Embora, a abertura das portas do Reino não seja por força nem por violência, o esforço dos fiéis é indispensável, dado o que está em jogo; forças opostas que os visam perder.

“Esforçai-vos, Ele fortalecerá vosso coração; todos que esperais no Senhor.” Sal 31;24 “Esforçai-vos, não desfaleçam as vossas mãos; porque vossa obra tem uma recompensa.” II Cr 15;7 “A Lei e os profetas duraram até João; desde então é anunciado o Reino de Deus; todo o homem emprega força para entrar nele.” Luc 16;16

Quando A Palavra diz que, “O justo viverá da fé”, mais que o testemunho de uma qualidade dos que creem, temos a denúncia de um defeito dos que duvidam.

Esses, não obstante a imensa declaração de amor contida na Palavra, preferem dar assento ao ceticismo blasfemo, que imputa ao Eterno, mentiras; “Quem crê no Filho de Deus, em si mesmo tem o testemunho; quem a Deus não crê mentiroso o fez, porquanto não creu no testemunho que Deus de Seu Filho deu.” I jo 5;10

A possibilidade de o inimigo cegar suas vítimas requer cooperação humana; só pode fazer isso naqueles que optam pela incredulidade; “Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do Evangelho da Glória de Cristo, que é a Imagem de Deus.” II Cor 4;4

Se alguém, depois de ter andado no caminho estreito, quiser recuar e se misturar a esses, certamente o mestre da cegueira terá um espaço de recuo para ele. “Nós, porém, não somos daqueles que se retiram para perdição, mas daqueles que creem para conservação da alma.” Heb 10;39

Os “justos” não o são por supostos méritos, antes, pela fé que os faz descansar na Integridade e misericórdia Divinas, pelas quais, a justiça de Cristo lhes é imputada, a despeito de seus erros passados. “Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados; e pôs em nós A Palavra da reconciliação.” II Cor 5;19

Nunca A Palavra da Vida esteve sob ataque como agora. A perseverança que outrora requeria vitória sobre as próprias inclinações pecaminosas da carne, apenas, hoje tem demandas maiores.

Crer nos indispõe com a sociedade engajada em perverter a pureza doutrinária, e nos expõe a toda sorte de riscos; pois, a pretexto de legitimarem supostos direitos de agir, os tais se arvoram no direito de ingerir no conteúdo de nossa fé. Se, acham que O Deus da Bíblia é muito radical, criem outro, e o sirvam; deixem-nos em nosso inalienável direito de crermos no que quisermos. Não pensem que iremos recuar, porque eles não conseguem avançar até o nível das renúncias que A Palavra requer.

Infelizmente, a oposição mais ferrenha sofremos de “pastores” que outrora admiramos. Não sei se nossa admiração era desorientada, ou, se os tais desceram do patamar sadio, “recuaram para perdição”, intimidados pelas pressões, seduzidos pelos aplausos do mundo.

Qualquer cristão medianamente informado deveria saber quanto vale a humana aprovação. “Vós sois os que justificais a vós mesmos diante dos homens, mas Deus conhece vossos corações, porque o que entre os homens é elevado, perante Deus é abominação.” Luc 16;15

A perseverança além de nos fazer resilientes nas lutas, também nos faz, nos aplausos e louvores de espúria procedência. “Como o crisol é para a prata, o forno para o ouro, assim o homem é provado pelos louvores.” Prov 27;21

Para um homem espiritualmente experimentado, aplausos ou vaias não são determinantes, a influir sobre eventuais movimentos em sua senda espiritual. Determinante é a direção Divina; “Eu sei, ó Senhor, que não é do homem seu caminho; nem do homem que caminha o dirigir seus passos.” Jr 10;23

“Teus ouvidos ouvirão a Palavra do que está por detrás de ti, dizendo: Este é o caminho, andai nele, sem vos desviardes nem para direita nem para esquerda.” Is 30;21

Pior que recuar, afastando-se simplesmente, é engajar-se em pautas mundanas, abdicar da integridade, fingindo prosseguir, quando, passou de servo do Senhor para serviçal do inimigo, transfigurado.

“Melhor lhes fora não conhecerem o caminho da justiça, que, conhecendo-o, desviarem-se do santo mandamento que lhes fora dado;” II Ped 2;21

quarta-feira, 12 de julho de 2023

Urgência do diabo


“Nunca digas: Por que foram os dias passados melhores que estes? Porque não provém da sabedoria esta pergunta." Ecl 7;10

Entender que as coisas irão piorando continuamente, deveria ser trivial, para quem consegue ver. Por quê? Porque aquele que ilumina, O Eterno, avisou que seria assim.

Da inversão de valores; “Ai dos que ao mal chamam bem, e ao bem, mal; que fazem das trevas luz, e da luz, trevas; fazem do amargo doce, e do doce, amargo!” Is 5;20

Da sociedade dos últimos dias versou mais: “Porque nossas transgressões se multiplicaram perante ti, nossos pecados testificam contra nós; porque nossas transgressões estão conosco, conhecemos as nossas iniquidades; como o prevaricar, mentir contra O Senhor... Por isso o direito se tornou atrás, a justiça se pôs de longe; a verdade anda tropeçando pelas ruas, equidade não pode entrar. Sim, a verdade desfalece, quem se desvia do mal arrisca-se a ser despojado...” Is 59;11 a 15

Paulo viu mais; “... nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos. Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela.” II Tim 3;1 a 5

A Palavra apresenta o mentor do pecado e sua urgência; “... Ai dos que habitam na terra e no mar; porque o diabo desceu a vós, e tem grande ira, sabendo que tem pouco tempo.” Apoc 12;12

Toda sorte de pecados é encorajada; mas, os sexuais são verdadeiros objetos de culto. Nudez e pornografia são expostas até em ambientes que usualmente deveriam ser sóbrios. O homossexualismo está sendo tratado, quase como uma coisa sagrada. Encorajado e glamourizado em tempo integral, em todas os meios de comunicação.

A verdade sofre ataques constantes sob as pechas mais nefastas possíveis; eventuais virtuosos que inda restam são alvos de ferozes ataques pelos expoentes da “guerrilha virtual”, com seu inequívoco talento para assassinar reputações. Enfim, a coisa está como o diabo gosta.

As crianças já entram no palco da vida, com um “script” formatado por uma sociedade imoral, avessa aos mínimos rasgos de decência, que ainda possam existir; o que será que elas irão ser, quando crescerem? “Porventura pode o etíope mudar sua pele, ou o leopardo suas manchas? Então podereis fazer o bem, sendo ensinados a fazer o mal.” Jr 13;23

As noções de bem e de mal, como vimos, estão em prateleiras trocadas; assim, os pérfidos podem das asas às suas perfídias, e ainda colarem rótulos de virtudes.

“E vendo (O Senhor) que ninguém havia, maravilhou-se de que não houvesse um intercessor; por isso Seu próprio braço trouxe salvação, e Sua própria justiça o susteve. Pois, vestiu-se de justiça, como de uma couraça, pôs o capacete da salvação na Sua cabeça, e por vestidura pôs sobre Si, vestes de vingança...” Is 59;16 e 17

Porém, anunciando a vinda do Salvador, o mesmo profeta colocara a questão, ainda atual, a incredulidade; “Quem deu crédito à nossa pregação? A quem se manifestou o Braço do Senhor?” Cap 53;1

Chegaria a um ponto, a dureza dos corações da humanidade, onde, o mesmo Senhor falaria como, não esperando mais, que ninguém mudasse; apenas, encorajaria cada um a fazer firmes suas escolhas: “Quem é injusto, faça injustiça ainda; quem está sujo, suje-se ainda; quem é justo, faça justiça ainda; quem é santo, seja santificado ainda.” Apoc 22;11

Se, o triunfo das nulidades, a prosperidade da desonra, o crescimento da injustiça, o gigantismo dos poderes nas mãos dos maus, nos dias de Ruy Barbosa, o fez cogitar em desanimar da virtude, rir da honra e ter vergonha de ser honesto; hoje, certamente acrescentaria muitas coisas de pior calibre, à sua vergonha.

Atualmente, ser honesto não é “apenas” vergonhoso; o governo como o diabo gosta se encarrega de tornar criminoso. A sociedade demanda que sejamos “fora-da-lei", se quisermos nos manter fiéis a Deus. Parece que certo salmista também viu nossos dias: “Porventura o trono de iniquidade te acompanha, o qual forja o mal a pretexto de uma lei?” Sal 94;20

Enfim, os dias atuais são infinitamente mais tenebrosos que os piores, da antiguidade; monstruosidades pretéritas tinham um atenuante de que, então, não havia ao dispor, a luz que há agora. Essa é a geração que verte luz em escuridão; “... portanto, se a luz que em ti há são trevas, quão grandes serão tais trevas!” Mat 6;23

Essas, além de alienarem de Deus, alienam da realidade. “Há uma geração que é pura aos seus próprios olhos, mas nunca foi lavada da sua imundícia.” Prov 30;12

segunda-feira, 10 de julho de 2023

A saudade de Deus



“Sempre que a nuvem se alçava de sobre a tenda, os filhos de Israel partiam; no lugar onde a nuvem parava, ali acampavam.” Núm 9;17

Charles Spurgeon disse: “Deus nos abençoa muitas vezes, cada vez que nos abençoa”. Eis um exemplo! A marcha dos israelitas precedida por uma “nuvem guia” que, além de mostrar a direção, trazia efeitos colaterais; cobria protegendo da calma no deserto durante o dia; e à noite resplandecia como que, em fogo, iluminando o caminho. Além de direção, a nuvem trazia refrigério. Seu estacionar significava parar; seu mover-se, partir.

Como seriam nossas vidas se, as pausas e partidas fossem segundo a Vontade do Senhor?

Dele temos na Palavra, luz, ensino, direção.
Naquele caso, a “lua de mel” com O Senhor durou pouco. Mediante Jeremias, O Eterno falou saudoso; “Vai, clama aos ouvidos de Jerusalém, dizendo: Assim diz o Senhor: Lembro-me de ti, da piedade da tua mocidade, do amor do teu noivado, quando me seguias no deserto, numa terra que não se semeava. Então Israel era santidade para O Senhor, as primícias da sua novidade; todos os que o devoravam eram tidos por culpados; o mal vinha sobre eles, diz O Senhor.” Jr 2;2 e 3

Além das necessárias provisões, havia algumas bênçãos mais; proteção e juízo contra quem afrontasse o povo escolhido.

Todavia, como nas relações humanas baseadas em anseios carnais, simplesmente, invés do vero amor, passada a lua de mel, os olhos infiéis começam a buscar “alternativas”.

O mesmo Jeremias foi portador da denúncia de adultério. “Porque o meu povo fez duas maldades: a Mim deixaram o manancial de águas vivas, cavaram cisternas, cisternas rotas, que não retêm águas. Acaso é Israel um servo? É um escravo nascido em casa? Por que veio a ser presa?” cap 2;13 e 14 

Aqui temos a causa: Infidelidade; e a consequência: Escravidão. Mediante Moisés o Eterno dissera que seria assim; se fossem fiéis, bênçãos, proteção; senão, a servidão.

O mesmo Senhor lamentou que as coisas tivessem tomado outros rumos por causa da desobediência: “Ah! se tivesses dado ouvidos aos Meus mandamentos, então seria a tua paz como o rio, a tua justiça como as ondas do mar! Também a tua descendência seria como a areia; os que procedem das tuas entranhas como os seus grãos; o seu nome nunca seria cortado nem destruído de diante de Mim.” Is 48;18 e 19

Naqueles dias, O Criador tratava com uma nação específica; hoje, com todas as nações, numa pessoa específica; Jesus Cristo; descendente de Abraão, no qual serão benditas todas as famílias da Terra.

Agora, a direção não deriva de uma nuvem, antes, da Sua Palavra. “Mas vós não credes porque não sois das minhas ovelhas, como já vos tenho dito. As Minhas ovelhas ouvem a Minha Voz, Eu conheço-as, e elas Me seguem;” Jo 10;26 e 27 Orbitavam ao Salvador dois tipos de pessoas; umas criam e obedeciam, outras duvidavam. Dessas, disse não serem Suas ovelhas.

Não há uma escolha antecipada como acredita o calvinismo; em Cristo, as pessoas escolhem crer ou não. As que creem se fazem ovelhas Dele. Em Sua bendita Palavra temos muito mais que na nuvem tinham os antigos; além de luz, refrigério, direção; sabedoria espiritual, conhecimento de Deus, vida eterna, edificação, segurança...

Também Ele manifestou sentir saudades de um bom começo de relacionamento, numa igreja que estava dando sinais de desgaste. “Tenho, porém, contra ti que deixaste o teu primeiro amor. Lembra-te, pois, de onde caíste, arrepende-te; pratica as primeiras obras...” Apoc 2;4 e 5

Parece que fidelidade ao longo do tempo é nossa maior dificuldade. O Salmista evoca essa fragilidade como razão da misericórdia Divina. “Assim como um pai se compadece de seus filhos, o Senhor se compadece daqueles que o temem. Pois Ele conhece a nossa estrutura; lembra-se que somos pó.” Sal 103;13 e 14 Não significa que conceda “direito” a certos pecados; antes, que perdoa sempre que há arrependimento e mudança.

Então, compensa nossa fragilidade dando aos que Lhe obedecem, a assessoria do Espírito Santo; uma “nuvem” interior que dirige aos sensíveis e obedientes; “Os teus ouvidos ouvirão a palavra do que está por detrás de ti, dizendo: Este é o caminho, andai nele, sem vos desviardes para a direita nem para a esquerda.” Is 30;21

Os rebeldes de então, terminavam escravos dos midianitas, assírios, caldeus... Os de hoje, inspirados por satanás acabam reféns de si mesmos, da carne e do mundo.

domingo, 9 de julho de 2023

Os apressados


“... muitos correrão de uma parte para outra, o conhecimento se multiplicará.” Dn 12;4

Características dos últimos dias da humanidade mostradas a Daniel. “... correrão de uma para outra parte...” uma geração apressada.

A pressa é neutra; pode ser meritória ou enfermiça, dependendo do motivo. A celeridade em socorrer alguém quando o tempo urge é uma pressa boa; todavia, a derivada de anseios vãos, tipo, ir veloz para chegar de uma vez a um lugar onde não se fará nada, exceto repousar, essa é doentia; e não raro, muitos morrem no trânsito nessa busca por “ganhar tempo.”

A pressa muitas vezes é um fator psicológico. Algo que muito desejamos, parece que alonga o tempo, demora a chegar. Por outro lado, quando estamos no desfrute de situações aprazíveis, o “tempo voa”; em ambas os aspectos, passa na mesma velocidade; porém, nossa percepção muda, de acordo com a presença ou ausência de prazer.

Dessa perspectiva parece lícito concluir que nossa geração apressada tem fome e sede de prazeres, e em demanda dos tais, corre.
Certa brincadeira antiga consistia em encontrarmos uma, ou sete diferenças entre dois desenhos idênticos; agora, deparei com, “encontre a diferença, num minuto.” Até o desenho está apressado.

Como o prazer é relativo, atinente à natureza e aprendizado de cada um, (Os asnos preferem palha ao ouro. Estobeu.) alguns podem correr em busca de coisas das quais, outros fugiriam. Embora nos botecos da vida ainda se diga que a qualidade é superior à quantidade, há muitos paladares estragados, que se aprazem em coisas nocivas, em quantidades insaciáveis. É preciso correr, mesmo que a “conquista” seja doentia.

Normalmente, a falta de paz de espírito, “faz a roda girar” sem um motivo mais. “Os ímpios são como o mar bravo, porque não se pode aquietar; as suas águas lançam de si lama e lodo. Não há paz para os ímpios...” Is 57;20 e 21 Sua pressa é como que, uma fuga de si mesmos, inglória fuga, como disse um gaiato: “Cansei de fugir de mim mesmo; aonde ia, eu estava.”

A mulher adúltera também é mostrada como uma que, inquietações internas lhe ensejavam movimentos; “Estava alvoroçada e irrequieta; não paravam em sua casa seus pés.” Prov 7;11 A pressa “sem motivo”, revela motivações preocupantes.

A leitura edificante de um bom livro, um texto que nos faça pensar e avaliar as coisas é um prazer cada vez mais desconsiderado. Quando alguém escreve algo mais extenso, como faço, meio que se desculpa pelo “textão”, pela atuação desmancha-prazeres, nos domínios da geração “meme”. É como que, um ET, tentando abduzir algum leitor descuidado, para usar a esse em suas experiências de partilhar ideias.

Quem tem tempo a “perder” com algo assim? Quando Esaú convidou Jacó para que marchasse consigo o patriarca argumentou que não poderia andar rápido, seria um atraso; pois, tinha também, velhos e crianças; disse que seguiria “no passo do gado.” Gn 33;14

A jornada da vida não é uma corrida de cem metros rasos; “Voltei-me, e vi debaixo do sol que não é dos ligeiros a carreira, nem dos fortes a batalha...” Ecl 8;11 Muito mais do que, quando chegar, importa, aonde chegaremos. Quem marcha no “passo do gado” desfruta melhor a paisagem, quiçá, a companhia e bem aquilata os objetivos, em sua jornada.

Quando alguém está no caminho errado, quanto mais rápido andar, mais se afasta do objetivo; buscar a Deus. Sim, muitos filosofam sobre o sentido da vida, como se isso fosse algo distante a ser encontrado mergulhando em profundas reflexões. Não é.

A Palavra Santa, que apresenta o homem como tendo caído da comunhão com o Criador, atribui a ele certa redoma de tempo e espaço, dentro da qual deve redescobrir o caminho de casa; buscar a Deus. “De um só sangue fez toda a geração dos homens, para habitar sobre toda a face da terra, determinando os tempos já dantes ordenados, e limites da sua habitação; para que buscassem ao Senhor, se porventura, tateando, O pudessem achar; ainda que não está longe de cada um de nós;” Atos 17;26 e 27

Se, dos ímpios a paz foge, com aqueles que ouvem os ensinos do Príncipe da paz, ela habita. “Ah! se tivesses dado ouvidos aos Meus mandamentos, então seria tua paz como o rio, e tua justiça como as ondas do mar!” Is 48;18

Enfim, não tenhamos pressa, exceto, do que é urgente. “... Hoje, se ouvirdes Sua voz, não endureçais vossos corações, como na provocação.” Heb 3;15

Superada essa urgência, podemos ir devagar; “... Eis que assentei em Sião uma pedra; uma pedra já provada, pedra preciosa de esquina, que está bem firme e fundada; aquele que crer não se apresse.” Is 28;16

sábado, 8 de julho de 2023

Liberdade; o que é?


"Se vós permanecerdes na Minha Palavra, verdadeiramente sereis Meus discípulos; conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” Jo 8;31 e 32

A liberdade, não raro, é compreendida de modo superficial, quando não, incompreendida. Ouvintes do Salvador estavam privados da devida noção: “... nunca servimos ninguém; como dizes Tu: Sereis livres?” v 33

Eram romanos os governantes locais; em seu orgulho nacionalista sentiam-se livres; talvez, num conceito meramente religioso, de liberdade.

Serviam aos Césares, pagavam tributos a eles; portanto, em seus devaneios estavam presos a uma mentira. Se, César condescendia com a liberdade religiosa, seguia o fato que impunha seu domínio sobre os conquistados. A liberdade proposta pelo Senhor, excluía essa idosa senhora, a mentira, também; “... todo aquele que comete pecado é servo do pecado.” v 34

Aludindo ao falso conceito, O Senhor disse: “Se, pois, O Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres.” v 36
Por que, “verdadeiramente”? Porque o ser humano capitulou a uma falsa promessa de liberdade, quando da queda. Autonomia em relação ao Criador, proposta pelo inimigo, invés de liberdade acabou em servidão nas garras do pecado.

Paulo o definiu como um feitor poderoso que força sua vítima; “Ora, se faço o que não quero, já o não faço eu, mas o pecado que habita em mim.” Rom 7;20 Um conflito íntimo onde um “não querer” capitula ao poder do pecado.

Muitos filósofos gastaram massa cinzenta tentando definir a liberdade; a maioria não foi a lugar nenhum. Um pequeno do Senhor, Gandhi, que não pretendeu ser expoente de nada foi quem chegou mais longe: “A prisão não são as grades, a liberdade não é a rua; existem homens presos na rua e livres na prisão. É uma questão de consciência.”

Paulo também pôs a consciência como leme na nossa navegação pelos mares da vida; “Conservando fé e boa consciência, a qual alguns, rejeitando, fizeram naufrágio na fé.” I Tim 1;19 Mas, aqui estaria falando de fé, não de liberdade. Acaso O Senhor não condicionou à permanência em Sua Palavra, o que requer fé, o conhecimento da verdadeira liberdade?

A ideia vulgar é poder fazer o que se quiser. Será que é isso mesmo? Não é adágio comum ao vulgo, que a liberdade de um, termina onde começa a do outro? Se eles próprios admitem que a liberdade tem limites e reponsabilidade, parece que, o homem deveras livre, é o que melhor consegue transitar dentro desses limites.

Não só evitando males ao semelhante, mas também a si mesmo. Quando O Salvador ordenou: “Ame ao teu próximo como a ti mesmo”, tomou o amor-próprio como ponto de partida, como referencial do afeto devido ao nosso igual.

Uma “liberdade” que faça danos ao amor-próprio, seria a verdadeira? Por exemplo: Acreditando que liberdade signifique fazer o que quiser, se alguém quiser consumir drogas pesadas, depois acabar dependente dessas coisas, não se há de concluir, necessariamente, que o tal, no presumido uso da liberdade rumou para uma prisão?

Assim, parece que nossa liberdade não é um bem absoluto. Antes, faculta irmos aonde quisermos, falarmos o que desejarmos, bem como, fazermos o que intentarmos, sem que nenhuma dessas escolhas, “acenda uma luz no painel da consciência”; pois, nele, os limites de nossa liberdade foram gravados pelo Projetista Original.

Como um vírus de computador pode pôr a perder todo o sistema, uma consciência culpada também tende a abalar uma alma em sua totalidade. Os “apedrejadores” da adúltera, registrados em João, largaram suas pedras, quando desafiados a julgarem-se, antes; perceberam que não aplicavam contra si o juízo perfeccionista dirigido ao semelhante.

Devemos agir de modo que, a reciprocidade nos faça bem, invés de nos incomodar. “Portanto, tudo o que quereis que os homens vos façam, fazei-lhes também, porque esta é a lei e os profetas.” Mat 7;12

Num sentido absoluto, nem O Altíssimo possui total liberdade, por limites que resolveu estabelecer para Si mesmo; “Se formos infiéis, Ele permanece fiel; não pode negar a si mesmo.” II Tim 2;13 “Disse-me o Senhor: Viste bem; porque Eu velo sobre Minha Palavra para cumpri-la” Jr 1;12

Assim como a paz não é uma causa, antes, um derivado, “O efeito da justiça será a paz.” Is 32;17 também a liberdade se verifica numa consciência em repouso, de quem cortou vínculos com a mentira, e exonerou por santa causa, as menores nuances de desonestidade intelectual.

“Não alcançamos a liberdade buscando a liberdade, mas sim a verdade. A liberdade não é um fim, mas uma consequência.” Leon Tolstoi

“O Espírito do Senhor Deus está sobre Mim; porque O Senhor Me ungiu, para pregar boas novas aos mansos; enviou-me a restaurar os contritos de coração, proclamar liberdade aos cativos e abertura de prisão aos presos;” Is 61;1

Preço e valor da Palavra


“Vós fostes feitos nossos imitadores, e do Senhor, recebendo A Palavra em muita tribulação, com gozo do Espírito Santo.” I Tess 1;6

Quando um obreiro pode dizer que, imitá-lo é o mesmo que imitar ao Senhor, certamente estamos diante dum autêntico, veraz, que faz a coisa certa.

Não nos cabe presumível originalidade, nem difusão de algum verniz de brilho próprio. A beleza no âmbito espiritual está mais no cardume, no enxame, no rebanho, que no indivíduo. “Para que não haja divisão no corpo, antes, tenham os membros igual cuidado uns dos outros.” I Cor 12;25 O ego é desafiado à renúncia, não, afirmação; “negue a si mesmo.”

Tanto quanto, mais fiéis formos, mais parecidos seremos, com O Senhor. “De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus.” Fp 2;5 “Sede meus imitadores, como também eu de Cristo.” I Cor 11;1

O Próprio Senhor, em momento algum se preocupou com originalidade; sempre que oportuno evocava textos antigos: “Está escrito:” Não deixou de pontuar o veraz sentido, a intenção com que as coisas foram escritas; fez eventuais reparos que lhe pareceram necessários. Mas, reitero, Sua preocupação era com a fidelidade, a Vontade de Pai, a verdade, não com a originalidade, o brilho particular.
“... O Pai não Me tem deixado só, porque faço sempre o que Lhe agrada.” Jo 8;29

“... recebendo A Palavra em muita tribulação...”
A Palavra de Deus sempre foi motivo de controvérsia, desde quando era apenas um “verso”; a permissão de comer de tudo, exceto, certa árvore. Como Ela é também a Palavra da Vida, e há um agente da morte infiltrado nos ambientes em que Deus Fala, inevitável que essa disputa pela mente humana enseje tribulações.

Paulo pontuou um aspecto importante da batalha espiritual; o levante, pelas forças contrárias, de empecilhos ao entendimento, os quais, aqueles que foram “armados” com dons espirituais, devem desfazer; “Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas poderosas em Deus para destruição das fortalezas; destruindo conselhos, e toda altivez que se levante contra o conhecimento de Deus; levando cativo todo entendimento à obediência de Cristo;” II Cor 10;4 e 5

Nosso alvo: Conhecimento de Deus; nosso método: A obediência de Cristo; os obstáculos: Conselhos altivos, orgulhosos a exaltar vontades humanas, onde a Divina deve prevalecer.

Assim, sempre que a Palavra de Deus é ensinada e vivida em sua pureza regeneradora, é inevitável o concurso de tribulações; pois, quem recebe À Palavra da Vida, necessariamente abandona veredas pretéritas, onde a morte campeava. Os simulacros do inimigo, ídolos, usurpavam a Deus. Recebida A Palavra, a coisa mudou: “... dos ídolos vos convertestes a Deus, para servir o Deus Vivo e Verdadeiro...” I Tess 1;9

Os “liberais” condescendentes, que, a pretexto de “inclusão”, evitar polemicas, preferem “atenuar” porções onde A Palavra é mais incisiva, espraiam suas mensagens palatáveis aos gostos ímpios. Todavia, o alvo do Evangelho genuíno não é fugir da luta, pela oposição dos que o rejeitam; antes, evitar a morte eterna, legando salvação aos que o aceitam.

A esse mundo psicologicamente adoecido, espiritualmente morto, causa pavor o cancelamento, a rejeição; a mim, pouco se me dá. Me assusta a rejeição Divina. Imaginemos chegar a um ponto onde nem orações em nosso favor adiantam mais, porque Deus não quer saber, como já aconteceu com alguns! “Tu, pois, não ores por este povo, não levantes por ele clamor ou oração, nem me supliques, porque não te ouvirei.” Jr 7;16

Aos que pagam o preço de ser atribulados por amor à verdade, Deus envia Seu bálsamo, o consolo do Espírito Santo, para que saibam quanto vale pelejar pela justiça. “... recebendo A Palavra em muita tribulação, com gozo do Espírito Santo.” “Porque não recebestes o espírito de escravidão, para outra vez estardes em temor, mas recebestes o Espírito de adoção de filhos, pelo qual clamamos: Aba, Pai.” Rom 8;15 “Porque Deus não nos deu o espírito de temor, mas de fortaleza, amor e moderação.” II Tim 1;7

“O mundo jaz no maligno”.
Esse criminaliza justos e tenta destruir a reputação dos verdadeiros. Se, nem a morte logrou calar aos fiéis de outrora, não serão campanhas difamatórias, ameaças de prisão que nos tornarão imitadores dos covardes, invés de, do Senhor.

Melhor sofrermos uma tribulação eventual, breve, aqui, que padecermos tormentos eternos, evitando de ir à luta como nos convém.

Podem prender nossos corpos, matar até. Mas, nossas almas são livres demais, para, depois de terem sido libertas pelo Dono da Vida, voltarem outra vez à escravidão da mentira.

Desculpem, senhores do mundo, mas voltar atrás não é opção. “... não somos daqueles que se retiram para perdição, mas daqueles que creem para conservação da alma.” Heb 10;39

sexta-feira, 7 de julho de 2023

Bezerro de falácias


“Vendo o povo que Moisés tardava em descer do monte, acercou-se de Arão, e disse-lhe: Levanta-te, faze-nos deuses, que vão adiante de nós; porque quanto a este Moisés, o homem que nos tirou da terra do Egito, não sabemos o que lhe sucedeu.” Ex 32;1

Duas inverdades há, pelo menos, nessa insana proposta: Se, os deuses seriam feitos, não iriam diante deles; precisariam ser levados; seria uma fraude segundo a vontade deles, que levariam onde bem lhes conviesse, atribuindo essas conveniências ao seu “deus”.

Toda a idolatria, abstraídas as particularidades de cada uma, segue a esses mesmos princípios. Um espertalhão de plantão cria um espantalho ao seu bel prazer, atribui ao mesmo, qualidades de “padroeiro, protetor”, e pronto; abraçado o engodo, os incautos acabarão dirigindo preces a uma porcaria sem espírito, sem virtude nenhuma.

Assim, criaram o “Cristo Protetor” em Encantado, RS. Uma montanha de concreto formatado ao gosto dos cegos, como aquele do Rio; não conseguem ver O Criador, em Suas Obras Majestosas, mas pretendem “adorá-lo” num amontoado inerte daqueles. “Porque Suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto Seu Eterno Poder, quanto, Sua divindade, se entende e claramente se vê pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis;” Rom 1;20

“Embrutecido é todo o homem, no seu conhecimento; envergonha-se todo o artífice da imagem de escultura; porque sua imagem de fundição é mentira, nelas não há espírito.” Jr 51;17

Apesar da coisa não valer nada, muitos vão com meios próprios, outros em excursões, para ver de perto ao monstrengo e orarem “aos pés do Senhor.” Dá para tirar fotos de “Deus” inclusive; como sairíamos mal na foto?

Isaías denunciou outros que, com metade de um tronco fizeram fogo para se aquecer, com a outra, um “deus” para orar a ele.
“Metade dele queima no fogo, com a metade prepara a carne para comer, assa-a e farta-se dela; também se aquenta, e diz: Ora já me aquentei, já vi o fogo. Então do resto faz um deus, uma imagem de escultura; ajoelha-se diante dela, se inclina, roga-lhe e diz: Livra-me, porquanto tu és meu deus... Apascenta-se de cinza; seu coração enganado o desviou...” Is 44;16, 17 e 20

Como a idolatria requer acentuado grau de cegueira, o “cegador mor” está por trás de todas suas nuances; “Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do Evangelho da Glória de Cristo, que é a Imagem de Deus.” II Cor 4;4

Qualquer honraria atribuída aos espantalhos esses, no fundo é carreada ao mentor dos tais, o inimigo. “Mas que digo? Que o ídolo é alguma coisa? Ou que o sacrificado ao ídolo é alguma coisa? Antes, digo que as coisas que os gentios sacrificam, sacrificam aos demônios, não a Deus.” I Cor 10;19 e 20

A segunda inverdade, voltando ao Êxodo, é que fora Moisés que os tirara do Egito. Inegável que fora usado; porém, tendo visto bem de perto as dez pragas, passado a seco pelo Mar Vermelho, tendo o próprio Moisés, dito que, “O Deus de vossos pais me enviou”, então, sonegar a maravilhosa atuação Divina, trazendo tudo aquilo a um escopo meramente humano, era uma crassa maneira de mentir para si mesmo.

O desonesto intelectual é o pior dos mentirosos; consegue a proeza de mentir para si mesmo, e acreditar; em cima disso sair traçando novas diretrizes. “Ficarão de fora os mentirosos...” “Deus é Espírito, importa que os que o adoram adorem em espírito e verdade.” Jo 4;24

A mentira da moda é que a imutável Palavra de Deus precisa ser “atualizada”, reinterpretada em partes, para que alguns, mais sensíveis que não a conseguem digerir como é, se presumam servos de Deus, mesmo seguindo como são.

Conveniente “se livrar de Moisés”, quando, em sua lacuna poderemos criar o que nos aprouver. “Rompamos Suas ataduras, e sacudamos de nós Suas cordas. Aquele que habita nos céus se rirá; O Senhor zombará deles. Então lhes falará na Sua ira, no Seu furor os turbará.” Sal 2;3 a 5

Só um completo demente, cogitaria “editar” ao Todo Poderoso! “Ai daquele que contende com seu Criador! o caco entre outros cacos de barro! Porventura dirá o barro ao que o formou: Que fazes? ou a tua obra: Não tens mãos?” Is 45;9

Uma insanidade que O Eterno perguntou se Jó cometeria, está se cometendo agora, em escala global: “Porventura também tornarás tu, vão o Meu juízo, ou tu Me condenarás, para te justificares?” Jó 40;8

“Toda Palavra de Deus é pura; escudo é para os que confiam Nele. Nada acrescentes às Suas Palavras, para que não te repreenda e sejas achado mentiroso.” Prov 30;5 e 6