terça-feira, 23 de agosto de 2022

O último round


“Esse cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás, com todo poder, sinais e prodígios de mentira.” II Tess 2;9

O Anticristo, protagonista do último round, na milenar guerra espiritual.

A lorota sempre foi “lícita”; “A mentira dá duas voltas no planeta antes da verdade conseguir vestir as calças”. Sua existência grassa desde o Éden; o antídoto sempre foi o discernimento, o outro lado da moeda, a verdade.

Outro provérbio nasceu como “antivírus”: “As aparências enganam.” No entanto, de repente alguém resolveu que não se pode mais agir assim. Juristas “absolutamente comprometidos com a verdade” passaram e vetar ao que chamam de “fake news.”

Natural lembrar George Orwell, em “1984”, e o famigerado “Ministério da Verdade”. O governo decidia o que era verdade e o que não; como é de se esperar num sistema totalitarista, não se tratava de verdade ou mentira; eram rótulos convenientes, aplicados às coisas favoráveis ou desfavoráveis ao sistema.

Pois, temo que a vida começa a imitar à arte mais uma vez. Ou, que aquele escrito é tristemente profético. As atuais “agências de checagem” nada têm a ver com verdade. Mas, com as conveniências comuno/globalistas, com seus tentáculos espalhados pelo planeta. Se tem origem cristã, conservadora, qualquer postagem, presto é rotulada como fake; porém, coisas flagrantemente falsas, propagadas pelos adeptos da ideologia “verdadeira” passam alheias às tais “checadoras de fatos.” A “verdade” vergonhosamente veste vermelho.

Tudo que contraria o interesse deles, não importa o que digam as Constituições nacionais, serão vetados como fakes; como têm sido, descaradamente, em nosso país. Quem detém determinado posto, como na OMS por exemplo, tudo que disser será “em nome da ciência”; mesmo que, na semana seguinte diga o contrário, como se viu à exaustão no auge da pandemia.

Outrem que ousar cotejar fatos e lógica, com as incongruentes afirmações daqueles, presto será tachado de “negacionista, anticientífico”; mesmo que a “ciência” claudique como ébrio, no auge do porre.

Então, por “Verdade” se deve ler, conveniência globalista; e o contrário, por mentira. Como os prodígios do Anticristo serão mediante a mentira, sujeitará o mundo a si, às suas conveniências, malgrado essas derivem do engano; falsa paz. Enorme rebanho de “idiotas úteis” já faz o trabalho sujo daquele, perseguindo quem pensa.

A Bíblia apresenta esse período como juízo já, contra os que deixaram de amar à verdade. Ele virá, “Com todo engano da injustiça para os que perecem, porque não receberam o amor da verdade para se salvarem. Por isso Deus lhes enviará a operação do erro, para que creiam na mentira; para que sejam julgados os que não creram na verdade, antes tiveram prazer na iniquidade.” II Tess 10 a 12

Notemos que, na opção desses, não entram valores como verdade, ou mentira; antes, sentimentos; “tiveram prazer na iniquidade.”

A Palavra de Deus, crida por alguns rejeitada por muitos sempre foi tida como inalterável. Crer ou não era direito de cada um, mas não se mexia no conteúdo. Todavia, não é mais assim. O sistema, em nome de rótulos como “tolerância e inclusão” criou uma “versão inclusiva”, removendo inconveniências; porções que incomodavam a quem não se incomoda de viver adverso aos preceitos de Deus.

A atuação do inimigo ao longo dos últimos dois milênios tem sido para obstruir à Boa Notícia da Salvação; O Evangelho; “... o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do Evangelho da Glória de Cristo, que é a Imagem de Deus.” II Cor 4;4

Apagada a Bendita Luz, o próximo passo, quando o sistema global, finalmente for implementado será declarar a Verdade, como fake. A Bíblia será rejeitada pela “Agência de Checagem” globalista. Afinal, não trouxe paz, apenas contenda ao longo das eras, enquanto o Anticristo terá “pacificado” (entorpecido) o mundo.

Acontece que, A Palavra traz paz entre o homem que se arrepende e Deus, não paz ao planeta que se opõe a Ele; Cristo ensinou: “Não cuideis que Vim trazer a paz à terra; não vim trazer paz, mas espada;” Mat 10;34

Como a geração vídeo desaprendeu pensar e ouvir o que a confronta, não lê nem entende a Bíblia, presto perseguirá como indesejáveis os que recusarem o comando do Capeta disfarçado de benfeitor.

Basta ver as calúnias que publicam contra Bolsonaro, e os milhares que curtem e replicam, para perceber que os interesses definem os “valores.” “... ao mal chamam bem, ao bem mal; que fazem das trevas luz e da luz, trevas; fazem do amargo doce e do doce, amargo!” Is 5;20

Quem amou à verdade em tempos de paz, morrerá por seu amor, quando tal afeto custar isso; “Em Deus faremos proezas; porque Ele é que pisará os nossos inimigos.” Sal 60;12

domingo, 21 de agosto de 2022

Ecce Homo


“Saiu Jesus fora levando a coroa de espinhos e roupa de púrpura. Disse-lhes Pilatos: Eis aqui o homem.” Jo 19;5

Marcas de açoites; hematomas de bofetadas, coroa de espinhos; e para completar o escárnio, vestes de púrpura. Eis o homem!

A redução à condição humana foi um arranjo do Seu Amor e Justiça, por causa de nossa necessidade. “Porque nos convinha tal Sumo Sacerdote, Santo, Inocente, Imaculado, Separado dos pecadores, Feito Mais Sublime do que os Céus;” Heb 7;26

O domínio fora entregue ao homem; esse perdera ao obedecer a Satanás; “Não sabeis que a quem vos apresentardes por servos para obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis...?" Rom 6;16

Aos Olhos do Justiça Divina, apenas outro homem poderia reaver o domínio perdido. “O Pai a ninguém julga, mas Deu ao Filho todo juízo... Deu-lhe poder de exercer juízo, porque é O Filho do homem.” Jo 5;22 e 27

Adão desafiara a morte pela desobediência, acreditando na oposição; agora, um descendente sofreria a morte em plena obediência, submisso à Vontade Divina para redimir a vida e restaurar a comunhão. “Porque, assim como todos morrem em Adão, também todos serão vivificados em Cristo.” I Cor 15;22 Todos que O Receberem e obedecerem, entenda-se.

Embora Pilatos não soubesse exatamente o que dizia, naquela frase em destaque disse a coisa certa. Uma vez que, tudo que O Salvador padeceu nada tinha a ver com culpas Suas; antes, estava em nosso lugar, recebendo o que merecíamos; ali Ele não era Deus em essência; naquele momento era “o homem”.

Açoitado pelas consequências dos pecados; esbofeteado pelas decepções da vida; coroado de espinhos pelos vícios, pecados e incompreensões suas e do semelhante; por fim, a cereja da torta; ostentando as vestes reais da presunção oca herdada, de ser como Deus; eis o homem!

Por isso a cruz encontra tanta oposição, rejeição, ataques. O homem está sujo, mas prefere quebrar o espelho a se aproximar da água. A cruz não mostra Cristo em Sua Santidade; antes, mostra o homem em suas culpas, e O Amor de Deus em Sua Intensidade e Providência. “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu Seu Filho unigênito, para que todo aquele que Nele crê não pereça, mas tenha vida eterna.” Jo 3;16

Isso fere o orgulho de quem, sequer deveria ter tal sentimento. “Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz; não vem para luz, para que suas obras não sejam reprovadas.” Jo 3;20 O homem ímpio não quer reprovação, nem aprender agir de modo probo. Quer prazeres de pecar e reputação de justo. “Alimentar a onça e manter o cabrito vivo”.

Por um pouco, Jesus Cristo deixou de Ser quem É, para ser o que somos; “O qual, Sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, mas esvaziou a si mesmo, tomando forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; achado na forma humana, humilhou-se, sendo obediente até à morte, e morte de cruz.” Fp 2;6 a 8

Obediência é uma qualidade que não cabe a Ele; nunca precisara disso. Mas, reduzido ao nosso tamanho, teve que “aprender” para nos representar “à altura”; “Ainda que era Filho, (de Deus) Aprendeu a obediência, por aquilo que Padeceu.” Heb 5;8

O domínio terreno esteve em indignas mãos por alguns milênios; (o inimigo jactou-se disso; “... porque a mim foi entregue e dou-o a quem quero.”) Consumada a Vitória do Salvador, as coisas retornaram aos devidos lugares; “Chegando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: É Me dado todo poder no Céu e na Terra.” Mat 28;18

O homem foi criado Imagem e Semelhança do Criador, para refleti-lo. Mas a desobediência deformou a Obra; deixou-a à imagem da oposição. Na Cruz O Salvador nos “fotografou” e nos chama a ver como somos, sem Ele. Eis o homem!

Isso envergonha, entristece; no entanto, também liberta a quem encara do modo correto. A mentira da oposição dizendo que seríamos como Deus era camuflagem do fato que, desobedecendo nos tornaríamos como o Diabo; A Verdade encarnada e Vivida Liberta quem não a teme; “Quem comete o pecado é do diabo; porque o diabo peca desde o princípio. Para isto o Filho de Deus se manifestou: para desfazer as obras do diabo.” I Jo 3;8

Cristo Se Fez homem no mérito, para possibilitar que sejamos como Ele na obediência e comunhão; “Querendo o aperfeiçoamento dos santos, para obra do ministério, para edificação do Corpo de Cristo; até que todos cheguemos à unidade da fé; ao conhecimento do Filho de Deus; homem perfeito à medida da Estatura completa de Cristo” Ef 4;12 e 13

Por Ele ter sofrido nossa imagem em Si, É Digno que mostremos, regenerados, Sua Imagem em nós.

sábado, 20 de agosto de 2022

Meninos maduros


“Porquanto andam enganando Meu povo, dizendo: Paz, não havendo paz; quando um edifica uma parede, eis que outros a cobrem com argamassa não temperada;” Ez 13;10

Um edifica o outro reboca; figura de linguagem que significa: Um profetiza enganos ao Meu povo; outro vem e corrobora, confirma.

Duas características comuns na atuação dos falsos profetas. Uma: Procuram trazer uma mensagem que agrade, mesmo que a situação não seja assim perante Deus; “... enganam, dizendo: Paz, não havendo paz."

Outra: Tendem a amoldar-se ao espírito corrente, invés de confrontar, como fazem os idôneos. “Um edifica, outro reboca...” Falam o que os errados querem ouvir.

Embora, esses profanos tenham enorme culpa ao associarem O Nome do Eterno aos seus desejos vis, o povo que os paparica também não é inocente.

Um mínimo de discernimento basta para ver quem desafia pecadores a mudanças, em contraste com os que os adulam. Quando convidado a ir para a guerra com Acabe, Josafá assistiu um deplorável espetáculo de “profetas” que asseguravam vitória no combate. Invés de descansar naquela pantomima perguntou: “Não há aqui um profeta do Senhor?”

A um homem sensato não basta que as coisas ditas soem boas; é preciso que sejam verdadeiras. “Nada podemos contra a verdade; senão, pela verdade.” II Cor 13;8

O povo não está nem aí para a sensatez; prefere um agrado momentâneo à verdade. Se os farsantes não tivessem “consumidores” mudariam seu ramo. Nos dias de Isaías ele denunciou: “Dizem aos videntes: Não vejais; aos profetas: Não profetizeis para nós o que é reto; dizei-nos coisas aprazíveis, vede para nós enganos. Desviai-vos do caminho, apartai-vos da vereda; fazei que O Santo de Israel cesse de estar perante nós.” Is 30;10 e 11

No Ministério do Salvador, não foi apenas a um profeta idôneo, a rejeição; mas, à Própria Luz, O Senhor; “A condenação é esta: Que A Luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas que A Luz, porque suas obras eram más.” Jo 3;19

Paulo advertiu dos dias atuais; “Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme suas próprias concupiscências; desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas.” II Tom 4;3 e 4

Ontem deparei com um desses “doutores” dizendo-se padre e parapsicólogo; assegurava: “Acredite em você mesmo! Você consegue! Confie mais em suas próprias capacidades!” Não dá para negar que, algo assim soa doce aos ouvidos. Mas, quem aprendeu a ver com os olhos do Espírito, facilmente descobre Satanás sob o traje de anjo de luz.

Ele desafiou o homem a deixar a submissão e agir de modo autônomo. “Vós mesmos sabereis...” aceita a profetada, surgiu o ego. O homem que fora unido a Deus passou a ser adversário.

Para regeneração somos chamados ao caminho inverso. Invés do “afirme a si mesmo, você consegue”, sugestão do capeta, temos o “Negue a si mesmo, tome sua cruz e siga-Me" Depois de convertidos somos ensinados a conseguir as coisas em Cristo, não na nossa força. “Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece.” Fp 4;13

Ademais a confiança na carne para resolver coisas que dependem do Senhor nos lançaria em maldição; “... Maldito o homem que confia no homem, faz da carne o seu braço, e aparta seu coração do Senhor! Porque será como a tamargueira no deserto, não verá quando vem o bem; antes morará nos lugares secos do deserto, na terra salgada e inabitável.” Jr 17;5 e 6

Certa vez ouvi determinado lamento: “Para vocês tudo é Deus; A Palavra ou Vontade Dele; parece que somos crianças, sem vontade própria!” É, disse; não estás longe da verdade. “Portanto, aquele que se tornar humilde como este menino, esse é o maior no Reino dos Céus.” Mat 18;4

Entretanto, no aspecto do discernimento, devemos buscar a estatura de adultos, para não sermos vitimados pelos enganadores em apreço; Paulo resumiu numa sentença: “Irmãos, não sejais meninos no entendimento, mas sede meninos na malícia e adultos no entendimento.” I Cor 14;20

Feliz quem pode bater a porta na cara do Capiroto quando esse assedia, mesmo paramentado de ovelha, mediante seus “profetas” de facilidades. “O homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. Mas o que é espiritual discerne bem tudo e de ninguém é discernido.” I Cor 2;14 e 15

A Excelência da Doutrina de Cristo é que ela faz homens maduros na ciência, e crianças na submissão.

Invés duma colher de pedreiro para rebocar enganos, um martelo para destruí-los. “Porventura Minha Palavra não é como o fogo, diz o Senhor, como um martelo que esmiúça a pedra?” Jr 23;29

sexta-feira, 19 de agosto de 2022

A Inveja


“Não Me é lícito fazer o que quiser do que é Meu? Ou é mau teu olho porque Sou Bom?” Mat 20;15

Os trabalhadores das diversas horas do dia. O que laborara uma hora apenas, recebera o dia completo; o que trabalhara o dia todo indignou-se com a “injustiça”; aí então, o empregador fez a pergunta acima.

Se alguém me contrata para trabalhar uma jornada por xis reais, cumprida a mesma, recebido o combinado nada cabe reclamar. Não era a injustiça que movia a queixa; antes, uma senhora bem idosa, atuante desde os dias de Abel e Caim, a inveja.

Os dois irmãos ofereceram culto ao Senhor; a um Ele Aceitou; ao outro, não.
... atentou o Senhor para Abel e sua oferta. Mas, para Caim e sua oferta não atentou. Irou-se Caim fortemente, descaiu-lhe o semblante. O Senhor disse a Caim: Por que te iraste? Por que descaiu teu semblante? Se bem fizeres, não é certo que serás aceito? Se não fizeres bem, o pecado jaz à porta; sobre ti será o seu desejo, mas sobre ele deves dominar.” Gn 4;4 a 7

Quiçá, “erro de avaliação"; Deus foi “injusto” aceitando um e rejeitando outro? Também lá não havia nenhuma injustiça. O texto ensina que antes de olhar para a oferta, O Senhor olhou para o ofertante; “... atentou O Senhor para Abel e sua oferta...” A Bíblia não deixa claro qual fora o mal de Caim. Alguns esposam a ideia que a oferta deveria ter sido com sangue, não frutos da terra como ele levara.
Porém, isso não me convence muito; pois, depois que organizou o sacerdócio levítico O Senhor aceitava ofertas de cereais e derivados. Então, o motivo para a não aceitação deve ter sido outro.

Talvez, adoração prestada com espírito errado; por competição, emulação contra Abel, ao ver que aquele ofertara ao Senhor. A coisa certa feita pelo motivo errado deixa de ser certa. O fato é que embora cultuando também, Caim fizera mal, algo que assoma nas entrelinhas; “Se fizeres o bem, não é certo que será aceito?” Notemos que a exortação não alude a uma mudança de oferenda, mas de atitude.

Muitos lidam mal com a bênção alheia. Parece que Deus “erra” quando dá algo aos outros. A mesma pergunta aquela cabe de novo; “Não Me é lícito fazer o que quiser do que é Meu? Ou é mau teu olho porque Eu Sou Bom?” Mat 20;15

A Bíblia aconselha que participemos das emoções dos semelhantes, sejam agradáveis, ou não; “Alegrai-vos com os que se alegram; chorai com os que choram;” Rom 12;15

Quando medito sobre a inveja sempre me ocorre a frase duma antiga canção que dizia: “Na verdade o homem se sente mais realizado, se invés de falar parabéns! Ele fala, coitado!"

Em geral as pessoas são assim; refratárias ao talento alheio, justo por isso; porque é alheio. Auto gratificadas quando podem sentir-se superiores a outrem. Salomão discorreu sobre isso: “Ainda vi eu que todo o trabalho, toda destreza em obras, traz ao homem a inveja do seu próximo. Também isto é vaidade, aflição de espírito.” Ecl 4;4

Normalmente as pessoas querem a sorte dos que Deus coloca em lugares altos; não a trajetória, dores.

Há momentos em que nossa fraqueza tende a duvidar da Divina Bondade e Sabedoria. Parece que O Eterno se importa com outros, não conosco. Todavia, Ele Sabe para qual nicho está preparando cada um; o tempo, as coisas e oportunidades que combinam com outro, não necessariamente se amoldariam ao que Ele Tem para mim.

Mesmo quando tudo parece dar errado à nossa volta, confiemos Nele; “Quem há entre vós que tema ao Senhor e ouça a voz do seu servo? Quando andar em trevas, não tiver luz nenhuma, confie no Nome do Senhor; firme-se sobre o seu Deus.” Is 50;10

José era inocente, fiel; contudo, sofreu ódio dos próprios irmãos, calúnia da mulher de Potifar e indiferença do copeiro de Faraó; até o tempo em Deus Resolveu mudar radicalmente sua sorte; da prisão ao palácio. De esquecido, desprezado, a governador.

Quantos momentos teve para duvidar da Bondade Divina? Certamente pareceu, eventualmente, que Deus preferia seus irmãos a ele. A Bondade do Altíssimo atua consorciada à Sua Sabedoria e Propósito. “Provai, e vede que O Senhor É Bom; bem-aventurado o homem que Nele confia.” Sal 34;8

De acordo com o tipo e peso do peixe que pretende pescar, o pescador prudente escolhe linha e anzol; O Senhor, de acordo com a missão para a qual nos está preparando, permite as dores necessárias para infundir a têmpera que deseja, nas vidas que escolhe.

É lícito fazer o que quiser do que é Dele; nossas vidas são.

quinta-feira, 18 de agosto de 2022

Salvos de quê?


“Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores.” Rom 5;8

Amor; tão manifesto em palavras e raro nas ações. Foi feliz o poeta que escreveu: “Sinônimo de amor é amar.” Não é algo pra se dizer; antes, se demonstrar. Deus provou Seu Amor enviando-nos O Salvador.

Já ouvi muitos pregadores sem noção dizendo que o valor do resgate pago mede nosso valor. Que Deus pagou muito caro, porque valemos muito. O valor pago demonstra o tamanho do amor envolvido, não o valor dos resgatados.

O Pai não nos ama pelo que somos, mas pelo que Ele É; “Deus É Amor”. Apesar se sermos pecadores, mortos, investiu Seu amor visando nos regenerar. Antes que alguém incauto leia no Amor Divino uma espécie de licença para pecar, considere também o outro lado; “Tu amas a justiça e odeias a impiedade...” Sal 45;7

A aversão Divina contra o pecado não precisa atingir o pecador; basta que se arrependa, deixe a companhia do erro, aquele condenado que o quer matar também.

Certa vez nosso pastor perguntou: “Nós somos salvos de quê?” Um disse, da morte; outro, da perdição; um terceiro, do inferno... Na verdade, essas coisas são instrumentos da Ira de Deus. Dessa, os que se arrependem e se submetem a Cristo são salvos. “Logo muito mais agora, tendo sido justificados pelo Seu Sangue, seremos por Ele salvos da ira.” Rom 5;9

Nos dias de João Batista, quando viu ímpios descansando numa confiança cega, sobre uma religiosidade hipócrita, interpelou-os assim: “... Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira futura?” Mat 3;7

Tanto para salvação quanto perdição, teremos que tratar com O Eterno. Ou corresponderemos Seu Amor manifesto em Cristo, ou seguiremos sob a ameaça da ira. “Ou desprezas tu as riquezas da Sua benignidade, paciência e longanimidade, ignorando que a benignidade de Deus te leva ao arrependimento? Mas, segundo tua dureza e teu coração impenitente, entesouras ira para ti no dia da ira e da manifestação do juízo de Deus;” Rom 2;4 e 5

O juízo poderia ser apenas justo, sem nenhum componente emocional. Mas, dada a natureza do que estará sendo julgado, o desprezo e afronta ao Amor, a ira será inevitável.

Fomos criados À Imagem e Semelhança Divinas; temos atributos psíquicos e espirituais semelhantes a Deus. Quando amamos queremos ser correspondidos; Ele também; se, nosso amor se relacionar com outrem sentiremos ciúmes; Ele idem; “Adúlteros e adúlteras, não sabeis vós que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus. Ou cuidais vós que em vão diz a Escritura: O Espírito que em nós habita tem ciúmes?” Tg 4;4 e 5

Afinal, não apenas não foi amado, Cristo; mas, a oposição foi mais que Ele; “A condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas que a luz, porque suas obras eram más.” Jo 3;19 A identificação como mal dará aos identificados o mesmo fim; perdição.

Alguns até se movem inicialmente ao Amor de Cristo; depois, quais sementes nascidas sobre pedras, murcham ao primeiro calor; seduzidos por desejos malsãos, acovardados ao preço da submissão, abandonam-no, profanam; como se, o mundo que jaz no maligno, morto, tivesse mais a dar que O Príncipe da Vida.

A Palavra questiona: “Quebrantando alguém a lei de Moisés, morre sem misericórdia, só pela palavra de duas ou três testemunhas. De quanto maior castigo cuidais, será julgado merecedor aquele que pisar o Filho de Deus, tiver por profano o Sangue da Aliança com que foi santificado e fizer agravo ao Espírito da Graça?” Heb 10;28 e 29

O Amor Inefável segue buscando correspondência; todavia, quando Sua Expectativa findar, virá o tempo da ira, que também não será de proporções módicas; “Não se desviará a ira do Senhor, até que execute e cumpra os desígnios do Seu Coração; nos últimos dias entendereis isso claramente.” Jr 23;20

Não dá para detalhar; mas, muitos desejarão a morte; “Diziam aos montes e rochedos: Caí sobre nós, escondei-nos do rosto Daquele que está assentado sobre o trono e da ira do Cordeiro; porque é vindo o grande dia da Sua Ira; quem poderá subsistir?” Apoc 6;16 e 17

Os “escondidos em Cristo”, nada temem; “Porque se nós, sendo inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de Seu Filho, muito mais, tendo sido já reconciliados, seremos salvos pela Sua Vida.” Rom 5;10

Está na moda ofender, blasfemar, ridicularizar À Palavra de Deus; O Eterno nem se importa de parecer meio demodê; “A lei do Senhor é perfeita, refrigera a alma; o testemunho do Senhor é fiel, dá sabedoria aos símplices.” Sal 19;7

segunda-feira, 15 de agosto de 2022

Quem tem ouvidos...


“Aplica teu coração à instrução; teus ouvidos às palavras do conhecimento.” Prov 23;12

Um paralelismo sinonímico; recurso comum na poesia hebraica, cuja transmissão, em grande parte era oral; então, a mesma verdade era repetida na segunda parte da frase, com outras palavras para fixar a ideia. “Aplica teu coração à instrução; teus ouvidos às palavras do conhecimento.”

Os fenômenos apelam, geralmente, à visão; pomposos banners, placas, luminosos, logotipos, cores; sem falar nas imagens de vídeo de toda espécie que permeiam nossas vidas.

Embora, “Nem tudo é o que parece; as aparências enganam; o vidro brilha ao sol, enquanto os diamantes se escondem nos cofres;” etc. A comunicação visual toma espaços amplos; tanto as pessoas têm para ver, que pouco tempo ou vontade lhes resta, para ouvir.

Nos domínios do Espírito, a faculdade da visão não é a principal; “A fé vem pelo ouvir; ouvir da Palavra de Deus.” Rom 10;17 Certo verso repete-se diversas vezes: “Quem tem ouvidos ouça, o que O Espírito diz às Igrejas.” Apoc 2;7, 11, 29, 3;3, 13, 22 etc.

Parece redundante o desafio, uma vez que todos têm ouvidos, mas não é bem assim. Todos podem ouvir fonemas ordenados que chamamos, palavras; porém, ouvir como quem aprende, como quem coloca nisso o coração, aí não é tão simples como parece. Verdades profundas entram num ouvido e saem no outro. Erram o caminho do coração. A preguiça de ouvir tira os petrechos de rapel e as palavras não conseguem descer aonde deveriam.

Doença denunciada nos dias do Salvador; “Porque o coração deste povo está endurecido, ouviram de mau grado; fecharam seus olhos; para que não vejam; não ouçam e compreendam com o coração, se convertam e Eu os Cure.” Mat 13;15

Dos que ouviam disse: “Mas, bem-aventurados vossos olhos, porque veem, vossos ouvidos porque ouvem. Porque em verdade vos Digo que muitos profetas e justos desejaram ver o que vós vedes e não viram; ouvir o que vós ouvis e não ouviram.” Vs 16 e 17

Os de coração endurecido, ouvidos preguiçosos estavam diante Daquele que fora o sonho da visão de antigos heróis da fé; “... muitos profetas e justos desejaram ver o que vós vedes...”

Para quem sabe ler, pingo é letra; se diz. Pois, para quem deseja ouvir e aprender, mesmo sem a devida eloquência ou didática, pode tirar proveito do que ouve. Quem deprecia um pregador, fazendo de eventual limitação um motivo para descrer, na verdade apenas dilui sobre motivos “lógicos” sua dureza. Se nem mesmo O Rei do Reis conseguiu atenção dos corações endurecidos, que dizer de nós?

Aos de boa índole, que investem tempo e esforços em busca de sabedoria, O Eterno costuma recompensar; “Filho meu, se aceitares Minhas Palavras, esconderes contigo Meus Mandamentos, para fazeres teu ouvido atento à sabedoria; inclinares teu coração ao entendimento; se clamares por conhecimento, por inteligência alçares tua voz, se como a prata a buscares e como a tesouros escondidos procurares, então entenderás o temor do Senhor; acharás o conhecimento de Deus. Porque O Senhor Dá a sabedoria; da sua boca é que vem o conhecimento e o entendimento. Ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos. Escudo é para os que caminham na sinceridade, para que guardem as veredas do juízo. Ele preservará o caminho dos Seus santos.” Prov 2;1 a 8

Infelizmente, o predicado buscado no que se gosta de ouvir atualmente, não é conhecimento; a busca deixa de ser pela sabedoria e dá lugar à enganosa satisfação. Cada um busca mestres segundo suas próprias inclinações; “Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme suas próprias concupiscências;” II Tim 4;3

Ora, se já sei o que preciso ouvir, para quê? Não bastaria agir conforme meu saber? Aliás, poderia ensinar, invés de ouvir. Na verdade, a negligência nisso tolhe o crescimento e o discernimento que a maturidade espiritual traz, para aqueles que a alcançam; “... vos fizestes negligentes para ouvir. Porque, devendo já ser mestres pelo tempo, ainda necessitais de que se vos torne a ensinar os primeiros rudimentos das Palavras de Deus; vos haveis feito tais que necessitais de leite, não de sólido mantimento.” Heb 5;11 e 12

Qualquer nicho de aceitação humana, para comportamentos que A Palavra da Vida veta, necessariamente deriva de algum acréscimo ou supressão da mesma;

a sentença é severa nesse caso; “... se alguém lhes acrescentar alguma coisa, Deus Fará vir sobre ele as pragas que estão escritas neste livro; se alguém tirar quaisquer palavras do livro desta profecia, Deus Tirará sua parte do livro da vida, da Cidade Santa e das coisas que estão escritas neste livro.” Apoc 22;18 e 19

domingo, 14 de agosto de 2022

Como Ele Disse


“Agora, pois, meu filho, O Senhor seja contigo; prospera, edifica a Casa do Senhor teu Deus, como Ele disse de ti.” I Cron 22;11

Davi invés de apontar para eventual expansão horizontal do reino, a conquista sobre nações vizinhas, seu olhar estava voltado para cima; o relacionamento sadio de Salomão e todo o reino, com O Rei dos Reis. “O Senhor seja contigo.”

Quantos problemas seriam evitados se as autoridades humanas tivessem plena ciência sobre a verdadeira origem do poder atuante na Terra. A Pilatos O Salvador disse: “Nenhum poder terias sobre Mim, se do Alto não te fosse dado.” Portanto, acerta nosso Presidente, quando, após seu lema patriótico acrescenta: “... Deus acima de todos.”

Toda autoridade, malgrado, as escolhas que faça em âmbito pessoal, no prisma funcional representa Deus. Se bem ou mal, é outro aspecto que será julgado oportunamente. “Porque as autoridades não são terror para as boas obras, mas para as más. Queres tu não temer a potestade? Faze o bem, terás louvor dela. Porque ela é ministro de Deus para teu bem. Mas, se fizeres o mal, teme; pois, não traz debalde a espada; porque é ministro de Deus, vingador para castigar quem faz o mal.” Rom 13;3 e 4

Davi sabia que suas proezas pretéritas, vitória contra um leão, um urso, Golias e tantas batalhas, não derivavam da força do seu braço; antes, da presença do Espírito de Deus atuando nele. “O Senhor é minha força e meu cântico; Se Fez minha salvação.” Sal 118;14

“... Edifica a Casa do Senhor como Ele Disse de ti.”
Não poderemos manifestar submissão à Autoridade Divina, sem nos atermos às coisas como “Ele Disse;” Qualquer supressão ou acréscimo será temerário; onde a submissão deixa o assento, a perversão acaba ocupando seu espaço. De outro modo: Quando deixo de agir segundo Deus, fatalmente o faço conforme o conselho da oposição; foi aquele que disse que poderíamos ser autônomos, independentes.

Infelizmente o homem aprendeu dominar à tecnologia, sem ter aprendido domínio próprio; consegue olhar em tempo real à face do planeta, e não é capaz de uma incursão nas reentrâncias da própria alma, onde se escondem desonestidade intelectual, hipocrisias, interesses rasos, falácias, presunção e toda sorte de vícios.

Deus não começa um templo pelo telhado; não pretende que tenhamos domínio sobre os outros; mas, cada um sobre si mesmo; isso desde que o pretenso “conquistador” da vontade espreitava à porta do coração humano; “... Se não fizeres bem, o pecado jaz à porta; sobre ti será seu desejo, mas sobre ele deves dominar.” Gn 4;7

O domínio sobre outros não parece ser uma coisa desejável; “... tempo há em que um homem tem domínio sobre outro homem, para desgraça sua.” Ecl 8;9

Embora, funcionalmente homens sejam colocados em posição de autoridade, em última análise, O Domínio deve ser do Senhor, como disse Gideão certa vez: “... Sobre vós não dominarei, tampouco, meu filho sobre vós dominará; O Senhor vos dominará.” Jz 8;23

O que Salomão edificaria seria um templo para culto e memorial ao Santo Nome do Eterno, não uma casa para Deus, estritamente; “O Deus que Fez o mundo e tudo que nele há, sendo Senhor do Céu e da Terra, não habita em templos feitos por mãos de homens;” Atos 17;24

As “casas” que contam para a Santa Habitação têm outro “Mestre de Obras”; “Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam...” Sal 127;1

O “terreno” é o coração humano; matéria-prima A Palavra, o motivo da “obra”, o amor; “... Se alguém Me ama, guardará Minha Palavra e Meu Pai o Amará; Viremos para ele e Faremos nele morada.” Jo 14;23

Aos que começavam a aprender da Palavra do Santo, Pedro disse: “Vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual e sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo.” I Ped 2;5

O “Filho de Davi”, às vésperas da morte também Deu instruções aos “herdeiros”; entre elas, o veto a credos alternativos prometendo vida onde essa não existe; “A vida eterna é esta: que Te conheçam, a Ti só, por Único Deus Verdadeiro, e a Jesus Cristo, a Quem Enviaste.” Jo 17;3

Não obstante, a terra dos homens promova o dito ecumenismo, onde a única harmonia seria que todos concordam em não discordar, aos “herdeiros” do Eterno cumpre seguir edificando estritamente “como Ele Disse.”

Aí fora a moda é ser “tolerante, liberal, inclusivo.” Mas, esses estão fora. Nada mais natural que Deus, por Ser Quem É, Criador, Senhor do Universo, exija exclusividade; “Ninguém Vem ao Pai, senão, por Mim.”

Esses todos que pavimentam seus caminhos, cada um à sua maneira, estão indo para onde?