quarta-feira, 22 de setembro de 2021

Breve mente


“Escrevo-vos uma longa carta porque não tenho tempo de a escrever breve.” Voltaire

Embora a contradição verbal, onde, assoma a ideia, inicialmente avessa, que, algo extenso seria mais breve que outro, conciso, na verdade há sabedoria nessas palavras.

Tanto pode encerrar uma confissão de inépcia, quanto, uma ironia. No primeiro caso, o autor estaria se dizendo incapaz de expressar de modo mais resumido, tudo aquilo que precisaria dizer; então, o “não tenho tempo” equivaleria a, não tenho condição de fazer isso com menos palavras.

No caso da ironia, estaria ele desconfiando da capacidade dos receptores de entender a um texto mais sumário; assim, a expressão, “não tenho tempo” seria literal. Não tenho tempo para explicar o que não entenderíeis, tampouco, para escrever uma nova carta.

O poder de síntese é um dom precioso. Permite que se diga enormidades com breves falas.

Entretanto, nada valerá esse talento, sem a cumplicidade de uma audiência perspicaz.

Infelizmente, recursos retóricos como a ironia, se, usada atualmente, em 80% dos casos, ou mais, será entendida ao pé-da-letra, de modo que, precisaria ser desenhada. E, qual o sentido de usar um meio que abrevia, se, depois careceremos uma explicação que amplia? Melhor uma longa carta que uma curta, em casos assim.

Nesses dias em que a ignorância perdeu a modéstia e as mentes bebem mais de “influencers” (gente vazia com dom de encher o saco) que da filosofia, teologia, ou, psicologia; há muitas bocas e poucos ouvidos.

Toda sorte de agressões, desprezo, presunção etc. desfilam com carros alegóricos muito adornados; e o trabalho dos que se identificam com o lixo é apenas partilhar o mesmo; as desafeições e malcriações vestem bem, com seus trajes de aluguel; jogos de palavras bem cortados, combinando suas cores com o veneno da malícia e acessórios de humor; isso deveria parecer luz; mas, como nos vagalumes esse brilho acentua a parte de trás. Os cérebros inda têm recheios de certos crustáceos.

Se tivéssemos para as coisas meritórias, a perspicácia demonstrada em entender até às entrelinhas da maldade, seríamos uma geração privilegiada. Mas, em se tratando de virtude, nem mesmo uma longa carta adiantaria; depois de duas frases recusariam a ler as pretensões enxeridas, pois ninguém “se mete” em suas vidas. Quase ninguém; exceto os que enfeitam os carros-alegóricos da estupidez.

Plutarco dizia: “A mente não é um vaso para ser cheio; antes, é um fogo a ser aceso.” Eis uma “Pequena carta” que diz muito!

Desafia às cabeças a se fazerem pensantes, não meros receptáculos de pensares alheios. A ideia de convencer a alguém, como a palavra sugere, demanda uma vitória a dois; vencer com. Um propõe uma linha argumentativa qualquer, e outrem, invés de apenas anuir, avalia, pensa por si mesmo, acende seu fogo, e uma vez alcançando à razão, vence à ignorância com, o auxílio de quem o instou para esse fim.

Agora, quem está já seguro da “plenitude do seu saber”, que avalia como enxerido a qualquer que ouse discordar, divergir, como se poderá convencer, pois o tal, descarta a necessidade de lutar contra as dúvidas, uma vez que do alto mirante da sua presunção não as consegue ver?

Alguém disse que só os sábios e os idiotas jamais aprendem; aqueles porque não precisam, esses, porque não sabem que precisam.

A glamourização da idiotice e o fanatismo têm ensejado muito agressão lógica. Um filósofo da antiguidade vivendo hoje ficaria pasmo.

Pouco importa à presente geração que dois mais dois sejam quatro; se, essa soma ferir uma propensão ideológica qualquer, uma comichão de estimação, um vício, sem nenhum pudor com a matemática, os “feridos” defenderão que, doravante são cinco.

Pior, nós os defensores das coisas “antigas” não seremos coerentes e fiéis às ciências exatas, mas, meros “cincofóbicos” que fazem mal à sociedade politicamente correta.

Essa praga que algum “pragamático” criou para triturar os indivíduos e fazer uma massa, com os temperos que o capeta amassou. Da massa versou Berdiaev: “Se nos estados puramente emocionais da massa, o “eu” não sente a solidão, não é porque se comunique com um tu; antes, porque perde-se; sua consciência e individualidade são abolidos.”

Não tenho que falar com, nem como, a massa; preciso ser honesto com a consciência; minha paz de espírito vale mais que aplausos de tolos.

“Ser politicamente correto significa sempre ter que pedir desculpas. Encante-se com palavras que externam sentimentos! O politicamente correto não nos muda. Nos cala. Cuidado com os atalhos, nem sempre o caminho mais curto significa que este é o caminho certo, o que você deve seguir... Esse atalho fará você perder muito tempo se arrependendo.” G. Fiúza

Eis a sina de escrever algo mais extenso, por “falta de tempo” para a abordagem breve.

domingo, 19 de setembro de 2021

Você está louco?


“Todo prudente procede com conhecimento, mas o insensato espraia sua loucura.” Prov 13;16

Prudente x insensato. O primeiro, comedido, atuando apenas após a experiência, o conhecimento; o segundo, expansivo como uma praia.

Vulgarmente, loucos são pessoas que padecem disfunções cerebrais que atingem a capacidade de raciocínio lógico, cognição, expressão, etc. Entretanto, os loucos em apreço não o são por deficiência em dirigir e expressar seus intelectos e vontades; antes, por inclinarem-se contra a sabedoria. “O temor do Senhor é o princípio do conhecimento; os loucos desprezam sabedoria e instrução.” Prov 1;7

Sabedoria não lhes é uma impossibilidade; mas, uma indesejável, digna de desprezo. “... a luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas que a luz, porque suas obras eram más.” Jo 3;19 Matizes de loucura, nos dias de Cristo.

Como está na moda, apoiadores de ditaduras chamarem aos democratas de fascistas e ditadores; os loucos que desprezam à instrução tendem a chamar de loucos aos que tomam caminho inverso ao deles.

Faz parte da sua loucura, recusar-se a ver as coisas como são. Tais, depois que teimam que areia é água, se, o “lago miragem” visto mais de perto for mesmo areia, e um litigante jogar um punhado neles em desagravo, eles protestarão: “Não me molha!”

Paulo usou certa ironia para ilustrar seu pensamento, não sem antes, fazer a necessária distinção; “Porque a palavra da cruz é loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos, é o Poder de Deus.” I Cor 1;18

Tendo precisado, a quais “loucos” se referia, seguiu: “Visto como na sabedoria de Deus o mundo não O conheceu pela Sua Sabedoria, aprouve a Deus salvar os crentes pela loucura da pregação. Porque judeus pedem sinal e gregos buscam sabedoria; mas nós pregamos a Cristo crucificado, que é escândalo para os judeus, e loucura para os gregos.” Vs 21 a 23

Para judeus, escândalo: “Imagine se mataríamos Nosso Deus!” Para os gregos, adeptos da filosofia, com o pano de fundo da mitologia, eivada de deuses imortais, a ideia de um Deus que se deixasse matar era louca.

Pois, a “loucura” de amar irrestritamente ao ponto de “enfraquecer”, é um “mal” do qual até Deus padece; “Porque a loucura de Deus é mais sábia que os homens; a fraqueza de Deus é mais forte que eles.” V 25

Tratando-se de prudência já se fez proverbial a fábula da cigarra e da formiga; enquanto essa armazena via trabalho, bens para o futuro, aqueloutra apenas canta irresponsavelmente.

Sobre o valor do trabalho, os mesmos Provérbios preceituam: “Vai ter com a formiga, ó preguiçoso; olha para seus caminhos, e sê sábio.” Prov 6;6 por que, “As formigas não são um povo forte; todavia, no verão preparam sua comida;” Cap 30;25

Como dizia Roosevelt, “Conserta-se o telhado em dias de sol.”

Assim, enquanto ainda é permitido o livre curso da Palavra de Deus, os prudentes buscam mais conhecimento dela; porque, diferente de exercício filosófico humano que serve mais para ginástica mental que outra coisa, o conhecimento de Deus é atinente à preservação da vida.

“Meu povo foi destruído, porque lhe faltou conhecimento; porque tu rejeitaste o conhecimento, também Te rejeitarei... (Embora a rejeição aqui fosse de um sacerdócio corrupto, essa se dava pela “loucura” que rejeita à instrução, e atingiria todos.) “... para que não sejas sacerdote diante de mim; visto que te esqueceste da Lei do teu Deus, também Me esquecerei dos teus filhos.” Os 4;6

Malaquias amplia: “Porque os lábios do sacerdote devem guardar o conhecimento, da sua boca devem os homens buscar a Lei porque ele é o mensageiro do Senhor dos Exércitos.” Cap 2;7

Porém, antes de alguém concluir que alguns foram injustiçados ao perecerem por falhas do sacerdócio, uma ressalva: Os loucos sabem o que escolhem.

Se, nos dias do Salvador Ele disse: “A seara é grande, e os obreiros são poucos.” Hoje são tantos que tropeçam um no outro; adivinhem aos quais, os loucos preferem. “Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme suas próprias concupiscências;” II Tim 4;3

Rejeitam à sabedoria e instrução em ambientes que essas devem estar. Isaías mencionou tipos assim; “Ainda que se mostre favor ao ímpio, nem por isso aprende justiça; até na terra da retidão ele pratica a iniquidade; não atenta para a Majestade do Senhor.” Is 26;10

Se até nossas escolhas atinentes à vida terrena têm consequências, que dizer das referentes a Deus e Seu Reino? “Porque o erro dos simples os matará, o desvario dos insensatos os destruirá. Mas, o que Me der ouvidos habitará em segurança, estará livre do temor do mal.” Prov 1;32 e 33

sábado, 18 de setembro de 2021

A ovelha-espinho


“Vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para que saibais como convém responder cada um.” Col 4;6

“Sempre agradável”;
isso se for visto superficialmente pode parecer que Paulo prescreveu que fôssemos bajuladores, como são os falsos profetas; será?

Aqueles eram tão “agradáveis” que prometiam coisas boas mesmo quando essas não existiam. “Curam superficialmente a ferida da filha do meu povo, dizendo: Paz, paz; quando não há paz.” Jr 6;14 ou, “Dizem continuamente aos que Me desprezam: O Senhor disse: Paz tereis; a qualquer que anda segundo a dureza do seu coração, dizem: Não virá mal sobre vós.” Cap 23;17

Agradáveis ou não, esses fragmentos de Jeremias têm em comum que denunciam mentira.

Assim sendo, antes de priorizar o sentimento anexo à mensagem, carecemos atentar à essência; é necessário que derive da verdade.

Pois, os homens costumam se agradar de coisas bem ruins; abomináveis ante O Eterno. “... Vós sois os que justificais a vós mesmos diante dos homens, mas Deus conhece vossos corações, porque o que entre os homens é elevado, perante Deus é abominação.” Luc 16;15

Havendo conflito de interesses entre Deus e os homens, qual deve ser a prioridade? “... Julgai vós se é justo, diante de Deus, ouvir antes a vós que a Deus;” Atos 4;19 A resposta parece óbvia.

Então, embora, tanto quanto possível devamos ser polidos, educados em nosso trato, isso não deve ter um peso tal, que sacrifique a verdade. Antes de sermos agradáveis aos homens, carecemos ser aceitáveis perante O Santo.

“Temperada com sal...” O sal era elemento de conservação de carnes e outros alimentos; tanto que, não podia faltar nos sacrifícios oferecidos Ao Eterno, “Todas as tuas ofertas dos teus alimentos temperarás com sal; não deixarás faltar à tua oferta de alimentos o sal da Aliança do teu Deus; em todas tuas ofertas oferecerás sal.” Lev 2;13

Semelhantemente, no “Sacrifício Perfeito da Nova Aliança” a “Aspersão do Sangue de Cristo” como figurou Pedro, o elemento conservador da sã doutrina não pode estar ausente. Como sal, em pequena porção pode conservar e temperar outra bem maior que ele, também, um santo que viva em comunhão com Cristo, pode e deve, pelo testemunho, inquietar uma porção de pessoas, as que observam seu modo de vida regenerado, após novo nascimento.

Quando disse dos Seus: “Vós sois o sal da Terra...” O Senhor prescreveu que eles fizessem diferença por onde passassem. Num mundo de tantas mentiras e valores invertidos, a verdade que agrada a Deus, é o sal que tempera os homens.

“Para que saibais como convém responder a cada um.” O Senhor lida com indivíduos, não com massa; “... cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus.” Rom 14;12 assim, cada situação é única; nem sempre, a resposta devida a um é a mesma para outro. Aos fracos que O buscavam, O Senhor perdoava e recomendava: “Vá e não peques mais.” Aos hipócritas, chamava-os pelo nome.

Alguns, nem devem ser alvo de insistência nossa. “Ao homem herege, depois de uma e outra admoestação, evita-o, sabendo que esse tal está pervertido, e peca, estando já em si mesmo condenado.” Tt 3;10 e 11

Outros, a maioria, é tão carnal, tão refém de meninices, que não suportam nada que não sejam “curtidas” ou coraçõezinhos nas coisas que partilham.

Ontem comentei uma postagem ambígua, que era verdadeira, mas, mal interpretada daria margem ao esconderijo de gente avessa a correção, (o texto era sobre não atirar pedras) Em poucos minutos o sujeito que postou, invés de considerar o teor do comentário, que não tinha nenhuma agressão, apenas uma ressalva, me deu uma pedrada irônica no meio da testa.

Não tentei desenhar, como fiz outras vezes; não sei se é herege, carnal, menino ou o quê; apenas excluí; pois, não tenho coraçõezinhos para colar onde deve estar apenas a verdade.

Triste retrato de uma geração melindrosa, que quer apenas engano; um feixe mínimo de luz já basta para gerarmos um adversário, onde nada de animoso criamos.

Tantas figurinhas para louvar, aplaudir, mostrar espanto, e eu com minha mania de colocar sal, bem feito!

Uma ovelha tem de marcante a maciez da pele; como pode ser assim, intocável, qual porco espinho? Paulo ensina: “Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino.” I Cor 13;11

Minha culpa, olhei para seu tempo de vida, e vi uma estatura ainda ausente; “Porque, devendo já ser mestres pelo tempo, ainda necessitais de que se vos torne a ensinar os primeiros rudimentos das palavras de Deus; e vos haveis feito tais que necessitais de leite, não, de sólido mantimento.” Heb 5;12

sexta-feira, 17 de setembro de 2021

Armo-me de feijão, de livros


“A liberdade é, antes de tudo, o direito à desigualdade.” Nicolai Berdiaev

Um aspecto que opõe radicalmente “socialistas” e liberais/conservadores é a relação com a liberdade.

Invés de um salvo-conduto para cada um atuar no teatro da vida conforme bem parecer à sua consciência, o jeito liberal, que os faz conservadores nos costumes pelo mesmo viés, porque lhes parece melhor; invés disso, digo, os oponentes trazem em suas lideranças a pretensão de iluminados que sabem o que é melhor para cada um. À classe dominante caberia determinar as coisas; ao povo, meramente obedecer. Mas, o “gado” somos nós, claro!

Onde a pretensão de domínio esquerdista é levada ao extremo, ao sonho de consumo deles, as pessoas perdem o direito de escolha; vide, China, Cuba, Venezuela. Os dois últimos até encenam “eleições” onde ganham sempre os mesmos, embora, desagradando geral.

Onde o comunismo/socialismo consegue plasmar o que quer ser quando crescer, as pessoas têm aliviadas suas cargas, não precisam mais fazer escolhas; uma casta suprema de iluminados faz por eles, tudo o que precisam é obedecer sem questionar. Muuuu!

Sempre atuam dividindo a sociedade em guetos antagônicos, para “defenderem” aos fracos.

Tendo Bolsonaro sido eleito, e com votação expressiva um grande amigo dele, negro; sendo respeitado e defendido por muitos gays, as pechas de racista e homofóbico, que tanto foram usadas, por exaustas e inócuas perderam o apelo inicial.

Então, descobriram outro gueto, de onde podem atacar ao presidente fazendo ver quão mau ele é. Agora não é ateu ou crente, branco ou negro, pobre ou rico, héteros ou homossexuais; o lance agora é feijão ou fuzil.

O gesto bem humorado do Presidente de simular armas com os dedos, para o mono-neurônio canhoto o fez um ditador que dá fuzis à população, invés de alimento, basicamente, feijão.

Primeiro: O “ganha-pão” é uma figura de linguagem para referir-se ao trabalho. É através desse que “ganhamos” o pão; na verdade, conquistamos. Não é papel de um presidente matar a fome; ainda que, muito tenha feito nesse lastro, com o bem vindo, auxílio emergencial, devido à pandemia.

Igualmente não é, distribuir armas à população. Tampouco, ele o fez. O que defende, ao meu ver, corretamente, é a liberdade de escolha, o direito de defesa à vida e propriedade para quem o quiser. Se os eleitores do outro lado não fossem em sua maioria bandidos, não se incomodariam tanto com armas. O homem decente não as teme.

Muitos patifes esclarecidos jogam fumaça na discussão criando outros joguinhos de palavras imbecis, tipo: “Livro-me de armas, armo-me de livros.” Notemos que agora é ódio a três; o feijão virou livro.

O fato de dois analfabetos funcionais, Lula e Dilma terem sido eleitos e reeleitos; mais, terem posto Paulo Freire como “Patrono da Educação” mostra o trato que os bons livros têm recebido ultimamente.

Uma geração que engole sem molho, que a vontade majoritária é manifestação “antidemocrática”, se um dia pegou livros, o fez para matar alguma barata.

Quem disse que conhecimento e liberdade são coisas excludentes? Que o sujeito que desejar se defender não desejará cultura, conhecimento?

Acontece que os canhotos têm os profissionais que se fazem de tontos tocam o berrante da insatisfação criando essas “maravilhas”; e um rebanho de “idiotas úteis” que acha bonito ser feio, sai partilhando essas bostas sem o doloroso trabalho de pensar. Se, gostam tanto assim de livros, não deveriam ter aprendido isso?

Ademais, quem disse que os livros são inofensivos? “O Capital” e derivados, Gramsci, os da “Escola de Frankfurt” que propõem o comunismo, possuíram mentes de gerações “libertárias”; os milhões de mortes violentas na China, Rússia, leste da Europa, e parte significativa da América Latina, são frutos de livros, que mudaram ideias e patrocinaram a matança. Nesse caso, armas são mais preservadoras da paz, que eles.

Mas, tente mostrar isso para seu “Esquerdino Fanáticus” e presto ele mudará o foco para o feijão.

Todo o conhecimento é libertador. Se não mais, da ignorância. 

Todavia, apenas A Palavra de Deus, tem poder para livrar ao homem mau, do seu pior adversário; ele mesmo. No entanto, é justo por mencionar fragmentos desse Livro, como, “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” e frequentar igrejas, onde o mesmo é ensinado, que maior parte da raiva contra o presidente assoma.

Não pegam em fuzis, mas calúnias, difamação, agressões contra honra da Primeira-Dama, vale tudo nos corações cegos dos “inimigos das armas.”

Hipocrisia é uma doença moral, cujo diagnóstico se dá à partir de contradições.

Para esses vige a “moral” da metamorfose ambulante, cantada por Raul Seixas. A parte em realce da letra, no que tange ao PT é: “Se hoje sou estrela, amanhã já se apagou...” Até que enfim!

Distância Segura



“Para fazer diferença entre imundo e limpo...” Lev 11;47

Após uma série de orientações sobre alimentação e higiene, veio o motivo; diferir o imundo do limpo.

As restrições dadas aos Levitas tinham um aspecto espiritual anexo; “... havia um muro em redor, de quinhentas canas de comprimento, e quinhentas de largura, para fazer separação entre santo e profano.” Ez 42;20 Com responsabilidades sacerdotais deveriam manter certo isolamento geográfico. A visão de Ezequiel deixou patente a distinção.

Separação; palavra quase maldita na “sociedade inclusiva” atual; mas, sempre foi demanda para muitas coisas atinentes à Santidade Divina. Quando Chamou Abrão, a primeira ordem foi uma “ruptura social”; “... Sai-te da tua terra, da tua parentela, da casa de teu pai, para a terra que Te mostrarei.” Gn 12;1

Foi por fazer algo profano, que Belsazar, no auge da soberba, quando tratou de modo vulgar, vasos de Deus, sofreu trágicas consequências. “Tu, Belsazar... Te levantaste contra o Senhor do céu; pois, foram trazidos à tua presença os vasos da casa Dele; tu, teus senhores, tuas mulheres e concubinas, bebestes vinho neles; além disso, deste louvores aos deuses de prata, ouro, bronze, ferro, madeira e pedra, que não veem, não ouvem, nem sabem; mas a Deus, em cuja mão está tua vida, de quem são todos os teus caminhos, a Ele não glorificaste.” Dn 5;22 e 23

Mesmo o ensino requer dos mestres uma separação das coisas ímpias, senão, o mero vociferar textos santos sem compromisso com eles aumenta nossa culpa; “Meus irmãos, muitos de vós não sejam mestres, sabendo que receberemos mais duro juízo.” Tg 3;1

O Eterno questiona: “... Que fazes tu em recitar Meus estatutos, tomar Minha Aliança na tua boca? Visto que odeias a correção, e lanças Minhas Palavras para detrás de ti. Quando vês o ladrão, consentes com ele; tens tua parte com adúlteros. Soltas tua boca para o mal; a tua língua compõe engano. Assentas-te a falar contra teu irmão; falas mal contra o filho de tua mãe. Estas coisas tens feito, e Me calei; pensavas que era tal como tu, mas Te arguirei e as Porei por ordem diante dos teus olhos.” Sal 50;16 a 21

A santidade está deteriorada; já há sites especializados em denunciar escândalos nas igrejas; por certo esses são instrumentos de Deus, que julga provisoriamente expondo-os; “... Porei por ordem diante dos teus olhos.” Se algum se arrepender e mudar, ainda pode ter conserto; senão, perecerá mesmo avisado.

Embora o ecumenismo “inclusivo” que aglomera, seja a febre que grassa, a salvação sempre será um convite à separação; O Caminho é Exclusivo; “... Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por Mim.” Jo 14;6

Devo me separar, até mesmo de mim; “Negue a si mesmo...” Como se faz isso? Mudando o modo pensar e consequentemente, de agir; “Deixe o ímpio seu caminho, o homem maligno seus pensamentos, e se converta ao Senhor...” Is 55;7 Doravante, os pensamentos do Alto devem sobrepor-se aos meus.

A negação da vontade natural é a “cruz” que nos cabe. É insano pensar que podemos fazer as coisas à nossa maneira e Deus será conosco. Cristo ensina: “... O Pai não me tem deixado só, porque Faço sempre o que Lhe agrada.” Jo 8;29

Quem se pretende de Cristo, pois, deve se dar ao mesmo esvaziamento. “Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na Sua morte? De sorte que fomos sepultados com Ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos também em novidade de vida.” Rom 6;3 e 4

A dificuldade em se separar dos “chegados” que não se achegavam a Deus, limitava os coríntios; “... estais estreitados nos vossos próprios afetos.” II Cor 6;12

Muita “gente boa” deveria ser evitada, para sermos recebidos por Deus. “Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; que sociedade tem justiça com injustiça? Que comunhão tem luz com trevas? Que concórdia há entre Cristo e Belial? Ou que parte tem o fiel com o infiel? Que consenso tem o templo de Deus com os ídolos? Porque vós sois templo do Deus vivente, como Ele disse: Neles Habitarei, entre eles Andarei; Serei seu Deus, eles serão Meu povo. Então saí do meio deles, apartai-vos, diz o Senhor; não toqueis nada imundo e vos receberei; Serei para vós Pai, e sereis para mim filhos e filhas, Diz o Senhor Todo-Poderoso.” Vs 14 a 18

A existência de Céu e Inferno deveria bastar como argumento que, não é tudo igual.

E como disse Aristóteles: “A pior forma de desigualdade é considerar iguais, aos que são diferentes.”

terça-feira, 14 de setembro de 2021

A Falta, da Omissão


“... que te falta comigo, que procuras partir para tua terra? Disse ele: Nada, todavia, despede-me.” I Rs 11;22

Davi destruíra Edom, mas, alguns fugiram pro Egito; entre eles, Hadade, que fora bem recebido na casa de Faraó, se tornara cunhado do soberano e vivia no palácio. Sabedor da morte de Davi e Joabe, decidiu voltar à sua terra.

Então a pergunta de Faraó; “O que te falta comigo que procuras ir para tua terra?” Mesmo admitindo que não faltava nada desejou voltar.

Faraó tinha lá sua lógica; normalmente uma empresa migratória surge patrocinada por alguma falta; como Elimeleque e Noemi migraram para Moabe, quando faltou o pão em Belém; ou, mesmo Jacó e sua descendência foi de Canaã para o Egito nos dias de José, por motivo semelhante.

Contudo, estando Hadade em meio à fartura, nada faltando, seu desejo de ir carecia uma explicação; o quê te falta? Os “bens” anelados pela alma humana nem sempre se resumem às coisas materiais. Desejos derivados de sentimentos, como amor e até ódio podem patrocinar grandes mudanças, de modo a deixarmos uma situação confortável em troca de outra menos vantajosa, se, o coração quiser.

Segundo o cronista que relatou a saga, era Deus levantando adversários a Salomão para puni-lo pela sua idolatria. “Levantou O Senhor contra Salomão um adversário, Hadade, o edomeu; era da descendência do rei em Edom.” V;14 “Foi adversário de Israel, por todos os dias de Salomão, isto além do mal que Hadade fazia; porque detestava Israel, e reinava sobre a Síria.” V 25

Então, além das causas vistas que podem ensejar mudanças, ainda concorre a Vontade Divina que pode “inclinar os ventos” para essa ou aquela direção. “Como ribeiros de águas assim é o coração do rei na mão do Senhor, que o inclina a todo Seu Querer.” Prov 21;1

Os escritos sapienciais, não trazem verdades absolutas; derivam das observações de homens sábios, de como, as coisas geralmente acontecem. Deus não manipula fantoches; labora por persuadir à Sua Vontade, o que, com o próprio Salomão não funcionou, senão, não teria ele descambado para idolatria.

Parece que sentenciou a si mesmo: “O homem que muitas vezes repreendido endurece a cerviz, de repente será destruído sem que haja remédio.” Prov 29;1

Se, ante a fidelidade dos servos, O Eterno trabalha para cercá-los de paz, o outro lado da moeda também acontece; deixa que vicem adversários ante à impiedade. “Sendo os caminhos do homem agradáveis ao Senhor, até seus inimigos faz que tenham paz com ele.” Prov 16;7

No caso, os caminhos de Salomão desagradavam ao Eterno, então, até desafeições adormecidas terminaram a hibernação e voltaram ao viço, na estação favorável das emulações políticas. Hadade sendo edomita, Deus preparou caminho de modo que ele acabou no trono da Síria.

Infelizmente, faltas do coração e alma, têm sido desconsideradas nos lugares que deveriam ter primazia; as do ventre, essas coisas menores que podem ser obtidas por justos e injustos, mediante trabalho, ocupam seu lugar.

Paulo chamou aos viciados, proponentes disso, de “adoradores do ventre”; “Porque muitos há, dos quais muitas vezes vos disse, e de novo digo, chorando, que são inimigos da cruz de Cristo, cujo fim é a perdição, Deus é o ventre, e a glória é para confusão deles, só pensam nas coisas terrenas.” Fp 3;18 e 19

Então, invés de promotores de inclusão, feitores de “justiça social” como se pretendem, os que atuam como se fosse possível fundir comunismo e cristianismo, esses são “inimigos da Cruz de Cristo;” invés das renúncias às más inclinações, o negue a si mesmo, e câmbio dos pensamentos humanos rasteiros pelos Divinos, as pessoas são instadas a “cobrar seus direitos” invés de abandonarem seus vícios.

As culpas de Salomão que ensejaram adversidades a ele; nossas omissões no que tange ao conhecimento da Palavra, têm permitido viçar falsas profecias e doutrinas; o mau hábito de preferirmos o agradável ao verdadeiro tem dado asas aos que deveriam receber grilhões; os que produzem enganos. “Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências; desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas.” II Tim 4;3 e 4

Se aos fiéis as dores derivam, eventualmente, de longa espera por respostas de Deus, aos ímpios, seus desejos respondidos é que os amaldiçoa; rejeitando Deus e Sua Palavra, receberão “A esse cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás, com todo poder, sinais e prodígios de mentira, com todo engano da injustiça para os que perecem, porque não receberam o amor da verdade para se salvarem.” II Tess 2;9 e 10

À alma que “Tem tudo”, se ainda faltar Deus, falta tudo, perde-se.

domingo, 12 de setembro de 2021

A ciência que esconde


“Porque a um pelo Espírito é dada a palavra da sabedoria; a outro, pelo mesmo Espírito, a palavra da ciência;” I Cor 12;8

Circula alhures pretensa relação positiva entre bem e mal; seriam forças opostas amalgamadas e complementares; aquela balela da filosofia oriental do Yin e Yang; o peixinho branco com olho preto, recurvo contra o preto de olho branco num círculo.

Para essas correntes, o homem é “devedor” à serpente que teria aberto os horizontes da ciência, instando o casal edênico a comer do fruto proibido. O bicho não seria tão feio como o pintam. Prometeu trouxe fogo aos homens, diriam os gregos.

Acima vemos como dons do Espírito, (Santo) Palavra da Sabedoria e Palavra da Ciência. Resulta uma questão: Se, a serpente abriu as portas à ciência, por quê partículas da mesma teriam que ser doadas a alguns pela ação benévola do Espírito Santo?

Voltemos ao Éden. “O Senhor Deus fez brotar da terra toda árvore agradável à vista e boa para comida; a Árvore da Vida no meio do jardim e a Árvore da Ciência, do bem e do mal.” Gn 2;9

A “Ciência” escondida, pois, era o conhecimento do bem e do mal. Antes da queda o homem conhecia o bem, tinha comunhão com Deus e paz.

O fato novo após a queda foi o conhecimento do mal; a invasão desse, na antiga habitação da inocência fez necessária a ajuda de uma pedagoga para entender o que se passava, a consciência.

Na primeira aula advertiu que eles fizeram mal em desobedecer ao Criador e que sobre eles pesava sentença de morte.

Então, Adão que prazeroso recebia ao Sumo Bem na viração do dia, de repente teve medo e se escondeu, pois a perversão na escolha acabara de perverter os valores e agora, O Bem Supremo parecia ter as cores do mal.

Por isso a inversão de valores traz um “ai” ameaçador; “Ai dos que ao mal chamam bem, e ao bem mal; que fazem das trevas luz, da luz, trevas; fazem do amargo doce e do doce, amargo!” Is 5;20

É dessa ciência atinente aos meandros da alma e espírito, que se tratava. A difusão do conhecimento tecnológico tem a ver com inteligência; Adão tinha de sobra; deu nomes a todos os animais existentes.

Como os dons intelectuais são amorais (podem ser usados tanto para o bem, quanto, para o mal) dessa ambiguidade resultaram duas “Ciências”; uma em consórcio com a sabedoria, segundo Deus; outra terrena, animal e diabólica, divorciada do Santo.

Desta Paulo aconselhou Timóteo a manter distância. “Ó Timóteo, guarda o depósito que te foi confiado, tendo horror aos clamores vãos e profanos e às oposições da falsamente chamada ciência, a qual, professando-a alguns, se desviaram da fé.” I Tim 6;20

Vemos que os frutos da ciência falsa se opõem à fé. Blaise Pascal chamou de pouca ciência, disse: “Um pouco de ciência afasta o homem de Deus; um muito, aproxima.”

Então, antes da ciência carecemos sabedoria. Essa é um dom que não deriva de análises experimentais, como costumam madurar os frutos da ciência. É uma certeza íntima da existência e grandeza do Criador, que patrocina uma postura humilde ante Ele; “O temor do Senhor é o princípio do conhecimento; os loucos desprezam a sabedoria...” Prov 1;7

Esse temor nasce de fragmentos de luz que buscam aos pecadores, de modo a verem que o mal, os pecados, estão em si; a “ameaça” de Deus não O Faz um mal; antes, é Sua Justiça Amorosa nos desafiando à reconciliação que Ele Fez possível em Cristo.

A luz nem sempre persuade, por causa da enfermidade da vontade; “... a luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas...” Jo 3;19

Ele nos implantou essa faculdade bendita que chamamos consciência; a qual, aglutina duas palavras; com, e ciência; isto é, quando ela nos incomoda, nos dá ciência do motivo, de onde erramos.

Sendo avisados daremos mãos à sabedoria; buscaremos restabelecimento da retidão mediante o perdão. O Eterno não rejeita pleitos assim, antes, “Ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos. Escudo é para os que caminham na sinceridade, para que guardem as veredas do juízo...” Prov 2;7 e 8

Essa gritaria que tudo é igual, cada um tem sua verdade, é o suprassumo de Satã; quando quis fazer dos humanos perfeitos, seres caídos como ele, disse: “Sereis como Deus”.

Medram muitas vozes, ensinos que “provam” isso, aquilo. Mas, só o “Novo Nascimento” em Cristo, e obediência a Ele fazem com que nossas consciências provem outra vez, a paz de regenerados.

Fora disso iremos a pique; “Conservando a fé, e a boa consciência, a qual alguns, rejeitando, fizeram naufrágio na fé.” I Tim 1;19