quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021

O "poder" da fé


“Não podia fazer ali obras maravilhosas; somente curou alguns poucos enfermos, impondo-lhes as mãos. Estava admirado da incredulidade deles...” Mc 6;5 e 6

Houve eventos onde O Senhor se admirou da fé, dum centurião, uma mulher siro-fenícia, agora O encontramos admirado da incredulidade dos Seus concidadãos.

Embora a narrativa diga que Ele “não podia” fazer ali obras maravilhosas, nem de longe isso ensina o “poder da fé” que alguns incautos apregoam. Quando Ele dizia: “A tua fé te salvou...” não estava aludindo ao suposto poder da mesma; mas, a ter sido posta no alvo certo. Crido em quem podia; “Crede em Deus crede também em mim.” Ensinou.

O papel da fé não é acessar bênçãos no aspecto do poder; antes, atuar de uma forma que agrada Àquele que pode. “Ora, sem fé é impossível agradar-lhe; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que Ele Existe e que é galardoador dos que O buscam.” Heb 11;6

O que restringia Jesus não era eventual lapso de poder, por causa da incredulidade; antes, a desonra. “Não há profeta sem honra senão na sua pátria, entre seus parentes e na sua casa.” Mc 6;4

Quando O Eterno “não pode” fazer algo bom a quem O desonra, isso tem a ver com Sua Justiça, não com Seu Poder como Eli tardiamente aprendeu; “... Na verdade tinha falado Eu que a tua casa e a casa de teu pai andariam diante de Mim perpetuamente; porém agora diz o Senhor: Longe de mim tal coisa, porque aos que Me honram Honrarei, porém os que Me desprezam serão desprezados.” I Sam 2;30

Isaías disse mais ou menos o mesmo; que não há nada de errado com o Poder do Senhor; mas, com as vidas dos que desejam seus benefícios; “Eis que a Mão do Senhor não está encolhida, para que não possa salvar; nem agravado Seu Ouvido, para não poder ouvir. Mas, vossas iniquidades fazem separação entre vós e vosso Deus; vossos pecados encobrem Seu rosto de vós, para que não vos ouça.” Is 59;1 e 2

Quando A Palavra diz que “a oração de um justo pode muito nos seus efeitos” é porque a prática da justiça que O Eterno Ama, honra-o.

No primeiro culto humano se diz que “Deus atentou para Abel e sua oferta, porém, para Caim e sua oferta não atentou.” A ordem dos fatores é vital aqui; antes de olhar para a oferta O Santo olha para a pessoa do ofertante; seu modo de vida, motivações.

Se, a narrativa não deixa patente que Caim agia de modo réprobo, sendo por isso rejeitado, a exortação subsequente explicita isso; “Se bem fizeres, não é certo que serás aceito?” Gn 4;7 Implica que não fora aceito porque agia mal.

Então, o “poder” de uma oração, ou mesmo da fé, é ser a mesma oriunda de uma vida da qual Deus, que tudo Pode, se agrada.

São balelas, cadeias malignas essas “orações infalíveis” que circulam por aí. Se, o poder estivesse do lado de cá, em minha fé ou em minhas orações, por quê precisaria eu do Senhor?

Se, você ainda acha que Deus precisa de nossa fé para fazer algo, Ele tem uma questãozinha básica; a mesma que colocou para Jó: “Onde estavas tu, quando Eu fundava a terra? Faze-me saber, se tens inteligência.” Jó 38;4

Se, as más conversações corrompem os bons costumes, também as más concepções e interpretações pervertem à Sã Doutrina.

Quando O Santo diz para não se orar sobre determinado assunto, não é porque seria “forçado” a atender, senão; antes, porque a aversão por tais alvos é tanta, que sequer deseja ouvir mais sobre o mesmo. “Tu, pois, não ores por este povo, nem levantes por ele clamor ou oração, nem me supliques, porque não te ouvirei.” Jr 7;16

Nesse caso a rejeição não era pela pessoa que oraria, Jeremias; mas, por seus alvos, um povo que estava sob juízo pela reiterada desobediência.

Enfim, não existem “palavras certas” que Deus ouve ao orarmos; antes, vidas ainda ao alcance de Sua misericórdia, ou, intercessores aos quais Ele aceita; fora disso, por fervorosas e justificáveis que determinadas orações pareçam, no fundo serão meros “sacrifícios de tolos”, erros de alvo.

Três amigos de Jó em sua saga foram “consolá-lo”; invés disso se revelaram molestos; pois, o acusaram de faltas que não cometera; no fim, após uns puxões de orelha em Jó pela sua imprudência, pelos amigos, apenas a oração Dele era aceitável; “... o meu servo Jó orará por vós; porque deveras a ele aceitarei ...” Jó 42;8

Enfim, nossa fé não força Deus a nos abençoar; mas ao ouvirmos quando Ele fala, ganharemos Sua atenção quando falarmos.

O ódio com a palavra

“Tu, Esdras, conforme a sabedoria do teu Deus, que possuis, nomeia juízes, que julguem todo povo que está dalém do rio; a todos que sabem as Leis do teu Deus; ao que não sabe lhe ensinarás.” Ed 7;25

Além da autorização para Esdras restaurar o templo em Jerusalém, Artaxerxes ainda proveu meios até do tesouro real; ordenou que ele estabelecesse juízes, cuja credencial exigida era ser sabedores das Leis de Deus. Bons tempos!

Quando a Lei Divina era vista como é; lâmpada para os pés, luz para o caminho. Capaz de admirar até mesmo quem não era do povo escolhido.

“Guardai-os e cumpri-os, porque isso será vossa sabedoria e vosso entendimento perante os olhos dos povos, que ouvirão todos estes estatutos, e dirão: Este grande povo é nação sábia e entendida. Pois, que nação há tão grande, que tenha deuses tão chegados como o Senhor nosso Deus, todas vezes que o invocamos? Que nação há tão grande, que tenha estatutos e juízos tão justos como toda esta Lei que hoje ponho perante vós?” Deut 4;6 a 8

Ímpar pela origem, a Lei de Deus; também pela Sabedoria e Justiça.

Hoje, que “enfraquecem os mais altos do povo da Terra”, os governos em sua imensa maioria estão nas mãos de gente baixa, sem valor, vergonha, espírito público; em total aversão para com Deus e Sua Palavra.

Uma vez empossados, invés de saírem promulgando medidas desenvolvimentistas, para fomentar estruturas, desburocratizar meios rumo ao progresso, como o bordão usado por Donald Trump, “Make América Great Again”; invés de buscar a grandeza do país mediante trabalho, o “elevado” Joe Biden saiu dando “canetaços” rumo à ideologia de gênero tornando comuns os banheiros dos colégios; cada qual, macho ou fêmea pode ir onde quiser; legitimando que homens possam competir em certames femininos, caso desejem por “sentirem-se” mulheres; os “trans” em nome da “igualdade”.

Como não lembrar Aristóteles? “A pior forma de desigualdade – disse - é considerar iguais, aos que são diferentes.”

Enfim, invés de um porte desenvolvimentista como o de Trump, temos um viés gayzista, abortista, globalista; antes do labor por um país próspero, o engajamento perverso pela “desconstrução” de valores; invés de fazer a América grande novamente, a ordem é fazer da impiedade o “novo normal” urgentemente.

Não pode mais a Lei de Deus ser credencial, como nos dias de Esdras, a oposição a Ele é que está na moda.

“Na verdade a terra está contaminada por causa dos seus moradores; porquanto têm transgredido as leis, mudado estatutos, quebrado a Aliança Eterna. Por isso a maldição consome a terra ...” Is 24;5 e 6

Incautos poderão pensar que é o suprassumo da liberdade, deixar que cada um, ainda em tenra idade faça escolhas que aprouver no âmbito sexual, invés de ensinar algo moralmente saudável, de acordo com a constituição biológica.

Porém, quando o canhoto repete a cantilena de outrora, “Vós sereis como Deus sabedores do bem e do mal”, embora pareça estar “libertando servos” está apenas furtando; removendo da submissão a Deus, O Digno Criador, para a submissão a si, ladrão usurpador.

Quereis ver como o sistema diabólico aprecia liberdade? Tentem fazer leis que sejam reflexos da Lei de Deus nos códigos humanos. Menos; divulguem vídeos defendendo isso em plataformas do sistema maligno; quando não forem excluídos os conteúdos serão censurados, demonetizados.

A “liberdade” que o Diabo oferece é apenas para profanar a Deus. Ouse-se a defendê-lo e breve nos enquadrarão nas pechas de divulgadores de “fake News”, propagadores de “discursos de ódio.”

O que é falso é biodegradável; deixe-se livre e breve o concurso dos fatos desqualificará toda a mentira. Mas, as “agências de checagem de fatos” nome pomposo para censura, se apressam a depreciar à verdade; pois, não é à mentira que temem, dado tão largo e amistoso convívio.

Engana-se quem pensa que ainda serão possíveis escolhas em urnas. O Vaticano e os Estados Unidos, mostraram que está tudo na mão deles; farão valer na marra os governos que quiserem.

O que nos resta são opções pessoais, sobre a quem servir. Andar segundo a Bendita Lei de Deus, ou ser levado pelo mar de lama da “desconstrução” que varre o planeta.

Outrora homens pediam oportunidades de trabalho para ganhar dignamente o pão; governantes pediam verbas para passar uma ponte sobre o desfiladeiro, alvo necessário ao progresso de todos. Hoje, vergonhosamente alguns seres respiradores não identificados pedem desculpas por serem homens; nem precisa; não são!

Cáspita!! Homem é homem! Mulher é mulher; gay é gay; Diabo é Diabo, Deus é Deus! nada vai mudar isso! É “discurso de ódio”, eu sei. 

Mas, é um ódio parecido com o de Deus; “Tu amas a justiça e odeias a impiedade...” Sal 45;7

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2021

Viagem no Tempo


“... Então, por que mandou Moisés dar-lhe carta de divórcio e repudiá-la? ... Moisés, por causa da dureza dos vossos corações, vos permitiu repudiar vossas mulheres; mas ao princípio não foi assim.” Mat 19; 7 e 8

Pensando pegar ao Senhor em contradição os Fariseus trouxeram à baila o matrimônio; Jesus lembrou que o projeto inicial é indissolúvel; eventual repudio fora mera permissão.
A hipocrisia desentendida de sempre.

Apresentaram uma possibilidade não recomendável à luz do propósito Santo, mera permissão, como sendo mandamento. O Senhor tratou de corrigir dizendo que a concessão atinava à dureza do coração humano, não à Vontade Divina.

Se o projeto Divino pudesse ser executado sem a participação humana seria perfeito; contudo, “... Ele não tomou os anjos, mas tomou a descendência de Abraão.” Heb 2;16 

Então, arrependimento e perdão entram em cena para suprir mediante a graça, os efeitos desastrosos da desgraça, a queda humana.

Dado que estamos “presos” numa redoma de tempo e espaço e as consequências das escolhas são eternas, Deus nos permite “viajar no tempo”; o arrependimento é possibilidade do transgressor voltar atrás, rever posturas; reconhecer que foi mal e pedir perdão. Isso é como se Deus voltasse conosco e aceitasse nossa segunda avaliação. Deixa que a experiência e consequência nos ensinem; depois, que o arrependimento seja a prova da veracidade do nosso aprendizado.

Porém, uma vez aprendido o caminho, devemos permanecer, não achar que essa “máquina do tempo" é nosso dileto brinquedo;

“Porque é impossível que os que já uma vez foram iluminados, e provaram o dom celestial, se tornaram participantes do Espírito Santo, da boa Palavra de Deus, das virtudes do século futuro, e recaíram, sejam outra vez renovados para arrependimento; pois assim, quanto a eles, de novo crucificam o Filho de Deus, e o expõem ao vitupério. Porque a terra que embebe a chuva, que muitas vezes cai sobre ela, e produz erva proveitosa para aqueles por quem é lavrada, recebe a bênção de Deus; mas a que produz espinhos e abrolhos, é reprovada, e perto está da maldição; seu fim é ser queimada. Heb 6; 4 a 8

Afinal, não é apenas divórcio que incomoda Ao Eterno; qualquer espécie de pecado. Todos eles são “permitidos” por causa da dureza dos nossos corações; mas, a Palavra de Deus visa amolecer o barro e refazer, como ensinou mediante Jeremias: “… eis que, como o barro na mão do oleiro, assim sois vós na minha mão, ó casa de Israel.” Jr 18; 6

Esse refazer Divino mediante Jesus Cristo demanda a cruz em nossas vidas; não a morte literal como Ele sofreu; antes, uma mortificação sonegando os anseios carnais em prol da Sua Vontade, como ensina Paulo: “De sorte que fomos sepultados com Ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida. Porque, se fomos plantados juntamente com Ele na semelhança da Sua Morte, também o seremos na da Sua Ressurreição; sabendo isto, que nosso homem velho foi com Ele crucificado, para que o corpo do pecado seja desfeito e não sirvamos mais ao pecado.” Rom 6;5 e 6

Os que ainda servem voluntariamente ao pecado, ocupam-se em buscar “contradições” na Palavra de Deus como os Fariseus; (como se elas existissem) os que reconhecem as suas falhas preferem “contradizer” a si próprios, mediante arrependimento e confissão; e fazendo isso, encontram a porta da graça aberta. “O que encobre as suas transgressões nunca prosperará, mas o que as confessa e deixa alcançará misericórdia.” Prov 28;13

Afinal, habilidade com palavras é relativamente fácil para muitos; agora, honestidade intelectual e probidade espiritual demandam um caráter acima da média; um jeito para com a verdade e os fatos, que a maioria não tem; pois, o lugar comum nesse mundo é o da safadeza e improbidade. Porque é mais fácil fazer fumaça que remover manchas.

Entretanto, Deus prometendo bens de valor eterno seria ilógico que fizesse fácil o caminho até eles.

Ainda que os Salvos sejam fortalecidos pelo Espírito Santo, podendo achar “leves” as tribulações terão que lidar com elas; como ensinou o mesmo apóstolo, que superou tantas tribulações considerando a recompensa; “Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós um peso eterno de glória mui excelente; não atentando nós nas coisas que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se veem são temporais e as que se não veem são eternas.” II Cor 4; 17 e 18

Assim, os que viajam atrás nas asas do arrependimento encontram a eternidade à sombra do perdão. Ela pode ser achada mesmo voltando atrás; pois, não é uma refém do tempo como nós.

domingo, 31 de janeiro de 2021

Semelhante Mente


“Ninguém há semelhante a ti, ó Senhor; Tu És Grande; Grande O Teu Nome em poder.” Jr 10;6

Outrora era tão óbvia a existência do Criador, que não se cogitava negá-la; o mais longe que a loucura chegava era, uma criatura pretender, de alguma forma, assemelhar-se ao Eterno. Certo anjo tentou isso; “Subirei sobre as alturas das nuvens, serei semelhante ao Altíssimo.” Is 14;14

Como num resumo das inglórias tentativas Jeremias sentenciou: “Ninguém há semelhante a Ti...”

Ateísmo é uma proeza mais moderna, uma “resposta civilizada” à “Idade das Trevas”, do fanatismo onde a violência política usou vestes religiosas; o “iluminismo” que afundou o navio para apagar o incêndio; combateu o fanatismo cego, com uma cegueira envernizada.

O homem, por ter subido dois degraus na ciência achou que chegara ao topo da escada.

“Uma falsa ciência gera ateus, mas a verdadeira ciência leva os homens a se curvar diante da Divindade.” Voltaire

O apreço da negação do óbvio, invés de ser tido como ignorância, desinteligência, foi posto por Paulo como loucura. Não sendo falta de luz, mas de sensatez. Recusar-se a ver, não incapacidade para isso.

Tendo visto os frutos (de Deus) o esperável era que soubessem avaliar à Árvore; mas, não foi assim. “Porquanto o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lhes manifestou. Porque Suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto Seu Eterno Poder, quanto Sua Divindade, se entendem, claramente se veem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis; porquanto, tendo conhecido a Deus, não O glorificaram como Deus, nem lhe deram graças, antes em seus discursos se desvaneceram; seu coração insensato se obscureceu. Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos. Mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, aves, quadrúpedes e répteis.” Rom 1;19 a 23

O contexto inicial desse texto era também da confecção de imagens, ídolos para adoração, como se esses produtos da mão humana fossem, de alguma forma, semelhantes ao Altíssimo.

O Eterno desafia tais deuses para que “mostrem serviço” a fim de que, sua adoração faça sentido; ou, que demonstrem ser mesmo, deuses; “Anunciai-nos coisas que ainda hão de vir, para que saibamos que sois deuses; fazei bem, ou mal, para que nos assombremos, e juntamente vejamos. Eis que sois menos do que nada! vossa obra é menos que nada; abominação é quem vos escolhe.” Is 41;23 e 24

Entretanto, o famigerado ecumenismo que grassa sob a batuta de Francisco labora para tornar qualquer espantalho, bibelô ridículo, ou vento de doutrina, como se iguais ao Altíssimo, Seu Excelso Ser, e Sua Santíssima Palavra.

Quando alguém diz: “Deus como você o concebe”, embora pareça estar falando algo espiritualmente profundo, ou filosoficamente altruísta, apenas empresta sua voz a Satanás para reafirmar seu crime: “Vós sereis como Deus; vós mesmos sabereis o bem e o mal.”

Alguém, com algum resquício de valores, sentimentos, escrúpulos, quando falha compunge-se, entristece-se invés de reiterar sua falha; no entanto, aquele é “como cão que volta ao próprio vômito, ou porca lavada retornando à lama.”

Sendo o homem criado à Imagem e Semelhança de Deus, Ele É Espírito, como Sua Palavra ensina; natural a conclusão que a semelhança possível se verifica nesse prisma; dos valores espirituais, morais, intelectivos, estéticos; causas que não podem ser vistas em si; senão, nos resultados que produzem. Outra vez é oportuna a figura: “Pelos frutos a Árvore”.

O problema é que o discurso da oposição conseguiu fazer parecer que a Árvore da Vida não bastava; que tocando em outra os jardineiros seriam “mais semelhantes” a Deus do que já eram.

A “semelhança” obtida foi aquela que Paulo mencionou de migrar da sabedoria à loucura; reduzir O Todo Poderoso às vis imagens de criaturas.

A coisa não está apenas por manutenção como fazem parecer os ecumenistas; para eles o alvo é coexistência; carecemos salvação, regeneração.

Por isso a necessidade insubstituível de Cristo e Sua Doutrina; “Ninguém vem ao Pai senão por mim.” disse.

“Ir ao Pai” é um movimento espiritual dos que, cansados de ser imagem do engano plasmado pela mentira, olham outra vez para a Imagem de Deus. Afinal, O Salvador veio “... sendo o resplendor da Sua Glória, A Expressa Imagem da Sua Pessoa ...” Heb 1;3

A “viagem” nem requer que nos desloquemos fisicamente; só que mudemos de Senhor. Deixando o autônomo sequaz do capeta, pelo Servo de Cristo e Sua Mente; “Deixe o ímpio seu caminho, o homem maligno seus pensamentos, e se converta ao Senhor, que se compadecerá dele; torne para o nosso Deus, porque grandioso é em perdoar. Porque Meus pensamentos não são os vossos, nem vossos caminhos os Meus, diz o Senhor.” Is 55;7 e 8

sábado, 30 de janeiro de 2021

O Profeta e a Estrela


“Temos, mui firme, a palavra dos profetas, à qual bem fazeis em estar atentos, como uma luz que alumia em lugar escuro, até que o dia amanheça e a Estrela da Alva apareça em vossos corações.” II Ped 1;19

Quando se pensa, grosso modo, na Palavra dos profetas o que salta às nossas lupas curiosas é entender o porvir; o que se deve esperar segundo A Palavra de Deus; como serão, enfim, os últimos dias.

Não estamos errados; essa nuance consta nas Escrituras; no entanto, no enfoque de Pedro, estar atentos à Palavra dos profetas ensejaria uma luz interior; a “Estrela da Alva” (Cristo) apareceria em nossos corações.

Paralelo com uma sentença dos provérbios; “A vereda dos justos é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito.” Prov 4;18

Assim, justificados Nele, somos pouco a pouco ensinados para que nossa visão se amplie no que deveras conta; o conhecimento de Deus na Face de Jesus Cristo.

Paulo disse: “Não cesso de dar graças a Deus por vós, lembrando-me de vós nas minhas orações: Para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da Glória, vos dê em Seu conhecimento o espírito de sabedoria e revelação; tendo iluminados os olhos do vosso entendimento, para que saibais qual a esperança da sua vocação e quais as riquezas da glória da sua herança nos santos;” Ef 1;16 a 18

Aqui também, sabedoria e revelação não atinam a eventos, mas à pessoa de Cristo; pois, adiante anexa que devemos “conhecer o amor de Cristo, que excede todo o entendimento, para que sejais cheios de toda a plenitude de Deus.” Cap 3;19 Assim, a revelação em pauta é de Uma Pessoa, não de alguns eventos.

Portanto, a Palavra profética não visa apenas acontecimentos, tempos, datas, ainda que o faça também; atua para apontar à bendita Luz de Cristo, Seu Ser em nós, aperfeiçoado mediante edificação pela ensino.

Pois, o ministério de ensinar atina precisamente a esse alvo; “Querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo; até que todos cheguemos à unidade da fé, ao conhecimento do Filho de Deus, homem perfeito, à medida da Estatura Completa de Cristo, para que não sejamos mais meninos inconstantes...” Ef 4;12 a 14

Vemos que a devida edificação traz constância, firmeza, não satisfação de curiosidades.

O conhecimento de Cristo enseja como efeito colateral uma melhor visão de nós mesmos; nossas misérias e más inclinações. 

A luz espiritual não vem para satisfação do intelecto como se fosse mera elucubração filosófica; é antes, um desafio a andar conforme; “Mas, se andarmos na luz, como Ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, Seu Filho, nos purifica de todo pecado.” I Jo 1;7 Notemos que a eficácia de Cristo só nos atinge se andarmos conforme.

Nossa inclinação natural tende para outro lado, “Porque a inclinação da carne é morte; mas a inclinação do Espírito é vida e paz.” Rom 8;6 quanto melhor nos vermos na dimensão espiritual, mais trabalho terá a cruz; de outro modo: Quanto mais conhecermos a nós mesmos mais dependentes de Cristo nos veremos.

Se, nossos descaminhos revelados cotejando nosso ser com o Senhor, invés de afastamento gerarem mudança, arrependimento, conversão, então nossa luz será ampliada; O Amor de Deus fará de nossa submissão ao Salvador um “Círculo Virtuoso”, cujo girar nos aproximará paulatinamente dos predicados da Estrela da Alva; “Ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos. Escudo é para os que caminham na sinceridade, para que guardem as veredas do juízo. Ele preservará o caminho dos Seus santos.” Prov 2;7 e 8

“Não havendo profecia, o povo se corrompe; porém, o que guarda a lei é bem-aventurado.” Prov 29;18
Esse preceito também evidencia que a função primeira da palavra profética não é prever eventos mas, preservar a integridade.

Esses textos, muitos mais poderiam ser acrescidos, mostram quão errados estão os que acercam-se de adivinhadores do futuro, auto apelidados de profetas, em detrimento dos mestres da Palavra. Deixam a fonte da Água da Vida, que Cristo Faz nos Seus e peregrinam nos desertos do engano, confiados em nuvens que não trazem chuva.

Não que O Eterno não possa usar a quem Lhe aprouver para revelar algo; apenas, Seu alvo principal é regeneração, não informação.

Pois, mais que algo novo a revelar, há muito de revelado carecendo ser entendido; sobretudo, obedecido.

Se, nas veredas naturais da vida carecemos de utopias para caminhar com disse Eduardo Galeano, na senda espiritual a demanda mais cara é por luz. “Lâmpada para os meus pés é Tua Palavra, e luz para meu caminho.” Sal 119;105

sexta-feira, 29 de janeiro de 2021

Senhores das Moscas

“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! que dizimais hortelã, endro e cominho, e desprezais o mais importante da lei; juízo, misericórdia e fé; deveis porém, fazer estas coisas, e não omitir aquelas. Condutores cegos! que coais um mosquito e engolis um camelo.” Mat 23; 23 e 24

No afã de desautorizar os mercenários da praça que usam Obra de Deus como pretexto para suas cobiças, muitos paladinos dos desigrejados defendem que o dízimo era coisa do Antigo Pacto, desnecessário agora, dado que os templos somos nós, nem congregações carecemos.

Que cada salvo em particular é “templo do Espírito” ou edificado para “Morada de Deus no Espírito” isso é cristalino na Palavra.

Entretanto, a igreja é figurada como um corpo interativo, coeso, onde, membros mais nobres devem honrar aos mais frágeis; ambos têm necessidades uns dos outros.

Daí a exortação para que se mantenha assim segundo o projeto do Cabeça desse corpo, Cristo: “Não deixando nossa congregação, como é costume de alguns, antes admoestando-nos uns aos outros; tanto mais, quanto vedes que se vai aproximando aquele dia.” Heb 10;25

A simples existência de congregações bem como obreiros de tempo integral traz devidos custos que demandam contrapartida dos membros. O Salvador não vetou o dízimo apenas desfez a inversão de valores. 

Achavam que fazendo aquilo bastava, ou que era o mais importante. Recolocando cada coisa no seu lugar, dos dízimos disse: “Deveis fazer essas coisas...”

Segundo a metáfora do Senhor, as obrigações materiais com a obra seriam o “mosquito”, o menos valioso, enquanto, o “camelo”, seria negligenciar as coisas mais importantes da Lei, “juízo, misericórdia e fé.”

Logo entendemos que dízimos e ofertas, embora necessários, são coisas de menor monta, sendo o juízo, pela aversão do Santo ao pecado, a misericórdia, nosso engajamento amoroso com as carências do semelhante, e a fé, nossa confiança irrestrita em Deus e Sua Palavra, valores que devem ocupar espaço principal em nosso serviço.

O problema dos mercadores da Palavra é maior que um mosquito. Se, anunciassem segundo o juízo, condenariam a simonia mediante fetichismo, invés de estimulá-la; Segundo à misericórdia atentariam às necessidades das pessoas, não da igreja; segundo a fé descansariam na suficiência de Deus.

Se as nossas prioridades forem o que o Senhor avalia prioritário, Ele suprirá as coisas menores também. “Mas, buscai primeiro o Reino de Deus, e sua justiça e todas estas coisas vos serão acrescentadas.” Mat 6;33

Umas somos exortados a buscar, outras, nos são prometidas livremente. É perigoso como já vimos, espiritualizar a interpretação dizendo que nós somos os templos do Espírito Santo, não carecemos edificar igrejas, e sim edificar pessoas, mediante ensino.

Em parte isso é verdade mas, não totalmente honesto. Há necessidades reais, com devidos custos de provisão e manutenção.

O que tem ocorrido com frequência, é que o mosquito tem virado camelo; o material tem preponderado. Num caso, quando amamos o dinheiro; sofremos ao fazermos nossa parte, nos vemos a discutir e forçar textos bíblicos, para “provar” que não carecemos mais dizimar;
noutro, quando a igreja faz do dinheiro o tema de suas mensagens constrangendo pessoas, seja vendendo bênçãos, seja ameaçando com maldições. Esse segundo caso, tem dado vida ao primeiro. "O amor ao dinheiro é a raiz de espécie de males."

Então ao permitir a “Marca da Besta” que será o dinheiro do porvir, de certa forma O Eterno estará separando bodes de ovelhas ainda na terra.

Essa turba mercenária preocupada com ostentação, os “templos de Salomão” e assemelhados, como escolherá O Senhor quando for “só Ele” sem honra nem conforto acessórios?

Como cada comichão tem defensores, materialistas associam-se aos semelhantes e passam a caçar insetos com rifles.

Verdade seja dita, a maioria dos que são roubados pelos mercenários, merecem sê-lo. Sabem o que todo mundo sabe mas, preferem a mensagem fácil do “pare de sofrer” que o evangelho de Cristo.

Traídos pela própria cobiça e ilusão, acreditam que esses “ungidos” tem mesmo acesso a Deus, e podem manipulá-lo a seu bel-prazer.

Não dói nada ser fiel nos bens do Senhor.
Se as árvores se conhecem pelos frutos, esses que perturbam trabalhos sérios estabelecidos com seus ensinos parciais que tipos de frutos dão?

Aos mercenários da praça Deus julgará. A tentação mais perigosa nesse contexto é “justificar” nossa avareza, omissão, ou amor ao dinheiro, em nome duma “doutrina” de fundo de quintal. Cuidado!

Na verdade, é mais fácil honrar a Deus com “as primícias de nossa renda”, que com nosso modo de viver. Bebamos, pois, a pura Água da Vida, sem o mosquito e sem o camelo.

"A avareza é um tirano bem cruel; manda ajuntar e proíbe o uso daquilo que se junta; visita o desejo e interdiz o gozo". (Plutarco)

quinta-feira, 28 de janeiro de 2021

Os dois testemunhos


“Assim diz o Senhor dos Exércitos, o Deus de Israel: Toma estas escrituras, estes autos de compra, tanto a selada quanto a aberta e coloca-as num vaso de barro, para que se conserve muitos dias.” Jer 32;14

Deus ordenou que Jeremias fizesse um mau negócio, uma vez que deveria comprar as terras de seu primo, na iminência do cativeiro Babilônico, que se cumpria ante seus olhos.
Ele comprou e registrou perante testemunhas. Devia guardar dois registros; um “aberto”, outro selado num vaso de barro. Feito isso, ele orou tentando entender aquilo.

“Eis aqui os valados; já vieram contra a cidade para tomá-la, ela está entregue na mão dos caldeus que pelejam contra pela espada, fome e pestilência; o que disseste se cumpriu, e estás presenciando. Contudo, disseste, ó Senhor Deus: Compra para ti o campo por dinheiro, faze que o confirmem testemunhas, embora a cidade já esteja entregue aos caldeus.” 24 e 25

Desperdicei dezessete siclos de prata; pois, me fizeste ver que teremos 70 anos de cativeiro; comprei uma terra inutilmente. Eram razoáveis as ponderações dele.

Deus reafirmou a certeza do juízo e suas razões. Depois, iria restaurar seu povo. “Porque assim diz o Senhor: Como Eu trouxe sobre este povo todo este grande mal, também trarei sobre ele todo o bem que lhes tenho declarado.” V 45

O mesmo anunciador da ruína punitiva anunciou a restauração. Deus não tem dois tipos de profetas; otimistas e pessimistas; que anteveem bênção ou maldição; apenas os que falam segundo Sua vontade.

Sempre houve oposição entre verdadeiros e falsos profetas; esses enfrentaram Jeremias, dizendo que o exílio duraria dois anos. Durou setenta.

O Criador, pois, entregou a “escritura” da terra ao primeiro casal, quando ordenou que dominassem-na. Eles fizeram um péssimo negócio. “...Não sabeis vós que a quem vos apresentardes por servos para obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis.” Rom 6;16

Obedeceram o inimigo, serviram-no. A “escritura” passou a ele. “Dar-te-ei todo este poder e sua glória; porque a mim foi entregue, e dou a quem quero.” Luc 4;6 Disso vangloriou-se ele quando tentou Jesus.

Mas, O Criador desejava resgatar Sua terra. O problema era que, não havia um remidor com bens suficientes para isso. “Aqueles que confiam na sua fazenda, se gloriam na multidão das suas riquezas, nenhum deles de modo algum pode remir ao seu irmão; dar a Deus o resgate dele (Pois a redenção da sua alma é caríssima; cessará para sempre).” Sal 49;6-8

Não havendo um “rico” suficiente, então “O Senhor desnudou Seu Santo Braço perante os olhos de todas as nações; todos os confins da terra verão A Salvação do nosso Deus.” Is 52;10

A derrota de Adão por ter obedecido ao diabo, foi anulada pela perfeita vitória de Cristo contra o maligno. A Vontade de Deus que fora derrotada em Adão, voltou a ser vitoriosa Nele.

O Poder universal, sempre esteve com Deus; mas, sobre a terra, por longo tempo dominou o traidor, até Jesus redimir. “... É-me dado todo poder no céu e na terra.” Mat 28;18

Embora a possessão esteja redimida, ainda não a vemos assim, “em esperança somos salvos”. Mas, já temos uma garantia, o penhor do Espírito Santo. “O qual é o penhor da nossa herança, para redenção da possessão adquirida, para louvor da sua glória.” Ef 1;14

Somos vasos de barro dentro dos quais deve durar muitos dias o testemunho da graciosa redenção. Uma escritura aberta, outra selada. “Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, não nossa.” II Cor 4;7

O documento aberto, é nosso testemunho de vida, que todos podem ver; o fechado é aquilo que só é conhecido por Deus. Aqueles que sabem disso, descansam Nele, alheios à aceitação humana. Não carecem do aval dos que sabem “o Nome” nem alertas dos que “sabem” a data da Sua volta.

Paulo nos ensinou: “Todavia o fundamento de Deus fica firme tendo este selo: Deus conhece os que são seus; (fechado) qualquer que profere o Nome de Cristo, aparte-se da iniquidade.” (aberto) II Tim 2;19

Afinal, só Ele é digno de abrir a “escritura” por ter pago o preço exato que Deus requeria. “Eu chorava muito, porque ninguém fora achado digno de abrir o livro, de ler, nem de olhar para ele. Disse-me um dos anciãos: Não chores; eis aqui o Leão da tribo de Judá, a raiz de Davi, que venceu, para abrir o livro e desatar seus sete selos.” Apoc 5;4 e 5

O “prejuízo” de ter morrido por ímpios se revelará glorioso. “Ele verá o fruto do trabalho da sua alma, ficará satisfeito; com Seu conhecimento Meu servo, o justo, justificará muitos;” Is 53;11