sábado, 6 de outubro de 2018

Reengenharia Divina

“Porque, eis que eu crio Novos Céus e Nova Terra; não haverá mais lembrança das coisas passadas, nem mais se recordarão. Mas, vós folgareis e exultareis perpetuamente no que Eu Crio; porque eis que crio para Jerusalém alegria, para o seu povo, gozo.” Is 65;17 e 18

A criação de Novos Céus e Nova Terra não deve ser entendida literalmente; digo, não, como se, O Criador implodisse aos existentes e, do nada criasse outros. Ainda que possa, não fará assim.

Vejamos o que diz A Palavra: “O que estava assentado sobre o trono disse: Eis que faço novas todas as coisas. Disse mais: Escreve; porque estas palavras são verdadeiras e fiéis.” Apoc 21;5

Há uma diferença grande entre “faço novas” e, faço de novo; O primeiro caso significa renovar; o segundo, recriar.
Em que base se dará tal renovo? O juízo e a purificação das coisas erradas; após, total esquecimento delas. “... não haverá mais lembrança das coisas passadas...”

Ora, esse é o mesmo método pelo qual O Senhor nos faz novas criaturas, embora, de certa forma, sejamos as mesmas; Faz-nos renascer em Cristo, Seu juízo e misericórdia, depois, inocula em nosso espírito Sua Lei; “... Porei minhas leis no seu entendimento, em seu coração as escreverei; Eu lhes serei por Deus e eles me serão por povo.” Heb 8;10

Quanto às máculas da nossa vida pretérita diz: “Sujeitará nossas iniquidades; tu lançarás todos os nossos pecados nas profundezas do mar.” Miq 7;19 Ou seja: No tocante aos salvos também não há mais lembrança das coisas passadas. Não no sentido estrito de esquecimento, mas, de perdão, de não mais incidirem sobre nós as consequências dos erros.

A base para a gestação da nova criatura é estar em Cristo; “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo.” II Cor 5;17

Do mesmo modo, os Novos Céus e a Nova Terra terão que estar absolutamente sob Seu Governo, para serem, enfim, renovados aos Divinos Padrões. Nós os convertidos podemos nos evadir ao juízo graças aos Méritos do Salvador atribuídos aos que se arrependem e se lhe submetem. Os demais serão julgados. Todas as coisas feitas sobre a Terra derivadas da maldição, digo, das escolhas avessas ao Santo serão desfeitas no juízo. A Nova Terra não herdará nenhum fruto da iniquidade.

“A voz do qual moveu então, (nos dias de Moisés) a Terra, agora anunciou, dizendo: Ainda uma vez comoverei, não só a Terra, senão, também o Céu. Esta palavra: Ainda uma vez, mostra a mudança das coisas móveis, como coisas feitas, para que as imóveis permaneçam. Por isso, tendo recebido um Reino que não pode ser abalado, retenhamos a graça, pela qual sirvamos a Deus agradavelmente, com reverência e piedade;” Heb 12;26 a 28

Notemos que A Palavra apresenta Céus e Terra como coisas móveis; O Reino como algo que “Não pode ser abalado.” Isso se alinha com o dito do Salvador; “O Céu e a Terra passarão, mas, minhas palavras não hão de passar.” Mat 24;35

Então, quando Pedro apresenta uma nuance do Juízo, o “fogo” deve ser entendido como a Ira do Senhor contra a iniquidade; “Mas, os céus e a terra que agora existem pela mesma Palavra se reservam como tesouro; se guardam para o fogo, até o dia do juízo e da perdição dos homens ímpios.” II Ped 3;7

Não significa que o elemento fogo não faça parte do juízo; mas, esse “fogo” pode incluir terremotos, tsunamis, e outras formas cataclísmicas impensadas; tudo terá como motor a Ira Divina contra a rebelião pecaminosa; “Não se desviará a ira do Senhor, até que execute e cumpra os desígnios do seu coração; nos últimos dias entendereis isso claramente.” Jr 23;20

Pois, além de redimir às criaturas que se perderam, também planeja O Altíssimo a redenção da Sua Obra; “Porque sabemos que toda a criação geme e está juntamente com dores de parto até agora. Não só ela, mas, nós mesmos, que temos as primícias do Espírito, também gememos em nós mesmos, esperando a adoção, a saber, a redenção do nosso corpo.” Rom 8;22 e 23

O diferencial do Novo Céu e da Nova Terra não atina aos astros, clima, acidentes geográficos, mas, à certa “habitante” que O Eterno Ama; “Mas nós, segundo Sua promessa, aguardamos Novos Céus e Nova Terra, em que habita a justiça.” II Ped 3;13

Desse modo, quem quer se candidatar ao Reino credencie-se a tempo, em Cristo e Seus valores; “Todavia o fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: O Senhor conhece os que são Seus; qualquer que profere o nome de Cristo aparte-se da iniquidade.” II Tim 2;19

quarta-feira, 3 de outubro de 2018

Brasil; a última chance

“Orou Jonas ao Senhor, seu Deus, das entranhas do peixe. Disse: Na minha angústia clamei ao Senhor, Ele me respondeu; do ventre do inferno gritei e ouviste minha voz.” Jon 2;1 e 2

Clamor por uma segunda de alguém que, de certa forma estava morto. Jonas, o profeta fujão no ventre do peixe. Na verdade, o fato dele ter sido mantido vivo nas entranhas do bicho por três dias era uma segunda chance já; a misericórdia Divina instando com ele para que se arrependesse.
Isso lembra um texto de Isaías: “Por isso, o Senhor esperará, para ter misericórdia de vós; se levantará, para se compadecer de vós, porque o Senhor é um Deus de equidade; bem-aventurados todos os que nele esperam.” Is 30;18

Enquanto nosso abatimento muitas vezes deriva de não sabermos esperar, (por eu estás abatida ó minha alma? Espera... Sal 43) A longanimidade Divina tolera graves afrontas esperando, que, os errados de espírito reconsiderem, se arrependam; pois, matá-los não dá nenhum prazer a Deus. “... Vivo eu, diz o Senhor Deus, que não tenho prazer na morte do ímpio, mas, em que o ímpio se converta do seu caminho e viva...” Ex 33;11

A Igreja cristã da nossa extraviada nação está mais ou menos como Jonas; tem uma urgente mensagem profética para a condenada “Nínive”, mas, falseou, omitiu; está quase morta, refém da desobediência.

Como àquele, Deus nos está dando um tempo ainda; a despeito de algum mérito, pois, a dita igreja está plena de desvios espirituais; como cidadãos, nossas avessas escolhas dizem que o país não merece consideração pela forma que se tem portado perante Deus e o mundo, salvas algumas exceções.

Majoritariamente o povo sustentou governantes, que, em suas diretrizes gerais querem Deus banido de nossa Terra; a perversão sexual foi colocada como grade curricular básica; os perversos já formados fazem passeatas em louvor a Satã; alguns blasfemam do Santo publicamente.

Mas, chega uma hora em que, até a paciência do Altíssimo esgota; “Por muito tempo me calei; estive em silêncio, me contive; mas, agora darei gritos como a que está de parto; a todos os assolarei e juntamente devorarei.” Is 42;14

Desgraçadamente os cristãos em sua maioria não sabem equacionar a dupla cidadania como convém; ou, querem um purismo espiritual dos governos como se, o Reino de Deus fosse daqui; estilo Cabo Daciolo, ou, alienados negociam valores espirituais excelsos, como a vida, votando em quem perverte a inocência das crianças, promove o lixo moral entre adultos, defende o aborto, descriminação das drogas, etc.

Os “puristas” não votam em Bolsonaro, por exemplo, pois, divorciou-se, e, seu vice, Mourão é Maçom. Os alienados separam tanto as coisas de César das de Deus, que, traem aos valores eternos por migalhas. A vida pessoal de Bolsonaro tem percalços, não é um modelo bíblico; a maçonaria com seus rituais ocultos, tampouco, coaduna-se com as coisas de Deus.

Entretanto, Deus usa governantes ímpios até, quando convém, como fez com Faraó, Nabucodonosor, Ciro, etc. Não é a vida pessoal do governante que está em apreço, antes, os valores que ele defende e pretende implantar que o qualificam, ou não. Os de Jair estão resumidos num slogan: “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos.”

Que importa isso? Se, estivesse em prática nos últimos anos, os bilhões do BNDS que foram enviados para ditaduras estrangeiras tivessem sido aplicados no Brasil, nossa qualidade de vida seria muito superior e o desemprego, mínimo.

Se, Deus não tivesse sido expulso da formação moral e educacional, não teríamos o desrespeito profano e blasfemo que temos visto alhures. Frases tipo: “Solte seu demônios, sem demônios ninguém vive”, ou, “Jesus é travesti”, etc. Blasfêmias compradas com dinheiro público.

Então, O Eterno não vai permitir aqui a asfixia da liberdade; “igualdade” na miséria como em países comunistas houve e há; porém, cumpre ao Jonas renascido adequar, finalmente, sua vida e mensagem ao Divino querer.

É muito fácil a Igreja, instituição, se posicionar ao lado de determinado candidato; mas, ela deve muito mais. Pare de ser materialista, profana, herege; atue podendo dizer como Paulo: “Eu recebi do Senhor o que vos ensinei...”

Não pensem os mercenários que, num toque de mágica seu lixo se tornará “do bem” por uma escolha política pontual. Nossa cidadania abarca o aspecto familiar, social e espiritual; Se, em algum deles sonegarmos as diretrizes Divinas seremos meras fraudes, não, cristãos; “Porque qualquer que guardar toda a lei, se, tropeçar em um só ponto, tornou-se culpado de todos.” Tg 2;10

Mencionar O Santo sem tomar a armadura da justiça implica em condenação; então, tomemos para nós a ordem de Josué: “Passai, rodeai a cidade; quem estiver armado, passe adiante da arca do Senhor.” Js 6;7

terça-feira, 2 de outubro de 2018

O que a fé pode?

“Jesus lhes dizia: Não há profeta sem honra senão na sua pátria, entre seus parentes, na sua casa. E não podia fazer ali obras maravilhosas; somente curou alguns poucos enfermos, impondo-lhes as mãos. Estava admirado da incredulidade deles...” Mc 6;4-6

Não poucas vezes deparei com análises imprecisas sobre a fé; alguns atribuem-na a condição de um poder; e, interpretando superficialmente textos como esse, onde Jesus “não pode” operar maravilhas por causa da incredulidade circunstante, “confirmam” suas teses.

Em momento algum O Senhor sentiu-se enfraquecido; apenas, desonrado. “Não há profeta sem honra senão, na sua pátria.” Disse.

O problema colateral à incredulidade é a blasfêmia; ao duvidar Daquele que É A Verdade, implicitamente o chama de mentiroso. “Se recebemos o testemunho dos homens, o testemunho de Deus é maior; porque o testemunho de Deus é este, que de seu Filho testificou. Quem crê no Filho de Deus, em si mesmo tem o testemunho; quem não crê mentiroso o fez, porquanto não creu no testemunho que Deus de seu Filho deu.” I Jo 5;9 e 10

Então, quando O Santo “não pode” operar em ambientes de incredulidade, a restrição deriva de Sua ojeriza à desonra, não, de eventual barreira ao Seu Poder. Isso Ele ensina desde tempos idos; “... porque aos que me honram honrarei, porém, os que me desprezam serão desprezados.” I Sam 2;30; “Os meus olhos estarão sobre os fiéis da terra, para que se assentem comigo; o que anda num caminho reto, esse me servirá.” Sal 101;6 etc.

Mediante Isaías mostrou expressamente o que “enfraquece” Seu Braço; “Eis que a mão do Senhor não está encolhida, para que não possa salvar; nem, agravado seu ouvido, para não poder ouvir. Mas, vossas iniquidades fazem separação entre vós e vosso Deus; vossos pecados encobrem Seu Rosto de vós, para que não vos ouça.” Is 59;1 e 2

Então, quando Tiago diz que a “oração de um justo pode muito nos seus efeitos”, não alude ao poder estrito da oração, antes, ao caráter do suplicante, que, torna sua petição aceitável diante Daquele que tem todo poder. Não existem “orações poderosas” como circula por aí; antes, as que Deus aceita, e as que não.

Os amigos de Jó tinham muita língua, poucos frutos; O Senhor recusou ouvi-los; porém, o leproso e infeliz patriarca era aceito, graças à sua integridade. “... oferecei holocaustos por vós; meu servo Jó orará por vós; porque deveras a ele aceitarei, para que não vos trate conforme vossa loucura...” Jó 42;8

Infelizmente, homens justos, dos quais, Deus aceita a intercessão estão em falta; são mui raros, digo. O clamor de um assim pode valer a uma cidade, uma nação. “Busquei dentre eles um homem que estivesse tapando o muro, estivesse na brecha perante mim por esta terra, para que eu não a destruísse; porém, não achei. Por isso eu derramei sobre eles minha indignação; com o fogo do meu furor os consumi; fiz que o seu caminho recaísse sobre sua cabeça, diz o Senhor Deus.” Ez 22;30 e 31

Estar na brecha equivale e zelar pela verdade e justiça onde essas são vilipendiadas; mas, isso nos faz “radicais, chatos, enxeridos” etc. A onda é ser politicamente correto, legal, para ganhar “likes”.

As profundezas de Deus só são acessíveis aos que mergulham pela fé em Sua Palavra e, submissos pautam seu viver segundo ela. As demais “orações poderosas” crenças alternativas, não passam de brechas, de lapsos, justo, onde pretendem ser fortes.

Então, quando Paulo diz que, “a fraqueza de Deus é mais forte que os homens.” I Cor 1;25 Entre outras coisas ensina que, o “não poder” certas coisas é porque Pode muito mais. Pode saber nossos passos pretéritos, bem como, sondar os motivos dos nossos corações.

Ora a incredulidade está na base de todas as dores, violência, mortes, enfermidades que campeiam pela Terra desde a queda; pois, foi ela, o combustível do degredo, a razão da alienação do Eterno e servidão ao inimigo.

Reverter isso é papel da fé; volver ao ponto de partida; homem, Deus e Sua Palavra. E, ciente que foi mal, não mais duvidarmos Dele, antes, nos arrependermos pelos tempos de cegueira, ou, dúvida. Não sem motivo, pois, o canto dos anjos ao nascimento do Salvador começou com, “Glória a Deus nas alturas...” Luc 2;14

Uma reparação necessária da espécie que blasfemou no coração aceitando que O Altíssimo seria injusto, mentiroso.

Assim, a fé não tem em si mesma, poder nenhum. Mas, é o ingresso precioso aos Domínios Daquele que é O Todo Poderoso. “Ora, sem fé é impossível agradar-lhe; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe, que é galardoador dos que o buscam.” Heb 11;6

domingo, 30 de setembro de 2018

Cânticos do Exílio

“Toda a congregação junta foi de quarenta e dois mil, trezentos e sessenta, fora os servos e servas, que foram sete mil trezentos e trinta e sete; e tinha duzentos e quarenta e cinco cantores e cantoras.” Ne 7;66 e 67

Neemias estava arrolando as pessoas que voltaram do cativeiro para Jerusalém. Entre as mais de 42 mil almas estavam sete mil e poucos servos, 245 cantores. Viveram cativos por setenta anos, sob caldeus, medos e persas; os que eram servos dos judeus em sua terra foram consigo, na mesma condição. Tais, pois, eram servos de servos.

Isso deveria nos ensinar algo; quando pensamos que estamos no fundo do poço, abstraído nosso egoísmo e curada a cegueira veremos muitos, em situações ainda piores.

Outro detalhe relevante é a existência de mais de duas centenas de cantores, mesmo, numa condição em que não parecia haver razões para louvores.

Na verdade, um compositor chegou a mencionar que os seus feitores lhes pediam que cantassem os cânticos da sua Terra, mas, que lhes era impossível fazê-lo naquela situação; “Aqueles que nos levaram cativos nos pediam uma canção; os que nos destruíram, que os alegrássemos, dizendo: Cantai-nos uma das canções de Sião. Como cantaremos a canção do Senhor em terra estranha?” Sal 137;3 e 4

Ele não estava dizendo que era impossível cantar; a existência de mais de duzentos cantores demonstra que eles cantavam sim; talvez se reunissem em casas de líderes e louvassem ao Senhor mesmo em tão adverso cenário. O que o salmista disse é que era desmotivador cantar para alegrar ímpios, invés de fazê-lo para louvar ao Senhor.

Na verdade certa “trinca” alistada por Paulo na epístola aos coríntios tem mania de andar junto. Fé esperança e amor. 

Embora, o amor muitas vezes erre seu alvo embriagado no excesso de amor próprio; esperança ousa crer que aquilo terá um fim; a fé relembra a palavra dos profetas, da qual, recusa duvidar. Assim, como uma flor entre pedras, aqui e acolá ressoavam os cânticos dos cativos, para alento dos mesmos e, eventual deleite dos feitores que, furtivos ouviam também a beleza dos louvores de Sião.

Embora a fé seja o “firme fundamento das coisas que não se veem”, muitos dependem circunstâncias favoráveis, tanto para crer, quanto, louvar ao Senhor. Isso, mesmo sendo rotulado como fé é sua negação.

A verdadeira, como mostrou Abraão, além de privada de circunstâncias favoráveis, o que tira o acessório da esperança, ainda crê; “O qual, em esperança, creu contra a esperança, tanto que ele tornou-se pai de muitas nações, conforme o que lhe fora dito: Assim será tua descendência. Não enfraquecendo na fé, não atentou para seu próprio corpo já amortecido, pois, era já de quase cem anos, nem tampouco para o amortecimento do ventre de Sara. Não duvidou da promessa de Deus por incredulidade...” Rom 4;18 a 20

Cheia está a Terra de “acessórios” à fé; as obras do Criador testificam Seu poder; A Palavra Dele, Sua Fidelidade. Se, essas duas testemunhas não bastarem para que cantemos louvores mesmo, em terra estranha, nada bastará. Aquele que diz: “Só consigo acreditar no que vejo”, está com isso patenteando sua estupidez.

Spurgeon disse mais ou menos o seguinte: “Aquele que, após contemplar a vastidão dos céus estrelados, o sol radiante, os planetas em suas órbitas determinadas ainda se diz ateu, juntamente se declara imbecil e mentiroso.” É preciso desonestidade intelectual para negar o óbvio.

Assim, Paulo diz que as Obras de Deus deixam sem desculpas os incrédulos; “Porque suas coisas invisíveis, (de Deus) desde a criação do mundo, tanto, Seu Eterno Poder, quanto, Sua Divindade, se entendem, e claramente se veem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis;” Rom 1;20

A fé pode semear louvores ao Eterno mesmo que estejamos em cativeiro; enquanto, a incredulidade nos inutiliza, até, estando, como Adão, num jardim de delícias.

Desse modo, não obstantes nossas circunstâncias duras, nossos problemas reais residem “inside”, isto é; dentro de nós. João fez uma “trinca” também, mas, essa, do mal; “Porque tudo o que há no mundo, concupiscência da carne, concupiscência dos olhos e soberba da vida, não é do Pai, mas, do mundo.” I Jo 2;16

Quem louva ao Senhor deveras, o faz mesmo em meio às adversidades; quem só canta de barriga cheia é amante de si mesmo.

Infelizmente, a comodidade mata mais que as adversidades.

Porém, aqueles que perseveram e louvam ao Santo quando tudo está mal terão o tempo do bem como estímulo para novos louvores. “Quando o Senhor trouxe do cativeiro os que voltaram a Sião, estávamos como quem sonha. A nossa boca se encheu de riso; a nossa língua de cânticos...” Sal 126;1 e 2

sábado, 29 de setembro de 2018

Consequências espirituais

“Assim vos digo que há alegria diante dos anjos de Deus por um pecador que se arrepende.” Luc 15;10

Nem sempre sabemos avaliar devidamente a repercussão das nossas escolhas. Entender que uma opção aqui, algo aparentemente comum, tem desdobramentos nos Céus, perante O Eterno.

As virtuosas, isto é, que são segundo os padrões Divinos, além dos abençoados reflexos sobre seu agente têm ainda outro, didático, perante anjos, como ensina Paulo: “Para que agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e potestades nos céus.” Ef 3;10

Quer dizer que, convivendo em comunhão com O Santo os habitantes celestes desconhecem a Sabedoria Dele? Em parte, sim. Pois, a “loucura” de esvaziar-se, ficar ao alcance de assassinos como fez, só se justifica depois, pelos frutos produzidos, e, enfim, deixando patente seu valor.

“Nós pregamos a Cristo crucificado, que é escândalo para os judeus, loucura para os gregos. Mas, para os que são chamados, tanto judeus, quanto, gregos, lhes pregamos a Cristo, poder e sabedoria de Deus. Porque a loucura de Deus é mais sábia e, a fraqueza, mais forte do que os homens.” I Cor 1;23 a 25

Nossa peregrinação terrena é uma extensa “reunião” de cujas falas e atos os “secretários celestes” tomam nota em suas atas; seja, em nosso benefício, seja contra nós. “Então aqueles que temeram ao Senhor falaram frequentemente um ao outro; o Senhor atentou e ouviu; um memorial foi escrito diante Dele, para os que temeram o Senhor; para os que se lembraram do Seu Nome.” Mal 3;16

Tanto podemos causar festa nos Céus, quando nos arrependemos do mal e nos rendemos a Cristo, O Salvador, quanto, perplexidade; pois, tendo já feito a escolha pelo Senhor em dias pretéritos, de repente, ao sabor de novos interesses trocarmos Fontes Eternas por futilidades efêmeras; “Espantai-vos disto, ó céus, horrorizai-vos! Ficai verdadeiramente desolados, diz o Senhor. Porque o meu povo fez duas maldades: me deixaram, o manancial de águas vivas, e cavaram cisternas; cisternas rotas, que não retêm águas.” Jr 2;12 e 13

Não há meio termo; sempre que buscamos alternativas a Deus, por religiosos que pareçamos, ou, nos pretendamos, a rigor, O deixamos por “cisternas rotas.” A maravilhosa possibilidade de fazermos escolhas concorre com a espantosa necessidade de sermos consequentes, pois, as mesmas hão de frutificar “conforme sua espécie”.

Paulo adverte: “Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, ceifará. Porque o que semeia na sua carne, da carne ceifará corrupção; mas, o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará vida eterna.” Gál 6;7 e 8

A carne é a vida natural movida por instintos, preferências humanas, a despeito da Palavra; os que vivem assim ainda não foram motivo de festa nos Céus; não ingressaram à vida espiritual para a qual se requer novo nascimento; “Jesus respondeu: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no Reino de Deus.” Jo 3;5

Os renascidos são desafiados à cruz, onde devem mortificar as naturais inclinações; doravante, cambiar paulatinamente os pensares naturais pelos sobrenaturais; “... meus pensamentos não são os vossos; nem, vossos caminhos os meus, diz o Senhor. Porque assim como os Céus são mais altos do que a Terra, são os meus caminhos mais altos do que os vossos, e meus pensamentos mais altos do que os vossos.” Is 55;8 e 9

Assim, cada vez que desprezamos os Divinos preceitos e colocamos nossas pobres mentes acima da do Pai, trocamos valores eternos por pratos de lentilhas como fez Esaú. Insanidades assim causam estupefação nos céus, invés de festejos.

Deprimente ver e ouvir “cristãos” pontuando “seus direitos” onde, o mero pronunciar O Nome do Senhor já os lança na seara dos deveres; “O fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: O Senhor conhece os que são seus, qualquer que profere o nome de Cristo aparte-se da iniquidade.” II Tim 2;19

Quando porfiamos com alguém para que alinhe-se a Deus estamos, no fundo, zelando por sua vida, ainda que, ele (a) não veja assim, ou, ignore as consequências; “Tens tu fé? Tem-na em ti mesmo diante de Deus. Bem-aventurado aquele que não se condena naquilo que aprova.” Rom 14;22

Simplificando: Feliz aquele que escolhe as coisas conforme os padrões celestes; tendo herdado vida eterna atua de modo a preservá-la.

Cada vez que digo sim, para Ele, Cristo, devo um troante, não! Às minhas próprias inclinações que destoam dos preceitos Dele.

Paz com Deus não deriva de frequentarmos uma igreja; Antes, recebermos O Senhor Justiça Nossa, e deixarmos de vez nossas injustiças, daí, “O efeito da justiça será paz; a operação da justiça, repouso; segurança para sempre.” Is 32;17

terça-feira, 25 de setembro de 2018

Quem tem ouvidos veja

“Teus ouvidos ouvirão a palavra do que está por detrás de ti, dizendo: Este é o caminho, andai nele, sem vos desviardes nem para direita nem para esquerda.” Is 30;21

Normalmente pensamos em caminho como meio condutor a determinado ponto geográfico; literalmente é isso mesmo. Entretanto, se, usado como metáfora para a vida espiritual, não tem a ver com pontos cardeais, aclives, declives, curvas, etc.

Quando interrogou ao Senhor sobre o caminho, Filipe pensava num lugar para ir; de certa forma O Senhor usou a mesma figura, dado que, o “lugar” sendo espiritual requer um conjunto de valores, jeito de ser, antes, que, um rumo. Pois, sendo Deus Onipresente, não precisamos mudar de endereço para encontrá-lO, mas, de diretrizes espirituais, e, consequentemente, atitudes.

“Mesmo vós sabeis para onde vou conheceis o caminho. Disse-lhe Tomé: Senhor, nós não sabemos para onde vais; como podemos saber o caminho?” Jo 14;4 e 5


O Senhor acabara de dizer pra onde ia: “Na casa de Meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, Eu vos teria dito. Vou preparar-vos lugar.” V 2

Por fim, foi mais explícito: “... Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim.” V 6

O desafio para a caminhada espiritual não é galgar muitas milhas, antes, “andar na Luz”. I Jo 1;7. Logo, as asperezas concorrentes são trevas, engano. Daí, “Lâmpada para meus pés é Tua Palavra, luz para o meu caminho.” Sal 119;105

Quando Isaías vaticina que, no Ministério do Espírito ouviríamos uma voz dizendo: “Este é O Caminho!” Ele estava ensinando que seríamos, pelo Espírito Santo, capacitados a conhecer à Palavra de Deus; desafiados a andar segundo Ela.

“Porque esta é a aliança que depois daqueles dias Farei com a casa de Israel, diz o Senhor; Porei minhas leis no seu entendimento, em seu coração as escreverei; Eu lhes serei por Deus, eles me serão por povo;” Heb 8;10

Alguns padres, os mais fervorosos acusam-nos, os protestantes de basear tudo na Palavra de Deus, sem as tradições da Igreja; é verdade. Os que não são falsos entre nós, há muitos, infelizmente, têm apenas Jesus e Sua Palavra como Caminho.

Pedro ensina que Ele nos deu “Tudo que diz respeito à vida e piedade”, II Ped 1;3 E, no encerramento da Revelação O Rei dos Reis veta acréscimos ou, omissões à Palavra: “...se alguém lhes acrescentar alguma coisa, Deus fará vir sobre ele as pragas que estão escritas neste livro; se, alguém tirar quaisquer palavras do livro desta profecia, Deus tirará sua parte do livro da vida...” Apoc 22;18 e 19

Assim sendo, o caminho é mui acessível ao entendimento, malgrado, seja estreito; espinhosa a caminhada. Pois, aquilo que o intelecto pode assimilar facilmente, nem sempre é aceito nos domínios da vontade; mesmo que seja, há oposição do mundo, da carne e do inimigo.

Muitos, mesmo sabedores do querer do Pai portam-se como Balaão que, tendo ouvido já a Sua Vontade expressa, orou uma vez mais, duas, esperando que Ele mudasse de ideia. Ou, como o profeta jovem que, cumprindo uma dura missão, seduzido por outro mais velho aceitou a ímpia versão que O Senhor mudara Seu querer e dera uma contra-ordem. Ver I Reis cap 13

Ora, quem busca alternativa à Palavra deixa patente que se recusa ao Caminho proposto. Por piedoso que pareça não passa de um rebelde envernizado.

De uns tempos para cá virou moda a peregrinação de católicos à cidade de Medjugorje na Croácia, onde “Nossa Senhora” apareceria e falaria mediante certas “Videntes”. Ora, supondo que Maria tivesse permissão para tais aparições, o que diria?

Se, disser algo que já está na Palavra não é necessário; se, acrescentar algo diverso incorre em maldição. Seja o que for que atue lá, de cunho humano ou espiritual, não passa de fraude. Mas, pessoas do mundo todo vão, pois, têm ouvidos moucos à Palavra, e, índoles dóceis ao engano.

Por quê? “... o deus deste século cegou entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é Imagem de Deus.” II Cor 4;4

Luz é entendimento espiritual; não vem sem O Espírito Santo, quem não renascer Dele jamais acertará o caminho; “Na verdade, na verdade te digo; aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no Reino de Deus.” Jo 3;5

O caminho espiritual demanda ouvidos não olhos; e, vontade submissa. “... fé é pelo ouvir; ouvir pela palavra de Deus.” Rom 10;17

Deus não está na Croácia apenas. “Esconder-se-ia alguém em esconderijos, de modo que eu não veja? Porventura não encho os Céus e a Terra? diz o Senhor.” Jr 23 e 24

segunda-feira, 24 de setembro de 2018

Dos prazeres à fome

“... Pai dá-me a parte dos bens que me pertence. Ele repartiu por eles a fazenda. Poucos dias depois, o filho mais novo, ajuntando tudo, partiu para uma terra longínqua; ali desperdiçou seus bens, vivendo dissolutamente.” Luc 15;12 e 13

Aos olhos do Filho Pródigo, sob a gestão do Pai, seus bens não estavam bem. Ele os queria possuir, administrar. Se, na gestão paterna as coisas eram para se manter, e, dentro do possível, aumentar, aos seus olhos não passavam de meios para comprar prazeres. Quando o bem confunde sua identidade com o bom, não raro é o mal que está dando palpites já.

O bem atina a um propósito ulterior, ainda que, em sua busca, tenhamos que arrostar coisas que não nos são boas. Por exemplo: Uma dolorosa cirurgia para extração de um tumor, cujo alvo será o restabelecimento da saúde. A caminho desse bem concorre o mal da dor.

O bom deriva das sensações; mesmo que algo seja letal, se, ao paladar parecer doce será sorvido como bom; como determinados alimentos para os diabéticos que, ao paladar seriam agradáveis, à vida, um risco.

Pois, nosso jovem em apreço achava mal, o trabalho, a obediência e disciplina da casa paterna. Sendo-lhe aquilo um peso enfadonho desejou voar com as próprias asas; dai-me o que me pertence e deixe comigo. “O sangue jovem não obedece a um velho mandado.” Shakespeare. A punção das paixões da juventude leva os imaturos a se presumirem mais sábios que os anciãos; e, de posse dessa presunção, desprezar o conselho daqueles.

Nesses tempos de velocidade tecnológica, onde, aparatos cada vez mais incrementados saltitam a cada dia, os jovens, até crianças, avantajam-se aos mais velhos no manuseio disso. Entretanto, “... não é dos ligeiros a corrida...” Ecl 9;11 Habilidade no manuseio de certos meios não significa sagacidade quanto aos fins.

Muitas vezes é um diagnóstico errado do problema que nos leva a uma “solução” igualmente errada. Não raro nos sentimos amuados com uma insatisfação pontual, e queremos uma mudança geral, como se, nosso habitat fosse o problema. Outras, a mera aversão pelo trabalho, ou, dever levam os indolentes a devanear com um lugar onde isso não seja necessário. Aí me ocorre Salomão: “Vai ter com a formiga, preguiçoso!”

Já tenho o bastante. Posso gastar me divertir, viver folgado. Por certo, pensares assim acossaram ao pródigo. Ora, trabalho é o “mal” que garante o bem de uma vida digna, confortável. Outro dia alguém me perguntou: Você gosta do seu trabalho? - Não. Respondi. Mas, gosto dos frutos e faço-o para merecê-los. Os bens dele advindos não são um peso duro de levar, antes, testemunhos, recompensas dos nossos feitos.

Infelizmente a maioria erra o alvo por ignorar voluntariamente o sentido da vida. Tratam-na sobre a Terra como se fosse uma vela cuja chama dura até que a cera derreta. Paulo sentenciou: “Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens.” I Cor 15;19 Isso para presumidos cristãos, cujo meta era apenas a vida terrena.

Pois, “Há caminhos que ao homem parecem direitos; mas, no seu fim são caminhos de morte”. Prov 14;12 O fim, (objetivo) da vida terrena é a reconciliação com Deus; para que no fim, (término) não seja o fim, mas, retorno à Casa Paterna. Ver Atos 17;26 e 27

Nossos bens em Cristo, salvação, dons, paz de espírito, vida eterna... São preciosidades a ser geridas em submissão ao Pai. Só um louco diria: Dá-me o que me pertence e deixe comigo. Os que ousam essa empresa, viver um cristianismo do seu jeito alienados da Palavra do Senhor, logo veem depenados seus bens, e, como o pródigo, terminam entre os porcos.

Naquele caso, a busca do supérfluo (prazeres) laçou-o na privação até do básico. “... aqui padeço de fome...”

Se, somos mesmo filhos de Deus, nossa prioridade deve ser espiritual; a boa gestão das “nossas” coisas em comunhão com Ele deve considerar acima de Tudo, Seu Reino; “Buscai primeiro o Reino de Deus, e Sua justiça, e todas estas coisas (necessárias) vos serão acrescentadas. Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia seu mal.” Mat 6;33 e 34

A boa notícia aos eventuais pródigos que leem isso é que, ainda há fartura de alimento na Casa do Pai, um anel, vestes novas e um banquete, aos que, arrependidos regressarem. Cometer erros, desviar do caminho são tropeços comuns a todos nós; porém, nem todos têm a honestidade de assumir, volver atrás.

“O remorso é uma impotência, ele voltará a cometer o mesmo pecado. Apenas o arrependimento é uma força que põe termo a tudo.” Balzac