A Simeão fora revelado que ele não morreria antes de ter visto O Ungido do Senhor. Apresentando Jesus, no templo, com oito dias de vida, entendeu que era Ele o Messias escolhido, então disse as palavras acima.
Despede em paz... as primeiras consequências da entrada do “Príncipe da Paz”, deram ensejo à paz. Quando do Seu nascimento os anjos cantaram: “Glória a Deus nas alturas, Paz na terra...” Luc 2;14
Dele está dito: “Tudo isto provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo, e nos deu o ministério da reconciliação; isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados...” II Cor 5;18 e 19
Tendo sido gerado pelo Espírito Santo, o mesmo Espírito se encarregou de revelar Quem ele era.
De Simeão, “... o Espírito Santo estava sobre ele.” V 25 “Fora-lhe revelado, pelo Espírito Santo, que ele não morreria antes de ter visto o Cristo do Senhor.” V 26 Pelo Espírito foi ao templo, quando os pais trouxeram o menino Jesus...” v 27
Naqueles que Ele habita, O Espírito Santo, revela segredos e conduz. No tocante a nós faz algo mais; “Quando Ele vier, convencerá o mundo do pecado, e da justiça e do juízo.” Jo 16;8
Simeão, íntimo do Espírito Santo, movido por Ele falou a Maria acerca do que estava por vir; “... Eis que este é posto para queda e elevação de muitos em Israel, para sinal que é contraditado.” V 34 Assim, quem quer falar da parte de Deus, carece viver de um modo que seja idôneo diante Dele. Quem confia integralmente no que O Senhor diz, poderá ser feito uma voz pela qual O Senhor dirá mais coisas.
Outra característica de ter vida espiritual é que, invés de se apegar com todas as forças à vida terrena, confia no Eterno. Simeão, uma vez cumprido o que O Espírito Santo lhe prometera, se dispôs a encerrar sua jornada em paz; “Pois, meus olhos viram Tua salvação.” V 30
O ministério do Salvador seria conhecido trinta anos mais tarde. Porém, ao confiante Simeão, bastou A Palavra do Senhor. Viu o que lhe fora prometido; confiou e descansou.
Quantos mais, também serviram sem fruir na terra as recompensas pelo seu serviço a Deus? “Todos estes morreram na fé, sem terem recebido as promessas; mas vendo-as de longe, crendo-as e abraçando-as, confessaram que eram estrangeiros e peregrinos na terra.” Heb 11;13 Os heróis da Antiga Aliança.
A Palavra de Deus basta para os que O conhecem e são fiéis. Se Deus disse que algo será de determinada maneira, independente de me ser permitido ver, devo descansar seguro de que assim será; como fez Simeão. Despede-me em paz; já vi, Tua salvação. Vira apenas um menino, mas confiara que seria como lhe fora dito.
Contudo, vivemos tempos em que a Divina Palavra não tem mais livre curso, atualmente. A maioria nessa geração insensata, prefere escolher “doutores” para consumo das suas doentias cobiças, a confiar no Eterno, cuja Palavra adverte que seria assim. “Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme suas próprias concupiscências; desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas.” II Tim 4;3 e 4
Se, a Simeão foi permitido ver O Salvador ainda bebê, não foi lhe dada a honra de O ver atuando como tal. Foi requerido que ele confiasse na Palavra Divina e nela descansasse; assim o fez. “Despede em paz ao teu servo segundo Tua Palavra.”
O que mais se vê atualmente é gente caçando “contradições” e “erros” na Bíblia, como se, caso os encontrasse teria elementos para “tirar Deus de cena”.
Essa busca adoecida é já a negação da fé, e da possibilidade de receber revelações que O espírito Santo reserva apenas aos Seus íntimos.
No ápice do ministério do Salvador, Ele foi morto entre dois ladrões; ambos apostaram suas fichas na vida terrena e seus bens, tanto que os roubavam.
Porém, um deles, antes de morrer, vendo a resignação heroica de um inocente que morria sem reclamar, despertou para o fato que a vida não se resume à terra, apenas. Pediu para ser lembrado pelo Senhor quando Ele estivesse no Seu Reino; também ele, como Simeão, não viu Jesus coroado. Foi capacitado pelo Espírito Santo, a tocar em coisas que os olhos não conseguem.
Mesmo nas dores da cruz, também pode se despedir em paz; O Príncipe da Paz chegou e saiu, produzindo aquilo para o que viera. Pagou o preço requerido pela Divina justiça, e nos reconciliou. “O efeito da justiça será paz...” Is 32;17