quinta-feira, 21 de agosto de 2025

O Príncipe da Paz

“Agora, Senhor, despedes em paz teu servo, Segundo Tua Palavra;” Luc 2;29

A Simeão fora revelado que ele não morreria antes de ter visto O Ungido do Senhor. Apresentando Jesus, no templo, com oito dias de vida, entendeu que era Ele o Messias escolhido, então disse as palavras acima.

Despede em paz... as primeiras consequências da entrada do “Príncipe da Paz”, deram ensejo à paz. Quando do Seu nascimento os anjos cantaram: “Glória a Deus nas alturas, Paz na terra...” Luc 2;14

Dele está dito: “Tudo isto provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo, e nos deu o ministério da reconciliação; isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados...” II Cor 5;18 e 19
Tendo sido gerado pelo Espírito Santo, o mesmo Espírito se encarregou de revelar Quem ele era.

De Simeão, “... o Espírito Santo estava sobre ele.” V 25 “Fora-lhe revelado, pelo Espírito Santo, que ele não morreria antes de ter visto o Cristo do Senhor.” V 26 Pelo Espírito foi ao templo, quando os pais trouxeram o menino Jesus...” v 27

Naqueles que Ele habita, O Espírito Santo, revela segredos e conduz. No tocante a nós faz algo mais; “Quando Ele vier, convencerá o mundo do pecado, e da justiça e do juízo.” Jo 16;8

Simeão, íntimo do Espírito Santo, movido por Ele falou a Maria acerca do que estava por vir; “... Eis que este é posto para queda e elevação de muitos em Israel, para sinal que é contraditado.” V 34 Assim, quem quer falar da parte de Deus, carece viver de um modo que seja idôneo diante Dele. Quem confia integralmente no que O Senhor diz, poderá ser feito uma voz pela qual O Senhor dirá mais coisas.

Outra característica de ter vida espiritual é que, invés de se apegar com todas as forças à vida terrena, confia no Eterno. Simeão, uma vez cumprido o que O Espírito Santo lhe prometera, se dispôs a encerrar sua jornada em paz; “Pois, meus olhos viram Tua salvação.” V 30

O ministério do Salvador seria conhecido trinta anos mais tarde. Porém, ao confiante Simeão, bastou A Palavra do Senhor. Viu o que lhe fora prometido; confiou e descansou.

Quantos mais, também serviram sem fruir na terra as recompensas pelo seu serviço a Deus? “Todos estes morreram na fé, sem terem recebido as promessas; mas vendo-as de longe, crendo-as e abraçando-as, confessaram que eram estrangeiros e peregrinos na terra.” Heb 11;13 Os heróis da Antiga Aliança.

A Palavra de Deus basta para os que O conhecem e são fiéis. Se Deus disse que algo será de determinada maneira, independente de me ser permitido ver, devo descansar seguro de que assim será; como fez Simeão. Despede-me em paz; já vi, Tua salvação. Vira apenas um menino, mas confiara que seria como lhe fora dito.

Contudo, vivemos tempos em que a Divina Palavra não tem mais livre curso, atualmente. A maioria nessa geração insensata, prefere escolher “doutores” para consumo das suas doentias cobiças, a confiar no Eterno, cuja Palavra adverte que seria assim. “Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme suas próprias concupiscências; desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas.” II Tim 4;3 e 4

Se, a Simeão foi permitido ver O Salvador ainda bebê, não foi lhe dada a honra de O ver atuando como tal. Foi requerido que ele confiasse na Palavra Divina e nela descansasse; assim o fez. “Despede em paz ao teu servo segundo Tua Palavra.”

O que mais se vê atualmente é gente caçando “contradições” e “erros” na Bíblia, como se, caso os encontrasse teria elementos para “tirar Deus de cena”.
Essa busca adoecida é já a negação da fé, e da possibilidade de receber revelações que O espírito Santo reserva apenas aos Seus íntimos.

No ápice do ministério do Salvador, Ele foi morto entre dois ladrões; ambos apostaram suas fichas na vida terrena e seus bens, tanto que os roubavam.
Porém, um deles, antes de morrer, vendo a resignação heroica de um inocente que morria sem reclamar, despertou para o fato que a vida não se resume à terra, apenas. Pediu para ser lembrado pelo Senhor quando Ele estivesse no Seu Reino; também ele, como Simeão, não viu Jesus coroado. Foi capacitado pelo Espírito Santo, a tocar em coisas que os olhos não conseguem.

Mesmo nas dores da cruz, também pode se despedir em paz; O Príncipe da Paz chegou e saiu, produzindo aquilo para o que viera. Pagou o preço requerido pela Divina justiça, e nos reconciliou. “O efeito da justiça será paz...” Is 32;17

terça-feira, 19 de agosto de 2025

Facilidades mortais


“Qual é mais fácil? dizer: Perdoados são os teus pecados; ou dizer: Levanta-te e anda?” Mat 9;5

O Senhor perdoara um paralítico que fora levado à Sua presença, o que ensejou murmúrios de reprovação. Então, O Salvador fez a pergunta supra. O que é mais fácil?

Do ponto-de-vista Divino, tanto faz. Tudo é possível para Deus, ambas as coisas são fáceis. Porém, como duvidavam que Jesus fosse quem dizia Ser, as coisas eram analisadas no prisma humano.

Nesse, dizer, “Teus pecados estão perdoados”, certamente era simples. Quem poderia verificar que as coisas não se deram assim? Que os pecados foram apagados? Bastaria dizer.

Porém, falar a um paralítico no leito, “Levanta-te e anda!” Caso não acontecesse, facilmente se poderia denunciar ao dito, como fraudulento.

Então, O Senhor concluiu: “Ora, para que saibais que o Filho do homem tem na terra autoridade para perdoar pecados (disse então ao paralítico): Levanta-te, toma tua cama e vai para tua casa. Levantando-se, foi para sua casa.” Vs 6, e 7

De modo didático, O Senhor mostrou ter autoridade sobre as enfermidades do corpo, como testemunho que tem, também, sobre as da alma. “... o castigo que nos traz a paz estava sobre Ele; pelas Suas pisaduras fomos sarados.” Is 53;5

Embora, “baseados” nesse texto, alguns “intérpretes” ensinem que os crentes não podem ficar doentes, o texto refere-se às enfermidades da alma, não, do corpo. Diz: “O castigo que nos traz a paz, (não a saúde) estava sobre Ele.” “Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo...” II Cor 5;19 A saúde do corpo, pode legar ou não, depende de variáveis como fé, propósito, Divina Vontade.

O Senhor não prioriza o mais fácil, como se tivesse aversão ao trabalho; antes, começa pelo mais necessário, pela Sua ciência das nossas carências, e das coisas eternas em jogo. Assim, ser livre dos pecados é infinitamente mais urgente que fruir boa saúde. Se, nas bodas de Caná foi dito que o bom vinho ficara por último, no prisma da intervenção de Cristo, fora o primeiro.

Uma enfermidade mortal, não nos pode fazer nada após a sepultura; o pecado não resolvido faz danos eternos; por isso O Salvador estabeleceu as prioridades segundo o prisma espiritual; “... Não temais os que matam o corpo depois, não têm mais que fazer. Mas Eu vos mostrarei a quem deveis temer; temei aquele que, depois de matar, tem poder para lançar no inferno; sim, vos digo, a Esse temei.” Luc 12;4 e 5

Começar pelo mais fácil, ou fazer apenas esse, é uma humana inclinação, infelizmente. O que são os falsos profetas, que tanto vicejam por aí, senão, gente que se recusa a pagar o preço de andar pelo caminho estreito para comunhão com O Santo, mas deseja encenar que a possui?

Invés de uma investigação séria da Palavra de Deus para apresentá-la como convém, saem fantasiando coisas agradáveis de ouvir, que, supostamente O Senhor lhes mostrou; desde dias antigos foi assim.

“... Não deis ouvidos às palavras dos profetas, que entre vós profetizam; fazem-vos desvanecer; falam da visão dos seus corações, não da Boca do Senhor. Dizem continuamente aos que Me desprezam: O Senhor disse: Paz tereis; a qualquer que anda segundo a dureza do seu coração, dizem: Não virá mal sobre vós.” Jr 23;16 e 17

A necessidade de correção e confronto aos que trilham ímpios caminhos, é uma “coisa difícil” a que esses farsantes se recusam. “Não mandei esses profetas, contudo eles foram correndo; não lhes falei, porém, profetizaram. Mas, se estivessem no Meu conselho, então teriam feito Meu povo ouvir as Minhas Palavras; o teriam feito voltar do seu mau caminho, da maldade das suas ações.” Vs 21 e 22

Um profeta veraz é chamado à fidelidade, não ao sucesso. Quando enviou a Ezequiel, O Eterno o preveniu do “fracasso” que o esperava. “... a casa de Israel não te quererá dar ouvidos, porque não querem dar ouvidos a Mim...” Ez 3;7

Não obstante isso, a obra deveria ser feita com integridade; “...quando Eu falar contigo, abrirei a tua boca, e lhes dirás: Assim diz o Senhor Deus: Quem ouvir ouça, e quem deixar de ouvir, deixe; porque eles são casa rebelde.” Ez 3;27

Ao Seu profeta O Eterno disse: “Quando Eu falar contigo abrirei tua boca...” porém aos que necessitam de correção, o sentido a ser exercitado é outro; “Quem ouvir, ouça...”

Também aqui os ímpios escolhem o mais fácil. Dado que ouvir requer meditar, se arrepender e obedecer, mais simples é sair falando, encenando intimidade com Deus.

Quem prioriza o mais fácil ao mais valioso, abdica de riquezas eternas por comodidades efêmeras. Agem “Como o que arma a funda com pedra preciosa...” Prov 26;8

Paz com Deus

“Tendo sido justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo;” Rom 5;1

A ideia de estar em inimizade com Deus desde a queda, não soa muito palatável ao vulgo. Em geral as pessoas costumam vincular a bondade Divina, à aceitação incondicional da maldade humana.

Não apenas inimizade; a desobediência deu margem ao domínio do usurpador, o deus estranho; todo o reino que fora entregue ao homem passou a sofrer sob maldição. “... maldita é a terra por causa de ti; com dor comerás dela todos os dias da tua vida.” Gn 3;17

A dor, como vimos, permeia o planeta desde a queda; é mui idosa. A Terra toda está marcada por ela desde a presença do pecado.

A queda se deu pela aceitação da ideia de autonomia, independência ao Criador; juntamente com ela, a maldição como juízo. Por isso Jeremias o profeta, foi chamado a diferir o homem submisso ao Eterno e o autônomo. Desse disse: “... Maldito o homem que confia no homem, faz da carne o seu braço, e aparta seu coração do Senhor!” Jr 17;5

Porém, o fiel teve melhor prognóstico; “Bendito o homem que confia no Senhor, cuja confiança é O Senhor. Porque será como a árvore plantada junto às águas, que estende suas raízes para o ribeiro; não receia quando vem o calor, mas sua folha fica verde; no ano de sequidão não se afadiga, nem deixa de dar fruto.” V 7 e 8

Quem prefere prosseguir em inimizade, juntamente herda a maldição de todo esse sistema corrupto que agoniza sob o indigno dominador. “Sabemos que somos de Deus e que todo o mundo jaz no maligno.” I Jo 5;19

A Vitória do Senhor recoloca os pingos nos is, no quesito do domínio. “Visto como os filhos participam da carne e do sangue, também Ele participou das mesmas coisas, para que pela morte aniquilasse o que tinha o império da morte, isto é, o diabo; e livrasse todos os que, com medo da morte, estavam por toda a vida sujeitos à servidão.” Heb 2;14 e 15

Após o Triunfo do Salvador, ninguém precisa mais padecer a maldição, sob a tirania do inimigo. O Domínio do planeta que fora perdido por Adão pela sua desobediência, foi redimido pelo “Segundo Adão”, que agora reina sobre tudo. “... É-me dado todo o poder no Céu e na Terra.” Mat 28;18

Por isso que, no Nome Dele, em perfeita comunhão com Ele, temos autoridade para expulsar demônios; Ele reina sobre tudo, e aqueles são penetras em lugares indevidos.

Todavia, se a questão do governo da Terra sobre o todo foi resolvida desde o “Está consumado”, a resposta de cada um em particular que determinará o restabelecimento da paz com Deus, ou não. Os termos são claros e precisos; “Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados; pôs em nós a palavra da reconciliação. De sorte que somos embaixadores da parte de Cristo, como se Deus por nós rogasse. Rogamos pois, da parte de Cristo, que vos reconcilieis com Deus.” II Cor 5;19 e 20

Nos que ainda não se renderam ao Senhor, a inimizade permanece. A eficácia do que Jesus Cristo fez, embora suficiente para salvação de todos, só será verificável sobre os que O recebem como Senhor. “Ninguém tem maior amor do que este, de dar a sua vida pelos seus amigos.” Jo 15;13

A obediência é fator indispensável, para que a amizade restaurada seja mantida. “Vós sereis Meus amigos, se fizerdes o que vos mando.” Jo 15;14

Então, embora o Amor do Salvador abarque a todos, só os submissos e obedientes O terão como mediador da reconciliação.

Mais que nossas palavras, nossas escolhas espirituais e morais hão de dizer a quem pertencemos, a quem servimos. “Não sabeis que a quem vos apresentardes por servos para obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis; do pecado para a morte, ou da obediência para a justiça?” Rm 6;16

A Bondade Divina é um fato que não se altera; a justiça, também. Aqueles que, invés de corresponder fazem ouvidos moucos aos convites do Seu Amor, perseveram em inimizade, em rota de colisão com a Divina ira. “Segundo tua dureza e teu coração impenitente, entesouras ira para ti no dia da ira e da manifestação do juízo de Deus;” Rom 2;5

Por preferir mil vezes tratar com o homem em misericórdia que em juízo, O Eterno insta para Seu amoroso convite seja entregue a todos. “Porque o erro dos simples os matará, e o desvario dos insensatos os destruirá. Mas o que me der ouvidos habitará em segurança, estará livre do temor do mal.” Prov 1;32 e 33

segunda-feira, 18 de agosto de 2025

Rebanho ou quadrilha?


“... se os pecadores procuram te atrair com agrados, não aceites. Se disserem... Lança tua sorte conosco; teremos todos uma só bolsa! Filho meu, não te ponhas a caminho com eles...” Prov 1;11;12, 14 e 15

Evitar formação de quadrilha. Alguém convidaria ao “filho” do conselheiro, que, deveria declinar do convite.

Somos gregários, dado à vida social. Porém, isso não exclui que as responsabilidades pelas escolhas sejam particulares. “... cada um de nós dará conta de si, a Deus.” Rom 14;12

Quando Pilatos tentou diluir na multidão a rejeição a Jesus, Ele individualizou as responsabilidades. “Tua nação e os principais dos sacerdotes entregaram-te a mim. Que fizeste?” Jo 18;35 “... Todo aquele que é da verdade ouve Minha Voz.” V 37

A massificação é a tentativa inglória da abolição do indivíduo, como se, alguém fazendo isso, suas reponsabilidades fossem juntamente abolidas. Esse truque barato é trair a si mesmo; buscar se ocultar da reta justiça.

Pertencermos a um clã, o defendermos incondicionalmente, além de nos fazer, individualmente diluídos, nos tornará fanáticos; sendo movidos pelo ideal da “quadrilha” não, pelas convicções pessoais. O erro seguirá sendo erro entre os meus; a verdade não sofrerá alterações se, for dita por alguém de fora. Ouro nas mãos do bandido permanece sendo ouro.

Quando vejo alguém pelejar por uma denominação, católicos, protestantes, adventistas, mórmons, etc. sinto preguiça de entrar no “Coliseu”, pelo viés contraproducente explícito, anexo aos pleitos dessa estirpe. Cada um entra num debate com suas “certezas” visando trinfar, não, cotejar versões adversas em busca de crescimento mútuo. “Não te afunda nas questões; elas não têm fundo”.

“Quem é da verdade ouve Minha Voz.” Ensinou O Salvador. Paulo disse mais: “Porque nada podemos contra a verdade, senão pela verdade.” II Cor 13;8 Verdade, um valor estabelecido pelo qual vale a pena lutar.

Quem peleja contra a mentira, encontrará digitais dessa enxerida em todos os arraiais. Outrem, que prefere lutar contra instituições, em defesa da sua predileta, abraça ao fanatismo; a defesa incondicional, até, de coisas obscuras que são feitas nessas instituições. Assim, nosso quadrilheiro em apreço não vai à luta por valores; antes pela sua horda.

Os chamados em Cristo não formam uma “quadrilha” também? Não. Formam um corpo. A unidade desse é espiritual, não institucional, ou denominacional; “Há um só corpo e um só Espírito, como também fostes chamados em uma só esperança da vossa vocação; um só Senhor, uma só fé, um só batismo...” Ef 4;4 e 5
Se alguém dentre nós, erra, deve ser corrigido, punido, conforme o caso; não defendido incondicionalmente apenas porque é “dos nossos”.

Cada pretendente a ser “única igreja verdadeira”, ainda grita aos quatro ventos sua estrondosa falta de respeito e conhecimento da verdade.

Quando parecia que a igreja era assunto estrito de judeus, e dos apóstolos, no primeiro concílio dessa foi dito: “Deus, que conhece os corações, lhes deu testemunho, dando-lhes o Espírito Santo, (aos gentios) assim como também a nós; não fez diferença alguma entre eles e nós, purificando os seus corações pela fé.” Atos 15;8 e 9

É O Espírito Santo, pela Sua Presença, iluminando, dirigindo, dispensando dons, que avaliza quem é de Deus, a despeito de denominações. A ideia de governantes humanos vem debaixo. Jesus jamais ensinou isso. “... Bem sabeis que pelos príncipes dos gentios são estes dominados, e que os grandes exercem autoridade sobre eles. Não será assim entre vós...” Mat 20;25 e 26

A história da igreja ser edificada sobre Pedro é balela. Foi sobre a confissão que ele fizera que Jesus É O Filho de Deus. O mesmo Pedro disse: “Por isso também na Escritura se contém: Eis que ponho em Sião a Pedra principal da esquina, eleita e preciosa; Quem nela crer não será confundido. Assim para vós, os que credes, é preciosa, mas, para os rebeldes, A pedra que os edificadores reprovaram, Essa foi a principal da esquina.” I Ped 2;6 e 7 Óbvio que fala de Cristo.

Para quem não tem problemas com a verdade, ela é cristalina. Quem se apega a dogmas por interesses espúrios não é ovelha de Cristo, é mero manipulador religioso.

As ovelhas, invés de dogmas e tradições, têm uma fonte segura: “De modo nenhum seguirão o estranho, antes fugirão dele, porque não conhecem a voz dos estranhos.” Jo 10;5

O salvo não depende duma instituição, da aprovação duma tradição, ou frivolidades assim; antes, tem o testemunho íntimo pelo Espírito de Deus. “O mesmo Espírito testifica com nosso espírito que somos filhos de Deus.” Rom 8;16

Os quadrilheiros têm olhos de águias para erros alheios, e de toupeiras para os próprios. Os membros do Corpo de Cristo, a cada descoberta dos próprios erros são desafiados à necessária edificação.

A casa estável


“Com sabedoria se edifica a casa, e com entendimento ela se estabelece;” Prov 24;3

São coisas distintas edificar e estabelecer. No primeiro caso se constrói, simplesmente; estabelecer é tornar estável, permanente.

Antes dos primeiros atos da edificação, estritamente, é preciso planejar onde investiremos. Quando houve contenda entre os pastores de Abrão e Ló, e decidiram se separar, Abrão deu ao sobrinho o direito de escolha. “Então Ló escolheu para si toda a campina do Jordão, partiu para o oriente e apartaram-se um do outro.” Gn 13;11

O que ele viu o convenceu do que lhe seria melhor; aconselhado pelos próprios olhos acabou morando em Sodoma, onde, sua casa e seus bens foram consumidos no juízo que veio àquela cidade.

Quem recebe vida espiritual, é desafiado a confiar na Palavra de Deus, mais que nas informações captadas pelos olhos. “Porque andamos por fé, e não por vista.” II Cor 5;7 “Não atentando nós nas coisas que se vê, mas nas que se não vê; porque as que se vê são temporais e as que se não vê são eternas.” II Cor 4;18

O Salvador também mencionou a um que, encheu-se de patrimônio e foi omisso nas coisas espirituais; no auge da “fartura” lhe foi dito: “... Louco! esta noite pedirão tua alma; e o que tens preparado, para quem será?” Luc 12;20

Entender que aqui é lugar de peregrinação, e somos chamados a nos preparar para a vida eterna, demanda cuidado prioritário com as coisas espirituais. A “casa” que não sofrer a ação do tempo, é que poderá ser considerada estável.

Logo, invés de escolher um lugar geográfico, devemos priorizar um relacionamento. Ló ficou com verdes campos, entre ímpios; Abrão com pastagens mais módicas, porém com Deus. Isso foi determinante.

Quando Cristo pontuou a diferença entre dois fundamentos, uma casa edificada sobre a areia e outra sobre a rocha, também aludia à casa espiritual; tanto que, a diferença entre uma e outra obra tinha a ver com a reação à Sua Palavra; “Todo aquele, pois, que escuta estas Minhas Palavras, e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente, que edificou sua casa sobre a rocha... aquele que ouve estas Minhas Palavras e não cumpre, compará-lo-ei ao homem insensato, que edificou sua casa sobre a areia;” Mat 7;24 e 26

Então, a sabedoria e o entendimento necessários para que nossas casas sejam edificadas de modo estável, atinam ao nosso compromisso com A Palavra do Senhor. Construir um refúgio contra a chuva e os ventos por aqui, qualquer um consegue a despeito de ter vida espiritual, ou não.

Agora, uma casa espiritual, para habitação do Santo, com estabilidade tal que abarque à eternidade, para essa carecemos o inefável auxílio do Senhor. “Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam...” Sal 127;1

Embora seja O Senhor que edifique, requer a participação do nosso trabalho, na obediência, santificação, observância da Sua Palavra, para que a edificação saia conforme o “projeto”.
Devemos crescer, “Até que todos cheguemos à unidade da fé, ao conhecimento do Filho de Deus, homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo.” Ef 4;13

Para que não venhamos a nos iludir fazendo a obra com material de má qualidade, O Arquiteto Eterno permite que sejam testadas nossas edificações pelo fogo das provas.

A questão do fundamento é inegociável; não há plano B; “Ninguém pode pôr outro fundamento além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo.” I Cor 3;11

O próprio Senhor dissera: “... ninguém vem ao Pai, senão, por Mim.” Jo 14;6

No entanto, mesmo sobre esse Nobre Fundamento, ainda pode o construtor insensato usar materiais ordinários. O fogo das provações se encarregará de evidenciar como anda, deveras, nossa casa espiritual.

“Se alguém sobre este fundamento formar um edifício de ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha, a obra de cada um se manifestará; na verdade o dia a declarará, porque pelo fogo será descoberta; o fogo provará a obra de cada um.” I Cor 3;12 e 13

Sempre que algum material espúrio figurar na nossa obra, por certo derivará de nossa omissão quanto à Palavra do Senhor, e em ouvir a direção do Bendito Espírito Santo.

Somos edificados, mas não tolhidos no arbítrio. Devemos ser cooperadores voluntários da edificação. “Vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual, sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo.” I Ped 2;5

O peso da mão do tempo é inevitável sobre nossos bens e corpos, a casa espiritual não sofre isso, dada sua natureza eterna. “Por isso não desfalecemos; mas, ainda que nosso homem exterior se corrompa, o interior, contudo, se renova de dia em dia.” II Cor 4;16

domingo, 17 de agosto de 2025

Escudo de luz

“Tomando sobretudo o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do maligno.” Ef 6;16

O escudo da fé, se não for devidamente compreendido, poderá dar azo a uma confiança frívola. Que a fé seja entendida como um valor autônomo, ao qual, quem possuir estará protegido.

Se assim fosse, todos estariam seguros. Uns creem em Deus; outros, em Alah, Buda, Krishna, não poucos confiam em si, em Maria; alguns mais ousados, creem que Deus não existe. Logo, em porções diferentes e alvos distintos, todos têm sua fé.

O Salvador foi preciso; “...credes em Deus, crede também em Mim...” Jo 14;1
Quer dizer que basta crer em Deus e em Jesus? Como prólogo da “Constituição do Reino dos Céus” sim; mas, a plenitude dela traz muitos itens, incisos, “letras miúdas”.

A fé, além de ser o ato de crer, também traz anexo o conteúdo, ao qual devemos atentar. Pelo menos, a fé para salvação. Além de saber em quem se crê é preciso que saibamos, o quê, Esse em quem cremos espera de nós. “A fé sem obras é morta;” ensina Tiago.

Ao teor da nossa crença, alguns teólogos chamam, “fé como corpo de doutrina”.
Os “dardos inflamados do inimigo” não visarão tolher o inalienável direito de crer; antes, buscarão perverter o conteúdo da fé.

Judas escreveu: “Amados, procurando escrever-vos com toda diligência acerca da salvação comum, tive por necessidade escrever-vos, e exortar-vos a batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos. Porque se introduziram alguns, que já antes estavam escritos para este mesmo juízo, homens ímpios, que convertem em dissolução a graça de Deus; negam a Deus, Único Dominador e Senhor nosso, Jesus Cristo.” Jd vs 3 e 4

“Batalhar pela fé” não foi posto como lutar pelo direito de crer; antes, pela preservação da doutrina como foi entregue, sem dissolução nenhuma. Sobretudo, que Jesus Cristo é Deus. Logo, o “escudo da fé”, é a firmeza na sã Doutrina; os dardos inflamados do maligno são heresias, perversões do ensino.

Além da fé, carecemos de sabedoria espiritual que O Eterno só dá aos que vivem em retidão; “Ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos. Escudo é para os que caminham na sinceridade” Prov 2;7 E o conhecimento da Palavra do Santo em sua integridade; “Toda a Palavra de Deus é pura; escudo é para os que confiam Nele.” Prov 30;5

Aos que decidem habitar no Altíssimo, a proteção infalível é oferecida, sempre, segundo a verdade; “Ele te cobrirá com Suas penas, e debaixo das Suas asas te confiarás; Sua verdade será teu escudo e broquel.” Sal 91;4

Vemos assim, que, ao “escudo da fé” estão anexos, sabedoria, verdade, Palavra de Deus, sem mistura.

Quem estiver apto para pelejar nessa batalha, mais que um vigoroso, deverá ser alguém iluminado espiritualmente; “Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas poderosas em Deus para destruição das fortalezas; destruindo conselhos, e toda altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus, levando cativo todo o entendimento à obediência de Cristo;” II Cor 10;4 e 5

Se a luta se trava contra conselhos que se levantam contra o conhecimento de Deus, isso evidencia de modo ímpar a necessidade de sermos versados na Palavra da vida, para essa luta; se, além disso, de iluminar entendimentos devemos ensinar a submissão a Cristo, a retidão do combatente também é um atributo indispensável. Só terá autoridade moral para corrigir, quem exibe a índole servil de obedecer. Por isso, Paulo conclui: “Estando prontos para vingar toda desobediência, quando for cumprida vossa obediência.” V 6

Por essas e outras, pois, o escudo da fé aparece apenas como parte, da necessária armadura do cristão. Além dele o cinto da verdade, nenhum vínculo com a mentira; a couraça da justiça; aversão à injustiça; capacete da salvação; ou a cabeça protegida contra ensinos errôneos; os pés calçados na preparação do Evangelho; testemunho de vida que desperta atenção; por fim, A Espada do Espírito, A Palavra de Deus.

Sendo impossível tolher ao homem de crer, foi formatado para isso, o inimigo atua para deturpar à fé; fomentando escândalos, pervertendo ensinos, criando doutrinas alternativas...

Quem não estiver devidamente edificado na Palavra da vida, corre risco de se desencaminhar, rumo às veredas da perdição.
A fá salvífica, mais que a resolução de crer é a busca e preservação do teor da doutrina na qual se crê.

Bem sabemos que a salvação é pela fé; mas ela deve ter os pés no chão e o coração nos Céus; não corremos risco de nos perdermos por não crer; antes, por não discernir as coisas no âmbito espiritual. “O meu povo foi destruído, porque lhe faltou conhecimento...” Os 4;6

sábado, 16 de agosto de 2025

O reparo das brechas


“Não subistes às brechas, nem reparastes o muro para a casa de Israel, para estardes firmes na peleja no dia do Senhor.” Ez 13;5

São figuras eloquentes para denunciar a mesma situação. A omissão dos profetas de então, quanto ao dever de chamar o povo ao arrependimento. Se, havia brechas, havia falhas. Nesse lapso, eventuais profetas teriam trabalho a fazer.

Quando O Eterno estabeleceu Jeremias como Seu mensageiro, disse: “Porque hoje te ponho por cidade forte, coluna de ferro, muros de bronze...” Jr 1;18 A própria Palavra interpreta as figuras que apresenta.

Um muro carecendo de reparos, com rachaduras, atinava a uma situação de apostasia, desvio dos ensinos do Senhor; discernir essas coisas, e se colocar solícito ante O Eterno para denunciar tais erros, seria a entrada esperável de um profeta idôneo.

Adiante, pelo mesmo Ezequiel, O Eterno evidenciou a falta de intercessor naquela ocasião; “Busquei dentre eles um homem que estivesse tapando o muro, estivesse na brecha perante Mim por esta terra, para que Eu não a destruísse; porém a ninguém achei.” Ez 22;30 Pelo seu escolhido de então, Ezequiel, O Senhor já não esperava concerto; anunciava o juízo.

Embora um profeta devesse receber instruções da parte do Senhor, no sentido clássico, a Lei de Deus e suas demandas eram conhecidas. Mesmo não sendo chamado, estritamente, um fiel que discernisse os desvios, teria autoridade moral e espiritual para denunciar; chamar ao arrependimento. 

Poderia ser até mesmo um sacerdote. “Porque os lábios do sacerdote devem guardar o conhecimento, da sua boca devem os homens buscar a Lei porque ele é o mensageiro do Senhor dos Exércitos.” Ml 2;7

Eli fora sacerdote; sua omissão em disciplinar aos próprios filhos, contaminou ao povo e foi fatal, naqueles dias.

Esposar aquilo que O Eterno falou, no devido contexto, faz de qualquer um, eventualmente, um profeta; “Rugiu o leão, quem não temerá? Falou O Senhor Deus, quem não profetizará?” Am 3;8

Os “profetas” atuais não são como os de então; temos A Palavra de Deus em sua plenitude. Devemos identificar desvios que acontecem e exortar ao arrependimento, sem carecer de novas revelações. Onde alguma heresia grassa, ou uma desobediência assola, o ministro idôneo identifica a brecha e deve se colocar solícito ao Espírito Santo que o anima, para o devido reparo.

De igual calibre ou, ainda pior que a omissão silenciosa perante os descaminhos, é o ativismo oco, que enseja novas expectativas, fechando os olhos aos lapsos gritantes do que deveria ser reparado, antes de qualquer coisa.

Além de omissos, atinente a essas falhas, produziam falsidades, como se, o lapso de obediência e correção pudesse ser preenchido com futilidades, desde que atribuídas ao Todo Poderoso. “Viram vaidade e adivinhação mentirosa os que dizem: O Senhor disse; quando o Senhor não os enviou; fazem que se espere o cumprimento da palavra.” Ez 13;6

A doença mais pujante do que nunca, de camuflar desobediência com ativismo vem desde antigas eras. Nos dias de Saul quando O Eterno mandou varrer a Amaleque da terra, sem poupar nada, eles viram os viçosos rebanhos daqueles ladrões, e decidiram poupá-los, para “oferecer ao Senhor.” Essa “astúcia” custou o reino a Saul.

O Eterno que sonda os coração não pode ser manipulado. E se pudesse, aquele que O Ama, deveras, se recusaria a tentar.

Os mensageiros de futilidades que viçam quais ervas daninhas ao calor da primavera, não dão a mínima para a vontade de Deus. A rigor, desconhecem; senão, não agiriam de modo tão temerário.

O ministro idôneo sempre atuará nas brechas; isso enseja confronto, antipatias.

Aqueles como querem aceitação das suas plateias mais que de Deus, precisam caramelizar todas as suas patifarias espirituais, para que a ausência de substância seja diluída pela doçura ao paladar.

Vício antigo também; “Dizem aos videntes: Não vejais; aos profetas: Não profetizeis para nós o que é reto; dizei-nos coisas aprazíveis, vede para nós, enganos.” Is 30;10

Quando ouço um “profeta” se dizendo amigo de todos, não polêmico, apenas pregoeiro do amor, sinto o mau cheiro de longe.

Estamos alistados numa batalha eterna; perderíamos tempo e mentiríamos em demanda dos aplausos humanos? Desculpem, mas nosso alvo é infinitamente mais alto que isso. “Ninguém que milita se embaraça com negócios desta vida, a fim de agradar Àquele que o alistou para a guerra.” II Tim 2;4

Se, nosso alvo é agradar ao Senhor, qual sentido de bajularmos à impiedade que Ele odeia?

Embora essa geração sentimentalóide chame de “amor” à condescendência cúmplice com os errados de espírito, frouxidão moral, o vero amor atina aonde determinados caminhos conduzem, e veta os que levam à perdição. “Os que deixam a lei louvam o ímpio; porém os que a guardam contendem com eles.” Prov 28;4