domingo, 10 de agosto de 2025

Contra os pastores



“Filho do homem, profetiza contra os pastores de Israel; profetiza, e dize aos pastores: Assim diz o Senhor Deus: Ai dos pastores de Israel que apascentam a si mesmos! Não devem os pastores apascentar às ovelhas?” Ez 34;2

Quando aqueles que deveriam curar se mostram doentes, então temos dois problemas. A falta de médicos e o aumento de pacientes, pela mesma razão; o egoísmo, e a indiferença espiritual.

Pastores deveriam ser porta-vozes do Senhor, não, destinatários de mensagens proféticas com acenos de juízo, pelos seus descaminhos.

O Senhor disse: “Porque os lábios do sacerdote devem guardar o conhecimento, da sua boca devem os homens buscar a Lei porque ele é o mensageiro do Senhor dos Exércitos.” Ml 2;7

O Santo escolheu representantes não por outro motivo, senão, que sejam difusores da Sua Palavra; dos mandamentos do Altíssimo. O que se verificava então, era mui diverso disso; “Vos desviastes do caminho; a muitos fizestes tropeçar na Lei; corrompestes a aliança de Levi, diz o Senhor dos Exércitos.” V 8

A redução à insignificância era seu juízo, da parte do Criador; “Por isso também Eu vos fiz desprezíveis e indignos diante de todo povo, visto que não guardastes Meus caminhos, mas fizestes acepção de pessoas na lei.” V 9

Os obreiros da Nova Aliança, têm melhor “material” para trabalhar; O Evangelho de Jesus Cristo e a Bendita assessoria do Espírito Santo. Entretanto, as razões de então, de sermos repórteres féis do Divino propósito, servidores em prol daqueles que O Senhor ama e deseja salvar, permanece. “Que os homens nos considerem como ministros de Cristo, despenseiros dos mistérios de Deus. E, requer-se dos despenseiros que cada um se ache fiel.” I Cor 4;1 e 2

O veto a fazermos acepção, permanece. “Se fazeis acepção de pessoas, cometeis pecado; sois redarguidos pela Lei como transgressores.” Tg 2;9

Também o risco de sermos relegados ao monturo, de cairmos na irrelevância pela infidelidade continua. Dos que assim fazem, está dito: “Bom é o sal; mas, se ele degenerar, com que se há de salgar? Não presta para a terra, nem para o monturo; lançam-no fora. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.” Luc 14;34 e 35 A degeneração do sal é uma figura da apostasia.

Não ignoramos que, os ímpios escarnecem mesmo dos que têm bom porte em Cristo. Todavia, muitos têm dado razão aos escarnecedores pelos ridículos testemunhos que deixam ver em seus descaminhos, pelo amor ao dinheiro, invés do serviço ao Salvador.

Pois, aos pastores dos nossos dias, está dito; “Apascentai o rebanho de Deus, que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto; nem como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho.” I Ped 5;2 e 3

Infelizmente, muitos atuam como empresários da fé; proprietários de grandes “igrejas”, no domínio das quais, não prestam contas a ninguém. Se não se arrependerem e mudarem, (coisa pouco provável) quando o juízo chegar, invés da irrelevância apenas, espera pelos tais, a eterna perdição.

Pedro aludiu a uns que, tendo começado bem, depois caíram para o comodismo, e interesses mesquinhos, abandonado aos Divinos preceitos, com figuras mui eloquentes: “Porque melhor lhes fora não conhecerem o caminho da justiça, do que, conhecendo-o, desviarem-se do santo mandamento que lhes fora dado; deste modo sobreveio-lhes o que por um verdadeiro provérbio se diz: O cão voltou ao próprio vômito e a porca lavada ao espojadouro de lama.” II Ped 2;21 e 22

Como efeito colateral desses, temos muitos feridos à margem do caminho, avessos à ideia de congregar novamente; os “desigrejados.”

Magoados pelos mercenários desprezam a ideia de congregar em templos, como se, mesmo nesse mundo mau, estivessem já na Nova Jerusalém. Dela está dito: “Nela não vi templo, porque seu templo é O Senhor Deus Todo-Poderoso, e O Cordeiro.” Apoc 21;22

Quando estivermos lá, estaremos “em casa”; não serão necessárias coisas que ainda são, por aqui. A ideia de congregarem, os peregrinos, em ambientes que se cultue segundo sua fé comum, permanece. “Não deixando a nossa congregação, como é costume de alguns, antes admoestando-nos uns aos outros; tanto mais, quanto vedes que se vai aproximando aquele dia.” Heb 10;25

Infelizmente, como nos dias de Ezequiel, temos inúmera conta de “pastores” que precisam ouvir, invés de falar; e ouvir severas advertências de juízo.

Na verdade, o homem prudente deveria temer de falar em Nome do Senhor; embora, não possa se evadir, aquele que foi chamado para isso. Tiago ensina: “Meus irmãos, muitos de vós não sejam mestres, sabendo que receberemos mais duro juízo.” Tg 3;1

“Por isso a sua destruição virá repentinamente; subitamente será quebrantado, sem que haja cura.” Prov 6;15

sábado, 9 de agosto de 2025

Pastores "isentos"


“Porque a congregação dos hipócritas se fará estéril, e o fogo consumirá as tendas do suborno.” Jó 15;34

Todo o pecado é danoso às nossas almas por macular ou tolher até, nossa relação com O Santo. O mais pernicioso de todos, talvez, seja a hipocrisia. A falta de ousadia para tomar posição clara e nela perseverar, faz dos cretinos dados a isso, seres duplamente falsos.

Do ponto-de-vista do mal, “mancham” a relação adotando valores virtuosos, derivados do bem; e do lado desse, apesar dos rótulos alinhados com ele, os produtos são maus. Assim, além da escolha pelo mal como valor superior, acrescentam a ele a profanação de coisas santas, usando discursos probos como disfarces da improbidade. “Este povo se aproxima de mim com a sua boca e me honra com os seus lábios, mas o seu coração está longe de mim.” Mat 15;8

O Senhor deixou claro que prefere as coisas bem definidas; pretas ou brancas, longe dos muitos tons de cinza, comuns à hipocrisia. “Conheço tuas obras, que nem és frio nem quente; quem dera fosses frio ou quente! Assim, porque és morno, não és frio nem quente, vomitar-te-ei da Minha Boca.” Apoc 3;15 e 16

Refiro-me, aos pastores “isentões” da praça que, por falta de coerência entre os valores alinhados com a fé e suas inclinações políticas, invés de assumirem seu canhotismo, preferem fingir uma neutralidade, farsa facilmente identificável, pois, atacam um lado apenas. Aos conservadores.

Acusam-nos de fundir política e religião, de termos trocado Jesus por Bolsonaro. A primeira afirmação é estúpida e a segunda, mentirosa.

Como cidadãos dos Céus, quando ministramos nos púlpitos anunciamos à Palavra de Deus. Nada substitui ao Único Salvador, Jesus Cristo, e Seu Representante Idôneo é O Espírito Santo. Quem ignora isso não está habilitado para ser pastor.

Como cidadãos terrenos, nos assistem direitos e deveres, aos quais não nos furtamos. O direito de escolher para representante um, com cujos valores nos identificamos, é o mínimo que se espera de quem pretende ser veraz, invés de hipócrita.

Embora a CNBB esteja de mãos dadas com o esquerdismo, a “mistura de fé com religião” que esses “isentos” combatem, se refere sempre aos conservadores. Portanto, não são isentos; são infiltrados por canhotos motivos.

Os que preferem se abster totalmente, sem opinar sobre política, eu respeito. É um direito que lhes assiste. Mas os que falam fingindo neutralidade com teor que evidencia parcialidade, são hipócritas. A qualidade mais doentia da hipocrisia é que ela é uma doença moral na qual o sujeito, além de trair a quem o escuta, trai a si mesmo.

Se, consegue fazer um discurso alinhado com a virtude, mas prefere manter o consórcio com o vício, vai na contramão dos valores que sabe serem corretos. Aquele que desrespeita a si mesmo, como atuaria de modo a merecer o respeito dos outros?

Já disse e reitero: Bolsonaro não nos lidera espiritualmente; antes, entende que carece aprender nessa área, com quem sabe mais do que ele. Mas, na arena política esposa valores com os quais naturalmente se identificam, os que temem a Deus e guardam Sua Palavra. “Deus, Pátria, família e liberdade”; ou, “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”. Não parece difícil a um cristão verdadeiro ter esses valores como caros. Ainda mais, quando a alternativa é como a que vimos ultimamente.

Difíceis de entender, são os que se alinham a notórios corruptos, defensores de bandidos, tiranos, abortistas, afeitos às perversões sexuais, avessos aos evangélicos, assassinos da liberdade de expressão; que raio de conversão seria essa que, invés de tirar de um charco imundo de lodo, e firmar seus pés sobre uma Rocha, o “convertido” continua se espojando na lama, apenas sujando à Rocha com seus detritos?

Os isentões, pois, são como a água morna que O Senhor falou que lhe dá náuseas. Os frios que preferem não se envolver, e os quentes que ousam lutar pelo que acreditam são de outro calibre.

Os que fingem estar sobre o muro sabem quem é dono do referido; prefiro mil vezes um atrevido, ousado nas pelejas, que diz o que pensa mesmo que tenha alto custo, a esses poltrões enrustidos, que usam a dissimulação como arma e ambientes santos como campos de batalha pelas suas demandas profanas.

Pouco a pouco, a verdade começa aparecer. Então, esses terão que lidar com suas plateias, ensaiando nova lorota.

Quem sempre teve posições claras e lado definido, mesmo em tempos nebulosos, na hora da verdade terá seu recreio.

Quem se comporta como cana inclinada pelo vento, tem grandes chances de ficar por terra; pois, os ventos que se avizinham serão devastadores.

“Foge por um instante do homem irado, mas foge sempre do hipócrita.” Confúcio

Fanáticos por luz



“O boi conhece seu possuidor, o jumento, a manjedoura do seu dono; mas Israel não tem conhecimento, meu povo não entende.” Is 1;3

Essa sentença foi contra Israel, o povo eleito. Mas, pode ser espraiada sobre todos, sem prejuízo nenhum.

Eventualmente, comento postagens em defesa de Deus e Sua Palavra; não que O Eterno careça ser defendido, mas a verdade é um bem pelo qual vale a pena lutar. Deparo com as agressões mais absurdas e desinteligências que fazem lembrar esse dito de Isaías. Dos humanos mais obtusos que os animais.

Num comentário nos acusavam de fanatismo, dizendo que nem lemos à Bíblia, apenas nos apegamos no escuro; pois, seríamos avessos ao conhecimento.

Então comentei arrolando algumas dezenas de obras que li, além da Bíblia diversas vezes, não para me mostrar, mas para mostrar quanto era fajuto o postulado cético em apreço.

Pois, invés de admitir seu erro retornou com uma lista de eventos bíblicos dos quais duvida. A jumenta que falou; o arrebatamento de Elias; a saga de Jonas no peixe; depois, partiu para severas críticas a eventos que acredita. Os que ela chamou de genocídio, de mortes de "inocentes" a mando do Senhor.

Duvidar do que parece milagroso e acreditar e vociferar contra o que lhe parece criminoso, é a “lógica” de muitos críticos da fé.

Antes de ver o “genocídio” dos cananeus, vejamos os motivos. “Com nenhuma destas coisas vos contamineis; porque com todas estas coisas se contaminaram as nações que Eu expulso de diante de vós.” Lev 18;24

Que práticas eram essas, pelas quais os cananeus foram condenados? Adultério, sacrifícios humanos, homossexualismo e zoofilia. “Por isso a terra está contaminada; Eu visito sua iniquidade, e a terra vomita seus moradores.” V 25

Portanto, aquilo que muitos melindrosos classificam como “crimes” era apenas o juízo Divino. Esses paladinos “defensores da vida” ignoram de propósito que, pais sacrificavam filhos aos ídolos; muitos desses são defensores do aborto, onde ressignificam ao infanticídio como “direito”; sem contar que estão lançando as próprias vidas a perder, por reféns de suas incredulidades.

O Senhor não precisa prestar contas dos Seus atos. Quem criou a vida tem direito de estabelecer padrões, limites, dentro dos quais ela deve se exercitar; mesmo, bani-la, naqueles que se arvorarem contra isso. “Vede agora que Eu, Eu Sou, e mais nenhum deus há além de Mim; Eu mato, e faço viver; Eu firo, e saro, ninguém há que escape da Minha Mão.” Deut 32;39

Ele faz justiça porque a ama, não porque a deva a ninguém. Quanto aos que ousarem contestar, apenas uma pergunta das tantas que fez a Jó: “Onde estavas tu, quando Eu fundava a terra? Faze-me saber, se tens inteligência.” Jó 38;4

Por Isaías também aborda aos que se atrevem contra Seus juízos: “Ai daquele que contende com seu Criador! o caco entre outros cacos de barro! Porventura dirá o barro ao que o formou: Que fazes? ou a tua obra: Não tens mãos?” Is 45;9

O homem prudente tomará precauções, antes de sair atirando pedras no que não entende. Vai orar, pesquisar, analisar o contexto, antes de proferir temeridades. 99% dos “erros” são apenas reflexos de nossas “inteligências” abaixo dos animais.

Paulo deixou um sábio conselho para lidarmos com dúvidas onde pareça que O Eterno falhou; “Pois quê? Se alguns foram incrédulos, sua incredulidade aniquilará a fidelidade de Deus? De maneira nenhuma; sempre seja Deus verdadeiro, e todo o homem mentiroso; como está escrito: Para que sejas justificado em tuas palavras, e venças quando fores julgado.” Rom 3;3 e 4

Aquele que faz sol e chuva descerem sobre justos e injustos, ama e perdoa, requer que amemos aos inimigos, faria injustiça?

Permitiu coisas nos rudimentos do mundo, como escravidão, poligamia, guerras... por causa da nossa insipiência, não, Sua Perfeita vontade. Do divórcio, aliás, O Salvador disse: “... Moisés, por causa da dureza dos vossos corações, permitiu repudiar vossas mulheres; mas ao princípio não foi assim.” Mat 19;8

Mesmo os mandamentos do Antigo Testamento eram “sombras” símbolos de coisas melhores que nos seriam dadas. “Porque é impossível que o sangue dos touros e dos bodes tire pecados.” Heb 10;4 Essas coisas figuravam a Cristo que morreria por nós.

Portanto, quem tem maior língua que ouvidos e se atreve contra o que não entende, tem grandes possibilidades de meter os pés pelas patas. Com todo respeito aos animais, que são prudentes.

Não nego que a Bíblia seja um livro difícil. Além da plena compreensão demandar que o leitor tenha vida espiritual, ainda desnuda todos, pela revelação imparcial da verdade.

Quem pretender lê-la para encontrar erros, estará no caminho certo, como afirmou Agostinho. “Lendo a Bíblia, encontrei muitos erros, - disse – todos, em mim.”

sexta-feira, 8 de agosto de 2025

A loucura necessária

“Quando a sabedoria entrar no teu coração e o conhecimento for agradável à tua alma, o bom siso te guardará; a inteligência te conservará;” Prov 2;10 e 11

“Quando a sabedoria entrar no teu coração...”
O simples admitir que carecemos, já requer que tenhamos alguns fragmentos. Saber da nossa ignorância, não deixa de ser um saber.

Aquele que reconhece isso e se mostra receptivo à luz, em princípio já é sábio; tem as prerrogativas para vir a sê-lo em contingência. Desses está dito: “Dá instrução ao sábio e ele se fará mais sábio; ensina o justo e ele aumentará em doutrina.” Prov 9;9

A sabedoria não força portas; ela só entrará em nossos corações se esses se abrirem para ela. Aquele em Quem estão todos os tesouros da sabedoria e da ciência, Jesus Cristo, (Col 2;23) se apresenta em determinada situação, assim: “Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir Minha Voz, abrir a porta, entrarei em sua casa, com ele cearei e ele comigo.” Apoc 3;20

Há dois tipos de sabedoria; a vulgar acessível até aos ímpios, que é valorada como inferior; “Essa não é a sabedoria que vem do alto, mas é terrena, animal e diabólica.” Tg 3;15

E a espiritual com suas peculiaridades; “... primeiramente é pura, depois pacífica, moderada, tratável, cheia de misericórdia e bons frutos, sem parcialidade nem hipocrisia.” V 17

Não é fruto de uma busca por ela apenas, alienado de outras coisas; antes, um dom do alto, dispensado sobre quem se propõe a se deixar moldar, andando conforme a retidão. “Ele (Deus) reserva a verdadeira sabedoria para os retos. Escudo é para os que caminham na sinceridade, para que guardem as veredas do juízo. Ele preservará o caminho dos Seus santos.” Prov 2;7 e 8

Tem um conteúdo moral anexo ao conhecimento. “Veredas do juízo” não, mero cabedal de conhecimento. E, um liame afetivo; deve entrar no coração, invés de, no cérebro apenas como seria a terrena.

“... o conhecimento for agradável à tua alma...” Pode parecer elementar gostarmos do conhecimento, todavia, não é bem assim. Quando conhecemos que coisas que fizemos, das quais gostamos, estão em oposição ao Divino querer, aos mais melindrosos, isso ofende.

O homem quer ser aceito, não, corrigido. Foi exatamente porque a Doutrina de Cristo mostrava que os pretensos “bons” ainda eram maus, e precisavam profundas mudanças para agradar a Deus, que Ele foi rejeitado. “Não sejas sábio aos teus próprios olhos; teme ao Senhor e aparta-te do mal.” Prov 3;7

Acontece que, o “sábio” aos próprios olhos, é apenas um alucinado, a devanear que, suas percepções alinhadas às suas predileções sejam coisas luminosas. Desses está dito: “Tens visto o homem que é sábio aos próprios olhos? Pode-se esperar mais do tolo que dele.” Prov 26;12

“... o bom siso te guardará...”
O juízo, o bom senso, pés no chão, decisões bem ponderadas, é prerrogativa natural, de quem cultiva à sabedoria do Alto. Invés duma oscilação de altos e baixos, quem se firma no Eterno e Sua Palavra vive uma progressão contínua. Mesmo de eventuais erros, frui feixes de luz; seu compromisso ético com a justiça, herdado da Sabedoria, é o inibidor suficiente contra maus passos no espectro moral, espiritual.

Assim, mesmo passando por maus momentos, eventualmente, desses inda herdará uma têmpera que converterá aos tais, em bem. “... todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus...” Rom 8;28 pois, “a vereda dos justos é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito.” Prov 4;18

“... a inteligência te conservará.”
De si mesma a inteligência é neutra. Tanto pode ser usada por bandidos, para a prática de crimes, por políticos para manipulação de eleitores, quanto, pode estar a serviço de causas nobres, na Seara do Senhor.

Por isso, antes dela entrar em cena, é necessário que a sabedoria do Alto tenha acampado no “terreno.”

A porta de entrada ao Reino dos Céus não se abre às batidas da sabedoria; porém, à confiança irrestrita da fé. “Como na sabedoria de Deus o mundo não O conheceu pela Sua sabedoria, aprouve a Ele salvar os crentes pela loucura da pregação.” I Cor 1;21

A sabedoria terrena até dá sua mão à esperteza, a celeste requer um quê de loucura antes de nos visitar. “... Se alguém dentre vós se tem por sábio neste mundo, faça-se louco para ser sábio.” I Cor 3;18

“Todavia falamos sabedoria entre os perfeitos; não a sabedoria deste mundo, nem dos príncipes dele, que se aniquilam; mas, falamos Sabedoria de Deus, oculta em mistério, a qual Deus ordenou antes dos séculos para nossa glória...” I Cor 2;6 e 7

quinta-feira, 7 de agosto de 2025

Perdidos à meia-luz


“Temos, mui firme, a palavra dos profetas, à qual bem fazeis em estar atentos, como uma luz que alumia em lugar escuro, até que o dia amanheça, e a estrela da alva apareça em vossos corações.” II Ped 1;19

Os religiosos rejeitaram ao Salvador porque Ele seria “contra Moisés”, o legislador pelo qual a Torá fora legada. Em dias posteriores foi escrito: “Ele é tido por digno de tanto maior glória que Moisés, quanto, maior honra do que a casa, tem aquele que a edificou.” Heb 3;3

Tivessem um conselho como o de Pedro, que veio depois, poderiam pensar com carinho. “Bem fazeis em estar atentos às palavras dos profetas.”

O próprio Salvador acusou Seus adversários duma leitura superficial das coisas que afirmavam crer. “Examinais as Escrituras, porque cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de Mim testificam;” Jo 5;39 Ou seja: Se vosso exame fosse criterioso, por certo, Me encontraríeis.

Em certo momento alguém disse: “...Examina, e verás que da Galileia nenhum profeta surgiu.” Jo 7;52 Embora, O Senhor tivesse nascido em Belém, acreditavam que Jesus fosse Galileu, porque crescera por lá. Isso, para eles era suficiente para rejeitá-lo; pela origem “pouco nobre”.

Se tivessem examinado Isaías, com devido cuidado, teriam visto que, a luz espiritual brilharia na Galileia. Ele profetizou: “... envileceu nos primeiros tempos, a terra de Zebulom, e Naftali; mas nos últimos tempos a enobreceu, junto ao caminho do mar, além do Jordão, na Galileia das nações. O povo que andava em trevas, viu uma grande luz; sobre os que habitavam na região da sombra da morte resplandeceu a luz.” Is 9;1 e 2

O zelo precipitado pode ser um fator a inibir o discernimento. Paulo falou isso dos seus irmãos. “Porque lhes dou testemunho de que têm zelo de Deus, mas não com entendimento.” Rom 10;2 A surpresa que faz parecer que algo “não pode ser”, não significa que, não deva ser. Quiçá, nossas expectativas é que estavam ancoradas em premissas falsas!

Pedro, usando a metáfora duma luz que brilha em lugar escuro, atinente às profecias, depois, reduziu esse “lugar” ao coração dos ouvintes. Como que, interpretou a figura; “... até que o dia amanheça, e a estrela da alva apareça em vossos corações.” É neles, nossos corações que devemos entender e receber ao Salvador.

Possivelmente, pegou carona num símile composto por Salomão: “Mas a vereda dos justos é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito.” Prov 4;18

O escuro dos corações, não é mera questão intelectual; mas, também volitiva. Não basta que saibamos, antes requer que nos submetamos ao que passamos a saber. Além de convencidos no intelecto, carecemos sê-los, na vontade.

O Salvador não foi rejeitado porque seus ensinos fossem herméticos, de difícil compreensão. Antes, porque suas demandas santas colidiam com os desejos dos que estavam acostumados a um modo ímpio de viver. “... os homens amaram mais as trevas que a luz, porque suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz; não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas.” Jo 3;19 e 20

Essa luz que expõe nossas obras à reprovação é externa. Alude à admissão pública dos nossos descaminhos. Para não se expor a essa, o egocêntrico finge não ter a interna; banca o desentendido, para que sua desobediência desfile com roupas mais “aceitáveis”.

Quem, sendo iluminado no coração, resolve pela ousadia de passar a agir conforme, fatalmente isso terá reflexos visíveis a todos. “Não, se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte.”

Ou, não se pode pertencer ao Senhor que É Santo, vivendo de modo flagrantemente profano. Por isso o desafio necessário aos que creem: “Assim resplandeça vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas boas obras e glorifiquem ao vosso Pai, que está nos Céus.” Mat 5;16 Se, a fé não pode ser vista, suas obras devem ser.

Muitos tomam O Santo Nome, infelizmente, vivendo de ímpias maneiras; não poucos, usam essa hipocrisia explícita como “argumento” para se manterem distantes dos ambientes onde a Doutrina de Cristo é ensinada. Como os zelosos dos dias de Cristo, esses O Rejeitam precisamente porque as profecias se cumprem cabalmente. Hipocrisia e apostasia foram previstas pelo próprio Senhor.

A Igreja de Cristo não é um ambiente dedetizado onde ninguém erra; antes, um hospital de campanha em pleno combate, onde os feridos pela oposição são tratados.

A sabedoria espiritual é peixe de águas profundas; avessa aos que buscam na superfície. “Se como a prata a buscares, como a tesouros escondidos a procurares, então entenderás o temor do Senhor, e acharás o conhecimento de Deus.” Prov 2;4 e 5

quarta-feira, 6 de agosto de 2025

Vinagre espiritual


“... esquecendo-me das coisas que atrás ficam, avançando para as que estão diante de mim, prossigo para o alvo...” Fp 3;13 e 14

Como lidamos com dores idas, é muito importante; disso dependem coisas que estão pela frente. Cícero disse: “Os homens são como o vinho; a uns, o tempo apura; outros, viram vinagre.”

O tempo não passa sozinho; traz incidências, algumas venturosas, outras, decepcionantes; nosso trato com essas é determinante para o devir.

A Palavra compara certas decepções a raízes, cujo viço faria danos até, a terceiros. “Tendo cuidado de que ninguém se prive da graça de Deus, e nenhuma raiz de amargura, brotando, vos perturbe, e por ela muitos se contaminem.” Heb 12;15 Uma raiz assim, alimenta uma árvore.

Frustrações são o que são. Não pintamos corujas com cores de papagaios. De como lidamos com elas, depende, sermos espiritualmente vigorosos, ou, raquíticos.

Cultivar o amargor onde se pode esquecer e seguir em frente, acaba tolhendo um espaço que poderíamos preencher com coisas melhores; “Disto me recordarei na minha mente; por isso tenho esperança. As misericórdias do Senhor...” Lm 3;21 e 22 Lembrar coisas que dão esperança, pode ser a base da saúde psíquica.

Dois tipos de reações danosas às decepções estão em voga. Os desigrejados e os desevangelizadores.

Os primeiros decidem “servir a Deus” às suas maneiras, sem congregar em lugar nenhum. Saem apregoando que os templos são eles, que não precisam de pastores, basta fazer o bem... etc. Quem, deveras, é justificado por Cristo não precisa se justificar. Quem não, mesmo tentando não conseguirá. A propaganda desses é sua confissão.

Outros, mais ousados saem e fundam seus próprios ministérios, cujas mensagens se tornam enfadonhos ataques às coisas que passaram a depreciar. “Saia da religião, do sistema, dos templos...” etc. sua “Boa Nova.”

Todos passamos por decepções; com um mínimo de honestidade haveremos de concluir que também decepcionamos aos outros. Logo, exigir uma perfeição que não demonstramos é uma postura hipócrita.

Não são instituições que decepcionam. São pessoas. Instituições bem organizadas, apenas ensejam que as coisas funcionem melhor. Os que saem fazendo terra arrasada, patenteiam sua covardia, onde deveriam agir como valorosos.

Alguns se queixam “urbe et orbe”, que saíram das igrejas porque lá não existe amor. Ora, fomos chamados para amar, não, para sermos amados. “Ama teu próximo como a ti mesmo.” Se, alguém amoroso discerne que em determinado ambiente falta o que ele possui, certamente encontrou seu lugar; afinal lá carecem do que ele tem para dar; então, mãos à obra! Leve seu amor e o viva, de tal modo, que contagie aos demais.

Esses ministérios da negação, saia disso, daquilo, rejeite aqueloutro, são testemunhos tonitruantes, de gente que, lidou mal com as decepções por excesso de amor próprio. Hoje regam amarguras como suas plantas diletas.

Imagino José no Egito, tendo sido traído e vendido pelos seus irmãos, se agisse nesse espírito. Quer decepções mais incisivas que aquelas?

Na primeira oportunidade em liberdade, deveria ter criado o ministério dos antifraternos da última hora. “Cuidado com seus irmãos, eles são perigosos; saia da sua família!” seria sua mensagem principal. Quando, governador, fecharia as fronteiras para que peregrinos esfomeados não fossem a ele comprar alimento. Temendo os “perigos” previstos nos seus ensinos.

Não. Invés de acariciar mágoas pretéritas viu naquilo a Divina providência; e perdoou seus irmãos. “... Não temais; porventura estou em lugar de Deus? Vós bem intentastes mal contra mim; porém Deus o intentou para bem, para fazer como se vê neste dia, para conservar muita gente com vida.” Gn 50;19 e 20

Se alguém tinha um passado doloroso, esse era Paulo: “... em prisões... em perigo de morte, muitas vezes. Recebi dos judeus cinco quarentenas de açoites menos um. Três vezes fui açoitado com varas, uma vez fui apedrejado, três vezes sofri naufrágio, uma noite e um dia passei no abismo; Em viagens muitas vezes, em perigos de rios, de salteadores, dos da minha nação, em perigos dos gentios, em perigos na cidade, no deserto, no mar, em perigos entre os falsos irmãos;” I Cor 11;23 a 26 etc.

Não seriam essas dores bastantes, para fazer dele um desigrejado e um antissistema? Pelas situações em voga, sobrariam cavalos. Todavia, disse: “... esquecendo-me das coisas que atrás ficam, e avançando para as que estão diante de mim, prossigo para o alvo”.

Quem só se mostra útil em circunstâncias favoráveis, é um consumidor, não um adorador; é um inútil. Quem confia no Senhor, “Será como a árvore plantada junto às águas, que estende suas raízes para o ribeiro, não receia quando vem o calor, mas a sua folha fica verde; no ano de sequidão não se afadiga, nem deixa de dar fruto.” Jr 17;8

O Verbo, sujeito


“... o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir; para dar Sua vida em resgate de muitos. Mat 20;28

Deparei com o seguinte: “Se Jesus era Deus, por que precisava orar?” Uma boa pergunta. Nesse lastro, outras poderiam ser feitas. Sendo Deus, porque precisava receber poder? “... tenho poder... recebi de Meu Pai.” Jo 10;18

Sendo Onisciente, careceria aprender? Dele está dito: “Ainda que era Filho, aprendeu obediência, por aquilo que padeceu.” Heb 5;8 Enfim, o rol de “contradições” é amplo.

Seu esvaziamento, assumindo temporariamente a condição humana, é mal compreendido por muitos. Para Testemunhas de Jeová, Jesus era mero homem; para Adventistas, o Arcanjo Miguel.

Vejamos A Palavra: “No princípio era O Verbo, O Verbo estava com Deus, e O Verbo era Deus... O Verbo se fez carne, e habitou entre nós...” Jo 1;1 e 14

Por estar com, e Ser Deus, já evidencia que a Unidade Divina é composta. Além Dele e do Pai, temos O Espírito Santo. “Porque Três testificam no Céu: O Pai, A Palavra (Cristo), e O Espírito Santo; Estes Três São Um.” I Jo 5;7

Como podem Três ser Um? Da mesma forma que homem e mulher, pelo casamento, se tornam um. Unidade composta. Aliás, a unidade espiritual pode conter inumeráveis; O Senhor orou pela Igreja: “Para que todos sejam um, como Tu, ó Pai, o És em Mim, e Eu em Ti...” Jo 17;21
Embora a Palavra Trindade não esteja na Bíblia, o ensino está; isso basta para mentes honestas.

Após punir aos culpados pela queda, O Eterno anunciou de onde viria o Redentor; “Porei inimizade entre ti e a mulher, entre tua semente e sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.” Gn 3;15

As “remissões” mediante sangue de animais no Antigo Testamento eram meros símbolos de uma superior que viria; “Porque nos convinha tal Sumo Sacerdote, Santo, Inocente, Imaculado, separado dos pecadores, e feito mais Sublime que os Céus;” Heb 7;26

Dado O Divino propósito, e nossa impagável dívida foi necessário que O Santo viesse se fazer como um de nós. “O verbo se fez carne e habitou entre nós...”

Se fosse um anjo, A Palavra diria; mas, distinguindo-o diz: “Porque, na verdade, ele não tomou os anjos, mas tomou a descendência de Abraão. Pois, convinha que em tudo fosse semelhante aos irmãos...” Heb 2;16 e 17

Embora Miguel seja um grande príncipe, ainda é uma criatura. Malgrado, homens sejam menores que anjos, foi a eles que o mundo fora entregue, nos dias de Adão; após a redenção seria de novo ao “Filho do Homem”. “Porque não foi aos anjos que sujeitou o mundo futuro, de que falamos.” Heb 2;5

Assim, sendo Deus, essencialmente, atuou como homem, funcionalmente, como ensina Paulo: “Que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, mas esvaziou a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens;” Fp 2;6 e 7

Se Ele atuasse como Deus, nas coisas em que deveria representar ao homem para redimi-lo, isso seria uma usurpação. Por isso, submeteu-se à vontade do Pai, às últimas consequências. “Se possível, afasta de Mim esse cálice...” seu medo humano ao pavor da cruz; “... todavia, não seja como Eu quero; mas como Tu queres.” Sua submissão incondicional.

A Palavra ensina que Ele aprendeu obediência pelo que padeceu. Por quê? Acaso era desobediente? “Eu e O Pai Somo Um.” Disse. Dada essa condição não precisava obedecer. Pai Filho e Espírito Santo, pela Igual Divindade, e Iguais Atributos, querem, sabem, e podem as mesmas coisas. Tal sincronia, torna desnecessária a obediência. Porém, padecer algo tão doloroso na humana condição inclinada a evadir-se da dor, forçou-o a aprender isso.

Como a “vitória” do canhoto se dera por ter dobrado um homem, pereceu bem à Justiça Divina que outro, nessa condição, o vencesse, tirando do inimigo, eventuais argumentos de injustiça. A redenção se deu na esfera humana. “Deu-lhe poder de exercer o juízo, porque é o Filho do Homem.” Jo 5;27

Assim, Jesus Cristo em Sua Essência, estava com Deus e Era Deus; em Seu esvaziamento temporário, portou-se como homem, orando, sentindo cansaço, sede, fome... aprendendo a obedecer.

A razão é clara: “Visto como os filhos participam da carne e do sangue, também Ele participou das mesmas coisas, para que pela morte aniquilasse o que tinha o império da morte, isto é, o diabo;” Heb 2;14

Enfim, para quem tem dúvidas honestas o exposto esclarece; para quem apenas tergiversa mascarando sua má inclinação, nem todas as explicações convencerão; como disse Spurgeon: “Basta um homem para levar um cavalo até às águas; cem homens não são suficientes para forçá-lo a beber.”