sexta-feira, 1 de agosto de 2025

No barco de Pedro


“... saindo dali, chorou amargamente.” Mat 26;75

Pedro prometera jamais negar ao Senhor, mesmo que fosse necessário morrer com Ele; após negá-lo pela terceira vez, como O Salvador prevenira que aconteceria até o cantar do galo, enfim, o infeliz discípulo teve que lidar com uma realidade que desconhecia; a intensidade da miséria humana.

Não há razão para duvidar que a disposição de ser fiel, acontecesse o que acontecesse, era sincera. Sinceridade pode refletir corretamente uma intenção, mas é inócua para levar essa a se tornar uma ação. “De boas intenções o inferno está cheio.”

Facilmente o adjetivamos como falastrão, presunçoso, sem noção. Mas, quem de nós, jamais se comprometeu a alguma coisa num momento de euforia, passado esse, o compromisso se revelou difícil, e negligenciamos em cumpri-lo? Estamos no barco de Pedro.

Por ser mui falaz, extrovertido, ficou mais visível sua falha; todavia, se observarmos atentamente o texto, os demais também prometeram fidelidade. “Disse-lhe Pedro: Ainda que me seja mister morrer contigo, não te negarei. E todos os discípulos disseram o mesmo.” Mat 26;35

O que diferenciou Pedro foi que ele se apressou a prometer algo que, desconhecia que era incapaz de cumprir. Sua bravata foi mais notória que os demais, e seu fracasso também; pois, foi cercado de testemunhas, dado que, ficou nas imediações de onde O Senhor estava preso. Os demais, exceto João, foram para mais distante.

Assim, parecia que ele estava desqualificado, banido do colégio de discípulos; como se, tivesse se tornado mais pecador que os demais. Sabendo disso, Anjo do Senhor disse às mulheres junto ao sepulcro: “Mas ide, dizei aos Seus discípulos, e a Pedro, que Ele vai adiante de vós para a Galileia; ali O vereis, como Ele vos disse.” Mc 16;6

“E a Pedro”. O discípulo foi citado nominalmente, não porque fosse “Papa” como ensina o catolicismo; antes, para que, sua vergonha por ter fracassado de modo tão evidente, não fosse um motivo de exclusão. Como se, O Salvador dissesse: “Apesar de tudo, Pedro ainda está nos Meus planos, levem-no convosco para a Galileia.”

Quando apareceu O Senhor, aos discípulos junto ao mar, em plena pescaria, deu a Pedro a oportunidade de entender como se expressa o vero amor. “Pedro, tu Me amas?” Três vezes essa pergunta se repetiu, e à resposta afirmativa, o Senhor acrescentou: “Apascenta minhas ovelhas”.

Quando o chamara, O Salvador prometera que o faria “pescador de almas”, mas ele voltara aos peixes de sempre. Quem pretende amar ao Senhor, carece demonstrar isso, mediante atitudes, não através de bravatas. 

Quantas vezes nos ocupamos estritamente das nossas coisas sabendo que Jesus nos chama a fazermos as Suas? Eis-nos, de novo, pescando com Pedro!

Enquanto nossa “ficha” não cair, de modo a produzir um amargo choro de arrependimento, cada um de nós tenderá a presumir ser, muito melhor do que é. Sempre que fazemos as coisas à nossa errônea maneira, mesmo conhecendo a vontade do Senhor, “mutatis mutandis” estamos negando a Ele.

Na verdade, há amargos medicinais preciosos, sobretudo, em relação a certos males estomacais. O vero arrependimento é um remédio assim, que apesar do amargor que enseja, logra infundir em nossas almas a prudência e a gravidade necessárias, para vivermos diante do Santo de modo probo.

O “arrependimento” que apenas nos desconforta, tipo, “foi mal”, depois, seguimos de mãos dadas com o mesmo mal, é uma postura infantil, como a de crianças que se recusam beber infusões amargas.

A postura que me limita apenas para fazer boa figura ante os demais, e não me transforma segundo os valores do Eterno, é teatro, hipocrisia. O vero arrependimento requer uma mudança de atitudes consoante com ele. “O que encobre suas transgressões nunca prosperará, mas o que as confessa e deixa, alcançará misericórdia.” Prov 28;13

Nossa visão desfocada enxerga mui longe; Judas, o que trai; Tomé, o que duvida; Pedro, o que nega. Contudo, cada um de nós faz essas coisas. “Reconhecemos um louco sempre que o vemos; nunca, quando o somos.”

Alguns fazem das suas “lunetas” um ministério. Passam todo o tempo combatendo ao “sistema”, aos “religiosos”, a certas doutrinas que discordam... não raro, essa “argúcia” que pretende ver os males alhures, deriva de uma fuga dos males com os quais dormem.

Muita preocupação em denunciar erros alheios faz tanto barulho, que alguns nem escutam quando o “galo canta.” A maioria carece se arrepender de seus “arrependimentos”, e finalmente levar o Santo a sério.

Pedro não podia fazer o que queria; depois do Espírito Santo passou a poder e honrou ao Senhor com bravura. Fomos capacitados a isso também. “A todos quantos O receberam, deu-lhes poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no Seu Nome;” Jo 1;12

quarta-feira, 30 de julho de 2025

A tempestade necessária


“Os ímpios andam por toda parte, quando os mais vis dos filhos dos homens são exaltados.” Sal 12;8

Quando patifes estão no poder, sem se sentir ameaçados, a choldra se esbalda; a algazarra dos corruptos em sua plenitude, abafa sobejamente aos gemidos dos injustiçados. Quem discorda do modo patife de ser, é desterrado das plagas dos seus direitos.

Rasgam a constituição, ignoram às leis mais cristalinas, fazem pó das cláusulas pétreas, e tudo bem; ai de quem discordar. As leis têm força de titãs contra desafetos, e músculos de faquires, para defesa dos injustiçados.

No arroubo destemido dessa tsunami corrupta e ideológica, nenhum valor pátrio se sustenta diante dos “defensores da democracia.” Deputados acabam presos por “crime de opinião”, jornalistas banidos, censurados, por opinar contra o crime.

Tudo normal; a imprensa, velha prostituta, jura que “ainda dá um cardo”, vende-se na sua impudicícia à luz do dia. Quem deveria frear-se aos limites das leis, possui uma caneta aríete que derruba os portões inconvenientes. Nada os poderia deter; exceto, talvez, a força.

Inocentes são jugados e culpados pelos crimes que eles cometem; não são tão inocentes assim; afinal, deveriam ter reverenciado aos ladrões e fraudadores, e abaixado as cristas.

Tudo ia tão bem em patifópolis, até que começou a ir mal. Do nada, de terras estranhas, apenas porque o patife mor embriagado com seu poder ilimitado, resolveu cagar além-fronteiras, o soberano de lá magoou e decidiu acabar com a putaria de cá. Pesadas sanções foram aplicadas e outras maiores espreitam, esperando que eles voltem atrás.

Num passe, os que interferem em toda a América Latina, a quadrilha que pretende furtar e vermelhar tudo, redescobriu o patriotismo. Veementes gritos por soberania eclodiram. Ora, numa democracia, não é o povo soberano, e as leis o limite comum? Sim. Mas, patifópolis deixou de ser democracia, graças aos “defensores” dela.

De repente, os que se esbaldavam na penumbra alheios aos holofotes começaram a sair das tocas. O vampiro Temer abriu seu caixão e passou a defender seu estoque de sangue camuflando seu intento, de conciliação; José Dirceu deixou do sarcófago, e infectado por um vírus oportunista de nacionalismo conclamou à união; suas orgias pagas pelo Erário precisam continuar; porém, o defende de outro modo.

Senadores americanos alinhados ao sistema globalista e corruto que domina por lá, passaram a acusar Trump de “Abuso de poder econômico”. Canalhas!

Até a ONU que atuou tão eficaz na pandemia, deu pitacos. Apesar de estarmos devendo tanto que, nem em duas décadas de gestão hábil e proba, se poderá fechar o rombo dos gafanhotos que tomaram o país; apesar dos ladrões estarem furtando até aos aposentados e aos que recebem assistencialismo mínimo assegura que, o país vive seu melhor momento. Saímos do mapa da fome.

Que importa que os armários estão vazios; que os nordestinos foram privados dos benefícios da transposição do São Francisco? A ONU diz que estamos bem, então, estamos.

As amebas da base presto se esforçam em ampliar às narrativas fajutas dos seus donos como se, esse conto de vampiros fosse a realidade. Os que nada podem ver, deveriam calar as bocas. Seus donos os chamam de idiotas úteis; os poucos que podem, deveriam ser presos, porque são cúmplices.

Todos os “abusos” que o Trump cometer, do poder econômico, bélico, político, ainda serão medicinais ante essa corja que abusou sistematicamente do seu povo, fraudando, censurando roubando a não mais poder. Dá-lhe Trump!! Quebra tudo! Aqui dentro não há mais nenhuma instituição funcionando. Dentro da lei, da ordem não se restaura mais nada.

Claro que o preço será alto. Mas ainda barato, ante a alternativa de nos tornar uma China, sem liberdade, propriedade dum partido, a rigor, uma quadrilha.

Houve três golpes em sequência. Roubaram a eleição não permitindo a contagem dos votos; fizeram uma quebradeira em prédios públicos com patifezinhos infiltrados disfarçados de patriotas; por último, esconderam as imagens que mostram que deveras fez a patifaria e jogaram tudo na conta do Bolsonaro.

Tio Sam está sabendo de tudo. Claro que tem interesses comerciais por aqui. É nosso maior parceiro há décadas. Embora a gritaria dos que sentem seu império de corrupção ruir, tudo o que o Trump fizer contra eles será pequeno, à luz do que fizeram contra seus concidadãos.

O simples fato dos patifes que se esbaldavam no escuro terem voltado à luz, evidencia de modo bem didático em defesa do quê, estão crocitando.

Trump não é Deus, nem Bolsonaro um Messias; mas são anos-luz mais decentes que aqueles que falam contra eles.

O Eterno fará ouvidos moucos às orações dos que semearam ventos e clamam por brisas. “... o cetro da impiedade não permanecerá sobre a sorte dos justos...” Sal 125;3

terça-feira, 29 de julho de 2025

Destruíram minha fé


“Em um universo com bilhões de galáxias, e incontáveis planetas, o único lugar onde deuses existem é dentro do cérebro humano.”

Legenda de uma postagem com uma foto espacial, repleta de tudo o que foi captável numa imagem, duma página chamada, “Destruindo a Matrix Religiosa.”

Se meu pequeno cérebro habitado por “deuses” não me engana, a existência de planetas, asteroides meteoros, galáxias... seria uma “prova” da inexistência do Criador. Afinal, nenhum argumento foi exposto; apenas a imagem e uma “fé” que nega Deus, sem uma evidência sequer.

Heráclito dizia: “Quando dois sistemas filosóficos disputarem, a nenhum se reserva o direito de dizer, minha visão é certa, portanto, a sua está errada; pois, o oponente poderia fazer o mesmo arrastando a peleja ao infinito. O falso deve ser demonstrado como tal, em si mesmo.” Tanto ateus poderiam dizer: “Não há Deus”; quanto os crentes: “Deus existe.” Cada um deve ancorar seu postulado em evidências, não, em fé. Segundo o sábio conselho do pensador de Éfeso.

Uma evidência positiva é milhares de vezes mais fácil de encontrar, que a negativa. Por exemplo: Duas marcas de pés molhados sobre uma rocha na praia bastam para provar que uma ave esteve ali pousada há poucos instantes; porém, para alguém afirmar que jamais, uma ave pousou sobre tal pedra, esse alguém careceria, como avalista, ter estado de olho nela em todo o tempo, por toda a eternidade, para fazer com segurança, uma afirmação assim. Desse modo, um homem precisaria ser Deus, para “provar” que Deus não existe.

As obras criadas são evidências eloquentes da existência, Sabedoria e Poder, do Criador; o que inclui a vastidão dos céus. “Os céus declaram a glória de Deus, o firmamento anuncia a obra das Suas Mãos.” Sal 19;1 “Porque Suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto Seu Eterno Poder, quanto Sua Divindade, se entende, e claramente se vê pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis;” Rom 1;20

A palavra do Criador, de certa forma corrobora com a frase em apreço. Digo, se o lugar onde Deus existe é no cérebro humano, onde o cérebro inexiste, dada a atrofia pela falta de uso, Deus não existe também. Versa A Escritura: “Disse o néscio no seu coração: Não há Deus. Têm-se corrompido, fazem-se abomináveis em suas obras, não há ninguém que faça o bem.” Sal 14;1 Um néscio não tem cérebro; pelo menos, funcional. Aos irracionais bastam três coisas; comer, beber e procriar.

Olhar a imensidão dos Céus com tudo o que nela há e “concluir” que isso é uma prova da inexistência do Eterno, é provar a inexistência de honestidade intelectual e neurônios ao mesmo tempo. 

Spurgeon afirmou: “Deus está na vastidão acima de nós; sua bandeira estelar mostra que o Rei encontra-se em casa e levanta Seu escudo para que os ateus vejam como Ele menospreza suas acusações. Aquele que após olhar para o firmamento se apresenta como um ateu, está ao mesmo tempo se declarando um idiota e mentiroso.”

Imagino que a melhor “evidência” dos ateus seja o fato de Deus ser invisível. Bem, alguém já viu amor, nostalgia, saudade, otimismo, alma... ou, por serem invisíveis, coisas assim não existem?

A mais eloquente evidência de deserto neuronal nesses, todavia, é a pretensão de “Destruir À Matrix” com essas armas.

Infelizmente está na moda, chamar ditadura de democracia; tirania de Estado de Direito; narrativas fajutas de fatos, etc. As falas desconexas com a realidade mostram apenas isso; a desconexão dos intelectualmente castrados, a abjeção dos moralmente desprovidos, e a cegueira dos espiritualmente mortos.

O Todo Poderoso não depende de nossa aceitação para existir, tampouco, de nosso aplauso, para encontrar sentido na Sua Santa e Eterna Existência. Ele É.

Porém, se os criticados desse ensaio querem “destruir à Matrix”, segundo dizem, e essa está nos nossos cérebros, ao menos têm um quê de coerência. Sabem bem o que a privação de massa cinzenta pode ensejar.

Deus, embora seja inteligível e satisfaça nosso desejo de conhecimento e compreensão lógica, não se revela ao cérebro, estritamente. Antes, recria o espírito humano morto desde a queda; nele sela a luz da Sua Revelação.

Afinal, “Visto como na sabedoria de Deus o mundo não O conheceu pela Sua Sabedoria, aprouve a Deus salvar os crentes pela loucura da pregação.” I Cor 1;21 “Porque a loucura de Deus é mais sábia que os homens; a fraqueza de Deus é mais forte que eles.” I Cor 1;21 e 25

Os mentecaptos acreditam poder colocar O Altíssimo fora de combate com dois ou três zurros desconexos. Um ancestral bem remoto deles, nos dias de Balaão, ouviu a Deus e falou... mas os tempos são outros, até os jumentos pioraram.

Ordem de despejo


“Quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe pelas concupiscências do engano;” Ef 4;22

Conselhos sobre o que convém aos convertidos.

“... quanto ao trato passado...” A conversão que não for um divisor de águas, entre o modo natural e raso, e o novo nascimento, que traz à cena o homem espiritual, precisa ser avaliada se, deveras, aconteceu.

Se, vícios de outrora seguirem pujantes, invés de se tornarem reminiscências de um modo de vida superado, pode ser que a decisão por Cristo não tenha sido entendida em sua totalidade.

Escrevendo aos romanos, Paulo não cogitou que as coisas pretéritas seguissem atuantes; apenas, perguntou num desfio retórico, pelo resultado delas. “Que fruto tínheis então das coisas de que agora vos envergonhais? Porque o fim delas é a morte.” Rom 6;21

Não significa que, uma vez convertidos tudo se muda abruptamente; santificação é um processo longo de aprendizado e obediência. Mas sempre que algum resquício do lamaçal se insinuar, O Espírito Santo lembrará nossa posição em Cristo; nos capacitará a andar conforme ela. Quando falharmos nos chamará ao arrependimento; jamais, à validação do erro, como uma coisa normal.

“... vos despojeis do velho homem...” Despojos eram “troféus” de guerra; bens que os vencedores tomavam dos vencidos como consequência natural de terem triunfado na peleja. Despojar, também significa deixar de lado, abrir mão, lançar fora. Esse é o sentido aqui.

O “novo nascimento” resulta da vitória de Cristo, contra o pecado que nos escravizava; o velho homem que se esbaldava nessas coisas sem compromissos com O Senhor, acaba banido, como um traste de pífio valor, que é melhor ser descartado. Pois, sua companhia atrapalharia ao crescimento do que foi regenerado.

Onde grassava a humana maneira de pensar com seus valores rasos e iníquos, os Divinos pensamentos devem receber assento. “Porque os Meus pensamentos não são os vossos, nem os vossos caminhos os Meus, diz O Senhor. Porque assim como os Céus são mais altos que a Terra, são Meus caminhos mais altos do que os vossos, e Meus pensamentos mais altos do que os vossos.” Is 55;8 e 9

Por isso, no verso seguinte Paulo acrescenta: “vos renoveis no espírito da vossa mente;” v 23

Ou, renoveis a vossa maneira de pensar. Conversão que, não adota A Palavra de Deus como norte forjará uma alma desnorteada. Uma bússola quebrada é pior que um relógio quebrado. Esse ainda acerta a hora duas vezes ao dia. A bússola errônea coloca tudo a perder. Assim, quem deixa a inerrância da Palavra por descaminhos humanos, ainda que, eventualmente, soem mais convenientes.

Por isso o “sine qua non” da salvação é o “negue a si mesmo”. A direção deve ser do Senhor. Aquele que “se converteu” e continua querendo as coisas a sua maneira, apenas se convenceu. “Eu sei, ó Senhor, que não é do homem seu caminho; nem do homem que caminha, dirigir seus passos.” Jr 10;23

“... que se corrompe...”
Parece haver certa contradição aqui. “se” traz a ideia de incidir sobre si mesmo; e “corrompe” a de uma ação conjunta de romper com, em parceria com outrem. Porém, a contradição é apenas verbal.

Acontece que, o pecado tem um mentor que o patrocina, o inimigo. Sempre que rompemos com os mandamentos de Deus, sua mentoria terá tido efeito sobre o velho homem que inda respira, e voltará por um momento ao antigo consórcio, pecando.

Assim o homem “se corrompe” porque faz mal a si mesmo; “corrompe” porque rompe aos preceitos em parceria com o capiroto.

“... pelas concupiscências do engano.” Ou seja: Por cobiçar aquilo que é mal, sendo convencido que é bem, de alguma forma.

O que é a nefasta inversão de valores que grassa, senão, fruto do longínquo consórcio do homem ímpio com o canhoto, tentado situar o bem, num lugar que não está? A simples necessidade de repetição contumaz do vício que transforma seu exercício, além de deletério, contraproducente, como fazer buracos n’água, deveria bastar já para se ver que é mal. Todavia, o engano dum rasgo de prazer pontual, basta, como grades de uma prisão onde o preso deseja ficar.

Isso porque, “... o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do Evangelho da Glória de Cristo, que é a Imagem de Deus.” II Cor 4;4

O velho homem deseja o engano, o renascido anseia por Cristo, não porque Ele não sacie; antes, pelo prazer do relacionamento. Ele não deixa margem para outros anseios. “Aquele que beber da água que Eu lhe der nunca terá sede, porque a água que Eu lhe der se fará nele uma fonte que salte para a vida eterna.” Jo 4;14

segunda-feira, 28 de julho de 2025

Fugazes camuflados


“Maravilho-me de que tão depressa passásseis daquele que vos chamou à graça de Cristo para outro Evangelho;” Gál 1;6

Paulo começou manifestando sua perplexidade: ‘Estou espantado com a rapidez com que passastes da Graça de Cristo para outro ensino!’

Alguém disse com propriedade o seguinte: “sentimos nas mudanças certo alívio; ainda que estejamos mudando para pior.” Por quê? Porque na hipocrisia que trai a si mesmo, o homem ímpio consegue fugir do que foi ordenado, e camuflar a fuga de cumprimento do dever; evadindo-se do que deveria, rumo ao que gosta. Eis a matéria-prima da hipocrisia! Conservação do rótulo e perversão do produto.

A primeira coisa que patrocina alguma mudança é a percepção, certeira ou errônea, que algo não está no devido lugar. Então, os de iniciativa partem em busca da “solução”; não raro, a “emenda sai pior que o soneto” como se diz, seja porque o diagnóstico não foi bom, ou, porque a solução intentada, não era.

Atrevo-me a pensar que, o que as mudanças têm de mais atraente aos egocêntricos é que, geralmente devem ocorrer alhures, nas vidas de outros; nos rituais, no método, ou, como foi entre os gálatas, na doutrina.

Assim, qualquer coisa que me faça “médico” invés de paciente soará mais atrativa, por razões óbvias.

Sempre que o problema parecer residir do lado de fora, eis-nos voluntários para propor resoluções; entretanto, caso ele se apresente como um mal íntimo, que me desafie ao abandono de alguns vícios diletos, nem sempre a vontade treinada no exercício dos maus hábitos se dobrará. Cristo foi preciso: “Negue a si mesmo.”

Alguém cantou: “A verdade gera confusão.” O Salvador, dos insanos motivos, disse: “Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz, não vem para luz, para que suas obras não sejam reprovadas.” Jo 3;20 Estamos prontos para a reprovação das más obras, desde que isso não nos custe nada; que sejam obras de terceiros.

“tão depressa...” Não temos, preciso, o intervalo de tempo, desde que Paulo formara um núcleo de cristãos entre os gálatas, até os dias que enviou a carta. Mas, aos olhos do apóstolo foi pouco tempo. Em geral, outro vício que macula a natureza humana desde a queda, é que, somos céleres para a fuga e morosos rumo ao dever.

Desse prisma, fica evidente que a rapidez na mudança era porque pretendiam fugir das renúncias e responsabilidades ensinadas, volvendo a um modo de vida mais semelhante ao que sempre estiveram acostumados. Invés de deixarem suas tradições religiosas por Cristo, tentavam fundir ambas as coisas. Assim, não deixavam o Evangelho, frontalmente; criaram um simulacro.

Se, a luta deles era o difícil convívio com Lei e Graça, deixando cada uma no seu lado da moeda, atualmente, as coisas desceram ao subsolo; o “novo normal” peleja por coisas que soariam risíveis aos rebeldes de então.

O que fazem certas “Igrejas Inclusivas” da atualidade, senão, criar “outro Evangelho”, onde, pecados de estimação acabam acarinhados, enquanto, quem se opõe a isso é que está “errado”?

Como foi então, a sentença é a mesma: “Ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro Evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema (maldito).” Gl 1;8

O primeiro perverso a “emendar” a Doutrina foi o canhoto. Deus dissera uma coisa e ele altercou que não era bem aquilo. O resultado, sentimos até hoje.

Por isso, Paulo pontuou que, o “outro Evangelho”, a rigor não era outro; era o mesmo, porém, alterado. “O qual não é outro, mas há alguns que vos inquietam e querem transtornar o Evangelho de Cristo.” V 7

Essa balela de tempos modernos, novos valores só cola, em ambientes avessos à Perfeição Divina. Onde tratam ao Eterno como se fosse biodegradável, sofresse ação do tempo.

Se, permitiu que algumas coisas fossem segundo os “rudimentos do mundo” e depois foram aperfeiçoadas, essas concessões têm a ver com nossa insipiência, não com alguma “evolução Divina”.

O que precisava ser mudado a Palavra traz de modo inequívoco; bem como, o que não deve. A Graça de Cristo não trouxe anomia, (ausência de lei) antes, nos convida a uma relação com Deus, superior à da Antiga aliança. Das leis em pedras, para a Lei do Espírito de vida em nossos corações.

Carecemos nos esvaziar das nossas predileções adoecidas e aprender do Senhor. Invés das prazerosas mudanças lá fora, a ousadia de lidarmos com nossas más inclinações, pregando-as na cruz.

Enfim, a Graça significa que recebemos o que não merecíamos; a gratidão por isso requer que atuemos, doravante, segundo nosso Senhor merece e deseja. “Porque somos feitura Sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas.” Ef 2;10

domingo, 27 de julho de 2025

Tempos de estio


“Bem-aventurado o homem cuja força está em ti, em cujo coração estão os caminhos aplanados”. Sal 84;5

Isso está alinhado com um dito de Jeremias: “Bendito o homem que confia no Senhor, cuja confiança é O Senhor. Porque será como árvore plantada junto às águas, que estende suas raízes para o ribeiro; não receia quando vem o calor, mas sua folha fica verde; no ano de sequidão não se afadiga, nem deixa de dar fruto” Jr 17;7 e 8

No salmo primeiro essa ideia está também; diz que tal homem, “Será como a árvore plantada junto a ribeiros de águas, a qual dá seu fruto no seu tempo; suas folhas não cairão, e tudo quanto fizer prosperará.” Sal 1;3

Frutificar em tempo de estio, é uma “anomalia” facultada apenas aos que preservam sadia relação com O Eterno. Dado que, a “A fé é o firme fundamento das coisas que se espera, e a prova das que se não vê.” Hem 11;1

Os que a têm no Senhor, recebem a graça de fazer visíveis suas consequências, mesmo em cenários que sugeririam desolação; a firmeza dos benditos do Senhor, evidencia a Rocha que os sustenta. “... muitos o verão, temerão e confiarão no Senhor.” Sal 40;3

O homem natural tende a pautar suas entradas e saídas, em consórcio com a natureza, o vero homem de fé, relega à irrelevância as circunstâncias, e firma-se no que É Eterno.

Habacuque esposou uma postura assim, em palavras que vale rebuscar; disse: “Ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; ainda que decepcione o produto da oliveira, os campos não produzam mantimento; ainda que as ovelhas da malhada sejam arrebatadas, nos currais não haja gado; todavia, me alegrarei no Senhor; exultarei no Deus da minha salvação.” Hc 3;17 e 18

Se, acontecessem essas decepções todas, ele as veria com olhos naturais. Todavia, seguiria firmado Naquele que só a fé pode ver, e se alegraria Nele.

Claro que um “desapego” assim requer uma intimidade com O Santo que poucos conseguem atingir, ainda que, esteja ao alcance de todos.

Acontece que, se o objetivo amoroso do Eterno é amplamente inclusivo; “pregai o Evangelho a toda criatura...” Mc 16;15 Sua aprovação é seletiva, conforme a resposta de cada um. “Os Meus olhos procurarão os fiéis da terra, para que se assentem Comigo; o que anda num caminho reto, esse Me servirá.” Sal 101;6 Antes, a figura era, caminho aplanado; agora, caminho reto.

Assim como um extintor de incêndio que é requerido em ambientes públicos, raramente é usado, de certa forma, a fé. Aquele, é necessário possuir em todo o tempo, mesmo nos dias normais. Porém, é nos incêndios que seu valor excelso fica demonstrado.

Também a fé, quando a vida transcorre dentro de certa calmaria, sem maiores incidentes, devemos tê-la e vivê-la; todavia, é nos momentos de grandes provações, que seu sublime valor assoma. Na hora do estio, a água acumulada evidenciará seu valor.

Acontece que, quem não cultivou à fé em momentos que esse cultivo seria tranquilo, tampouco o fará, ante os clamores apressados das emergências.

Tende a alma humana a ser como surfista. “Pegar ondas” sem nenhum motivo mais que, o prazer de se equilibrar sobre elas.

Outrora, tivemos a onda de certo Padre jogando bacias d’água sobre multidões; muitos foram após; a calmaria voltou. Nos States tivemos um “avivamento” onde certa Igreja seguiu cultuando de modo ininterrupto por alguns dias; muitos foram ver de perto aquela “Tsunami”; também se desfez.

Outro dia foram os bonecos de adultos com insanidades infantis, os tais “bebês reborn”; arrefeceu; agora certo “morango do amor”.

Assim vão as almas insanas pulando dum montinho a outro, conforme a criatividade doentia de uns, e visibilidade fútil propiciada por outros.

“Bem-aventurado o homem cuja força está em ti, em cujo coração estão os caminhos aplanados”. Nosso abençoado em apreço não sofre problemas de relevo. Em seu coração estão caminhos planos. Não dá relevância às futilidades que o vulgo dá.

Insano é o agir de quem firma-se em coisas efêmeras invés das eternas; Mesmo o homem que confia em si mesmo em lugar de Deus, está tentando se firmar na poeira, invés da rocha. “... Maldito o homem que confia no homem, faz da carne o seu braço e aparta seu coração do Senhor!” Jr 17;5

Em concorridos ambientes “espirituais” onde muitos aglomeram num entusiasmo coletivo, facilmente eclodem efusivas declarações de fé, “de festim”. Em momentos de crise como a que está vindo, os que brincam de crer, não acharão graça nenhuma.

Quando O Eterno permite que fortes ventos assolem as matas, as folhas secas e os galhos podres caem, e o que é vivo se destaca ainda mais.

sábado, 26 de julho de 2025

Asas do Espírito


“Porque necessitais de paciência, para que, depois de haverdes feito a vontade de Deus, possais alcançar a promessa”. Heb 10;36

Isso, se avaliado pelo escopo meramente natural, confundirá; não devemos trazer coisas de âmbito eterno para a arena rasa do imediatismo comum, segundo anseios da carne.

Paulo ensina interpretar às coisas do espírito; “As quais falamos, não com palavras de sabedoria humana, mas com as que o Espírito Santo ensina, comparando as coisas espirituais com as espirituais”. I Cor 2;13

O raso tende a ver a vontade de Deus numa tarefa, à qual, nos aplicaríamos para resolver e depois poderíamos volver apressados, quais crianças sôfregas, em demanda da recompensa. Alguns animais são adestrados assim. Cada manobra executada de modo correto dá direito a uma recompensa imediata em forma de alimento. O Criador nos chama a algo melhor.

A vontade Divina não é um evento pontual, do qual podemos nos desincumbir, cumprindo-o; ela respeita a um modo de viver, o “caminho estreito”, que demanda renunciar às paixões carnais, “crucificá-las”; a recompensa prometida aos que fazem isso, espera no além. Depois de ser feita a vontade de Deus (negue a si mesmo) possais alcançar a promessa; a vida eterna.

Paulo pontua: “Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens”. I Cor 15;19

Alistando aos heróis da fé do Antigo Testamento, e as coisas que sofreram, o Texto Sagrado diz: “Todos estes, tendo tido testemunho pela fé, não alcançaram a promessa, provendo Deus alguma coisa melhor ao nosso respeito, para que eles sem nós não fossem aperfeiçoados”. Heb 11;39 e 40

Mesmo tendo sido heroicos, ainda não foram recompensados; antes, esperam por nós para o grande dia da redenção, para que nos alegremos todos, juntamente.

A graça se revelou maior ao nosso respeito, porque vivemos depois de Cristo. Ele, pelo Seu exemplo, ensino, e legar do Bendito Espírito Santo atuando em nosso favor, nos oferece bênçãos que aqueles não tiveram.

O Salvador falou disso; “Porque em verdade vos digo que muitos profetas e justos desejaram ver o que vós vedes, e não viram; ouvir o que vós ouvis, e não ouviram”. Mat 13;17

Infelizmente, obreiros infiltrados, que não conseguem exceder às coisas da Terra, mesmo falando do Céu, eventualmente, perverteram à fé, fazendo-a parecer uma força, um método para realizações egoístas por aqui. Quem tem fé, “conquista, toma posse”, dizem esses mercenários aos incautos que perdem tempo, lhes dando ouvidos.

Isso tem lógica. Não se pode exigir dos répteis que voem. Assim, quem não nasceu de novo, até pode encenar uma teatralidade supostamente espiritual, mas esperar que toque aos Céus nas asas do Espírito, está fora de cogitação. “Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente”. I Cor 2;14

Aos que O recebem, O Senhor capacita para as coisas do alto; “Mas, a todos quantos O receberam, deu-lhes poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no Seu Nome; Os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus”. Jo 1;12 e 13

Paulo explica a impotência dos carnais, como uma necessidade; “Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem pode ser”. Rom 8;7

O fato da natureza carnal concorrer com a espiritual nos que nascem de novo, enseja uma peleja íntima, que faz necessária a cruz em todos os dias. “Os que são de Cristo crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências”. Gál 5;24

Não significa que nossa natureza acostumada e inclinada ao pecado, morra; antes, que somos capacitados pelo Espírito Santo em consórcio com nosso espírito, vivificado, a dizer um sonoro não! às tentações, que nos assediam.
Muito embora, a recompensa pela obediência não seja imediata, a preservação da consciência em paz, e da comunhão com Deus, é.

Somos desafiados a abraçar à vontade de Deus, e caso aceitemos, seremos capacitados para isso. Ante às tentações teremos escolhas; cair ou resistir. Os escravos do pecado, ainda sem Cristo, sé têm a primeira.

O vulgo não entende nosso “fanatismo” que nos leva a evitar ambientes, e nos abster de certas coisas. Aves podem se fingir de répteis caso queiram, rastejando um pouco; mas, por quê sujariam suas penas?

Aquele que está se esforçando por fazer a Divina Vontade, certamente desafinará de outros que, andam segundo seus desejos desordenados.

A questão nem é se os descaminhos mundanos dão prazer ou não; antes, aonde conduzem. “O mundo passa, e sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre” I Jo 2;17