segunda-feira, 28 de abril de 2025

A fé em xeque

“Convidarás Jessé ao sacrifício, e te farei saber o que hás de fazer; ungir-me-ás a quem Eu te disser.” I Sam 16;3

Caso O eterno desejasse, poderia ter dito a Samuel: “Vai à casa de Jessé, em Belém, pois, lá tenho escolhido um rei dentre seus filhos; dos oito, escolhi o mais jovem, Davi.”

Tudo seria veraz, e pouparia ao velho profeta de cometer equívocos. Contudo, O Eterno revelou apenas o que era necessário, deixando o essencial para o momento que julgou adequado.

O homem pode se agradar com posses, renome, prazeres; dada sua percepção do imanente como a essência das coisas. O Criador que supera o logro das aparências se apraz noutras coisas. Está escrito: “Sem fé é impossível agradar a Deus...” Heb 11;6 

Pois, a Abraão, o “pai da fé”, o tratamento foi semelhante ao de Samuel, quando da sua chamada; “... sai-te da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai, para uma terra que te mostrarei.” Gn 12;1

Foi revelado o necessário para sua ação inicial, reservando o devir aos cuidados Divinos. Deixar uma situação estável, e seguir rumo ao desconhecido fiado “apenas” na Palavra de Deus, sem dúvida foi uma demonstração de fé ímpar. 

Se Deus nos disser para fazermos algo, ousado, meio temerário aos olhos humanos, quantos nos atreveríamos sem antes exigir “garantias”; tá eu faço, mas e depois?

A fé que agrada ao Senhor é como a vista nesses dois exemplos, de Abraão e Samuel; ao primeiro foi dito: Por agora, vai; quanto à terra, oportunamente te mostrarei; a Samuel; “vai à casa de Jessé; chegando lá, te instruirei e me ungirás a quem Eu te disser.”

Atrevo-me a dizer que não apenas Samuel estava na alça de mira da Divina bênção, com aquele incidente; estávamos todos. De que outra forma mais didática, aprenderíamos sobre a visão Divina que sonda corações, invés de se render às aparências, senão, através do engano do profeta, (que também cometeríamos) corrigido pelo Eterno?

Como dizia Spurgeon, “Deus nos abençoa muitas vezes, cada vez que nos abençoa”; tanto aludindo às muitas “pedras do tabuleiro” que são movidas em direção a um alvo bendito, quanto, ao fato que essa bênção se pode multiplicar, atingindo a muitos outros mais.

Assim, embora a fé costume apontar suas setas ao devir, somos supridos mediante ela, de modo prático, quanto às necessidades imediatas; “basta a cada dia o seu mal;” e desafiados e descansar na Divina integridade, quanto às demandas, cuja necessidade virá no tempo futuro.

Quando Pedro, exortado a apascentar às ovelhas do Senhor, caiu em certo diversionismo, dando vazão à curiosidade quanto à sorte de João, O Salvador o exortou: “Que importa a ti? Segue-me tu.”

Não que seja pecado termos curiosidades; quem não as tem? Todavia, quem pretende andar pelas veredas da fé, precisa aprender a “ver” com os olhos dessa, também. “Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se espera; a prova das que se vê.” Heb 11;1

Não são anexas garantias circunstanciais, às promessas Divinas. Eventualmente, O Eterno dá alguns sinais, em atenção misericordiosa, às nossas fraquezas; como fez com Gideão, Manoá, Zacarias, etc. Porém a excelência da fé é confiarmos “apenas” porque O Senhor disse, sem carecermos de nenhuma muleta palpável para crer e seguir após. 
Por agora faça isso; depois te direi o quê, mais. 

Deus não testa nossa fé para que saiba se ela é oca ou maciça. Ele já sabe. Não teria apostado Sua Honra, contra o inimigo, acerca da fé de Jó se não soubesse. Mas, eventualmente permite duros testes para que nós saibamos, e que, eventuais superficialidades pueris sejam purgadas, e não venhamos enganar a nós mesmos.

Do outro lado da prova Jó saiu muito melhor; “Eu te conhecia de ouvir falar; mas agora te veem meus olhos;” disse.

Então, se mesmo desejando com todas as forças ver luzes que nos apontem caminhos, quando O Senhor nos priva delas, não desfaleçamos; depois da prova sairemos melhores. Por agora, Isaías aconselha: “Quem há entre vós que tema ao Senhor, e ouça a voz do Seu servo? Quando estiver em trevas, e não tiver luz nenhuma, confie no Nome do Senhor, firme-se sobre o Seu Deus.” Is 50;10

Diferente da prudência natural que, pesa custos e benefícios, faz pesquisas de mercado, etc. antes de se aventurar nalguma empresa; aos que temem O Senhor, o essencial é que a direção prescrita tenha vindo mesmo Dele; no caso de dúvidas atinentes a isso, é prudente pedirmos algum sinal.

Porém, uma vez certos do rumo, imitemos a Moisés; “Pela fé deixou o Egito, não temendo a ira do rei; porque ficou firme como vendo o invisível.” Heb 11;27

Bendita loucura


“... os loucos desprezam a sabedoria e a instrução.” Prov 1;7 A sabedoria é o produto; a instrução, o método.

Loucura; uma espécie de errância involuntária no exercício do siso, desvario mental, lapso nas faculdades cerebrais, que tolhe uma apreciação coesa, em relação à realidade. Qualquer que seja o incidente avaliado, fatalmente a loucura se evidenciará numa aferição imperfeita, na falta de acuidade ante seu apreço e os fatos, que lhe é própria.

Como se, o bom siso fosse acessível pela porta da higidez psíquica, e os loucos, tolhidos de saber onde fica a entrada, vivessem “fora da casinha”, como o imaginário popular os figurou.

Entretanto, os loucos que desprezam a sabedoria e instrução, não padecem de lapsos bioquímicos, capazes de tolher o bom funcionamento do cérebro. Antes, em pleno exercício das suas faculdades, fazem escolhas morais; deixam seu “não!” a Deus, patente, nas suas escolhas avessas. Desprezar algo não é um derivado de falta de juízo, no sentido da possibilidade de julgar; mas, pode ser sinal de falta, pela omissão voluntária das consequências que se revelarão inevitáveis. “Tudo que o homem semear, isso ceifará.” Gál 6;7

No prisma estrito, o desprezo é já fruto dum juízo; quando, julgamos que algo não merece nossa consideração; nosso apreço. Em suma, a loucura do que se opõe à Sabedoria Divina, não é subproduto de uma impossibilidade; antes, de uma manifestação livre, da vontade. Seu lapso é moral, não, cerebral. O sujeito prefere ser “libertário” à moda do anjo caído, a ser servo fiel, como nos ensinou Jesus Cristo.

A “loucura” que atinge a capacidade cognitiva, nem sempre é bastante para fechar a porta às decisões virtuosas. Antevendo o caminho que se abriria aos povos mediante Cristo e Sua Vitória, Isaías versou: “Ali haverá uma estrada, um caminho que se chamará o caminho santo; o imundo não passará por ele, mas será para aqueles, os caminhantes, até mesmo os loucos não errarão.” Is 35;8

Assim, há muitos que mal sabem escrever o próprio nome, ou nem isso, que tomam decisões sábias. Enquanto, auditórios de universidades lotam para ouvir eminentes ateus, “provando” que a grama é vermelha. Onde estão os loucos? Se, preciso escolher alguém que “confirme” o que quero, já não estou em busca de sabedoria mediante instrução; antes, o meu “quero” já é minha escolha; o “mestre” que busco é apenas um cúmplice para silenciar as vozes íntimas que tentam despertar minha razão a qual, voluntariamente droguei.

Ouvi um ateu acusando a “indiferença Divina” que teria deixado o homem entregue a guerras, enfermidades, destruição por cem milhões de anos; passando a se importar conosco há pouco mais de três mil. Os “cem milhões” derivam da “fé” ateísta sem nenhuma evidência. A idade da humanidade segundo a Bíblia se aproxima de seis mil anos. Usar um pressuposto ateísta para provar o ateísmo? Heráclito ensinava: “O falso não deve ser considerado assim, porque se opõe ao suposto verdadeiro; antes, deve ser demostrado falso em si mesmo.”

Não podemos desconsiderar, que, os loucos morais, tendo feito suas escolhas em aversão a Cristo e Sua Obra, se ocupam de desqualificar aos que buscam a Sabedoria, Nele; no cumprimento rigoroso de um dos “mandamentos” do “Decálogo de Lenin”, “Xingue-os do você é; acuse-os do que você faz”, desqualificam sem evidências palpáveis, aos que se atrevem a tomar suas cruzes e seguir O Salvador.

Paulo aludiu a isso desde seus dias; “Porque a palavra da cruz é loucura para os que perecem, mas para nós que somos salvos, é o poder de Deus.” I Cor 1;18

A distinção entre a sabedoria espiritual e a meramente intelectual, enseja um abismo, que, por não poder, o homem natural, enxergar do “outro lado do muro” atribui loucura aos que tem olhos espirituais. Sabedor dessa discrepância, Paulo nadou um pouco na ironia; “Visto como na Sabedoria de Deus o mundo não O Conheceu pela Sua Sabedoria, aprouve a Ele salvar aos crentes pela loucura da pregação.” V 21

Depois, colocou os pingos nos is; “... falamos não com as palavras que a sabedoria humana ensina, mas com as que O Espírito Santo ensina, comparando as coisas espirituais, com as espirituais; ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura, não pode entendê-las porque elas se discernem espiritualmente; mas o que é espiritual discerne bem a tudo, e de ninguém é discernido.” I Cor 2;13 a 15

Enfim, quem ler “O Elogio da Loucura” de Erasmo de Roterdã, descobrirá que, sua bem humorada abordagem tem muito de sabedoria disfarçada; “Porque a loucura de Deus é mais sábia do que os homens, e a fraqueza de Deus, mais forte que eles.” I Cor 1;25

domingo, 27 de abril de 2025

Vítimas do vitimismo


“O que guardar o mandamento guardará sua alma; porém, o que desprezar seus caminhos, morrerá.” Prov 19;16

O vitimismo é um mal que nos acompanha desde o início da saga humana. Quando confrontados com sua desobediência, a mulher acusou à serpente, Adão culpou à mulher; como a criação dessa fora uma ideia Divina, quase que, o homem culpou ao Criador. “A mulher que Tu me deste por companheira.” Gn 3;12 Faltou só dizer: Eu não pedi; por que me destes? Lavo minhas mãos.

Como numa extensão dessa doença, o vitimismo inconsequente, a tendência à desobediência acaba sendo uma postura esperável, infelizmente. “Porquanto, a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois, não é sujeita à Sua Lei, nem pode ser.” Rom 8;7

Algo nos é vetado, uma cerca qualquer nos limita, e pronto: Estamos sendo vítimas da castração dos mais legítimos direitos; Deus não nos deixa nem respirar, não nos que ver felizes. Leis, mandamentos, outra coisa não visam, senão, nos tolher, limitar, acusam.

O Criador não tenciona fazer felizes aos mortos espirituais; antes, quer fazê-los retornar à vida; isso requer algumas dores. Aqui é local de adquirirmos ingressos; a felicidade está reservada no além. Lá, “Deus enxugará dos seus olhos, toda a lágrima...” Apoc 7;17

Os avessos à disciplina, ultimamente têm aplicado uma reengenharia à sua linguagem; a culpa é do legalismo, da religiosidade tóxica; falta de inclusão, discurso de ódio. Ora, os mensageiros idôneos não constroem cercas, não criam limites; apenas se esforçam para serem probos na apresentação da Palavra da Vida; os limites que estão lá, são para o nosso bem. Felizes os que ouvem pregoeiros idôneos.

Certamente, com um discurso “libertário” assim, que Satanás seduziu a terça parte dos anjos. Como é uma criatura, portanto, não é proprietário de nada do que foi criado, por certo acenou com coisas que não possuía, para se mostrar “melhor” que O Eterno. “Na multidão do teu comércio se encheu o teu interior de violência e pecaste... pela multidão das tuas iniquidades, pela injustiça do teu comércio, profanaste os teus santuários...” Ez 28;16 e 18

A ideia que Lúcifer comerciou, está associada a violência e injustiça; a primeira, porque violou limites que não deveria, e a injustiça, porque acenou com coisas que não possuía. Pelos menos duas cercas rompidas; a dos limites, e da propriedade.

Dada a diferença abissal entre criaturas e o Criador, natural que Ele, coloque limites àquelas; afinal, o poder e a posse são Dele. E pela essência revelada do Nosso Bendito Senhor, “Deus É Amor”, sempre que coloca um termo, uma restrição a nós, o faz para o nosso bem. “Agora, pois, ó Israel, que O Senhor teu Deus pede de ti senão... Que guardes os mandamentos do Senhor, os Seus Estatutos, que hoje te ordeno para o teu bem?”

Pois, como vimos no princípio, “O que guardar o mandamento guardará a sua alma;” precisamos ser cautelosos com os discursos libertários, pois; nem sempre o que nos fala as coisas agradáveis de se ouvir, está laborando pelo nosso bem. Como uma isca apetitosa se oferece toda, no habitat do peixe, assim, muitas “bondades” que nos assediam.

O Senhor capacita aos Seus ministros para falarem segundo Ele, o que nem sempre soa agradável ao ouvido, mas sempre será medicinal, no que importa, o prisma espiritual.

Nossa situação após a queda é de pacientes, de enfermos; e quando somos tratamos da saúde física nos hospitais, não vamos lá em busca de entretenimento, tampouco impomos condições aos médicos de como queremos ser medicados. Nos submetemos ao que eles prescrevem, sem nos sentirmos vítimas, sabendo que aquilo é uma necessidade para o nosso bem.

Abstraídas as diferenças objetivas, é exatamente a mesma coisa. Quem procura “Igrejas” movido por predileções, pela “afirmação de direitos”, está mais doente que a maioria. Além das mazelas comuns que costumam permear às vidas alienadas de Deus, nesses inda grassa a cegueira espiritual, que os leva a presumir a existência de um doentio “afirme-se”, onde o Médico dos Médicos receitou um sisudo “Negue-se!” “... o que desprezar os seus caminhos, morrerá.”

Cheio está por aí de “hospitais alternativos” e cada um poderá escolher o “tratamento” que aprouver; porém, se no fim da lida a opção dos que preferiam o “bálsamo da Graça” onde eram necessárias algumas incisões de justiça, se revelar também enfermiça, inócua, não queiram culpar ao Senhor pelas escolhas particulares alienadas da “Receita” Dele. “De que se queixa, pois, o homem vivente? Queixe-se cada um dos seus pecados.” Lam 3;39

“Porque o erro dos simples os matará; desvario dos insensatos os destruirá; mas o que me der ouvidos habitará em segurança, estará livre do temos do mal.” Prov 1;32 e 33

sábado, 26 de abril de 2025

Cristãos sazonais


“Tardando o esposo adormeceram todas”. Mat 25;5

Sempre que ocorre algum evento de proporções globais, como o 11 de setembro de 2001, o Tsunami devastador na Ásia, agora o falecimento do Papa, os “cristãos sazonais”, que esperam encontrar com o Salvador pela esperteza, mais do que, pela submissão, em gratidão, por ter sido salvos, excitam-se; apregoam “fim do mundo.”

Um pastor amigo, da denominação onde congrego, ante algum descalabro, exaspera-se: “Isso é o fim do mundo!” diz. Pois, esse excesso de “fins do mundo”, é o fim do mundo, adotando sua linguagem.

O próximo Papa será isso, aquilo, esperneiam os pseudo intérpretes das Escrituras. Decidiram em sua hermenêutica peculiar, que o “Oitavo Rei” predito em Apocalipse capítulo 17, será um papa, necessariamente; ordenado, depois do estabelecimento do Estado do Vaticano em 1929. 

Para encaixar suas “interpretações”, uns, excluem o Papa de então, Pio XI, outros, que contavam Francisco como sendo o oitavo, não tendo acontecido como previsto, colocam dois numa só “cabeça”, ele e Bento XVI; assim, o próximo seria o oitavo; animam-se.

Há chances de coincidirem dois oitos, caso seja esse o número do próximo; como a idade do Francisco, 88. Coincidirem o oitavo Papa com o oitavo reino global, digo.

Ora, onde o anjo mostrou a João o fim ligado aos oito reis, ou reinos, foi preciso: “Cinco já caíram e um existe;” Apoc 17;10 Os cinco impérios que tinham caído até aqueles dias, povos que oprimiram a Israel foram, pela ordem: Egito, Assíria, Babilônia, Medo/Pérsia e Grécia; “um existe”, o que então existia era o Império Romano, do qual João era prisioneiro. Outro ainda não é vindo; a divisão do império em dois, as duas pernas da estátua do sonho de Nabucodonosor; a parte ocidental sediada em Roma e a oriental em Constantinopla, os turco/otomanos, hoje, Istambul.

O oitavo império simbolizado nos pés da estátua, pela multiplicidade dos dedos, parece tratar-se de um conglomerado de nações, algo como a ONU governando tudo. Quem conhece os alvos da agenda 2030, sabe que isso está em célere gestação.

Nada impede que o novo Papa seja o falso profeta, o líder da Sociedade Ecumênica Global, única religião permitida sob a batuta no magnífico Novo Secretário Geral da ONU, também conhecido como, o Anticristo.

Assim, aos que esperam ver a casa cair nesses dias, achando que Trump será o cara, e o novo pontífice já vai chegar arrasando tudo, podem ter uma decepção; uma sensação de que o “esposo tardou”.

O risco de “colocar todos os ovos num só balaio”, é que, caindo esse, nada reste. Mais importante que saber quando, é estar alinhado ao “como” devemos estar, quando esse dia chegar.

Em meus breves dias já passei por uns três ou quatro “fins do mundo”, e sigo teimosamente vivo; milênio, Calendário Maia, morte do Papa, etc. É perigoso ficarmos mais atentos ao relógio do que à cruz. A coisa pode demorar um pouco ainda, e sinceramente espero que demore; quanta gente ainda não salva, que poderá vir a ser!

Quanto aos sazonais, mudada a estação eles mudarão também. O imediatismo é já um indício de oportunismo, mais do que amor fraterno, como convém; como a febre não é uma doença em si; antes, o sintoma de alguma, o zelo oportuno desses, é só sinal de egoísmo doentio. ‘Eu estando salvo, o resto que se exploda!’

O texto que tomamos como base desse apanhado, alude a dez virgens que esperavam pelo esposo; cinco prudentes e outras tantas, não; tardando o esposo, adormeceram todas, diz o relato. Porém, à voz do noivo, as que tinham “azeite” nas lâmpadas foram ao encontro Dele, as demais, se perderam.

Então, mais importante que sabermos datas, segundo o intérprete a ou b, é termos o azeite (Espírito Santo) em nós. Assim, quando o esposo chamar, pareça cedo, ou tarde, haveremos de ouvir. 

E ter o Espírito não é fazer barulhões pentecostais como supõem alguns; antes, é sermos conduzidos pelo Espírito Santo, que sempre nos advertirá e chamará de volta, se nos desviarmos nalguma parte, da Palavra de Deus.

Mas, se o novo Papa se revelar um tirano, inimigo dos cristãos, associado aos globalistas mais que à Palavra de Deus?

Caso aconteça, não estará fazendo nada diferente que o finado Chico fez, nos últimos doze anos. Promoveu as pautas woke invés do Evangelho, compactuou com o PCC na perseguição aos cristãos chineses, validou todo tipo de fé, por esdrúxula que fosse, de modo que, os próprios católicos, em grande parte o denunciaram como impostor, e a vida seguiu.

Nada garante que minha interpretação esteja correta. Sou falho como qualquer um. Todavia, o que conta mais é estar preparado que, saber quando, disso estou seguro.

Traços do Pai



“... Santos sereis, porque Eu, O Senhor vosso Deus, Sou Santo.” Lev 19;2

Diferente da ideia vulgar, onde alguém deveria viver de maneira piedosa, morrer fiel, e em seu nome se fazer preces recebendo pelo menos dois milagres comprováveis, e depois do devido “processo de canonização” a Igreja o declarará santo, a abordagem bíblica é outra. É uma necessidade, não uma possibilidade.

Não tem nada a ver com operação de milagres; pois, por esse prisma a igreja teria que “canonizar” Satanás. Só no livro de Jó ele operou duas coisas que o vulgo chamaria de milagres; produziu do nada, um vendaval tal, que colocou abaixo a casa do primogênito, dele, onde todos os demais estavam e os matou; depois, fez descer fogo dos Céus, queimando rebanhos. O que o Vaticano está esperando para instaurar o processo? Ver Jó cap 1;16 a 19

Uma das nuances dos últimos dias, são os chamados “prodígios da mentira” (mat 24;24 etc.) milagres de origem espúria. Pois o “Santo Anás” consegue, entre outras coisas se disfarçar de anjo de luz. II Cor 11;14 Com o avanço da tecnologia, muitos servos dele nem carecem auxílio espiritual para se lambuzarem no engano. Manipulam meios e “revelam”, onde incautos assistem.

A santidade que Deus requer dos Seus tem a ver com identificação; “Sede santos, porque Eu O Senhor vosso Deus, Sou Santo.” Assim como um pai humano se alegra encontrando seus traços num filho, também O Pai dos Espíritos deseja identidade espiritual em nós; afinal fomos projetados, originalmente, à Sua Imagem e Semelhança.

Assim, as coisas que Ele revelou probas, devemos aprovar; as réprobas, reprovar. Não diz isso, no salmo 15, aludindo ao cidadão dos Céus? Entre outras coisas é “Aquele a cujos olhos o réprobo é desprezado, mas honra aos que temem ao Senhor...” v 4 É um que se identifica com O Pai.

A santidade requer que formemos fileira após O Senhor, Seus Valores, Sua Palavra, mediante, Seu Espírito em nós. A santificação é um processo; dados os maus hábitos do nosso pretérito, tendemos em incorrer nas práticas que andamos antes da conversão. Agora, em Cristo, quando erramos, nossa consciência avivada no Espírito, não permitirá que deixemos para lá, como se fosse algo desimportante. Por isso, reitero, é uma necessidade, não, uma possibilidade; “Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual, ninguém verá O Senhor.” Heb 12;14

A “perfeição” possível a homens de carne e osso, herdeiros das consequências da queda, onde as inclinações naturais palpitam, é bastante imperfeita. Não significa não errar nas atitudes; mas requer não errar na leitura delas. Podemos pecar em nossa conduta, não, em nossos princípios.

Assumirmos nossos erros tentando corrigi-los, invés de dar de ombros e os renomear, como fazem os ímpios. “... não pequeis; mas se alguém pecar, temos um advogado para com O Pai; Jesus Cristo, O Justo.” I Jo 2;1

Uma condenação pesa sobre os que mudam os valores para não mudar comportamentos: “Ai dos que, ao mal chamam, bem, e ao bem, mal; que fazem das trevas, luz, e da luz, trevas; fazem do amargo, doce, e do doce, amargo;” Is 5;20

Cheio está por aí, dos que acham que a Divina Graça seja um lixão, onde toda sorte de sujidades morais podem ser alocadas. Crasso engano! A Graça nos trouxe da morte pra vida; O Espírito nos convida e capacita à santificação; se negligenciarmos nossa parte, a desgraça espera.

Todos os servos de Deus, são “santos”; são chamados assim, não pela perfeição das suas atitudes; mas, porque fizeram profissão de pertencer ao Senhor pela fé, e disso deram pública demonstração pelo ritual do batismo. Se as atitudes ainda destoam dos preceitos bíblicos, é outro aspecto.

A Igreja em Corinto, por exemplo, tinha toda sorte de carnalidades, disputas, invejas latentes entre eles; todavia, escrevendo-lhes, Paulo introduziu seu texto, assim: “À Igreja de Deus que está em Corinto, aos santificados em Jesus Cristo, chamados santos...” I Cor 1;2 Logo, num sentido amplo, todos os que dizem pertencer a Jesus Cristo, são “santos”; num sentido estrito, só O Senhor conhece.

Aqueles que decidem tomar O Excelso Nome do Salvador como fiador das suas vidas, precisam considerar na seriedade que isso requer; “Todavia, o fundamento de Deus fica firme tendo este selo: O Senhor conhece os que são Seus; qualquer que profere o Nome de Cristo, aparte-se da iniquidade.” II Tim 2;19

Dos que assim não fazem, misturando o Santo com coisas profanas, devemos nos distanciar; “... não vos associeis com aquele que, dizendo-se irmão, for devasso, avarento, idólatra, maldizente, beberrão ou roubador. Com esse, nem ainda comais.” I Cor 5;11 "Porque está escrito: Sede santos, porque Eu Sou Santo.” I Ped 1;16
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sexta-feira, 25 de abril de 2025

Mestres e discípulos


“O ímpio atenta para o lábio iniquo; o mentiroso inclina os ouvidos à língua maligna.” Prov 17;4

A mesma ideia repetida com palavras diferentes. Que pela identificação, aquele cujo caráter é mau, tende a aproximar-se dos seus semelhantes.

Dessa fonte a simbiose entre cabritos e falsos mestres. Onde o verossímil é buscado mais que o verdadeiro. Tais já têm uma inclinação; só carecem de “doutores” que encaixem “biblicamente” os seus anseios.

Todo tipo de perversão no varejo, é em desdobramento de alguma dispersão do atacado; quando, produtores e produto da heresia se contemplam, como que, olham num espelho.

Assim, já ouvi muitos mestres dos “desigrejados” usando a Parábola do Bom Samaritano, para “provar” que os que estão fora do “sistema” são melhores que os de dentro. Portanto, basta que façamos o bem, como fez o tal, e estará tudo certo. Será que foi isso mesmo que O Mestre ensinou?

No contexto um escriba dera uma sábia resposta, sobre salvação. Quando a conversa derivou para o amor ao próximo, ele perguntou quem seria esse; aí, O Salvador narrou a parábola e devolveu a pergunta, sobre quem fora o próximo do que estava necessitado.

Duas coisas saltam aos olhos nesse incidente: a denúncia que mera religiosidade vazia, sem engajamento amoroso não tem valor; e a verdade que, outro, mesmo sem nosso envolvimento espiritual pode atuar melhor que nós, se formos omissos em fazer o que nos cabe. Isso resulta na diatribe à hipocrisia, e na insanidade do preconceito, dado que, quem agiu bem foi um samaritano, dos quais os judeus não gostavam.

Dizer que a hipocrisia e o preconceito são coisas más, e que mesmo um leigo transeunte pode agir infinitamente melhor do que quem erra nisso, não embasa a doutrina da salvação mediante as obras, nem cria um lastro sobre o qual, os ditos desigrejados possam andar seguros.

Mas os “desigrejados tem mais que isso; A Palavra ensina que somos “Templos do Espírito Santo”, logo, quem precisa de outros templos? É há textos que dizem; “Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus e não sois de vós mesmos” I Cor 6;19 O verso anterior deixa ver que no contexto se veta à fornicação; “Fugi da fornicação, porque todo o pecado que o homem comete é fora do corpo, mas o que fornica peca contra seu próprio corpo.” V 18

Há mais textos que figuram nossos corpos como templos espirituais. Sempre, numa exortação à necessária santificação; nunca, como sendo um templo alternativo, na posse do qual, pudéssemos nos eximir de congregar.

Em II Cor 6; 14 a 16 somos exortados a nos separar, dos infiéis, dos injustos, dos que estão em trevas, dos filhos de Belial, e dos idólatras, para que, nosso “templo” seja habitado pelo Senhor. Em momento algum preceitua que nos separemos dos irmãos; antes, promete uma habitação coletiva, na congregação. “Por isso, saí do meio deles e apartai-vos, diz O Senhor; não toqueis nada imundo e Eu vos receberei. Serei para vós Pai, e sereis para Mim, filhos e filhas, diz O Senhor, Todo Poderoso.” Vs 17 e 18

Por fim, versam os seguidores dos “Mestres desigrejeiros”, “O dízimo era da Lei; vivemos na era da graça, em nenhum lugar o Novo Testamento se fala dele; não carecemos pagar, pois.”

Na verdade, o dízimo era mui antes da Lei. Foi regulamentado nos dias dela em atenção ao ministério dos levitas. Abraão o pagou; e todos os salvos pretendem ser descendência espiritual dele.

Paulo fala de modo indireto, mas basta honestidade intelectual para ver.
“Se nós vos semeamos as coisas espirituais, será muito de vós recolhamos as carnais? Se outros participam deste poder sobre vós, por que não, mais justamente nós? Mas nós não usamos deste ‘direito’, antes, suportamos tudo para não por impedimento algum, ao Evangelho de Cristo. Não sabeis que os que administram o que é sagrado comem do que é do templo? Os que estão de contínuo junto ao altar, participam do altar? Assim, ordenou também O Senhor, que os que anunciam O Evangelho, que vivam do Evangelho.” I Cor 9;11 a 14

Não estou legislando em causa própria, não recebo dinheiro de igrejas; mas, há muitos ministros probos que o recebem dignamente. Sem o quê, a Obra de Deus seria inviável. Sabemos que há muitos salafrários por motivos rasos; Deus os julgará.

Todavia, os que precisam de “mestres”, munidos da necessária desonestidade intelectual, para envernizar a insubmissão e o amor ao dinheiro como doutrina bíblica, acharão aos montes, e se completarão. Como vimos ao princípio, “O ímpio atenta para o lábio iniquo; o mentiroso inclina os ouvidos à língua maligna.”

Eu pedi pra nascer


"Os Céus e a Terra tomo hoje por testemunhas contra vós, de que tenho te proposto vida e morte, bênção e maldição; escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e tua descendência.” Deut 30;19

Uma advertência como essa, nem sempre levamos com a devida seriedade; de que os Céus e a Terra estejam mesmo, atentos às nossas escolhas. Naquele contexto, referia-se aos hebreus, o “povo eleito” recém liberto da servidão no Egito. Mas atrevo-me a pensar, uma vez que Deus não muda, que a mesma regra se aplica aos servos do Novo Testamento.

Normalmente, achamos que uma advertência assim, se trata de um reforço da Onisciência Divina, uma espécie de “fica esperto, que estou de olho.” Porém, é mais preciso que isso. Quando O Senhor diz Céus e Terra, está dizendo isso mesmo.

Tanto que, quando vai começar uma fala mais solene, chama atenção dos dois lugares, para que estejam atentos, caso algum anjo cronista ande distraído. No cântico de Moisés, breve resumo da sua saga, temos: “Inclinai os ouvidos, ó Céus, e falarei; ouça a Terra as palavras da minha boca.” Deut 32;1

Na introdução de Isaías encontramos: “Ouvi ó Céus e dá ouvidos, tu ó Terra, porque fala O Senhor...” Cap 1;2

Em Jeremias, o desabafo Divino acerca da apostasia na Terra, foi exposto ao apreço dos Céus: “Espantai-vos disso ó Céus, ficai verdadeiramente horrorizados, porque meu povo fez duas maldades...” Jr 2;12 e 13

Então, quando O Eterno toma Céus e Terra como testemunhas, é exatamente isso que Ele está fazendo.

O Salvador ensinou que há festa nos Céus quando um pecador se arrepende; isso enseja a demonstração que os dois ambientes estão, de certa forma, interligados. Que as decisões tomadas num, repercutem no outro. Eis uma razão para pensarmos que não se referia aos dias antigos, apenas!

Cada escolha virtuosa que fazemos, contrariando a inclinação natural, alinhados à Palavra de Deus, nossa atuação é usada como didática nos Céus, ante anjos que assim não fizeram, se deixando seduzir, e erram em “Céus” inferiores; os que caíram. Paulo ensina: “Para que agora, pela Igreja, a multiforme sabedoria de Deus, seja conhecida dos principados e potestades nos Céus.” Ef 3;10

Os que se mantiveram fiéis não precisam aprender conosco; guardam-nos. Os que caíram aprendem tardiamente que sua escolha foi estúpida. Se coisas frágeis conseguem fazer a boa escolha, quanto mais, seres poderosos como eles, poderiam e deveriam ter feito. Mas, foram levados pelo “novo líder” a duvidar da Sabedoria Divina. Agora, são humilhados com o testemunho dos Céus e da Terra.

Mais que testificar sobre nossas escolhas, os anjos de Deus as registram em memoriais eternos; “Então aqueles que temeram ao Senhor falaram frequentemente um ao outro, O Senhor atentou e ouviu; um memorial foi escrito diante Dele, para os que temeram ao Senhor e se lembraram do Seu Nome; eles serão Meus, diz O Senhor dos Exércitos; naquele dia serão para Mim joias, poupá-los-ei como um homem poupa ao seu filho que o serve. Então voltareis e vereis a diferença entre o justo e o ímpio, entre o que serve a Deus e o que não o serve.” Mal 3;16 a 18

A diferença entre o justo e o ímpio, é muito mais que mera estética moral, superioridade filosófica, predileção mais sofisticada; por ser espiritual, derivada do novo nascimento, tem implicações práticas e eternas; elas tratam com vida e morte, bênção e maldição, como vimos no início. “Escolhe, pois, a vida.” Aconselhou O Criador.

Alguns céticos de má vontade, quando desafiados à virtude como forma de vida, eventualmente se ofendem: “Eu não pedi para nascer!” defendem-se, como se fossem vítimas do Criador, mal sabendo que foram cegados pelo inimigo mor. “O deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos...” II Cor 4;4

Sua aversão aos bons valores, acaba mascarada de “direito sonegado” por não terem tido escolha no que tange a viver ou não. Mal sabem esses sonolentos que é precisamente esse o lugar onde se encontram. Onde podem escolher entre vida e morte. Pedir para nascer ou inclinar-se a morrer.

O que eles presumem ser a vida, é só um germe da mesma, ainda, em “stand by;” o extremo zelo do Eterno, quanto ao nosso arbítrio. Para que nossa eternidade seja derivada das escolhas voluntárias, não, uma imposição.

Poderemos nos rebuscar dos mais refinados argumentos, com os quais camuflar nossas fugas; mas, isso também será uma opção, com o troante testemunho dos Céus e da Terra.

Certo filósofo cunhou que “estamos condenados à liberdade”, pontuando nossa necessidade de tomar decisões. Tanto é vera essa “condenação” que, a recusa em fazer isso, já é uma, tornando a empresa, impossível; então, escolhamos a vida.